segunda-feira, 17 de abril de 2017

ELE SUPORTOU A CRUZ...A VIA DOLOROSA...

Is 53:3,4,5 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Introdução. A tarde está ainda começando... Derrepente, uma cena, ou melhor, um tumulto começa a despertar a curiosidade das pessoas que estavam nas ruas apertadas da cidade de Jerusalém. É uma cena muito triste e muito assustadora. Ao que parece, a grande maioria das pessoas que ali estavam nem mesmo sabiam ao certo o que estava acontecendo. A cena que se desenrola foi descrita por cada um dos quatro evangelistas do NovoTestamento, e a descrição é quase que exatamente a mesma: Quando cansaram das chicotadas, tiraram-lhe o manto e o vestiram de novo com suas roupas. Em seguida, levaram-no para crucificá-lo...

Mas se queremos uma melhor descrição da cena podemos seguir o relato como se nós estivéssemos presente ali, um relato que poderia ser de qualquer pessoa ali presente...
Um jovem, de 30 e poucos anos vem sendo conduzido, ou melhor, vem se arrastando conduzido por uma tropa de oficiais da corte romana. Sua aparência não é nada boa, ele está praticamente irreconhecível pois de sua cabeça escorre sangue que se mistura ao sangue que já está coagulado entre os cachos dos seus cabelos e a sua face. Seus  olhos já não abrem em virtude do inchaço causado pelo espancamento que o jovem havia sido exposto pelos soldados romanos, algo que eles sabiam fazer muito bem naqueles que lhes eram entregues. Para piorar as coisas, o jovem ainda carregava um pesado tronco de madeira sobre seus ombros.

I. A VIA DOLOROSA.
Jo 19.16 E levaram Jesus. Carregando sua cruz, ele rumou para o lugar chamado colina da Caveira (em aramaico Gólgota)
Via Dolorosa, do latim, "Caminho da dor" ou simplesmente "Caminho Doloroso". era uma rua, dividida em duas partes dentro da antiga cidade de Jerusalém. Foi neste caminho que toda esta cena se desenrolou. Para a maioria das pessoas que em meio a multidão que a tudo assistia, este era apenas mais um condenado que por uma razão qualquer havia transgredido a qualquer lei do estado romano, e agora pagava pelo seu erro a vista de todos os que ali estavam. Para outros, a cena era muito estranha, afinal eles conheciam o jovem condenado, muitos naquela rua sabiam onde ele morava, quem era ele, conheciam sua mãe e seus irmãos. Ali tinha pessoas que com frequência viram este jovem fazendo o bem, curando muitos enfermos. Ouviram várias vezes falando a respeito do Reino de Deus.

E a cena aterrorizante se segue. Aproximam-se do portão da cidade, e os soldados romanos, com violência lhe tiram uma capa vermelha que eles mesmo haviam posto sobre ele. tirado o manto, o vestem com as suas próprias roupas. ...tiraram-lhe o manto e o vestiram de novo com suas roupas.

II. O INICIO DE TUDO.
Ele foi afligido e torturado, mas não disse uma única palavra. Como a ovelha que é levada ao matadouro ou o cordeiro para ser tosquiado, ele aceitou tudo em silêncio. A justiça falhou, e ele foi levado — alguém de fato sabia o que estava acontecendo? Morreu sem pensar no próprio bem-estar, golpeado e sangrando pelos pecados do meu povo. Eles o sepultaram com os maus, e o jogaram num túmulo com os ricos, Embora nunca tivesse feito mal a ninguém ou dito uma palavra que não fosse verdadeira.Is 53:7-9 - Bíblia A Mensagem

