segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

 PNEUMATOLOGIA, A DOUTRINA

DO ESPIRITO SANTO

TEXTO BÁSICO: At 2.1-10

1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4 - E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 5 - E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. 6 - E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7 - E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? 8 - Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? 9 - Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia, 11 - e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. 12 - E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? 13 - E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. 10 - e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos),

TEXTO DEVOCIONAL: Ato 1.8

Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra. 

Introdução: A Pneumatologia é o estudo a respeito da terceira pessoa da Trindade, O Espírito Santo que a exemplo de Jesus Também é eterno e, Todo Poderoso, ou seja, Ele é Deus. O termo vem do grego “pneuma”, espírito e “logia”, estudo ou tratado. Porém, mais do que falar do Espírito Santo a Pneumatologia visa desmistificar os conceitos errôneos que algumas seitas fazem sobre Ele, que é a Pessoa da Trindade mais perseguida nos nossos dias hodiernos. O Espírito Santo, pois, é um Espírito de Glória que deve ser adorado e, reverenciado como Deus, e como uma Pessoa que tem sentimentos e emoções.  

I. IDENTIFICANDO O ESPÍRITO SANTO. Is 63.10 - Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles.

O Espírito de Deus no AT raríssimas vezes é chamado Espírito Santo. Diversas vezes, porém, o é na tradução grega (LXX), nos livros gregos e nos apócrifos do AT, e muitas vezes nas traduções aramaicas, na literatura rabínica e no NT. O Espírito é chamado Santo, exatamente como o seu braço (Is 52.10; Sl 98.1), seu nome (Am 2.7; Ez 36.20) e a sua palavra (Jr 23.9; Sl 105.42), porque Deus é essencialmente santo (Dn 4.5-15), de sorte que Espírito Santo significa propriamente Espírito divino (Êx 31.3 LXX). Esta expressão foi provavelmente substituindo termos mais antigos como o “Espírito de Iavé”, “o Espírito de Eloim”, porquanto os judeus posteriores evitavam cada vez mais pronunciar os nomes de Iavé e Eloim.

1. O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO.

Para formar uma idéia certa da doutrina bíblica a respeito do Espírito Santo, é preciso partir do sentido original da palavra “Ruah” no hebraico e “Pneuma” no grego que significa “Hálito”, “Vento” ou “Espírito”. O hálito, considerado como a força vital, e o vento era, para os israelitas, forças misteriosas, poderosas, temíveis (Êx 15.8,10; 2Sm 22.16; 1Rs 19.11; Is 11.4; 40:7; Jó 38.24). Ora exatamente como se fala no braço de Iavé (Is 40.15; 51.5), em sua mão (Êx 9.5; Dt 2.15), e boca (Sl 33.6), sua face (Gn 33.10), suas narículas (Êx 15.8), assim fala-se em seu hálito (Jó 32.8; 33.4) e em sua força vital ou Espírito, que opera tanto quanto o próprio Yavé. Não admira, pois, que os fenômenos misteriosos e extraordinários, seja no homem seja na natureza, que manifestam um poder especial, sejam atribuídos ao hálito ou Espírito de Iavé.

a. O Espírito Santo como força que opera na psique do homem.

Em primeiro lugar o Espírito Santo é uma força que opera fenômenos extraordinários, milagrosos, de poder, heroísmo ou êxtase profético. Quando o Espírito Santo se apoderou de Sansão, o herói dilacerou um leão, abateu trinta homens, arrebentou as cordas com que foi amarrado e ainda, matou mil homens com a queixada de um jumento (Jz 13.25; 14.6,19; 15.14,15). Quando o Espírito Santo vem sobre Otoniel, Gedeão, Jefté ou Saul, estes se tornaram capazes de feitos heróicos espetaculares e de vitórias inesperadas (Jz 3.10; 6:34; 11.29; 1Sm 11.6). Sob o influxo do Espírito Santo Balaão pronuncia o seu oráculo (Nm 24.2) e entram em êxtase os profetas, os anciãos, os enviados de Saul e o próprio Saul (1Sm 10.5-13; 19.20-24; 1Rs 22:10-12; Nm 11.25). Nestes e em semelhantes fenômenos, que transcendem as forças humanas ou se afastam da conduta normal do homem, os israelitas viam uma atividade do Espírito Santo (Ez 3.10-15; 8.3; 11.1,24; 37:1; 1Cr 12.18; 2Cr 15.1; 20.14; Jl 3.1ss).

b. O Espírito Santo como poder conferido por Deus.

