terça-feira, 1 de outubro de 2019

O terceiro Aspecto da Salvação, a Regeneração

Jovens e Adultos - Soteriologia, a doutrina da salvação.
Lição 4 - 
Leitura em Classe: 2Pe 1:3-11  
3. Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. 4. Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça. 5. Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; 6. ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; 7. à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. 8. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. 9. Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados. 10. Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois, se agirem dessa forma, jamais tropeçarão 11. e assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Introdução: Para melhor compreensão do termo “regeneração”, podemos dizer que pelo aspecto divino, uma mudança de coração é chamada de “regeneração”, ou de “novo nascimento”. O conceito quando visto do lado humano, muda sua forma e pode ser chamada de “conversão”. Na regeneração, a alma é passiva; ela apenas “recebe” de Deus. Na conversão, ela é ativa, e neste caso, aqui existe uma “entrega” a Deus.

I. A NATUREZA HUMANA.
2Pe 1:4 pelas quais ele nos tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.
Para que haja a concessão de uma nova natureza no que diz respeito à regeneração, deve acontecer primeiro a produção de uma nova criação (2Co 5:17). No entanto, a regeneração não implica em uma mudança substancial da alma. A Bíblia vai declarar repetidas vezes, que o homem precisa ser regenerado antes de poder ver a Deus. E esta afirmação é reforçada pela razão e pela consciência. A santidade é uma condição indispensável para sermos aceitos na comunhão com Deus. Mas toda a humanidade é pecadora por natureza, e quando chega a consciência moral, torna-se culpada de transgressão real. Portanto, em seu estado natural, a humanidade não pode ter comunhão com Deus. Agora, esta mudança moral no homem somente pode ser feita por um ato do Espírito Santo. Ele regenera o coração e comunica a este a vida e a natureza de Deus.
As Escrituras mostram que esta experiência é o desenvolvimento de um novo nascimento, pelo qual o homem se transforma em Filho de Deus (Jo 1.12). Por natureza, os homens são:
  • Filhos da ira (Ef 2:3);
  • Filhos da desobediência (Ef 2:2);
  • Filhos do Mundo (Lc 16:8);
  • Filhos do Diabo (Mt 13.38; 23.15; At 13.10; 1Jo 3.10).

Esta última expressão é usada especialmente para os que rejeitaram a Cristo, em Jo 8:44. Somente o novo nascimento pode produzir uma natureza santa dentro dos pecadores de modo a tornar possível a comunhão com Deus.

1. OS MEIOS DA REGENERAÇÃO.
A Escritura apresenta a regeneração como obra de Deus. Mas há numerosos meios e agências envolvidos na experiência, que faremos bem em notar.
  •  A Vontade de Deus. Somos nascidos “da vontade de Deus” (Jo 1:13). As palavras de Tiago esclarecem ainda mais: Pois, segundo seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade(Tg 1:18).
  • A Morte e Ressurreição. O novo nascimento é condicionado à fé no sacrifício expiatório do Senhor Jesus Cristo (Jo 3:14-16). A ressurreição de Cristo está igualmente envolvida em nossa regeneração 1Pe 1:3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
  • A Palavra de Deus. Um dos principais agentes para a regeneração, como visto em Tg 1.18, é a Palavra de Deus Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”. Aqui cabe a explicação. O pensamento expresso em Jo 3:5; 1Pe 1:23, referente à água, não diz respeito ao batismo, pois o mesmo é evidenciado pelo fato de que em Ef 5:26 a purificação é relacionada à Palavra. Deve-se explicar Tt 3:5 da mesma maneira, pois é claro que a água não tem poder regenerador. Paulo havia gerado os Coríntios mediante o Evangelho (1Co 4:15), mas havia batizado apenas alguns deles (1Co 1:14 16). Zaqueu (Lc 19:9), o ladrão arrependido (Lc 23:42-43, e Cornélio (At 10:47) foram declarados salvos antes de terem sido batizados).
  • O Espírito Santo. Finalmente temos aqui o agente eficaz real no processo da regeneração, o Espírito Santo (Jo 3:5; Tt 3:5). A verdade não constrange a vontade por si só; além disso, o coração não regenerado odeia a verdade até ser trabalhado pelo Espírito Santo. O Senhor Jesus disse acerca do Espírito Santo, em Jo 16:8: Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. 