Porém, não chegaremos a este cruel espetáculo pelas ruas estreitas de Jerusalém, sem que antes voltemos um pouquinho na história e encontremos nosso mestre reunido com os seus discípulos naquela que seria suas últimas horas antes que fosse entregue a seus algozes, antes de ser preso, crucificado e morto. Foram sem dúvida, horas bem difíceis mesmo para aquele que é apresentado pelas Sagradas Escrituras como o autor da fé, aquele que começou e terminou a corrida que devemos correr... Hb 12.2 Mantenham os olhos em Jesus, que começou e terminou a corrida de que participamos. Observem como ele fez. Porque ele jamais perdeu o alvo de vista... (Bíblia A Mensagem)

1. NO CENÁCULO. 
Lc 22.44 "O seu suor era como gotas de sangue caindo no chão."
Agora, o que encontramos é o Senhor JESUS reunido com seus discípulos. Só que  desta vez, esta reunião, apresenta um clima meio sombrio, triste, diferente de tantas outras vezes em que eles estiveram juntos neste mesmo lugar. Havia um silencio que prenunciava que alguma coisa importante estava para ser dita, e isto causava um misto de apreensão e medo. Era uma situação estranha, afinal foi o próprio Senhor Jesus que havia escolhido cada um  daqueles que estavam ali, eles eram todos considerados seus amigos. Jo 15:15 Eu não chamo mais vocês de servos, pois o servo não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai. Mas entre eles, infelizmente, havia um traidor... (v.21) e durante o jantar Jesus teve que revelar isto... Ele disse: Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair.

2. NO JARDIM DO GETSÊMANI. 
Lc 22:44 ...São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.
 Após cantarem um hino, Jesus convida os discípulos, exceto Judas que havia se retirado, para irem a um lugar de oração, no monte. No alto monte Jesus não teve como evitar um estado emocional de angustia muito intenso. Jesus sabia todo o mal que lhe estava reservado... Seu estado era de um sentimento de angustia muito grande. Ele usa toda força que lhe resta e busca ao Pai em oração. O seu suor misturava-se a gotas de sangue caindo no chão. O único evangelista que relatou este fato foi um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. Segundo informações da medicina este é um estado raríssimo. Nossos capilares, que são vasos sanguíneos de calibre muito finos em volta dos poros suados, tornam-se frágeis e começam a pingar sangue misturado com suor. Segundo a descrição médica, tal fenômeno é  causado em decorrência de um estado de fraqueza física extrema acompanhada de abatimento moral violento, um profundo estado de emoção, e grande medo. Em resumo, as condições físicas e psicológicas não eram favoráveis ao nosso Mestre. As cenas que seguem a partir deste momento não tem como ser descrita com palavras humanas. E, como nada é tão ruim que não possa piorar, no momento que Ele mais precisava, foi abandonado por todos os seus amigos... Mt 26:56 ...Então todos os discípulos abandonaram Jesus e fugiram. O Salmista, no Salmos 22.11-16 descreve com riqueza de detalhes os sofrimentos que o Mestre teve de enfrentar nesta hora... Não te afastes de mim, pois o sofrimento está perto, e não há ninguém para me ajudar. Como touros, muitos inimigos me cercam; todos eles estão em volta de mim, como fortes touros da terra de Basã. Como leões, abrem a boca, rugem e se atiram contra mim. Já não tenho mais forças; sou como água derramada no chão. Todos os meus ossos estão fora do lugar; o meu coração é como cera derretida. A minha garganta está seca como o pó, e a minha língua gruda no céu da boca. Tu me deixaste como morto no chão. Um bando de marginais está me cercando; eles avançam contra mim como cachorros e rasgam as minhas mãos e os meus pés.

