segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

EKLESIOLOGIA

 A DOUTRINA DA IGREJA

TEXTO BÁSICO: Éfesios 3.8-10 

1 - Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios, 2 - se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; 3 - como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, 4 - pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, 5 - o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, 6 - a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; 7 - do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. 8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo 9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou; 10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, 11 - segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor, 12 - no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele. 13 - Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória.

TEXTO DEVOCIONAL: Éfesios 3.8

8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo

Introdução: Israel é descrito como uma igreja no sentido de ser uma nação chamada dentre as outras nações para ser um povo formado de servos de Deus. Com esse sentido o termo aparece no original em At 7.38. Este é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar. Quando o AT foi traduzido do hebraico para o grego, a palavra congregação (de Israel), foi traduzida ekklesia ou igreja. Israel, pois, era a congregação ou a igreja de Jeová no AT. Depois dessa igreja judaica tê-lo rejeitado, Cristo predisse a fundação de uma nova congregação ou igreja, uma instituição divina que continuaria a Sua obra na terra Mt 16.18 Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Ele faz referência a igreja que começou a existir fisicamente a partir do dia de Pentecostes, conforme Atos 2. Paulo capacitado por Deus e inspirado pelo Espírito Santo, fez uma exposição a respeito da Igreja no tempo e no espaço, de modo especial na carta à igreja de Éfeso. A Paulo foi revelado um duplo mistério, referente ao Evangelho e à Igreja, por ocasião da sua conversão na estrada de Damasco. Até aquela data, o então Saulo de Tarso, estivera perseguindo os “fanáticos” seguidores de um estranho “Caminho” (At 19.9; 22.4). Esses enfatizavam uma nova dispensação, isto é, Cristo, Sua morte e ressurreição, o que lhe fora inaceitável até o momento em que o Senhor o fez cair por terra. Levantou-se então um Paulo, a quem foi revelado o grande segredo que haveria de revolucionar sua vida, daí para frente: os cristãos estão unidos a Cristo e Cristo está unido a eles. Este fato estava tão vivo na mente do apóstolo, que anos mais tarde, com profunda convicção, Ele afirmou: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” Gl 2.20. Nos ensinos do Senhor Jesus cumpriu-se grande parte de Mt 13.35: “... publicarei coisas ocultas desde a criação (do mundo,).” E Paulo fala com frequência dos mistérios que lhe foram revelados.

Ele relembra aos que leram sua carta aos Efésios, que antes havia mencionado este mistério em poucas palavras. Em seguida fala do “mistério de Cristo”. Que vem a ser isto? Não se refere unicamente à Igreja, na qualidade de corpo de Cristo. Esse mistério do Cristo eternamente vivo, tendo um corpo composto de crentes judeus e gentios é o mistério que, em épocas passadas, não fora revelado aos filhos dos homens. A Igreja, no plano de Deus, conforme vemos em Ef 3.8-10, já existia bem antes que qualquer outra coisa viesse à existência; isso com base no sangue do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Deus, segundo o Seu plano, permitiu que as eras se fossem ecoando até que achou por bem tornar a Igreja conhecida.

I. A ORIGEM DA IGREJA. Ef 2.20 - edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;

A Igreja de Cristo veio à existência, como tal, no dia de Pentecostes, quando foi consagrada pela unção do Espírito. Assim como o Tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Êx 40.34), os primeiros membros da Igreja foram também congregados no cenáculo e consagrados como Igreja pela descida do Espírito Santo sobre eles e dentro deles. É muito provável que os cristãos primitivos vissem nesse evento o retomo da glória manifesta no Tabernáculo e no Templo, glória essa que há muito tempo havia se afastado, e cuja ausência era lamentada pelos rabinos ortodoxos. Davi juntou os materiais para a construção do Templo, mas a construção foi feita por seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, Jesus, durante o Seu ministério terreno, juntou os materiais com os quais haveria de dar forma à Sua Igreja, por assim dizer, mas o edifício foi erigido pelo seu Sucessor, o Espírito Santo. Realmente, essa obra foi feita pelo Espírito Santo, operando através dos apóstolos, que lançaram os fundamentos e edificaram a Igreja por Sua pregação, ensino e organização. Portanto, a Igreja é descrita como sendo “edificados sobre o fundamento dos apóstolos...” (Ef 2.20).