CONCLUSÃO:
Rm 8:16,17 O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiro de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
Aquele que é nascido de Deus recebe condições para ser vencedor diante das inúmeras tentações que podem advir sobre ele (1Jo 3.9; 5.4,18). Isto indica que o salvo tem, em Deus, uma vida vitoriosa e contínua.  A regeneração como processo de Deus na salvação do homem, o leva entre outras coisas as seguintes atitudes:
  • Amar aos irmãos (1Jo 5.1),
  • Amar a Palavra de Deus (Sl 119.97; 1Pe 2:2),
  • Amar seus inimigos (Mt 5.43-48),
  • Amar as almas perdidas (2Co 5.14).

A pessoa regenerada goza de certos privilégios como Filho de Deus, como:
  • Satisfação de nossas necessidades (Mt 6:31,32),
  • Revelação da vontade do Pai (1 Co 2:10-12),
  • A guarda e o socorro divino (1Jo 5:18).  


O homem que é nascido de Deus é herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo Embora o entrar realmente no gozo da herança ainda esteja no futuro, o filho de Deus já agora tem um penhor dessa herança na dádiva do Espírito Santo (Ef 1:13,14). É claro que estes resultados não são diferentes visíveis aos olhos do mundo, mas são, não obstante, muito reais para aquele que nasceu para a família de Deus.

FÉ, O SEGUNDO ASPECTO D A SALVAÇÃO

SOTERIOLOGIA, A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
Jovens e Adultos - Lição 3

Texto Devocional:
Ef 2.8 Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;

LEITURA EM CLASSE: Hb 11.1-13. 1 Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. 2 Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho. 3 Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível. 4 Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala. 5 Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; "e já não foi encontrado, porque Deus o havia arrebatado", pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus. 6 Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam. 7 Pela fé Noé, quando avisado a respeito de coisas que ainda não se viam, movido por santo temor, construiu uma arca para salvar sua família. Por meio da fé ele condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé. 8 Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo. 9 Pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa. 10 Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus. 11 Pela fé Abraão - e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade - recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa. 12 Assim, daquele homem já sem vitalidade originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e tão incontáveis como a areia da praia do mar. 13 Todos esses viveram pela fé e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra.

Introdução:  Fé é uma palavra do NT, Ela ocorre apenas duas vezes no AT (Dt 32.20; Hc 2.4). A palavra equivalente no AT e “confiança” que em suas formas correlatas ocorrem mais de 150 vezes como a tradução de varias palavras hebraica diferente. Para compreendermos o termo “fé”, no NT podemos partir de um termo grego “pistisque tem tanto o sentido de “fidelidade” (Rm 3.3), quanto o de confiança (Mc 11.22). No AT o termo apontava mais para uma espécie de relacionamento entre partes de um contrato em que deveria haver promessas fidelidade. Mais tarde, este mesmo termo passou a indicar, num sentido mais lato da palavra, a credibilidade nas declarações, algo como relatórios e narrativas em geral, que bem podiam ter alguma indicação sacra ou secular. No grego do Novo Testamento, o termo ganhou uma importância especial e passou a ter um conteúdo bem mais específico ao apontar para a possibilidade de relacionamento entre Deus e os homens. isto dando ao termo a seguinte definição: Fé é a aceitação e reconhecimento, em plena confiança, daquilo que Deus fez ou prometeu através de seu Filho o Senhor Jesus Cristo.