Ali no Getsêmani, Judas se aproximou de Jesus e com um beijo em sua face, deu o sinal para que os romanos chegassem e o prendessem. Jesus é amarrado por seus algozes conduzido como um marginal. Jo 18:12 Em seguida os soldados, o comandante e os guardas do Templo prenderam Jesus e o amarraram. Jesus, é traído por Judas, preso pelos judeus e abandonado por seus amigos. Ele é forçado a andar aproximadamente 4Kms, depois de uma noite inteira sem comer e sem dormir. Ainda sofreu angústias de pelo menos seis tediosos julgamentos.

a. Na corte de Anás, sogro do Sumo-Sacerdote. 
Jo 18:13 E conduziram-no primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano. 
Jesus é questionado por Anás, e é golpeado de forma covarde na face por um soldado. As perguntas feitas a Jesus diziam respeito a seus seguidores e seus ensinamentos, nada que pudesse colocar em cheque o sumo Sacerdote ou qualquer pessoa ali presente. E Jesus simplesmente responde: Eu sempre falei a todos publicamente. Ensinava nas sinagogas e no pátio do Templo, onde o povo se reúne, e nunca disse nada em segredo... Então, por que o senhor está me fazendo essas perguntas? Pergunte aos que me ouviram, pois eles sabem muito bem o que eu disse a eles. Um dos guardas do Templo, sem nenhuma razão para isso, deu-lhe uma bofetada e disse: Isso é maneira de falar com o Grande Sacerdote?

b. Em seguida, foi conduzido a Caifás.  
Depois Anás envia Jesus, ainda amarrado, para seu genro, Caifás, o Grande Sacerdote.
Jo 18:24 Então Anás o enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote.

c. Ao amanhecer, Jesus é conduzido ao Sinédrio, o supremo tribunal dos judeus.
Jo 18:28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório...
O dia mal tinha começado... Talvez o sol até apresentasse seu brilho, Mas este seria um dia diferente de tantos outros.... Jesus agora é conduzido da casa de Caifás para o palácio do Governador romano. tudo feito a pé e de forma muito desconfortante. Os líderes judeus, os mesmos que pediam sua morte, não entram no palácio, estavam preocupados em "continuar" puros. Quanta ironia!.... Pensavam eles que agindo assim poderiam comer da Páscoa... Mas, o que seria a pascoa para eles?

Testemunhas são apresentadas.
Mentiras, mentiras e mais mentiras, é o que acontece em uma seção realizada neste tribunal. Os depoentes, todos comprados ou convencidos contra Jesus, contam suas histórias que não se combinam umas com as outras. Alguns deles se levantam e o acusam dizendo: Nós ouvimos quando ele disse: “Vou destruir este Templo que foi construído por seres humanos e, em três dias, levantarei outro que não será construído por seres humanos.” Mc 14:56-59. Uma tentativa inútil de tentar criminalizar aquele que sem pecado, haveria de entregar sua vida por nós pecadores.

d. Jesus é conduzido a Pilatos.
Lc 23:1 E levantando-se toda a multidão deles, conduziram Jesus a Pilatos.
Os judeus, insatisfeitos resolvem conduzir Jesus ao Governador Pôncio Pilatos, que sem saber o que fazer e descobrindo que Jesus era da região governada por Herodes, o envia para ele. Herodes estava em Jerusalém naquela ocasião.

e. Jesus é enviado a Herodes.
Lc 23:6-7 Então Pilatos, ouvindo isso, perguntou se o homem era galileu; e, quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém.
Herodes até recebe Jesus com certa alegria, mas não alegria de alguém que encontra um bem precioso, como fez Zaqueu. A alegria de Herodes era um misto de curiosidade e ironia. Lc 23:8 Ora, quando Herodes viu a Jesus, alegrou-se muito; pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; e esperava ver algum sinal feito por ele. Herodes e os seus soldados zombam de Jesus e o tratam com desprezo. Colocam nele uma capa luxuosa e o mandam de volta para Pilatos.

f. De volta a Pilatos.
Lc 23:11 Herodes, porém, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o com uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos. Pilatos, pressionado pela multidão, cede, e Jesus é entregue aos soldados e sofre um violento espancamento físico. Jo 19.1 Nisso, pois, Pilatos tomou a Jesus, e mandou açoitá-lo.