1. CONCEITOS SOBRE O TERMO.

O termo “igreja” no original grego é composto da preposição ek “fora de” e o verbo kaleõ “chamar”. Igreja (ekklésia) denota um grupo de cidadãos “chamados para fora”. Corresponde literalmente a “uma convocação de cidadãos de uma cidade para fora de suas casas mediante o soar de uma trombeta a fim de reuni-los em assembleia”. Os verdadeiros crentes são convocados para fora do pecado, para viverem em plena comunhão com o Senhor Jesus Cristo. No NT temos vários conceitos sobre a Igreja.

a) Igreja visível e invisível. A Igreja é um só organismo independente dos títulos e das denominações existentes. Entretanto ela pode ser vista sob dois aspectos: visível e invisível. A Igreja invisível representa singularmente o povo de Deus espalhado em todo o mundo, enquanto que a Igreja visível refere-se à igreja local, a uma comunidade de pessoas num determinado lugar.

b) Corpo universal de Cristo. A Igreja de Cristo como corpo possui diversos órgãos e muitos membros, mas todos trabalham de forma orgânica e harmónica, interligados, em função do corpo. Ela é composta de todos os cristãos autênticos em toda a história do cristianismo (Mt 16.18; 1Co 12.27; Ef 3.10,21; 5.23-32; Hb 12.23). São milhões de membros espalhados pelo mundo. Quando todos cumprem a sua parte, a Igreja se beneficia, mas se algum deles está enfermo espiritualmente e não é logo restaurado, afeta todo o corpo.

c) Igreja local. A igreja local é o lado visível da Igreja que vivencia em sua forma comunitária a mesma herança apostólica, os mesmos ideais de vida, e as mesmas expressões de fé (Rm 16.1; Cl 4.16; Gl 1.2,22; At 14.23). A vida em comunidade foi uma das características predominantes dos cristãos primitivos (At 2.46; 4.32,33; 5.42; 12.5,12). Eles frequentemente se reuniam motivados sempre pela mesma razão: a fé no Cristo ressuscitado.

d) Igrejas domésticas. Como não havia templos cristãos construídos no primeiro século da Era Cristã, os crentes daquela época tinham por hábito reunirem-se nas casas, uns dos outros (1Co 16.19; Rm 16.5,23; Fm v.2). Essas igrejas domésticas acomodavam perfeitamente o corpo de Cristo naquelas localidades. Cada igreja local ou doméstica era a manifestação física e visível da Igreja universal.

II. FUNDAMENTOS DA IGREJA.

O Catolicismo considera erroneamente o apóstolo Pedro, a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou Sua Igreja; e para fundamentar esse ensino, apela, primeiramente, para a passagem de Mateus 16.16-19. “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou. Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.” Dessa passagem, a Igreja Católica Romana deriva o seguinte raciocínio:

  • Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada.
  • A Pedro foi dado o poder das chaves, portanto, Só ele e seus sucessores (os papas) poderão abrir a porta do reino dos céus.
  • Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma.
  • Toda autoridade eclesiástica foi conferida a Pedro, até nossos dias, através da linhagem de bispos e de papas, todos os vigários de Cristo.

Numa simples comparação entre a teologia católica e a Bíblia, a respeito do apóstolo Pedro e sua atuação no seio da Igreja nascente, descobre-se quão contrária à interpretação bíblica é a interpretação católico-romana. Mesmo numa despretensiosa análise do assunto, conclui-se que:

· Pedro jamais assumiu no seio do Cristianismo nascente, a posição e funções que a teologia católica procura atribuir-lhe. O substantivo feminino petra designa do grego uma rocha grande e firme. Enquanto que o substantivo masculino petros é aplicado geralmente a pequenos blocos de rocha, móveis, bem como pedra de arremesso. Pedro é petrosbloco de rocha, móveis, e não “Petra” rochedo grande e firme. Portanto, uma Igreja sobre a qual as portas do inferno não prevalecerão, não pode repousar sobre Pedro.

· De acordo com a Bíblia, Cristo é a Pedra sobre a qual a Igreja está edificada. Dn 2.34; Ef 2.20. Nos versículos acima, “pedra” refere-se à pessoa de Jesus Cristo e não a Pedro. O próprio apóstolo Pedro diz: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular.” (At 4.11; cf  Mc 12.10,11. Ef 2.20; 1Co 10.4 e 1Pe 2.4.)

Dos oitenta e quatro chamados Pais da Igreja Primitiva, só dezesseis acreditaram que o Senhor se referiu a Pedro, quando disse “esta pedra “. Quanto aos outros Pais da Igreja, uns dizem que a expressão “esta pedra” se refere a Cristo mesmo, ou à confissão que Pedro acabara de fazer, ou, ainda, a todos os apóstolos. Só a partir do século IV começou-se a falar a respeito da possibilidade de Pedro ser a pedra fundamental da Igreja, e isto estava intimamente relacionado à pretensão exclusivista do bispo de Roma.


CONTINUA...

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