I. DEFINIÇÃO DO TERMO.
A fé é a virtude básica no NT (1Co 13.13; Hb 11.6; 2Pe 1,5-7). Segundo a opinião de alguns teólogos não existe nenhuma definição formal do termo na Bíblia, inclusive no texto de Hebreus 11.1, que às vezes mencionamos como definição. “As palavras famosas com as quais este capítulo é aberto não são tanto uma definição, mas uma descrição. Elas não são uma definição, pois não indicam, como disse Tomas de Aquino, a essência da fé. Elas nos dizem o que a fé produz, e não o que ela é. Suas questões, ao invés da sua natureza. A ‘fé’, diz o escritor, e a base das coisas que se esperam e a demonstração de objetos não vistos’. Isto é o que a fé é em seus resultados”. (Dean F. W. Farrar)
No catolicismo, fé é a primeira das três virtudes teologais seguida pela esperança e a caridade. O termo vem do latim “fide” e indica a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão. O termo fé surge em algumas expressões populares e também no contexto legislativo, como por exemplo:
  • Fazer fé. Acreditar em alguém ou em algum fato, ter esperança.
  • Dar fé. Afirmar como verdade.
  • Boa fé. Forma de agir honestamente, sem quebrar compromisso.
  • Má fé. Agir de forma intencional para prejudicar terceiros.

Na Bíblia podemos encontrar pelo menos três diferentes tipos de fé:
  • Fé Natural. É inato ao homem, nascemos acreditando em alguma coisa.
  • Fé salvadora. É a fé que faz o homem se aproximar de Deus.
  • Fé Sobrenatural. A fé que se recebe através dos dons espirituais.

A fé que nos interessa neste estudo é a fé salvadora que funciona em relação a alma do próprio indivíduo.

II. RELAÇÃO DO TERMO NO QUE DIZ RESPEITO À SALVAÇÃO.
Rm 10.9 Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação.
A fé salvífica é mais que um sentimento do intelecto humano ou consentimento da vontade. Embora tanto intelecto quanto vontade estejam envolvidos no ato de crer na Pessoa do Senhor Jesus Cristo.

1. NO ANTIGO TESTAMENTO.
Uma vez que o termo hebraico, aman, pode ser aplicado tanto aos homens, quanto ao próprio Deus, no AT, é fácil perceber possibilidade de relação e de fidelidade entre a criatura e o criador. Quanto a Deus, esta relação se estabelece no que diz respeito a Sua aliança e graça. No que diz respeito ao homem, fala de uma aproximação de entrega e fidelidade. Dt 7.9 Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é que é Deus, o Deus fiel, que guarda o pacto e a misericórdia, até mil gerações, aos que o amam e guardam os seus mandamentos; No AT o termo “fé” é encontrado apenas duas vezes (Dt 32:20; Hc 2:4). Isso não significa, entretanto, que a fé não seja elemento importante no ensino do AT, pois ainda que a palavra não seja frequente, a ideia, o é. É usualmente expressa por verbos tais como “crer”, “confiar” ou “esperar”, os quais ocorrem com grande abundância.

2. NOVO TESTAMENTO.
No NT, a fé é altamente proeminente. O substantivo “pistis” e o verbo “pisteuõ” ocorrem ambos mais de 240 vezes, enquanto que o adjetivo “pistos” ocorre 67 vezes. O pensamento predominante é a ação de Deus em enviar Seu Filho para ser Salvador do mundo. Cristo realizou a salvação ao entregar Sua vida de forma expiatória na cruz do Calvário. Portanto, a fé se relaciona com a atitude mediante a qual o homem, após crer no sacrifício de Cristo, abandona sua vida de pecado, abrindo mão de toda a confiança em seus próprios esforços para confiar em Deus e Seu Filho Jesus Cristo. Em João, a fé ocupa um lugar importantíssimo, pois ali o verbo “pisteuõ” é encontrado 98 vezes. Curioso é que o substantivo “pistis” fé, nunca é encontrado. Isso possivelmente se deve ao seu uso em círculos de tipo gnóstico. O enorme uso de “pisteuõ” em João se deve ao próprio objetivo claramente revelado no Evangelho em Jo 20:31. A fé não consiste meramente em aceitar certas coisas como verdadeiras, mas consiste em confiar numa Pessoa, e essa Pessoa é Jesus Cristo. E como a fé é fundamental ao Cristianismo, os cristãos são simplesmente chamados “crentes”. E crer implica em: Confiar (Jo 4:50); Seguir (Jo 8:12); Servir (Jo 13:12-15; 21:15-17); Obedecer (Jo 14:23,24).