III. O SOFRIMENTO ATÉ A CRUZ.
Mateus 27:26  ...tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.
Pilatos dá ordens para os soldados chicotearem o Senhor Jesus. Os soldados amarram nosso Mestre a um poste, suas roupas lhe são tiradas e suas costas ficam inteiramente exposta. O instrumento usado pelos carrascos romanos era um chicote que chamavam "flagelum" e consistia de pequenas partes de ossos e metais unidos a vários cordões de couro. O número de açoites não é registrado, porém o costume era de que fosse 40, reduzido para 39, para prevenir golpes excessivos por um erro de contagem. Dt 25.3 O máximo que alguém pode receber são quarenta chicotadas; mais do que isso seria humilhar um israelita em público. Mas esta, era apenas mais uma lei dos judeus... não  tinha valor algum contra a crueldade dos soldados romanos.

Durante as chicotadas, a pele era arrancada das costas, expondo uma massa de músculo e osso ensanguentada. A perda de sangue pelo espancamento era inevitável causado extremo enfraquecimento da vítima, as vezes ao serem expostos a tal infortúnio, muitos ficavam inconsciente ou era mesmo levado a óbito. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. Suas forças vão se esvaindo, e um suor frio vai lhe impregnando a fronte. Sua cabeça começa a girar em vertigens e náuseas. Calafrios lhe correm ao longo das costas. Os soldados lhe vestem com uma capa vermelha, fazem  uma coroa de ramos de acácia cheios de espinhos, e com extrema violência colocam em sua cabeça. Colocaram um bastão na sua mão direita, e começaram, um após  outro a se ajoelhar diante dele e a caçoar, dizendo: Viva o Rei dos Judeus!  e Cuspiam nele... Mt 27:28-30. Os judeus pegaram-lhe o bastão e por várias vezes bateram na sua cabeça, e os longos espinhos mais duros do que acácia, que os algozes haviam entrelaçados fazendo uma espécie de capacete, penetravam violentamente no couro cabeludo, fazendo-o sangrar ainda mais.  

1. A SEVERIDADE DO ESPANCAMENTO.
Pela via dolorosa Em Jerusalém chegou, Certo homem carregando uma cruz. Multidões queriam ver, O homem condenado a morrer...
Is 50.6. Ofereci as minhas costas aos que me batiam e o rosto aos que arrancavam a minha barba. Não tentei me esconder quando me xingavam e cuspiam no meu rosto.

Is 52.14. Muitos ficaram horrorizados quando o viram, pois ele estava tão desfigurado, que nem parecia um ser humano.

Is 53.4,5,7. "Ele foi oprimido e afligido"

Ele estava tão ferido, E sangrava sem parar, Coroado com espinhos Ele foi
E em dor podia ver, O homem condenado a morrer...

Após toda esta sessão de espancamento, conduzem o Senhor Jesus por um trajeto curto mais muito complicado. este caminho ficou conhecido como "A VIA DOLOROSA". Exatamente em razão do sofrimento imposto ao Senhor Jesus. A distância percorrida por esta via até o local da crucificação era de 595 metros

Jesus afadigado ia arrastando os pés, um após o outro. Não tinha mais forças e com frequência caia de joelhos. Nos ombros cobertos de chagas, conduzia uma barra transversal da cruz, chamada "patibulum" que pesava entre 36 a 50 kg. A cada tombo,a viga lhe escapava, escorregava do ombro e lhe esfola o dorso. Os soldados vendo que Jesus estava fraco demais, dão ordem a um homem chamado Simão que o ajudasse. Mt 27:32 Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus.

IV. A CRUZ 
Sl 22:16-18 Um bando de marginais está me cercando; eles avançam contra mim como cachorros e rasgam as minhas mãos e os meus pés. Todos os meus ossos podem ser contados. Os meus inimigos me olham e gostam do que veem. Eles repartem entre si as minhas roupas e fazem sorteio da minha túnica. 