Há também casos em que o Espírito Santo não opera como força que se manifesta em fenômenos transitórios, e sim como poder permanente, conferido por Deus a uma pessoa em vista de um determinado ofício. O Espírito Santo repousa sobre Moisés (Nm 11.7,25), é comunicado a Josué (Nm 27.18; Dt 34.9), toma posse de Davi desde o dia da sua unção (1Sm 16.13), e fala por sua boca (2Sm 23.2); enche os artífices, encarregados de fabricar os objetos do culto (Êx 28.3; 31.3; 35.31), repousava sobre Eliseu, que o herdou de Elias (2Rs 2.9). Assim, um profeta pode ser chamado “homem do Espírito” (Os 9.7). Repousa sobre o rei messiânico e os seus colaboradores (Is 11.2; 28:6), sobre o servo de Iavé (Is 42.1) e sobre o profeta que deve anunciar ao povo a boa nova (Is 61.1). Afinal, o Espírito Santo é o órgão que, por intermédio dos profetas, transmite continuamente as ordens de Iavé a seu povo (Zc 7.12; Ne 9.30) e é até o apanágio dos sábios (Jó 32.8.18;). É interessante que as conceições mais antigas (com exceção de alguns textos proféticos Is 4.3ss; 11.2-5; 28.6 cuja origem pré-exílica é posta em dúvida por muitos críticos) não atribuem ao Espírito Santo efeitos morais, mas unicamente psíquico. Via-se, porém, nestes efeitos psíquicos, uma intenção de ordem moral, pois era assim que o Deus de Israel cumpria poderosamente as promessas da aliança, capacitando os seus representantes, por uma intervenção transitória ou por um dom permanente, para salvar ou para guiar o povo.

2. O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO.

As concepções do N.T. sobre o Espírito Santo continuam as do AT. A maior parte das expressões com que no AT as atividades do Espírito Santo são descritas, encontra-se também no Novo; o Espírito Santo vem do alto, do céu (Mc 1.10; Jo 1.32; 1Pe 1.12), do Pai (Jo 15.26; 16.13), Ele desce (At 10.44; 11.15), é enviado ou dado pelo Pai (Lc 11.13; 1Jo 3.24; 4:13; Gl 4.6; Rm 8:15) ou derramado (At 2.17); Ele enche o homem (Lc 1.15; 4.1; At 2.4; 4.6), repousa sobre ele (Jo 1.32ss); ou mora nele (Rm 8.9; 1Co 3.16). O Espírito Santo é a força sobrenatural, pela qual Deus, em casos particulares, intervém para operar milagres no homem (como é o dom), vejamos:

  • Através do Espírito Santo podemos expulsar demônios (Mt 12.28; Lc 11.20 diz pelo dedo de Deus),
  • Operar curas ou outros efeitos do poder divino, como a gravidez sobrenatural (Mt 1.18,20; Lc 1.35 onde o Espírito Santo está em paralelismo com o poder do Altíssimo). 
  • Operar fenômenos sobrenaturais de ordem psíquica. A esses pertencem as intuições, visões e manifestações proféticas (Lc 1.41,67; 2.25ss; At 7.55; 8.29,39; 11.12,28; 20.23; 21.11; 1Co 12.11), o milagre do pentecostes (At 2.4,17), a glossolália (At 10.44-46; 19.6; 1Co 12.10; 14.2-28), a interpretação das línguas (1Co 12.10; 14.13,27), o discernimento dos espíritos (1Co 12.10; 14.29; 1Ts 5.19-21; 1Jo 4.1), a fé que opera milagres, etc.

Em geral esses efeitos do Espírito Santo quando não vigiando não são permanentes; assim pode-se compreender que alguém que é sempre cheio de Espírito Santo pode ficar repleto do Espírito Santo para uma ocasião especial, como Estevão (At 6.3,11; 7.55). De outro lado é intima a relação do Espírito Santo com certos ofícios. Não apenas os profetas, mas também os doutores, os que governam (1Co 12:28), os Sete (At 6.3,5-11; 8.29) e sobre tudo os apóstolos (1Co 12.28; 7.40; At 2.4; 5.3,9; 2Tm 1.14) estão de modo permanente dotado com aquela força divina, para poderem cumprir devidamente a sua tarefa.

Conforme Atos é o Espírito Santo quem governa a comunidade, através dos apóstolos e dos seus colaboradores (At 13.2; 15.28; 20.28; 1Tm 4.14; 2Tm 1.6). Pela descida do Espírito Santo na hora do seu batismo o próprio Jesus foi solenemente constituído como ungido e eleito de Deus (Mt 3.16; Jo 1.32; cf. Is 42.1; 61.1), de acordo com as predições dos profetas (Is 11.12; 42.1). Naquele momento Ele foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com força (At 10:38; preste-se atenção às noções paralelas; cf. Lc 1.35; At 1.8), quando, constituído como o Messias (ungido) esperado (Rm 1:4), no início de sua vida pública que foi inaugurada sob o influxo do Espírito Santo (Mc 1.12; Mt 4.1).

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