3. BENEFÍCIOS DA FÉ.
Exercendo a fé somos justificados (Rm 5.1), e experimentamos o novo nascimento, que é espiritual e procede de Deus (Jo 3.5), e somos recebidos como filhos de Deus (Jo 1.11,12), passando assim a desfrutar de todas as bençãos que em Cristo estão reservadas para os salvos, a saber, “todas as bençãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef 1.3).


ARREPENDIMENTO, O PRIMEIRO ASPECTOS FUNDAMENTAL A SALVAÇÃO

SOTERIOLOGIA, A DOUTRINA DA SALVAÇÃO.
Jovens e adultos - Lição 2 

Texto Devocional: Mc 1:14,15 - Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho. 

Leitura em Classe: Jo 3:1-12 - 1.Havia um fariseu chamado Nicodemos, uma autoridade entre os judeus. 2. Ele veio a Jesus, à noite, e disse: "Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais milagrosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele". 3. Em resposta, Jesus declarou: "Digo a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo". 4. Perguntou Nicodemos: "Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!" 5. Respondeu Jesus: "Digo a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. 6. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. 7. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo. 8. O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito". 9. Perguntou Nicodemos: "Como pode ser isso?" 10. Disse Jesus: "Você é mestre em Israel e não entende essas coisas? Asseguro que nós falamos do que conhecemos e testemunhamos do que vimos, mas mesmo assim vocês não aceitam o nosso testemunho. 12. Eu falei de coisas terrenas e vocês não creram; como crerão se falar de coisas celestiais?

INTRODUÇÃO: Deus em Sua soberania, sempre exerceu pleno poder na execução de Sua vontade, sobre a criação. No entanto, é fácil perceber, ao longo das Escrituras, que, mesmo tendo “TODA AUTORDADE”, Deus nunca a exerceu sobre a humanidade de forma tirana ou irrespeitável. Deus não nos trata como se  fossemos alguma coisa desprovida de inteligência e capacidade de livre vontade e de escolha. Ao contrário, Deus sempre nos permitiu a decisão final, mesmo que tal escolha confronte a Sua própria vontade, que é o de uma entrega voluntária ao Senhor Jesus Cristo e ao plano de salvação que Ele mesmo idealizou. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim.” (Jo 14.6). Sendo pois a Salvação parte de um plano de Deus, exige de nós alguns passos em relação a ele, a saber:

® RECONHECIMENTO DE NOSSO ESTADO. (PECADOR). Precisamos reconhecer o nosso estado de pecador afastado de Deus, e que nesta situação vivemos num estado miserável de separação de Deus. “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus.” (Rm 3:23).

® ARREPENDIMENTO DE NOSSA CONDUTA. (MUDANÇA DE MENTE). Uma vez compreendendo nosso estado de pecador, compreendemos que somente tomando a decisão de dar meia volta em nosso caminho poderemos ser libertos desta situação de escravo e de erro. “...Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!(Mt 3.2).

® RECEBIMENTO DA SALVAÇÃO. (MUDANÇA DE ATITUDE). Receber a Pessoa do Senhor Jesus Cristo como Salvador, é o principal passo que precisamos dar em direção à salvação. Sem esta decisão, nunca sairemos de nosso estado de pecado. “Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos.” (Ap 3.20).