Finalmente chegamos ao Calvário, lugar onde tem inicio a crucificação... 
Os carrascos começam despojado nosso Mestre, mais sua túnica está colada em suas chagas, e tirá-las produzia uma dor atroz. Cada fio do tecido havia aderido a carne viva, que ao ser puxado laceravam as suas terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento, o sangue começa a escorrer. Há um risco de toda aquela dor provocar a perda dos sentidos devido a deficiência de irrigação sanguínea no encéfalo, mas ainda não é o fim...

Jesus é deitado de costas, suas chagas se incrustam entre o pó e os pedregulhos. Ele é colocado sobre o braço horizontal da cruz, e com longos pregos pontiagudos e quadrados de 18 cm de comprimento por 1 cm de diâmetro, o plantam sobre o madeiro... A cada martelada o Mestre contrai o rosto assustadoramente. O nervo mediano e lesado e uma dor agudíssima se fundi pelos dedos espalhando-se por todo o ombro, atingindo o cérebro. Parte do nervo é destruído, e a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego. Ao ser suspenso na cruz, o nervo se estica fortemente, e a cada movimento, as dores dilacerantes causando um suplício que dura horas. Talvez fosse a dor mais insuportável que um homem pudesse suportar.

O carrasco e seu ajudante elevam a Jesus, colocando-o primeiro sentado, depois em pé, consequentemente fazendo-o tombar para trás o encostando na estaca vertical.
Rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros esfregam-se dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram ainda mais no seu crânio.

No centro do poste havia um suporte que chamavam de "sédice" ou "sedulum" e que servia para sustentar a vítima. A parte da cruz que fora conduzida chamada de "patibulum " era levantada sobre o poste. Os pés da vítima eram então pregados ao poste. Para permitir isto, os joelhos teriam que ser dobrados e girados lateralmente, deixando numa posição muito desconfortável. Tendo sofrido pelo espancamento e pelas chicotadas, Jesus sofreu de severamente de uma diminuição anormal do volume do sangue.. Já não tenho mais forças; sou como água derramada no chão. Todos os meus ossos estão fora do lugar; o meu coração é como cera derretida. A minha garganta está seca como o pó, e a minha língua gruda no céu da boca. Tu me deixaste como morto no chão. Sl 22:14-15 
Quando a cruz foi erguida verticalmente há uma tensão fortíssima sobre os pulsos, braços e ombros, resultando no deslocamento dos ombros e das juntas dos cotovelos.

Os braços eram presos para cima e para fora, mantendo a caixa torácica numa fixa posição inspiratória que dificultava extremamente o exalar impossibilitando-o de da inspiração do ar.

Jesus tem sede, pois não bebeu água desde a tarde anterior, um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara com uma esponja com uma espécie de bebida ácida em uso entre os militares. Jesus se nega a beber. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuado. Os músculos dos ombros são esticados e levantados, fazendo com que os seus dedos se curvem como acontece com alguém ferido e os médicos chamam de tetania.

Os músculos do abdômen também se enrijecem em ondas imóveis. A respiração se faz pouco a pouco mais curta. O ar entra mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Ele agora tem sede de ar... Como um asmático em plena crise, seu rosto vai ficando pálido pouco a pouco  se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico. Envolvido pela asfixia seus pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está suada, os olhos saem fora de órbita. Seu corpo é uma mascara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta seca lhe queima, mas ele não pode engolir.

Lentamente, com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés suportado pelo "sedulum", os seus braços são puxados para cima. Com os músculos respiratórios esticados a sua respiração torna-se relativamente fixa enquanto a dispneia se desenvolve. A dor nos braços e pulsos vai aumentando e Jesus é forçado a levantar o corpo do "sedulum", transferindo desse modo novamente o peso do corpo aos pés. A respiração torna-se mais fácil, mas por pouco tempo. Com o peso do corpo sendo exercido pelos pés, a dor nos pés e pernas também vão aumentando e quando a dor se torna insuportável ele vai baixar outra vez para o "sedulum".

Jesus esforça-se e a pequenos golpes, e se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem, a respiração torna-se mais ampla e profunda e os pulmões se esvaziam. com esta ação o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". 

Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases na cruz: cada vez que ele queria falar, elevava-se tendo como apoio o prego dos pés. 

Atraídas pelo sangue que escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas Ele não pode enxotá-las. Enquanto o tempo passa, os músculos, em razão da perda do sangue e pela falta de oxigênio e também da posição fixa do corpo, passa por severas cãibras e Jesus tem terríveis contrações espasmódicas. O céu escurece, o sol se esconde e derrepente, a temperatura diminui e logo serão três horas da tarde...

Devido à pouca respiração, os pulmões de Jesus começa a ter um colapso em pequenas áreas causando baixo teor de oxigênio. Todas as dores, a sede, as cãibras,a asfixia, e o latejar dos nervos medianos lhe arrancam um lamento. Mt 27.47 Às três horas da tarde, Jesus gritou bem alto: —"Eli, Eli, lamá sabactani?" Essas palavras querem dizer: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?  

O tempo médio de sofrimento antes da morte por crucificação é indicada: aproximadamente dois a quatro dias. Embora existiam casos relatados em que a vítima viveu por nove dias. As causas mortis por crucificação eram de múltiplos fatores. Jesus teve uma morte física rápida. Pilatos ficou admirado quando soube que Jesus já estava morto. Chamou o oficial romano e perguntou se fazia muito tempo que Jesus tinha morrido. Mc 15:44

Os soldados foram e quebraram as pernas do primeiro homem que tinha sido crucificado com Jesus e depois quebraram as pernas do outro. Mas, quando chegaram perto de Jesus, viram que ele já estava morto e não quebraram as suas pernas. Jo 19:32-33

V. JESUS DEU A SUA VIDA.
O Pai me ama porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer.  Jo 10:17-18; 

Jesus finalmente seu último suspiro: "está consumado" em seguida ele entrega seu EspíritoAí Jesus gritou bem alto: - Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Depois de dizer isso, ele morreu. Lc 23:46

Jesus... Morreu em meu e em teu lugar!

1. A HISTÓRIA NÃO TERMINA AQUI.
Porém, quando entraram, não acharam o corpo do Senhor Jesus... 

Manhã de domingo... Algumas mulheres, ainda em estado de profunda compulsão acordam bem cedo no domingo e juntas saem para prestarem uma ultima homenagem ao Mestre... Já era este o terceiro dia da sua crucificação... Mc 16:1,2 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol.

Que surpresa... as mulheres queriam prestar sua ultima homenagem, mas encontram o sepulcro vazio, Jesus não estava mais ali... entrando no sepulcro, viram um moço sentado à direita, vestido de alvo manto; e ficaram atemorizadas. Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui... Mc 16.5,6

A Cruz foi apenas o instrumento onde o Senhor Jesus entregou a sua vida em nosso lugar, hoje, neste domingo de Páscoa somo convidados a participarmos, corrermos sem nunca desistir, e no final, sem que percamos o alvo de vista possamos estar jubilosos ao lado do nosso Deus.
 ...Comecem a correr — e nunca desistam! Nada de gordura espiritual extra, nada de pecados parasitas. Mantenham os olhos em Jesus, que começou e terminou a corrida de que participamos. Observem como ele fez. Porque ele jamais perdeu o alvo de vista — aquele fim jubiloso com Deus. Ele foi capaz de vencer tudo pelo caminho: a cruz, a vergonha, tudo mesmo. Agora, está lá, num lugar de honra, ao lado de Deus. Quando se sentirem cansados no caminho da fé, lembrem-se da história dele, da longa lista de hostilidade que ele enfrentou. Será como uma injeção de adrenalina na alma!
Hb 12:1-3 - Bíblia A Mensagem


Bibliografia: Relato médico pelo Dr. Barbet (médico francês) 

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