I. PRIMEIRO ASPECTO: O ARREPENDIMENTO.
Se você disser com a sua boca: Jesus é Senhor e no seu coração crer que Deus ressuscitou Jesus, você será salvo. Porque nós cremos com o coração e somos aceitos por Deus; falamos com a boca e assim somos salvos. Rm 10.9,10.

O termo “ARREPENDIMENTO” vem de uma raiz hebraica naham” e  seu significado indica uma mudança de ideia ou de propósito. No entanto, o conceito do AT, é expressado pelo verbo hebraico shub”, que aponta diretamente para termos como “converter”, ou “retornar”, podendo ser ainda traduzido por “arrepender” (Ez 14.6; 18.30). No NT, a palavra arrependimento parte da tradução do termo grego metanoiacujo significado indica “mudança de pensamento”, e também do verbo metamelomai”, “mudar de atitude”, que é usado pelo menos cinco vezes no texto original.

A doutrina do arrependimento é apresentada de forma muito clara no NT pelo substantivo metanoia” e seu verbo coligado. Onde quer que este substantivo ou verbo ocorra há um convite para que os homens se convertam de seus pecados e busquem a graça de Deus, ou ainda um registro ou referência de uma atitude de arrependimento.  Assim, podemos entender o arrependimento, como a atitude que ocorre naquelas pessoas que se declaram salvos em Jesus Cristo (2Co 7.9,10), sendo o apelo dirigido aos descrentes para que estes tenham este encontro pessoal. Há um nítido desenvolvimento do uso da palavra no NT. João Batista (Mt 3.2,8,11; Mc1.4; Lc 3.3,8) pregava o arrependimento para todo o povo judeu, em vista da vinda repentina do Messias. Seu ministério pode resumido nas palavras de Paulo: “João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto e, em Jesus Cristo” At 19.4. Sendo o ARREPENDIMENTO o primeiro passo para a salvação. É a volta do pecador a Deus. Entre muitas definições, podemos destacar as seguintes:

  • Arrepender-se significa mudar a maneira com pensamos em relação ao pecado e a vontade de Deus, e tomarmos a decisão capaz de conduzir em nossa vida uma transformação de sentimentos e de propósitos em relação a vida de pecado.
  • Arrepender-se é a conceber um sentimento verdadeiro capaz de produzir, em nós, tristeza pelo pecado, e incluir neste sentimento um esforço sincero no sentido de abandoná-lo e mudar de vida.
  • Arrepender-se é confessar a nossa culpa, respondendo de forma positiva o toque do pelo Espírito Santo aplicando esta Lei Divina no nosso coração.

1. A NATUREZA DO ARREPENDIMENTO.
2Co 7:10. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação...”.

A ênfase dos escritos de Paulo aos Coríntios é a existência de uma relação entre sentimentos como tristeza e arrependimento. Neste texto, a tristeza e o arrependimento não indicam, de modo algum, uma mesma coisa. O processo pode ser descrito desta forma: O ser humano, imbuído de um sentimento de tristeza em relação aos seus pecados, tem um encontro com o Senhor Jesus. Como resultado desse encontro, ele se arrepende de seus atos resultando numa mudança de opinião em relação à sua vida sem Deus. A este processo, chamamos “salvação”. O apóstolo estabeleceu dessa forma uma progressão neste processo: Tristeza, arrependimento e salvação. Pelas palavras de Paulo o processo do arrependimento não indica somente o sentimento de tristeza em relação ao pecado, é bem mais do que isto. Arrependimento tem a ver com o pecador que, uma vez sendo alcançado pela salvação, passe a viver sua vida de forma diferente. At 2:38; Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. O real arrependimento envolve pelo menos três faculdades básicas do homem: seu intelecto, suas emoções e sua vontade.
  • Intelecto. O Arrependimento se traduz por uma mudança de pensamento em relação à maneira de pensarmos em Deus, em nossos pecados e nas nossas relações com o próximo. Esta mudança produzida pelo arrependimento é vista como uma atitude radical, pois é capaz de produzir transformação na maneira de viver a vida, e na maneira de enxergar Deus e Sua Palavra.
  • Emoções. Arrependimento também envolve mudar sentimentos. O homem quando se arrepende deixa de amar ou apreciar as coisas que antes amava ou apreciava, mas que o separava de Deus. Seu prazer deixa de se fixar em coisas terrenas para focar de vez as coisas celestiais. O arrependimento, em alguns casos, chega a conduzir o homem ao choro ao descobrir a realidade e as causas de seus pecados. O verdadeiro estado de arrependimento vai fixar os olhos do arrependido na Pessoa de Deus com maior intensidade que no pecado cometido.
  • Vontade. Arrepender-se indica também uma mudança de propósitos. Antes de experimentar o arrependimento, o homem age por sua própria vontade, dirige a si mesmo, e anda no seu próprio caminho. Quando se arrepende, o homem passa a desejar fazer a vontade de Deus, e vai querer ser dirigido por Ele. Isto é resultado do conhecimento de que a vontade e a direção de Deus são sempre as melhores. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável (Sl 51:10).

SOTERIOLOGIA, DEFINIÇÃO E ASPECTOS ESSÊNCIAIS

SOTERIOLOGIA, A DOUTRINA DA SALVAÇÃO.
Lição 1
Texto Devocional. At 4:12 E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.

LEITURA EM CLASSE. Tt 2:11-15
11. Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. 12. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, 13. enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. 14. Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras. 15. É isso que você deve ensinar, exortando-os e repreendendo-os com toda a autoridade. Ninguém o despreze.

Introdução: A salvação, em uma definição bem simples e rápida, pode ser entendida como o ato pelo qual o homem libertar-se do poder e dos efeitos do pecado. O vocábulo no entanto se visto por seus termos originais, pode parecer um pouco mais complicado. Do português o termo "salvação deriva do latim "salvare" (salvar) e de "salus" (saúde, ajuda). O vocábulo é tradução do termo hebraico "yeshu'a" (largura, facilidade, segurança). No grego temos o vocábulo "sõteria" (cura, recuperação, redenção, remédio, salvação, bem estar). Podemos então dizer que "salvação" indica a ação ou o resultado de livramento ou preservação de algum perigo ou enfermidade, subentendendo segurança, saúde e prosperidade.

I. A SALVAÇÃO, OS SEUS TERMOS NA LINGUAGEM ORIGINAL.
Na Bíblia o termo salvação parte de seus aspectos mais físicos para uma designação de seu aspecto moral e espiritual de livramento. As porções mais antigas do AT dão ênfase a salvação como os meios em que Deus de forma individual concede a Seu povo o escape das mãos de seus inimigos, emancipado-os da escravidão e os estabelecendo numa terra de abundância. Neste caso a referência é diretamente relacionada ao povo de Israel. Já nas porções posteriores, os textos bíblicos vão recair numa ênfase das condições e qualidades morais e religiosas e estendem suas amenidades além das fronteiras nacionais. Em primeira instância, na linguagem original temos dois termos que foram traduzidos para o português como salvação.

  • "sõzõ" (verbo). salvar
  • "sõtêria", (substantivo). salvação.
Ambos os termos apontam o "salvamento" e a "libertação" no sentido de evitar algum perigo que traga ameaça a vida. Podendo ocorrer na guerra ou em alto mar. Entretanto aquilo de que se recebe o livramento pode ser uma doença, e neste caso não se menciona qualquer perigo imediato mas pode significar "conservar" ou "preservar". O verbo e o substantivo podem até significar "voltar com segurança" para casa. Na LXX (Septuaginta, ou Tradução dos Setenta), "sõzõ" traduz nada menos  que 15 verbos hebraicos diferentes. Dentre eles, destacamos  dois  considerados mais importantes:

  • "yãsa", libertar/salvar, e
  • "mãlat", escapulir/escapar/salvar".
E embora "Iahweh" empregue agentes humanos, o israelita piedoso tinha consciência do fato do livramento vir do próprio Iahweh  Sl 12:1,2 Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis  desapareceram dentre os filhos dos homens Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobre. Mas o conteúdo exato dessa libertação ou salvação varia de acordo com o contexto e as circunstâncias. Sl116:12, 13 Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.  Temos na expressão "o cálice da salvação" neste texto de Salmos, pelo menos, quatro interpretações sugeridas: 


  1. Uma libação de vinho que fazia parte da oferta de ações de graças. Nm 28.7 A oferta de libação do mesmo será a quarta parte de um him para um cordeiro; no lugar santo oferecerás a libação de bebida forte ao Senhor. (LIBAÇÃO: Ato que consiste na aspersão  de um líquido em intenção de uma divindade)
  2. Uma metáfora da libertação, e o antônimo da taça da ira de Iahweh. Is 51.17 Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do Senhor o cálice do seu furor; que bebeste da taça do atordoamento, e a esgotaste. Jr 25.15 Pois assim me disse o Senhor, o Deus de Israel: Toma da minha mão este cálice do vinho de furor, e faze que dele bebam todas as nações, às quais eu te enviar.
  3. Um cálice em conexão com alguma ordem específica Nm 5.16-28
  4. Um cálice de vinho tomado na refeição de ações de graças. Sl 23.5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
Os melhores intérpretes preferem a primeira dessas alternativas tendo em vista a sua associação com alguma coisa dada a Iahweh. É atraente, no entanto, a sugestão de que semelhante cálice, necessariamente, fica em contraste com o cálice da ira de Deus, e, portanto, esta ideia também pode ser presente. No NT, o verbo "sõzõ" ocorre 106 vezes, e o substantivo "sõtêria", 45 vezes. Ambos apontam para a mesma direção: A graça de Deus, que é a grande fonte de salvação. Ef 2:8,9 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. E ao Filho de Deus, o Salvador do Mundo. Lc 2:11 É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

II. ASPECTOS ESSÊNCIAIS A SALVAÇÃO.
Todos nós, invariavelmente, somos carentes de salvação, e a vontade de Deus é que cada um de nós sejamos salvos. Para consecução deste plano, Deus cuidou da parte mais difícil que foi a de enviar o seu próprio Filho, o Filho Unigênito e Amado, o Senhor Jesus Cristo. Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Jo 3.16.  O único e verdadeiro caminho para a vida eterna é o Senhor Jesus, que disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim. (Jo 14.6). É Ele próprio que convida o pecador para receber a salvação: Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos. Ap 3.20. No entanto, a salvação também exige alguns passos importantes de nossa parte, a saber:


  1. RECONHECIMENTO DE NOSSO ESTADO. Precisamos reconhecer nosso estado como pecadores, entendendo que por esta razão, estamos afastado de Deus numa situação inevitavelmente miserável. Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus. Rm 3:23.
  2. ARREPENDIMENTO DE NOSSA CONDUTA. Ao reconhecermos nosso estado pecador, devemos tomar a decisão de dar meia volta e seguirmos um caminho em direção oposta ou diferente da que estávamos seguindo. ...Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto! Mt 3.2.
  3. RECEBIMENTO DA SALVAÇÃO. Receber Jesus como Senhor e Salvador, é o principal passo em direção a salvação. O texto bíblico é  muito claro no que se refere a esta condição. Jesus é Senhor e se no nosso coração crermos que Deus ressuscitou Jesus, seremos salvo. Porque nós cremos com o coração e somos aceitos por Deus; falamos com a boca e assim somos salvos. Rm 10.9,10.

A ÚLTIMA SEMANA DE DANIEL

  Texto Básico: Dn 9.26,27 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir...