terça-feira, 15 de novembro de 2016

A ABSOLUTA NEGAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL VALE DAS BÊNÇÃOS EM BACAXÁ, SAQUAREMA – RJ.
"TEOLOGIA, A DOUTRINA DE DEUS”.
LIÇÃO II A ABSOLUTA NEGAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS.

Texto Básico: Salmos 19:1-14 1 - OS céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. 2 - Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. 3 - Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. 4 - A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, 5 - O qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho. 6 - A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor. 7 - A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá sabedoria aos símplices. 8 - Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro, e ilumina os olhos. 9 - O temor do SENHOR é limpo, e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. 10 - Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. 11 - Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa. 12 - Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. 13 - Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. 14 - Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!

Introdução: A Palavra Teologia vem de dois termos gregos: "theos" que significa Deus, e "logos" que significa discurso/ciência, ou tratado. Por se tratar de uma ciência, o estudo da Teologia costuma trilhar por alguns diferentes caminhos que devem ser analisados no sentido de que não fique dúvidas ou mesmo confusão entre as diversas contextualizações. O estudo da Teologia pode caminhar pelos seguintes argumentos:

➡ A Teologia, Estudo ou Ciência de Deus. Esta é a Teologia que investiga tudo o que diz respeito a Pessoa Deus. Por isso, ela também se interessa pelo papel dos homens na história e pela moral. Distinguindo-se essencialmente como teologia revelada, apoia-se naquilo que considera ser a Palavra de Deus, isto é, nos textos da Bíblia, e em teologia natural, apoiando-se na experiência e razão humanas.

Teologia natural ou racional. É a ciência do ser divino ou do ser perfeito, a parte da *metafísica que trata da existência de Deus e de seus atributos, com base exclusivamente na razão humana.

Teologia dogmática ou revelada. Este tipo de teologia se baseia na tradição cristã, sua exposição sistemática e argumentada nos dogmas da fé e das verdades reveladas, com base nos textos sagrados. Pode ser mais bem definida nas definições dos termos escolásticos e patrísticos.

Teologia negativa. Doutrina segundo a qual não podemos ter um conhecimento direto de Deus e de seus atributos, dados os limites da razão humana, porém podemos conhecê-lo apenas através de seus efeitos na criação.

Para cumprirmos o nosso objetivo primordial na EBD, o estudo da Teologia deverá ser investigado criteriosamente as luz das Sagradas Escrituras. Caminharmos por este tema observando, portanto fatos que dizem respeito a Sua Revelação, e em paralelo analisaremos a Pessoa de Deus segundo os argumentos doutrinários defendidos pelos Pais da Igreja e pelas principais Escolas da Igreja antiga. Portanto nossa Teologia assumirá um aspecto de estudo e ciência de Deus segundo a dogmática da Revelação.

I. A EXISTÊNCIA DE DEUS.
“Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo”, Jo 7.17.
O estudo de teologia nos conduz a duas importantes pressuposições em relação a Pessoa de Deus. Primeiro: Deus existe; e logo em seguida: Deus se revelou através da Sua Palavra. A Bíblia Sagrada será o principal documento para compreendermos o que Deus revelou a respeito de Si mesmo e a respeito de Sua relação para com as Suas criaturas. Todo material desta dogmática teológica bíblica, deverá exibir-se em um estudo de Deus feito pela aplicação do método trinitário, que disporá o assunto sob os três títulos: O Deus Pai; O Deus Filho; e O Deus Espírito Santo.

1. PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS.
“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor”, Os 6.3.
Não vamos conseguir falar de Deus caso não admitamos francamente que Ele existe. A pressuposição da teologia cristã tem uma visão muito bem definida, e não trata a Pessoa de Deus como uma suposição de que exista alguma coisa, por trás de alguma ideia ou ideal, que tenha algum poder ou tendência com algum propósito, a que se possa aplicar o nome de Deus. Absolutamente! A Teologia apresenta Deus como Um Ser Pessoal Auto-Consciente, Auto-Existente, que é a origem de todas as coisas e que transcende a criação inteira, mas ao mesmo tempo é imanente em cada parte da criação. A existência de Deus não é de forma alguma definida por uma ideia ou demonstração lógica que deixe lugar para dúvida. Mas, a verdade da existência de Deus embora seja aceita pela fé, esta fé, se baseia numa informação confiável, que é a Bíblia Sagrada.

Nós os cristãos aceitamos a verdade da existência de Deus pela fé, entretanto nossa fé não é uma fé cega, mas uma fé que se baseia em provas muito bem estabelecidas: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor”, Os 6.3. Os Teólogos procuram dividir a revelação de Deus à humanidade em pelo menos duas formas distintas. A Revelação Geral que corresponde a verdades em que podemos aprender sobre Deus através da natureza. A Revelação Especial que é a maneira em que Deus revela a verdades em relação a Sua Pessoa de maneira mais específicas.

Primeiramente as Escrituras Sagradas. A revelação nas Escrituras é o tipo de Revelação considerada Especial de Deus. Entretanto a prova argumental bíblica sobre Deus não nos vem na forma de uma declaração explícita, e menos ainda na forma de um argumento lógico, esta não é uma característica dos Livros Sagrados. A Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus. Em razão disso, podemos dizer que o texto que mais se aproximará de uma declaração explícita talvez seja o Hebreus 11:6 “... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”. A Bíblia apenas vai apresentar de forma antecipada a existência de Deus em sua declaração inicial, “No principio criou Deus os céus e a terra”. Neste texto, a Bíblia não somente se preocupa em descrever a Deus como o Criador de todas as coisas, mas o apresenta também como o Sustentador de todas as Suas criaturas,  e Governador de indivíduos e nações. A Bíblia testifica o fato de que Deus opera todas as coisas de acordo com o conselho da Sua vontade, e revela de forma gradativa toda a realização do Seu grandioso propósito de redenção. Podemos ver a Pessoa de Deus em quase todas as páginas da Escritura Sagrada em que Ele se revela em palavras e atos. Esta revelação de Deus constitui a base da nossa fé na existência de Deus, e a torna uma fé inteiramente razoável. “Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem, pela loucura da pregação”, 1Co 1.20, 21.

⏩ A revelação de Deus na natureza. Este tipo de revelação é conhecido por "Revelação Geral". Baseia-se em uma expressão teológica para designar a revelação de Deus à humanidade através, em especial, da Sua obra na criação. Em acordo com a declaração do Salmo 19.1 A existência e o poder de Deus podem ser vistos claramente através da observação do universo. OS céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. A ordem dos detalhes e maravilha da criação fala da existência de um Criador poderoso e glorioso são descritos também na Epístola aos Rm1:20 Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

II. A NEGAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS.
A crença na Pessoa de Deus, segundo os estudiosos das religiões, é uma pratica considerada universal mesmo entre as mais atrasadas nações e tribos do mundo, de alguma forma, pode ser notada. Isto não significa, contudo, que no mundo também não existam pessoas que neguem completamente a existência de Deus, e o pior, vamos descobrir que mesmo em terras consideradas cristãs seremos capazes de encontrar um considerável número de pessoas que não vejam Deus como uma Pessoa de perfeições infinitas que realiza todas as coisas segundo um plano predeterminado. É sobre este tipo de forma de negação que vamos nos deter aqui. Este tipo de negação pode assumir várias formas e, na verdade assumiu no curso da história, trazendo um prejuízo sem precedentes a humanidade inteira.

1. ATEÍSMO, A ABSOLUTA NEGAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS.
Sl 14.1 “Diz o insensato no seu coração: não há Deus”
Tendo em vista existir forte prova da ideia de Deus na mente humana, mesmo entre as tribos não civilizadas, Porque algumas pessoas negam a existência de Deus? A resposta está no fato da existência de pessoas que assumem uma posição de "não fé". São Pessoas considerados ateus. Os ateus de uma forma religiosa ou prática negam a existência de Deus, ou simplesmente preferem acreditar que Deus não exista. A saber, existem dois tipos de ateus, os ateus práticos e os ateus teóricos.

Os Ateus práticos. São simplesmente pessoas que não tem uma religião. Em suas vidas práticas não contam com Deus, e vivem como se Deus não realmente não existisse.

Os Ateus Teóricos. Estes tipos de ateus são em regra, de um tipo mais intelectual, e baseiam a sua negação num processo de raciocínio. Procuram provar que Deus não existe usando para este fim aquilo que lhes parece argumentos racionais conclusivos.

Tendo em vista a existência de um senso religioso implantado em todos os seres humanos, pela criação do homem à imagem de Deus, ninguém nasce ateu. O ateísmo resulta de um estado de perversão moral do homem desejoso de fugir de Deus. É deliberadamente cego para o instinto mais fundamental do homem, para as necessidades mais profundas da alma, para as mais elevadas aspirações do espírito humano, e para os anseios de um coração que anda tateando em busca de um ser mais alto; é cego para estas realidades e as procura suprimi-la na "não crença" em Deus.

2. OS ATEUS PRÁTICOS.
As Escrituras como a experiência atestam a existência do que chamamos de "Ateus Práticos". Paulo lembra aos Efésios que eles tinham estado anteriormente “sem Deus no mundo”, Ef 2.12. Confirmando algo que a experiência também dá abundante testemunho. Eles não são necessariamente ímpios notórios aos olhos dos homens, mas podem pertencer aos assim chamados “homens decentes do mundo”, embora consideravelmente indiferentes para com as coisas espirituais. Tais pessoas muitas vezes têm a consciência do fato de que estão em desarmonia com Deus, tremem ao pensar em confrontá-lo e procuram esquecê-lo. Na época presente, milhares desses ateus práticos pertencem à Associação Americana para o Progresso do Ateísmo.

3. OS ATEUS TEÓRICOS.
Os ateus teóricos são diferentes. Geralmente eles são um tipo mais intelectual e procuram justificar a afirmação de que não há Deus por meio de argumentação racional. O professor Flint distingue três espécies de ateísmo teórico, a saber,

Ateísmo dogmático. Nega de forma peremptória a existência de um ser divino.
Ateísmo cético. Duvidam da capacidade da mente humana em determinar se há ou não há um Deus.
Ateísmo crítico. Sustenta que não há nenhuma prova válida da existência de Deus.

Frequentemente estes tipos de ateísmos caminham de mãos dadas, mas mesmo o mais moderado deles realmente declara que toda e qualquer crença em Deus é pura ilusão.

No ateísmo é fácil percebemos um fragmento de pensamento agnóstico, que até admite uma possibilidade da existência de Deus, mas acaba nos deixando sem um objeto de culto e adoração exatamente como faz o ateísmo dogmático. Contudo, o verdadeiro ateu é sem dúvida, o dogmático, pois nele o homem afirma categoricamente a não existência de Deus. Esta afirmação significa uma de duas coisas: Ou ele não reconhece Deus nenhum, de nenhuma espécie, e não erige para si, nenhum ídolo, ou que ele não reconhece o Deus da escritura. Existem muitos poucos ateus que na vida prática não modelam nenhuma espécie de Deus para si próprio. No entanto há um número grande daqueles que teoricamente põem de lado todo e qualquer percepção em relação a Deus; e um número ainda maior dos que romperam com o Deus da Escritura. O ateísmo teórico geralmente está embasado em uma espécie de teoria científica ou filosófica das quais vamos citar:

O MONISMO MATERIALISTA. Em suas várias formas, o ateísmo normalmente anda de mãos dadas com o materialismo pré-socrástico propondo-se a fornecer uma explicação do mundo físico, dizendo que todos os objetos do mundo são compostos por um único elemento ou substância que se enquadra em apenas uma realidade, neste caso a material.

O IDEALISMO SUBJETIVO ABSOLUTO. É um tipo de idealismo se caracteriza pela suposição de que a única realidade plena e concreta é de natureza espiritual materialista e sensível a objetos poucos evoluídos. O Idealismo pode até nos deixar a ideia de Deus, mas nega que haja qualquer realidade que lhe corresponda.

O HUMANISTA MODERNO. O Humanismo moderno, também chamado de "Humanismo Naturalista ou Científico". Se define como uma filosofia que rejeita todo sobrenaturalismo e se apoia na razão e na ciência, na democracia e na razão humana. Para eles a crença básica é: “Deus” simplesmente significa o espírito da humanidade, o sentimento de integralidade, meta racial e outras abstrações desta espécie.

O PANTEÍSMO. Esta filosofia procura fundir o natural com o sobrenatural, o finito e o infinito numa só substância. A Base do ensino Panteísta é "Deus é tudo, e tudo é Deus". Para eles, Deus está presente em todo o universo, em cada elemento. Muitas vezes falam de Deus como base no oculto do mundo fenomenal, mas não o reconhecem como pessoal e, portanto não dotado de inteligência e vontade. Ousadamente declaram que tudo é Deus, assim incluem também Deus a todo o mal do mundo. Spinoza pode ser chamado “O homem intoxicado por Deus”, mas o seu Deus certamente não é o Deus que os cristãos cultuam e adoram. Seguramente, não pode haver dúvida da presença de ateus teóricos no mundo. Quando David Hume expressou dúvida a respeito da existência de um ateu dogmático, o Barão d’Holbach replicou: “Meu caro senhor, neste momento estais sentado à mesa na companhia de dezessete pessoas dessa classe”. Os que são agnósticos quanto à existência de Deus podem diferir um tanto do ateu dogmático, mas eles, como estes últimos, deixam-nos sem Deus.

bibligrafia.
http://question.org.portuguese.revelaçãodedeus.
Teologia sistemática, Louis berkhof
http//Winkipedia.org.materialistas
wwwhumanismosecular.org

CARTAS AOS ROMANOS LIÇÃO IV

ESCOLA BÍBLICA VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ/ SAQUAREMA.  CARTA AOS ROMANOS
LIÇÃO IV " A Questão do Julgamento"

Texto Básico: Romanos 2:1-16 1 - PORTANTO, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. 2. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. 3 - E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? 4 - Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? 5 - Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; 6 - O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: 7 - A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; 8 - Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade; 9 - Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; 10 - Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; 11 - Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. 12 - Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. 13 - Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14 - Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15 - Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 16 - No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Introdução: Paulo inicia este novo capítulo dando a impressão de que pretende mudar o assunto discorrido no primeiro capítulo. Mas o que ele faz é trazer uma palavra de repreensão ou de alerta aos crentes que vivem uma vida de aparências. Paulo depois de tratar de assuntos de tamanha seriedade, ele agora precisa se dirigir para membros, em plena atividade, que vivia uma aparência fingida, condenando outras pessoas, mas fazendo exatamente o que tais pessoas faziam. Condenavam a prática do pecado, mas viviam na mesma prática. Paulo se vê obrigado a exorta estes "crentes" ou supostos crentes, que para piorar as coisas,  talvez até ocupassem posições de liderança, mais, no entanto, eram exatamente iguais aos citados anteriormente. Viviam de forma disfarçada suas vidas de depravação e pecados e no sentido de esconderem suas práticas pecaminosas, faziam uso de uma prática que não era autorizada por Deus que é de julgar outras pessoas. Ainda mais pelo fato de que tais "julgadores" cometiam as mesmas práticas pecaminosas das pessoas que eles julgavam.

Mas Paulo é claro na sua colocação: PORTANTO, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. Vamos observar mais de perto as circunstâncias que envolvem toda essa problemática, e com certeza servirá de luz que nos ensinará a não trilhar por caminhos parecidos. Bom estudo!

I.  A QUESTÃO DO JULGAMENTO.
v.3 E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
Paulo começa este capítulo com uma palavra pouco utilizada em nosso vocabulário: "Inescusável". A Tradução Revista e Corrigida (RC) utiliza o termo "Indesculpável" e é acompanhada pela NVI e pela NTLH, que muda apenas as colocações das palavras: "Você não tem desculpa...". O dicionário Informal traduz o termo inescusável como algo que não se pode desculpar por deixar de fazer. Segundo o mesmo dicionário a palavra é muito utilizada em direito penal. Significa dizer que o indivíduo não pode se retratar depois de cometido o ilícito. De outra sorte, trazendo para o meio social, não cabe pedir desculpas. Como exemplo o dicionário cita que em crimes de calúnias e difamação (artigos 138 e 139) é escusável a retratação, enquanto que no crime de injúria (artigo 140) é inescusável, ou seja, não há retratação. Paulo sabe exatamente o que e com quem está falando. O pecado deve ser tratado de forma muito séria e não podemos abrir precedentes para quem quer que seja. A vida cristã é uma vida de compromisso com a Palavra de Deus e disto, não podemos abrir mão.

1. UMA DOENÇA APARENTEMENTE SEM CURA.
...porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
Quando olhamos para a aparência, forma ou atitude de uma pessoa utilizando nossa capacidade de percepção em relação a ela, na verdade, podemos estar fazendo um julgamento. Achamos a pessoa boa ou ruim, agradável ou insuportável. O pior é que muitas vezes erramos em nosso conceito. No caso da Igreja em Roma a situação foi um pouco pior. Parece que além de membros comuns, havia certas lideranças que constantemente julgavam outros membros. No entanto estes que se ocupavam em julgar eram pecadores no mesmo grau das pessoas que eles julgavam. Cometiam exatamente os mesmos pecados. Não precisamos dizer que Deus a tudo vê, nada fica oculto aos seus olhos, e Ele mesmo se encarrega de fazer a separação.

E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. Lembram-se do texto do joio e do trigo? Foi o próprio Deus quem fez a separação. Mt 13.26-30 26 - E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. 27 - E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio? 28 - E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo?  29 - Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. 30 - Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro. Não cabe a nós o dever de julgar quem quer que seja. Se existem pessoas comprovadamente na prática do pecado, e a Igreja toma conhecimento, existem critérios no tratamento a tais pessoas. Elas não são expulsas nem desprezadas, mas, dependendo do pecado deverá enfrentar disciplinas que são previamente estabelecidas.

Durante o período de disciplina, tais pessoas devem ser orientadas no sentido de abandonarem tal prática e serem acompanhadas em oração. O problema de Roma era que as pessoas que deviam ser orientadores, eram praticantes dos mesmos tipos de pecados. Tornando assim impraticável a cura para os doentes, na verdade, todos estavam doentes. Deus tem o poder de trazer a cura, mas o tratamento deve ser extremamente com orientação Bíblica. Os que pregam a Palavra devem ser os primeiros a procurarem viver uma vida de retidão. O remédio para o pecado é o arrependimento genuíno das práticas pecaminosas e o abandono de tais práticas. Sem arrependimentos e o abandono de tais práticas, não haverá cura. Pv 28:13 O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.

2. A FALSA EXPECTATIVA.
E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
Parece que a os crentes romanos vivam enganados em suas expectativas. Eles julgavam os irmãos na fé, a liderança, por certo aplicava algum tipo de punição por suas práticas, mas quando se tratava deles, eles fingiam nada estar acontecendo, parece que tinha uma falsa expectativa de que por possuírem algum cargo de trabalho, algum privilégio ou mesmo alguma liderança na igreja, não sofreriam nenhuma pena. Talvez, até o momento desta epístola, pensavam que eram "intocáveis". Mas não por Deus que a tudo vê, e é bom que não haja ilusão neste sentido, pois a Bíblia é bem clara: Gl 6.7-8 Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.

Seja qual for o caso, seja o considerado de menor escalão até o considerado, mas alto grau na Igreja, deve haver algum tipo de disciplina que seja aplicado. Não é possível que sejamos conduzidos por pessoas completamente envolvidos em pecados. A disciplina não deve ser unilateral. Independente de quem cometeu o pecado, os erros devem ser punidos exemplarmente. É muito comum em nossos dias casos de pastores ou líderes de departamentos que se envolveram em casos de pedofilia, adultério, homossexualismo ou coisas do gênero, e absolutamente nada sofreram como punição por seus erros. Quando são disciplinados, geralmente suas penas são muito brandas em virtude do pecado e da responsabilidade por eles exercida. “... cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?". Suas penas, em relação a seus cargos, deveriam ser maiores do que a pena de um membro que não exerce nenhum cargo de liderança.

II. O PECADO DO HOMEM E A IRA DE DEUS.
v. 5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
Paulo ao falar do tipo de vida que os romanos estavam levando não poupou argumentos para provar o quanto eles estavam agindo de forma errada. Primeiro ele fala do coração e cita o estado do coração dos crentes romanos. Ele os classifica como duros e impenitentes.

Coração duro. Um coração classificado como duro, neste caso, não tem a ver com sua consistência física, mas de seu estado emocional. Geralmente pessoas com o coração assim, são pessoas com dificuldades de perdoar, de amar, de buscar companhias, de ceder, de pedir perdão, etc. Estes sentimentos impedem todo tipo de relacionamento, inclusive o relacionamento com Deus. Talvez fosse uma das razões em que os crentes romanos preferiam julgar a dar uma oportunidade ao arrependimento e a cura.

Coração Impenitente. Um coração impenitente é um coração incapaz de avaliar consequências. Ele prefere continuar no erro a dar condições de acertos a outras pessoas,

Paulo tenta trazer entendimento ao coração dos crentes romanos que uma busca se faz necessária no sentido de alcançarem o perdão divino. Ao mesmo tempo os exortam a que ajudem aqueles que como eles precisam da cura. O remédio é apresentado no verso 6. Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? O remédio necessário encontra-se exatamente na postura de reconhecimento da Pessoa de Deus, e é o que Paulo faz questão de apresentar aos Romanos, o Deus paciente, longânime e benigno cujo prazer está em oferecer o perdão ao pecador arrependido.

O profeta Isaías reforça o argumento em Is 57.15 Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos. Aqui, o coração contrito é o coração arrependido e disposto a voltar-se para Deus.

Paulo aproveita o argumento é trata logo de apresentar aos romanos a condição reservada segundo as escolhas que eles fizerem.

A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção. v.7. Paulo começa descrevendo a situação infinitamente melhor para aqueles que, como ele diz, "procuram a incorrupção". Esta procura deve ser entendida como a resolução da mudança de vida, do abandono de vez do pecado e decisão consciente em servir ao Senhor com fidelidade. O resultado: A vida eterna!

Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade. v.8.  Paulo não esconde a condição final para aqueles que preferem continuar em pecado. Ele apresenta um estado de indignação da parte de Deus em relação ao homem contencioso, que vive em desobediência conduzindo sua vida em iniquidade contra a Pessoa divina. o resultado apresenta duas palavras que devem ser extremamente temidas:

TRIBULAÇÃO: O sentido desta palavra é bem patente: Aflição, agonia, tormento, adversidade, angustia, grande luta. Podemos descrever uma pessoa atribulada como alguém que em virtude de seu desespero, não consegue ver uma saída para a situação em que se encontra.

ANGUSTIA. Vimos que angustia é uma definição do termo tribulação, no entanto o termo é mais abrangente, pois define um estado de depressão física acompanhado de opressão. A angústia trás fraqueza, desânimo, mau humor, insatisfação e em muitos casos leva ao estado do suicídio. Em resumo, a angústia é um estado de extremo sofrimento.

O mais intrigante nisso tudo, é que ambos os estados descrito por Paulo relaciona-se a eternidade. Se já é difícil imaginarmos a tribulação e angustia por um tempo finto, imaginem tribulação e a angustia por um tempo que não tem fim. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão... v.9a

CONCLUSÃO:
13,16- Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados... No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
Paulo deixa claro ao final do verso 2 que o fato de ser ouvinte, não o livra o ser humano de seus pecados. A justificação somente acontece quando recebemos o Senhor Jesus Cristo e vivemos uma vida de obediência a Palavra de Deus. Esta é a base para nossa salvação


















sábado, 12 de novembro de 2016

DEZ LONGOS ANOS...

DEZ LONGOS ANOS...

Is 54.17 Toda ferramenta contra ti não prosperará, e toda língua que se levantar contra ti em juízo tú a condenarás; está é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que de mim procede, diz o Senhor.

Int. O que conteceu a dez anos que merece ser lembrado? Isto mesmo, uma coisa que aconteceu em uma década que mereçeu ter ficado em nossa lembrança? Em dez anos o que buscamos? Em dez anos o que fizemos de relevante?

Sem dúvidas, estamos falando de um tempo muito logo e consequentemente muitas coisas aconteceram ao longo deste tempo.

EM uma década aconteceram coisas que nos marcaram, que nos trouxe momentos de muitas felicidades. Mas, em dez anos não tivemos somentes momentos bons. Fomos surpreendidos por sentimentos ou acontecimentos ruins. Perdas irreparáveis. Coisas que fizemos ou mesmo deixamos de fazer e que talvez nem seja bom ficar comentado, afinal passaram. É melhor evitarmos lembranças que podem ser tristes ou desagradáveis.

O Culto de hoje tende a nós conduzir, como que em uma máquina do tempo a uma data no passado. Na verdade nem sabemos ao certo está data

 Mas, Estamos falando de voltar uma década... 120 longos meses. 3.600 dias.  86.400 horas. 5.184.000 minutos e  311.040.000 segundos.

Nossa máquina do tempo pretende nos conduzir a 311 bilhões de segundos de volta ao passado...

O que veremos exatamente lá que compense todo este esforço? A nossa pergunta deve estar sendo: O que  aconteceu nestes 10 anos que compense ser lembrados e festejados?

Talvez uma olhadinha a nossa Volta traga a resposta a nossa dúvida. Uma simples olhada, talvez seja a resposta que estamos procurando...

Hoje é um dia extremamente especial, é o dia de falarmos de um acontecimento que marcou vidas e trouxe para um só lugar muitas famílias, formando, o que somos hoje, uma única família.

Hoje é Dia de falarmos de uma história que começou a ser escrita a dez anos atrás por dois homens.  Um neste tempo já fixava residência próximo daqui. Outro vem lá do Sul do País, apenas um ano em que tudo começará.  
Ambos foram obedientes a um chamado divino que os confrontou diante de suas disponibilidade de tempo e aptidão para agradar aquele que os chamou.

Receberam um convite e Fizeram a escolha que mudou suas vidas para sempre. O Chamado acontece assim mesmo, somos convidados a escolher obedecer ou não. Um chamado pode ser negligênciado, ou podemos aceitá-lo de bom grado. Mas deixa eu dizer uma coisa escolher obedecer...  é sempre a melhor escolha. 2Co 10. 4,5 pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo;

Obediência a Cristo, foi a escolha que fizeram. Talvez eu esteja falando de pessoas que nem escolheram ou fizeram questão de assumir qualquer responsabilidade igual a essa. Talvez eles  não se viam com a menor condição. Mas o interessante, e que marca está história, é que Deus gosta de pessoas assim. Fp 1:21-23 Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de escolher.Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.

É é exatamente por isso que desta história podemos e queremos aprender importantes lições.

1. AS MELHORES ESCOLHAS NEM SEMPRE SÃO AS QUE ACHAMOS SEREM AS MELHORES ESCOLHAS. MAS,  AS MELHORES ESCOLHAS SÃO AQUELAS QUE DEUS SABE SER A MELHOR ESCOLHA. Jo 15:16 Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

Talvez precisemos parar um pouquinho  para entender esta teologia. Viver com Cristo, segundo Paulo, é milhões de vezes melhor do que qualquer outra coisa imaginável. É algo tipo o que disse o salmista. Sl 84.10 Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil...

Paulo, como qualquer um de nós, teve suas dúvidas. Questionamentos que as vezes, como a ele, nos impele a fazermos ou deixarmos de fazer alguma coisa. Em razão das nossas dúvidas, temos nossas escolhas como certas ou erradas. E sempre tendemos optar pelo lado do que simplesmente achamos ser o melhor caminho. Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de escolher...

Paulo viveu um momento assim, em um momento do seu ministério ele achou que o melhor mesmo a fazer, era "estar com Cristo". Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Partir e estar com o Senhor era o melhor negócio para o Apóstolo. Qualquer oferta que fosse diferente desta não lhe enchia os olhos. Mas, entretanto havia um outro lado, um lado em que os servos de Deus sabem que suas escolhas nem sempre são as melhores... não sei então o que hei de escolher...

O servo de Deus, em momentos assim, com dúvidas, preferem que Deus assuma o controle de suas decisões. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor...

O melhor para Paulo talvez não fosse o melhor para Deus... Exatamente como para nós...  E, talvez seja o que aconteceu a dez anos atrás.

Deus em Sua vontade estabelece uma nova Igreja que deveria começar... Chama um Pastor e mostra a ele, nem sei como um lugar...

Um novo trabalho em um lugar no Estado do Rio de Janeiro. Para o qual usou o Pastor Josué de Sousa Silva, pastor uma igreja lá de Belford-Roxo, cidade situada em uma região chamada "Baixada Fluminense". O endereço cercado por nomes  de passarinhos. A rua da Igreja? Bem-te-vi. E Deus resolveu que havia um povo em outro lugar  com o qual Ele queria estabelecer mais um lugar de união e congressamento.  Um lugar onde o povo pudesse se reunir para adoração e conhecimento da Sua Palavra.

Talvez se perguntassem a qualquer um de nós sobre a questão diríamos: Porque o Rio de Janeiro? Um estado que o censo de 2015, indicava uma população de 16.550.024 habitantes? Talvez nossa reação fosse dizer: Nossa que besteira, o Rio está cheio de Igrejas...

Mas Deus, além do estado, Deus escolhe um Município. Em meio a 92 municípios, Deus escolhe Saquarema, capital nacional do surf, com 175 anos de idade (165 ná época) e uma população, em 2010 de 82.359 habitantes.

Mas, Se fôssemos indagados, talvez de novo a  nossa resposta ainda seria: Em Saquarema tem Igrejas que não acabam mais....

É Deus estabelece além da cidade, um bairro: Bacaxá. Um bairro com seus atrativos. Comércios, Mercados, lojas e excelentes lugares para lanchar e "jogar conversa fora". Com uma população de aproximadamente 5.272 habitantes que representam não menos que 7,10% da poulação de Saquarema Quer coisa melhor?

Mas, talvez diríamos também: Bacaxá também tem muitas Igrejas!

Mas e a vontade de Deus? Onde ela fica? E daí se existem muitas Igrejas? Para Deus Bacaxá era o lugar ideal. E isto bastava! Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho...

Parece que alguém acreditou... Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos...

Dois homens, que para falar a verdade, não sei como aconteceu. Simplesmente Acreditaram. Eles, ou um deles está presente... Pode nos contar melhor como a história. O outro está de "molho" em casa. Quebrou o braço.

2. NÃO SOMOS NÓS QUE ESCOLHEMOS O LOCAL "ONDE" DAREMOS FRUTOS, DEVEMOS ESCOLHER DAR FRUTO E, PARA QUEM VAMOS DAR FRUTOS. Mt 717 Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus.

Rio, Saquarema, Bacaxá, Raia... Nossa certeza hoje é que Deus escolheu este lugar. Hoje passado mais de 311 bilhões de segundos... Temos uma certeza: "Este lugar frutificou" Conseguimos agora entender o que talvez não  entendíamos a dez anos atrás.

Talvez o que aconteceu por intermédio destes dois homens que não olharam para suas próprias forças, sirva de lição para nós que queremos fazer alguma coisa para o Senhor Jesus. As capacidades..  Os chamados..  Os planos ou ideais, Simplesmente estar em ouvir Deus e atender o Seu chamado. A Bíblia está repleta de homens que atenderam o chamado de Deus independente das circunstâncias. Homens que resolveram frutificar para Deus em um jardim que foi  por Deus estabelecido.

O fruto tem um tempo, tem uma estação apropriada... Frutos nascem e crescem segundo um tempo pré estabelecido por Deus. Mas nós temos os nossos próprios gostos, nossas próprias razões. Mas na verdade, bem no fundo do nosso coração queremos mesmo frutificar para o nosso Deus . Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça,

Talvez do nosso jeito, mas queremos frutificar... Talvez desconhecemos que Deus espera que frutifiquemos. Fomos escolhidos por Deus exatamente para este fim, "frutificarmos". Mas precisamos entender também que não somos nós que   escolhemos o terreno. ...e vos designei, para que vades e deis frutos...

Quem nos designa é  Deus. Designar tem o sentido de indicar, apontar, nomear. Portanto, todas estas tarefas ficam por conta DELE. Ef 4.11,12 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;

Será que a Dez anos atrás Saquarema, melhor dizendo, Bacaxá, era o melhor lugar para dar frutos? Poderíamos citar lugares como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Leblom, Ipanema, quem sabe Aterro do Flamengo, sei lá, são apenas opiniões.

Mas Deus traz ambos para Saquarema. Nada contra SAQUAREMA, mas talvez, a dez anos atrás haviam lugares "mais indicados" para fazer a obra de Deus".

Mas o que dizer se Deus tinha um povo em Saquarema... E era em Bacaxá que seus escolhidos naquele tempo deveriam frutificar.

Lembrem-se: Nossa escolha deve ficar somente por conta de para quem nós vamos frutificar. Jo 15.1,2 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor. Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto.

Se escolhemos dar frutos para Deus os resultados será frutos viçosos e maduros. Bacaxá é assim, uma Igreja, fruto da vontade divina. Deus escolheu homens dispostos que estavam dispostos a frutificar para Deus. O resultado podemos ver hoje.
3. QUEM VAI ESTABELECER O TEMPO DE  MEUS FRUTOS FRUTIFICAREM NÃO SÃO AQUELES QUE ME PLANTARAM, MAS SERÁ DEUS AQUELE QUE DÁ O CRESCIMENTO. Jo 15.4,5 Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

A entrega a Deus é a soma do resultado final. Qualquer coisa que fizermos para Deus, deve ser acompanhada de uma entrega sem medidas e sem medo. ...a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

Dez anos se passaram, muita gente chegou logo no inicio, muita gente chegou nos tempos posteriores, muitos saíram e muitos continuam chegando. Igreja é assim mesmo. Pessoas chegam e saem o tempo todo.

Não temos a medida de tempo exata. O que temos é o que foi dito até agora. Deus estabeleceu, um pastor que abraçou a Sua vontade de  Um obreiro que aceitou o desafio. Outro pastor que chegou. Ambos se uniram com o objetivo de ver a vontade de Deus frutificar. Hoje eles são pastores nesta Igreja...

Parabéns Bacaxá, parabéns SAQUAREMA, parabéns Rio de Janeiro. Parabéns Pr Jorge Ocaci, parabéns Pr Wellington Santana vocês fazem parte do plano de Deus e agiram segundo a vontade que Ele estabeleceu para o povo dessa localidade.  Obrigados porque vocês disseram sim a vontade de Deus... TODA A RAIA VÓS Agradecem...

2Cr 15.7 Vós, porém, esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra terá uma recompensa.

 

domingo, 6 de novembro de 2016

A REFORMA PROTESTANTE

"A REFORMA PROTESTANTE"
Rm 1.17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.

INTRODUÇÃO: Estamos no ano de 1521, o dia, 21 de janeiro, mais precisamente na cidade de Worms na Alemanha. É noite, mas uma noite diferente das muitas noites que já foram vividas naquela cidade alemã. É possível percebermos uma movimentação diferente, há um número muito grande de pessoas que chegando a todo momento na cidade, são homens que possuem  influência  em especial no Catolicismo romano, e na política.

Derrepente...  Uma carruagem vem se aproximando no trote lento do seu cavalo que vai colocando-a em movimento, e  direcionando-a a entrada da cidade.  Um homem se coloca de pé na carruagem...  Como se a tudo estivesse observando...

Mas espere...  Não é um homem qualquer, trata-se do Dr. Martinho Lutero. Não é difícil reconhecê-lo, afinal, não se fala de outra coisa senão dos últimos acontecimentos que envolvem a vida deste destacado servo de Deus. Lutero, podemos chamá-lo assim, se coloca de pé na carruagem, e segue observando todos os detalhes dos altos muros e das enormes Torres do Castelo de Winttenberg. Este servo de Deus sabia que Satanás seria o seu grande inimigo ali naquela cidade, mas também sabia que o Senhor Jesus, seria, também ali, o seu grande defensor.

Derrepente, um hino começa a ecoar dos lábios daquele jovem pregador... Um belo hino, de sua própria autoria, que parafraseava as palavras de um conhecido texto da Bíblia, o Salmo 46 cujo tema é: Confiança em Deus. Era tudo o que o jovem pregador precisava naqueles momentos... Castelo forte é o nosso Deus, espada e bom escudo. Com Seu poder defende os seus, Em todo trans agudo... 

Salmos 46:1-11 - 1. Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. 2. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares; 3. ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. 4. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo...

PARTE II
Para entendermos de fato os detalhes do movimento que ficou conhecido como Reforma Protestante será preciso voltarmos um pouquinho mais na história...

Lembram da máquina do tempo que nos conduziu  semana passada, há dez anos ao passado? Pois bem, nossa viagem hoje deverá ser um pouco mais longa. Precisaremos voltar algo em torno de cinco séculos de história. Só assim poderemos conhecer de perto alguns acontecimentos importantes deste movimento religioso iniciado por aquele que começou como um simples monge agostiniano, Martinho Lutero é o se nome.

I. O INÍCIO DE TUDO.
Começamos nossa viajem no ano de 1483, dia 10 de Novembro para ser bem exato. Estamos em um estado       alemão da Saxônia, Eislebem. Passaram exatos 68 anos desde que um dos mais famosos precursores da Reforma chamado João Hus, foi Sentenciado e morto por ordem do papa. No momento da sua execução, João Huss disse em alto e bom som: “podem matar o ganso, mas daqui a cem anos surgirá um cisne que não poderão queimar”.

1.NASCE MARTINHO LUTERO.
É Neste cenário histórico que nasce Martinus Luter (Martin Luther), filho de Hans Luther e Margarethe Lindeman. Pouco se sabe de sua infância. Foram tempos bem difíceis, pois tanto seu pai quanto sua mãe  sempre foram muito intolerantes para com o filho.

Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Faculdade de Erfurt, onde tocava alaúde e recebeu o apelido de "Filosofo". O Jovem Lutero graduou-se em bacharel em 1502 e concluiu o mestrado em 1505, sendo   o segundo entre dezessete candidatos.

Ainda estamos em 1505, e o jovem bacharel e mestre Martinho Lutero, atendendo uma vontade paterna, se inscreve na escola de direito  da mesma faculdade. Mas um dia, voltando de uma visita que fizera aos seus pais, no caminho, uma tempestade com  descargas elétricas faz com que um raio caia bem próximo dele o deixando aterrorizado: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei monge!" foi o grito de socorro do inexperiente "mestre". 

2. LUTERO E A VIDA MONÁSTICA.
Sobrevivido aos raios, e a contra gosto de seu pai, Lutero deixa a Faculdade, vende seus livros, e entra para a ordem dos Agostinianos, de Frankfurt, em 17 de Julho de 1505. Lutero agora é apenas um monge.

NO entanto, apesar de todo desconforto e penitência em que fora exposto, Lutero foi um monge de vida exemplar. Aplicava-se a pratica de prolongados tempos de jejum, esmola vá e chegou em uma ocasião dormir, sem nenhum agasalho na friagem da neve alemã. Lutero foi socorrido pela manhã em estado de quase morte...

Quanto mais Lutero tentava alcançar Deus de acordo com os ritos da Igreja Medieval, mais distante ele se sentia. Até que Lutero encontra um amigo: Johann Von Stauptouioz, ou simplesmente "Staupitz". O seu superior na Ordem. Staupitz lhe fez entender a grandeza da misericórdia de Deus. "Em vez de torturar-te por causa do pecado, lança-te nos braços do Redentor. Confia nele, na justiça de Sua morte... O Filho de Deus... se fez homem para dar-te a certeza do favor divino... Ama Aquele que primeiro te amou".

Staupitz, para ajudar Lutero a sair das suas excessivas reflexões condenatórias, ordena ao monge uma Carreira acadêmica. E em 1507, Lutero é ordenado Sacerdote. Em 1508 começou a lecionar na Universidade de Winttenberg, onde recebeu seu bacharelado em Estudos Bíblicos em 19 de março de 1508.

3. FINALMENTE ROMA...
No verão de 1511, a negócio de sua Ordem, Lutero fez finalmente uma visita a Roma. Depois de quatro semanas de caminhada, chegou a porta de tão sonhada cidade, se coloca de joelhos e brada:  "SANTA ROMA, EU TE SAÚDO"

Em Roma Lutero rezou em muitas igrejas e visitou lugares sagrados dos santos mártires. Viu muitas relíquias e ouviu muitas histórias dos poderes milagreiros. Para livrar o seu pai do Purgatório subiu de joelhos a Scala Sancta, escadaria que se dizia trazida da casa de Pilatos; em cada degrau recitava o “Pai Nosso”. Antes de chegar ao topo surgiu-lhe uma pergunta: “Quem sabe se tudo isto é verdade?” Lutero, decepcionado  com tudo o que vê em Roma se escandaliza, mas volta ao mosteiro e ao seu ensino. Mais tarde deixa registrada as seguintes palavras: "Ninguém pode imaginar que pecados e ações infames se cometem em Roma... Por isso costumam dizer: Se há inferno, Roma está construída sobre ele".

19 de outubro de 1512. Neste Dia Lutero é graduado em Doutor em Teologia. Em 21 de outubro, é recebido no senado da Faculdade Teológica com o título de "Doutor em Bíblia". E em 1515, é nomeado vigário de sua ordem tendo sob sua autoridade onze monastérios.

II. AS INDULGÊNCIAS
Jd 1.3,4 Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso; Jesus Cristo.
Chegamos ao ano de 1516. Estamos agora em uma localidade próxima a Winttenberg, onde mora Lutero.  Podemos ver ao longe a Igreja de Santa Maria, onde ele costumava pregar, vemos também a igreja do Castelo, chamada de "Todos os Santos".  Mas esperem mais um pouco, na mesma cidade aparece um frade dominicano alemão, seu nome Johann Tetzel. Ele foi enviado pelo arcebispo de Mongúncia com uma missão: Vender Indulgências emitidas pelo papa.

Indulgências era uma espécie de documento que, apresentado como favores divinos, concedidos aos homens, mediante os méritos do papa, perdoava os pecados. As indulgências eram adquiridas em troca de dinheiro que, conforme os que os vendiam, seria usado na construção da Basílica de São Pedro, em Roma. Diziam eles: “Ao tilintar da moeda no fundo do cofre, uma alma e livre do purgatório”. 

Tt 1.11 Aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância. Ao entrar em uma cidade, este pretensioso e blasfemo chamado Tetzel, era recebido pelo povo como a se fosse o próprio Deus. Um mensageiro vinha adiante dele, anunciando: "A graça de Deus e do santo padre está as vossas portas!”.

Tetzel subia ao púlpito, e como um verdadeiro artista, exaltava as indulgências como se fosse o mais precioso dom de Deus. Ele declarava que em virtude dos "certificados de perdão", todos os pecados, inclusive os que mais tarde o comprador quisesse cometer ser-lhe-iam perdoados, e que "mesmo o arrependimento não seria necessário". Tetzel assegura aos ouvintes que as indulgências tinham poder de salvar inclusive os mortos; no exato momento que o dinheiro tinia de encontro ao fundo de sua caixa, a alma em cujo favor era pago escaparia do purgatório, ingressando no céu. 

1. A REAÇÃO DE LUTERO.
3Jo 1.11 Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus.
Lutero não era mais um simples monge. O conhecimento da verdade adquirida por ele, já o tornava capaz de julgar os méritos da venda das tais indulgências papais. E Lutero via esse fato como um verdadeiro assalto aos poucos recursos do povo e completo desrespeito ao futuro eterno do povo alemão.

Diante de tal encenação, Lutero não se contém e enche-se de horror. Muitos de sua congregação  compraram tais "certidões de perdão” e iam a ele para confessar seus pecados esperando receber a absolvição, não por estarem arrependidos, mas pelos fundamentos das indulgências. Como era de se esperar, Lutero se recusa, advertindo-os que sem arrependimento e mudança de vida pereceriam em seus pecados. 

2. AS 95 TESES DE LUTERO.
Até que finalmente amanhece o dia em 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de Todos os Santos, quando grande multidão comparecia a igreja do castelo na cidade de Winttenberg, Lutero havia afixado na porta da catedral, 95 teses, denunciando o abuso gritante da venda das indulgências papais. Esse método era o mais comum de se denunciar uma disputa nos meios universitários da época, e não havia nada de dramático no ato. Lutero cria que receberia apoio dos papas ao revelar os males da venda das indulgências.

No entanto, Estas teses espalharam-se por toda a Alemanha, e em breve semanas já repercutiam por toda a Europa. Muitos dedicados romanistas leram as proposições com grande regozijo, reconhecendo nelas a voz de Deus.

Inicialmente o PAPÁ até achou graça nas teses de Lutero, dizendo: “Um alemão embriagado escrevera as teses, quando estiver sóbrio mudará de opinião" Mas não tardou para que ele mesmo tivesse que mudar de ideia e começasse a agir contra Lutero, o“monge rebelde”.

3. A EXCOMUNHÃO DE LUTERO.
Tt 1.7,10 Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus. Não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores...
A primeira atitude do papa Leão X foi ordenar em 1518 que o Professor em Teologia Dominicano Silvestre Mazzolino investigasse o assunto, e este não demorou em denunciar Lutero como alguém que opós-se de maneira implícita a autoridade do Sumo Pontífice,  discordando da sua bula. Lutero é declarado hereje e apóstata.

O Papa envia uma intimação exigindo imediatamente o comparecimento de Lutero  em Roma para retratação. Mas, percebendo o perigo que se desenhava, o eleitor da Saxônia, admirador  da capacidade do ilustre professor de sua Universidade,  resolve protegê-lo, não permitindo sua viajem a Roma. Ele ordena que o caso fosse resolvido na Alemanha. Decisão que a contragosto teve de ser a atada pelo Papa.

Na cidade, Leipzig na Alemanha, Seguiram-se as conferências dos enviados do papa contra Lutero.  Mas nada puderam fazer.  Lutero estava firme em suas opiniões quanto a sua nova fé. Em debate Lutero declarou que o papa não possuía autoridade divina e que os concílios eclesiásticos não eram infalíveis. Tais declarações marcaram finalmente o rompimento de Lutero com a Igreja Romana.

III. LUTERO, O GRANDE LÍDER DA REFORMA.
Lutero agora estava no centro da batalha. Ele mesmo começava a ver a sua causa como redenção nacional. Sua doutrina de salvação e justificação pela fé estava produzindo efeitos inimagináveis.  Em 1520 Lutero finalmente revela-se como o grande líder nacional, ao escrever o livro:
“A Nobreza Cristã da Nação Alemã”.
Neste livro Lutero proclama a queda da muralha romanista atrás da qual o papa havia CONSTRUÍDO todo o seu poder.

Logo após, Lutero escreveu outros dois livros:
“Cativeiro Babilônico da Igreja”
“Sobre a Liberdade Cristã”.

Enquanto os livros eram publicados, na Alemanha era publicada a bula de excomunhão de Lutero, coisa que ele já esperava. A bula obrigava Lutero e os simpatizantes da sua causa, a retratarem-se de suas “heresias” dentro de 60 dias, e ainda determinava que caso não o fizessem seriam tratados como hereges, isto é, presos e condenados à morte.

Pelas autoridades da igreja foi ordenada ao povo que queimasse todos os livros de Lutero, ação que foi posta em prática imediatamente pelos legados do papa. Lutero no entanto respondeu com as mesmas atitudes, queimando publicamente todos livros que continham os decretos do papa.

1. LUTERO E A DIETA IMPERIAL EM WORMS.
Em janeiro de 1521, finalmente o papa publicou a terrível sentença na qual excomungava Lutero condenando-o a todas as penalidades consequentes as suas heresias.

Mas, para que essa bula tivesse efeito legal, dependia das autoridades civis levarem Lutero à morte. O que forçava o caso a ter de ir a Dieta Imperial que deveria se reunir naquele mesmo ano, em Worms. Esta seria a primeira Dieta do governo do Imperador Carlos V, que sofria forte pressão do papa para condenar Lutero à morte.

Citado a comparecer a Dieta, certo de que marchava para a morte, Lutero não teve medo. Seus amigos chegaram a tentar impedi-lo de ir a Worms, pois o caso João Huss continuava bem vivo em suas lembranças. Mas em resposta a todos que se esforçavam por dissuadi-lo, Lutero, fiel a sua chamada de Deus, responde: “ainda que haja em Worms tantos demônios quanto sejam as telhas nos telhados, confiando em Deus, eu aí entrarei”. Depois de dar ordens acerca da continuação do trabalho, caso ele não voltasse mais, Lutero partiu resoluto...

2. LUTERO PERANTE O IMPERADOR.
Durante a sua viagem a Worms, o povo afluiu em massa para ver o grande homem que desafiava a autoridade do papa. Lutero pregou ao ar livre, porque as igrejas não mais comportavam as grandes multidões que queriam ouvir seus sermões. Finalmente chegamos à 21 de Janeiro de 1521, onde ao avistar as torres dos castelos e as igrejas de Worms, Lutero levanta-se na carruagem em que viajava e canta o seu hino preferido, o mais famoso da reforma “CASTELO FORTE” (323CC). Ao entrar na cidade foi acompanhado por uma grande multidão.

No dia seguinte, dia 22 de Janeiro, Lutero é levado perante Imperador Carlos V, ao lado do qual se achavam o delegado do papa, seis eleitores do Império, vinte e cinco duques, oito margraves, trinta cardeais e bispos, sete embaixadores, os deputados de dez cidades e grande número de príncipes, condes e barões.  Sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembleias de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite anterior em oração e vigília. Prostrado com o rosto em terra lutou com Deus, chorando e suplicando:

“Oh Deus Todo Poderoso! A carne é fraca, o diabo é forte! Ah, Deus, meu Deus! Que perto de mim estejas contra a razão e a sabedoria do mundo. Fá-lo, pois somente Tu o podes fazer. Não é a minha causa, mas sim é a Tua. Que tenho eu com os grandes da terra? É a Tua causa Senhor, a Tua justa e eterna causa. Salva-me, oh Deus fiel! Somente em Ti confio, oh Deus! Meu Deus...vem, estou pronto a dar, como um cordeiro,a minha vida. O mundo não conseguirá prender a minha consciência ainda que esteja cheio de demônios; e se o meu corpo tem de ser destruído, a minha alma te pertence, e estará contigo eternamente".

Conta-se que na ocasião de Lutero transpor a porta para comparecer perante a Dieta, o veterano general Greudsburg, colocou a mão no ombro do Reformador e disse-lhe: “Pequeno monge, vais a um encontro diferente, do qual eu, ou qualquer outro jamais experimentamos mesmo nas nossas conquistas mais Ensanguentadas. Contudo, se a causa é justa, e sabes que o é, avança em nome de Deus, e não temas nada. Deus não te abandonará ”.

Quando o porta-voz do papa exigiu que Lutero se retratasse perante assembleia, respondeu o Reformador: “Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos concílios, sendo evidente que já muitas vezes se enganaram e se contradisseram uns aos outros – a minha consciência tem de ficar submissa a Palavra de Deus. Não posso retratar-me, nem retratarei de qualquer coisa, desde que não é justo, nem seguro, agir contra a consciência. Deus me ajude. Amém.”

A sentença de morte contra Lutero teria de ser cumprido rapidamente, o que não aconteceu porque o príncipe da Saxônia, simulou um sequestro, enquanto Lutero voltava para Winttenberg, levou-o, alta noite, ao castelo de Wartburgo. No castelo, Lutero passou muitos meses, disfarçado tomou como nome “Cavaleiro Jorge”, e o mundo o consideravam morto.

Contudo, no seu retiro, livre dos inimigos, pela grande quantidade de literatura, que saíra da sua pena, de fato, logo o mundo soube que Lutero vivia.

Profundo conhecedor do grego e do hebraico, traduziu o N.T. para a língua do seu povo, em apenas três meses. Poucos meses depois a obra estava impressa e nas mãos do povo. Contudo, a maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, fora a de dar ao povo alemão a Bíblia na sua própria língua.

sábado, 22 de outubro de 2016

FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA

Escola Bíblica Dominical vale das Bênçãos
Bacaxá, Saquarema – RJ.
"Teologia, a doutrina de Deus”.
LIÇÃO 1. FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA

Texto Básico: Jeremias 10.6-16
6 - Ninguém há semelhante a ti, ó SENHOR; tu és grande, e grande o teu nome em poder. 7 - Quem não te temeria a ti, ó Rei das nações? Pois isto só a ti pertence; porquanto entre todos os sábios das nações, e em todo o seu reino, ninguém há semelhante a ti. 8 - Mas eles todos se embruteceram e tornaram-se loucos; ensino de vaidade é o madeiro. 9 - Trazem prata batida de Társis e ouro de Ufaz, trabalho do artífice, e das mãos do fundidor; fazem suas roupas de azul e púrpura; obra de peritos são todos eles. 10 - Mas o SENHOR Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; ao seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação. 11 - Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de debaixo deste céu. 12 - Ele fez a terra com o seu poder; ele estabeleceu o mundo com a sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus. 13 - Fazendo soar a sua voz, logo há rumor de águas no céu, e faz subir os vapores da extremidade da terra; faz os relâmpagos para a chuva, e dos seus tesouros faz sair o vento. 14 - Todo o homem é embrutecido no seu conhecimento; envergonha-se todo o fundidor da sua imagem de escultura; porque sua imagem fundida é mentira, e nelas não há espírito. 15 - Vaidade são, obra de enganos: no tempo da sua visitação virão a perecer. 16 - Não é semelhante a estes aquele que é a porção de Jacó; porque ele é o que formou tudo, e Israel é a vara da sua herança: SENHOR dos Exércitos é o seu nome.

Introdução: O estudo da Teologia é o estudo que trata da Pessoa de Deus, e sistematicamente das principais doutrinas da Bíblia. Sendo a Bíblia o Livro de Deus, ela trata essencialmente sobre o Ser Deus e sobre o Seu relacionamento com o homem. No caso de Deus, por se tratar de um Ser possuidor de atributos que são inerentes somente a Sua Pessoa, fica logo perceptível que a capacidade humana é limitada em si mesma. Para nós os salvos, a existência de Deus é claramente apresentada de forma infinitamente rica e definida nas Escrituras, não deixando qualquer espécie de dúvida em nossa crença. A Bíblia vai falar deste assunto em cada um dos seus 66 livros, apresentando-o como o Deus Todo-Poderoso, capaz de amar o homem com um amor incomparável e que com os braços abertos recebe o ser humano perdoando-o de todos os seus pecados. É de Deus que trataremos nestas lições da Escola Bíblica Dominical, portanto esteja desde já com o coração aberto e os ouvidos bem atentos a ministração deste estudo!

I. DEFINIÇÃO DO TERMO TEOLOGIA.
O termo teologia se origina de duas palavras gregas: "theos", Deus, e "logos", palavra. A junção destes dois termos nos leva a seguinte significação: Teologia é o Estudo ou Tratado a respeito de Deus. No entanto, este é apenas um significado restrito do termo, pois a Teologia abrange não somente o estudo da Pessoa de Deus, mas também da relação e da maneira que Deus lida com o mundo e com o homem. A teologia ainda abrange um estudo dogmático e sistemático das Escrituras, como do todo. Dessa forma, é correto falar em teologia do AT,  e teologia do NT. Neste Estudo, começaremos usando o termo em seu sentido mais amplo, ou seja, com a finalidade de cobrir o conteúdo das Escrituras, para em seguida nos mantermos em seu sentido mais restrito que pode nos trazer conhecimento em relação a Pessoa Deus, e do relacionamento de com o que Ele criou.

II. ENTENDENDO A TEOLOGIA.
A Enciclopédia de Religião e Ética (edição de 1924 em inglês), assim define a teologia: “A teologia pode ser brevemente definida como a ciência que lida, de acordo com o método científico, com os fatos e fenômenos da religião, e culmina em uma síntese abrangente ou filosófica da religião, que procura expor, de modo sistemático, tudo o que pode ser conhecido em relação à base objetiva da crença da religião” (XII, 293). Para entendermos corretamente a teologia, é bom conhecermos as principais fontes sobre as quais ela é construída. Estas fontes podem ser classificadas sob sete títulos onde cada tópico enfoca uma fonte diferente, acrescentando um conteúdo adicional ao estudo da teologia. Devemos reconhecer que estes tópicos não se excluem necessariamente, exceto se houver algum extremismo fazendo com que uma ou mais fontes se exclua a outras. Geralmente encontramos estes tópicos combinados nos trabalhos ou sistemas teológicos para a construção de um sistema ortodoxo sadio. Os títulos ou tópicos são os seguintes
➡ A Teologia Bíblica.
➡ A Tradição.
➡ Os credos e Teologia Confessional.
➡ Filosofia e Teologias Filosóficas.
➡ Ciência e Teologia Liberal.
➡ História das Religiões e Religião Comparativa.
➡ Psicologia e a Abordagem Psicológica.

Precisamos dar uma olhada, mesmo que panorâmica para cada um destes títulos para um entendimento básico da formação teológica e suas construções doutrinárias.

1. A TEOLOGIA BÍBLICA.
As igrejas primitivas basearam sua teologia no AT, nos discursos dos apóstolos, e em outros livros, alguns dos quais chegaram a ser escolhidos para compor o cânon do NT. A Igreja aceitou o AT como divino e infalível em relação à revelação de Deus, e o teve como guia e norma para suas pregações e escritos. Prática que perfeitamente a enquadra no que chamamos de era da teologia bíblica.

A Teologia Bíblica, como o nome sugere, é o estudo da Bíblia organizando em conclusões obtidas pela teologia exegética em várias divisões e áreas de estudo, com a finalidade de buscar conhecimento histórico e progressivo da revelação de Deus a humanidade. Parte da queda do homem e passa pelo AT e pelo NT.  Diferente da Teologia Sistemática, a Teologia Bíblica é indutiva, isto é, ela parte das pesquisas exegéticas para fazer suas afirmações, saindo do específico para o geral. Em resumo, a Teologia Bíblica busca extrair uma hermenêutica a partir da própria Bíblia, fazendo-se necessária a exegese, ou seja, uma compreensão do texto bíblico em seu contexto original, no sentido de extrair do mesmo a riqueza para uma correta interpretação. A divisão da Teologia Bíblica é feita basicamente em duas partes:

Teologia Bíblica do AT.
Os teólogos dão especial ênfase às profecias e indícios relativos à vinda e missão de Jesus como o Messias. Embora. Assim a teologia dos livros históricos se subdivide em outras teologias de acordo com o método de pesquisa empregado. Temos também a teologia dos escritos proféticos e dos escritos sapienciais.

Teologia do NT.
Na teologia do NT o método doutrinário é extraído basicamente dos escritos de Mateus, de João (livro e epístolas), de Paulo (Epístolas Paulinas), e de Lucas (Lucas e Atos).

Percebemos ao longo da história do Cristianismo, que a Teologia Bíblica é algo recente, pois nos primeiros séculos a teologia se demonstrou inexoravelmente dogmática, ou seja, partia da fé e do dogma para uma busca a devida hermenêutica, de forma que a construção sempre ficava presa à sistemática. O inicio proposto do pensamento que gerou a Teologia Bíblica é o século XVI, através do pensamento reformista, especialmente de Martinho Lutero, com "Sola Scriptura". O que ocorre na Reforma Protestante é uma valorização da individualidade, na qual cada pessoa pode se confessar diretamente a Deus, o que cria um contra ponto a teologia dogmática e, vai reforçando a ideia de uma teologia bíblica.

2. A TEOLOGIA DA TRADIÇÃO.
Neste tópico temos o grave erro cometido pela Igreja Católica Romana colocando-se a acima das Escrituras ao invés de se sujeitar a ela como o Protestantismo. Os católicos consideram a tradição como um depósito sagrado da Palavra de Deus confiado a Igreja, no caso, a Católica. Segundo dizem, depois da morte dos apóstolos, a questão da doutrina verdadeira da Igreja é autenticada pela tradição apostólica, sendo transmitida aos seus discípulos, dos discípulos aos ouvintes e dos ouvintes aos bispos e mestres da Igreja antiga. Alegando serem os transmissores da Bíblia, Afirmam que as Escrituras não contêm todos os ensinos dos apóstolos, e que muitas doutrinas bíblicas são apresentadas apenas de uma forma embrionária.

Algumas doutrinas foram transmitidas pela tradição, outras foram desenvolvidas pelos patriarcas da Igreja, mas tudo de forma resumida. Defendem doutrinas que vem sendo trabalhadas em concílios e reuniões até os tempos modernos. Alguns exemplos de doutrinas que são baseadas na tradição são: O purgatório, as orações pelos mortos, adoração a Maria, as indulgências, e o Papado. Alguns exemplos de doutrinas que foram desenvolvidas a partir de sua forma embrionária (estágio rudimentar) pela Igreja Católica Romana são:
➡ A imaculada concepção de Maria,
➡ Sua trasladação diretamente ao céu,
➡ A declaração de sua mediação entre Deus e o homem.
O Concílio de Trento declarou em 1546 que a Palavra de Deus contida na Bíblia e nas tradições possuem a mesma autoridade.

3. A TEOLOGIA DOS CREDOS CONFESSIONAIS.
O termo "credo" tem como significação própria como crença pessoal. Todos os fatos concernentes à revelação divina são encontrados nas Escrituras tanto no AT quanto no NT. Entretanto, logo no primeiro século da era cristã, a Igreja percebendo uma necessidade de estudos mais aprimorados no sentido de evitar que os fundamentos de fé fossem destruídos ou invalidados por deduções errôneas, resolveu criar a "Teologia dos Credos" no sentido de definir com maior clareza possível questões relacionadas a doutrinas fundamentais da fé cristã, ensinos que a Igreja precisa dar em resposta e a altura dos ensinos da Bíblia. O primeiro credo formulado conhecido historicamente foi chamado "Credo dos Apóstolos". Cujos autores e origem são desconhecidas.

CREDO NICENO.
No ano 325, cerca de 300 bispos no concílio de Nicéia, na Ásia Menor, formulam um credo que tratou das controvérsias cristológicas em resposta a seguinte dúvida: Jesus é realmente Deus no mesmo sentido de Deus, o Pai, ou Ele é somente o mais supremo dentre os seres criados? Atanásio praticamente sozinho contra Ario e seus partidários, fez sua defesa em relação à divindade de Cristo e a Igreja decidiu que Jesus Cristo é “a essência de Deus”, e feito da mesma substância do Pai. Em 381, 150 bispos se reuniram em Constantinopla para refletir sobre o Credo Niceno, no entanto foram além dos ensinos Nicenos, pois afirmaram a plena divindade do Espírito Santo.

O CREDO DE CALCEDÔNIA.
No Concílio de Calcedônia (451) foi determinado o relacionamento que existe entre as duas naturezas de Cristo. Cada natureza é real, mas as duas existem de tal forma que mesmo estando juntas como se fossem indivisíveis e inseparáveis, contudo jamais se misturam nem se modificam. Em teologia estas duas naturezas são chamadas de União Hipostática.

Podemos dizer que o maior impulso confessional veio como resultado da Reforma Protestante. Os mais importantes e que ainda estão em uso, são a de Augsburgo (1530), a Genovesa (1549), a Confissão Belga (1561), o Catecismo Heidelberg (1563), os 39 Artigos, a Confissão de Fé de Westminster, e os Catecismos Maior e Menor (1648).

a. O USO DOS CREDOS.
A Europa Continental estabelece uma teologia com bases nos credos e confissões bem superiores a países de línguas inglesas. Teólogos luteranos e cristãos reformados enfatizam o catecismo mais do que os presbiterianos. Os batistas e os metodistas por sua vez, ignoram completamente as confissões, exceto quando podem se aplicá-las como verificação de outras doutrinas aceitas pela cristandade. Mesmo assim, os liberais, e, em particular, os neo-ortodoxos na Europa, demonstram grande respeito pelos credos e confissões, especialmente em suas pregações. O valor dos credos e das confissões em escritos e ensinos da teologia é certamente muito elevado. Eles expressam de forma sucinta e clara a fé e a doutrina aceitas tanto pelos conselhos de igrejas como por um grande número de estudiosos cristãos e teólogos, e também pelas maiores denominações protestantes, As teologias escritas por teólogos de língua inglesa e não confessionais tendem a demonstrar uma verdadeira deficiência, que se deve ao fato de não utilizarem os credos de forma completa.

b. AS DIVERSAS RAMIFICAÇÕES CRISTÃS NO BRASIL.
Basicamente existem três ramificações que se apresenta no meio protestante: Tradicional, Pentecostal e Neo Pentecostal.
As Igrejas chamadas “Tradicionais” compreendem as históricas que tiveram origem no inicio da Reforma Protestante.
➡ Luterana. Fundada por Martinho Lutero. (Século XVI)
➡ Presbiteriana. Fundada por João Calvino. (Século XVI)
➡ Anglicana. Fundada pelo rei da Inglaterra Henrique VII (Século XVI)
➡ Batista. Fundada por John Smith (Século XVII)
➡ Metodista. Fundada por John Wesley (Século XVIII)

As Igrejas Pentecostais. São as que tiveram inicio com o reavivamento nos EUA entre 1906 a 1910. A experiência do batismo no Espírito Santo teve como consequência a exclusão de muitos membros das igrejas tidas como tradicionais. Daí o surgimento da Assembleia de Deus (não a brasileira). As principais Igrejas Pentecostais no Brasil são:
➡ Assembleia de Deus. Fundada por missionários suecos. Daniel Berg e Gunnar Vingrem (1911). É a principal expoente Pentecostal no Brasil.
➡ Comunidade Cristã no Brasil. Fundada por Louis Frascescon (1910).
➡ Igreja do Evangelho Quadrangular. Fundada por Aimée Semple McPhersom (1950).
➡ Igreja Deus é Amor. Fundada por Davi M. Miranda (1962).

Neo Pentecostais. São as Igrejas oriundas do pentecostalismo original ou mesmo das Igrejas Tradicionais. Surgiram em 1960. Nos EUA são chamados de “Carismáticos". No Brasil as principais Igrejas Neo Pentecostais são:
➡ Igreja Universal do Reino de Deus. Fundada por Edir Macedo (1977)
Igreja Internacional da Graça de Deus. Fundada por Romildo R. Soares (1980).
➡ Sara Nossa Terra. Fundada por Robson Rodovalho (1980).
➡ Renascer em Cristo. Fundada por Estevam e Sônia Hernandez (1986).

4.  A TEOLOGIA FILOSÓFICA.
A história da Igreja Cristã demonstrou que de alguma a filosofia em parte, influenciou alguns ensinos da teologia cristã. No entanto Filosofia e Teologia são ciências distintas, quer pelo método quer pelo objeto. A filosofia tende a proceder por raciocínios lógicos, a partir dos princípios da razão pura, tendo como objeto principal o mundo e o homem. A Teologia, por sua vez, procede a partir da fé na Revelação divina, procurando o entendimento dessa fé, e do seu objeto primeiro, o próprio Deus. Assim, podemos dizer que a Teologia é a ciência da fé enquanto a filosofia a ciência da razão.

Contudo tal distinção parece não fazer necessariamente uma separação entre as duas ciências. Não temos como negar haver certa participação por parte de autores modernos como João dos Santos Tomás, Cardeal Cajetano, Leibniz Maritain, Ettienne Gilsone e Josef Piepper. E de autores contemporâneos, como Agostinho, Tomás de Áquino e outros. Todos procuraram ou procuram correlacionar ambas às ciências. A verdade fica contudo, na afirmação que a filosofia pode influenciar a teologia tento positiva quanto negativamente.

Influência Positiva. A influência positiva acontece basicamente quando uma síntese básica é proposta entre a teologia e a filosofia. A primeira tentativa importante em relação a uma síntese assim, provou não ser tão perigosa. Foi feita por Agostinho, em uma tentativa de ajustar o Platonismo ao Cristianismo.

Influência Negativa. A Influência negativa se dá quando uma síntese mais séria é apresentada, e se consuma de fato. Um exemplo prático que temos aconteceu com o uso das cartas pseudo-dionisianas, que mesmo questionadas há muito tempo, só tiveram as suas falsificações finalmente comprovadas no período da Reforma. O Cristianismo e o Neo-platonismo foram, em razão desta tese, mesclados e trouxe prejuízos enormes à ortodoxia cristã.

A Igreja Católica Romana em sua visão sobre pecado, salvação, celibato e purificação é afetada diretamente por erros filosóficos. Tomás de Aquino até tentou elaborar uma síntese para reter a influência plotiniana em sua teoria, mas acabou adicionando um misto de método de Aristóteles e filosofia formando uma doutrina que agora é conhecido como Tomismo. Isto se tornou a base filosófica da teologia da Igreja Católica Romana.

a. OPNIÕES E TESES.
O Tomismo, sistema filosófico elaborado por Tomás de Aquino, foi o grande responsável por apresentar uma aceitável solução para a contradição entre fé e razão, delimitando-as em campos distintos. Reinou até pouco tempo quase que de forma suprema nas instituições católico-romanas, recebendo um forte apoio até mesmo de algumas universidades seculares. Porém logo surgiram outras teses elaboradas por grandes pensadores ou teólogos.

Hegel. Apresentou um sistema filosófico racionalista que se tornou a única fonte de teologia. Ele estabeleceu uma tríade ou a dialética de três pontos. Cada ponto traz em si mesmo sua contradição, e dessa contradição surge um terceiro elemento, que ao mesmo tempo nega e afirma o primeiro, elevando-o: Tese, antítese e síntese. Ou afirmação, negação, que conduz a uma nova síntese. Hegel explicou a criação e o desenvolvimento do homem sob uma base similar. De acordo com Hegel e com os teólogos hegelianos, Deus, a criação, a queda, Cristo e a salvação devem ser explicados com as tríades da dialética.
Harnack. Aplicou as tríades de Hegel à história da igreja primitiva, formulando o dogma.

Paul Tillich. Também seguiu Hegel até mais de perto. Ele viu Deus como alguém desenvolvido a partir do Ser, o “Movedor Imóvel” de Aristóteles, até o Ser Criativo através de uma tríade do Ser, Não-Ser e Poder de Ser. Não satisfeito, ao invés de parar neste ponto ele continuou a fim de transformar o Poder de Ser no Pai, e então colocou isto como a nova tese, como uma antítese ao Logos, de onde vem uma síntese, o Espírito. O Espírito representa Deus como um Ser criativo e não ambíguo.
Emmanuel Kant. Três sistemas filosóficos foram mencionados, dentre os quais os dois últimos têm uma influência muito perigosa sobre a teologia. O quarto provou ser, talvez, ainda mais importante. Trata-se do sistema de Immanuel Kant. Ele ensinou que o homem não pode ter um conhecimento real do Ding-an-zick, sto é, da coisa em si, e que, portanto, não pode existir um verdadeiro conhecimento de Deus. Esta visão nos leva a duas principais reações filosóficas que entraram na teologia sistemática e podem ser observadas:
(1) Naqueles que não viram saídas para conhecer a Deus e conhecer algo a respeito dele por revelação e mudaram completamente da revelação à psicologia e os sentimentos;
(2) naqueles que ficaram impressionados pelas causas dos problemas epistemológicos atuais colocados por Kant e que se empenharam para superá-las através da teoria da revelação.

Sõren Kierkegaard. Argumentou que os homens ao receber a revelação de Deus, se deparam com problemas que surgem por não possuírem categorias para receberem a verdade que não está limitada pelo tempo e pelo espaço. Assim como Kant, mas utilizando outra terminologia, Kierkegaard argumentou que a verdade, uma vez vindo de Deus, é isenta de tempo e espaço e, portanto, não pode ser captada pelo homem finito. O homem, portanto, força a revelação divina a se adequar às suas próprias categorias de tempo e espaço, Para explicar a apresentação da Bíblia nas categorias do tempo-espaço de seu conteúdo e dos ensinamentos a respeito do pecado original, milagres, céu e inferno, Kierkegaard inventou conceitos como comunicação indireta (por Deus não poder revelar a Si mesmo diretamente em discurso e palavras), mito, símbolo e saga. Ele acreditava que a revelação pode vir somente nestas formas literais peculiares porque o homem não tem um local em sua mente para receber a verdade que não está limitada ao tempo e ao espaço,

Karl Barth. A visão de Kierkegaard foi reestruturada e adotada por Karl Barth e pelos teólogos neo- ortodoxos. Para Barth, a revelação é algo que acontece à medida que a pessoa lê a Bíblia, ou ouve a Palavra de Deus em uma proclamação ou pregação. E um evento no qual a Palavra de Deus supostamente falível, a Bíblia, torna-se a verdadeira Palavra de Deus, ou de Cristo, em um momento no tempo. Emil Brunner concorda com Barth neste ponto, e Tillich, embora mais à esquerda, difere somente no fato de ter o mesmo ponto de vista, porém dentro de seu próprio sistema ontológico hegeliano.

O lugar da filosofia na teologia sistemática é negativo, pois uma boa teologia considera a filosofia e suas ideias como visões errôneas de uma doutrina, principalmente com a finalidade de refutá-las. A Teologia discute a filosofia mostrando quão pobre ela é como concorda ou discorda dos ensinos da Bíblia. Geralmente uma teoria baseada na filosofia pode se mostrar instável sem seu próprio campo antes de se mostrar em conflito com os ensinamentos das Escrituras. Se uma teologia sistemática se recusar a entrar nas listas de combate com a filosofia, assim como em seu próprio campo, ela provará ser inadequada para fazer frente às filosofias mundanas de seus próprios dias e de outros tempos.

As teologias sistemáticas escritas por homens como Charles Hodge, Herman Bavinck, Louis Berkhof e J. O. Buswell, Jr., junto com a teologia bíblica de B. B. Warfield são notáveis por suas habilidades neste campo de trabalho. Sua maneira de lidar com a filosofia popular nos dias em que foram escritas, faz com que sejam oportunas e de valor para sua própria época.

5. A CIÊNCIA E A TEOLOGIA LIBERAL.
A Teologia Liberal foi um movimento Teológico cuja produção se deu entre o final do século XVIII e o início do século XX. Tal sistema relativizava a autoridade da Bíblia, tentando mesclar a doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um cristão que não conhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado pelo protestantismo de "Teólogo Liberal".

Na verdade, desde os tempos de Copérnico e Galileu que a Igreja vem debatendo questão da teologia em relação à ciência que as tornam inconciliáveis. Percussores de tal movimento buscavam uma negação da Teologia com indagações tipo:
➡ As leis e a física excluem os milagres?
➡ A questão nega a metafísica?
➡ O materialismo constantemente se levanta para desafiar o teísmo.
A teoria da evolução em particular tem sido usada para desafiar as revelações do Genesis?
➡ E a descoberta de resquícios antropológicos? Contestam os registros Bíblicos sobre a criação do homem?

Os métodos da ciência apareceram com objetivo de negar qualquer possibilidade da teologia se basear em fatos que podem ser comprovados. O positivismo filosófico buscando limitar qualquer conhecimento de fatos em relação à existência de Deus questionou qualquer das afirmações de Sua existência, alegando que são baseadas em ideias que não podem ser comprovadas como um fenômeno físico através de testes de laboratório. Portanto, a ciência tendencialmente buscou negar a realidade de Deus e a veracidade da teologia. Isto significa que deve ser extraída qualquer consideração adequada de descobertas científicas, e deve-se apresentar uma visão do espiritual e transcendente que não confunda a esfera física com aquela que é mais elevada, a do universo imaterial e espiritual.

a. EXPLICAÇÃO CONCEITUAL.
Quem iniciou o conceito da Teologia Liberal no meio evangélico foi o alemão "Friedrich Schleiermecher" (1768/1 834), que negou a autoridade e a historicidade dos milagres de Cristo, não deixando uma só doutrina bíblica sem contestação. Para ele, o que valia era o sentimento humano: Se uma pessoa sentia comunhão com Deus, ele estaria salvo mesmo sem crer no Evangelho de Cristo. Meio século após o inicio do movimento da Teologia Liberal surge outro Teólogo questionando a autoridade Bíblica, Albrecht Ritschi. (falecido em 1889). Para ele a experiência individual vale mais que a revelação escrita. Assim pregava que Jesus só era considerado Filho de Deus porque muitos assim o criam, mas na verdade era apenas um grande gênio religioso.

Ernest Troeschl (falecido em 1923) foi outro defensor do liberalismo teológico. Para ele o Cristianismo era apenas mais uma religião entre tantas outras, e Deus se revelava em todas, embora o cristianismo fosse o ápice da revelação.

b. TENDÊNCIAS DA TEOLOGIA LIBERAL MODERNA.
A Teologia Liberal trouxe grande divisão à ortodoxia. Seus ensinamentos trouxeram rompimentos em quase todas as denominações evangélicas históricas. Pelo crescimento dessa Teologia em seminários e Igrejas, houve uma reação conhecida como "Fundamentalismo".

O Liberalismo teve seu maior crescimento no século XX especialmente nos EUA. Muitos Teólogos saiam dos EUA para obterem graduação na Europa, especialmente na Alemanha. Com isso deu-se inicio a uma verdadeira batalha entre os Libberais e os Fundamentalistas. Como os Liberais estavam muito fortes nesta época, os Fundamentalistas se viram obrigados a abandonarem suas denominações, abrindo outras dentre as quais destacamos:

➡ Os Batistas Regulares (Formaram a Associação Geral das Igrejas ➡ ➡ Batistas Regulares, em 1932).
➡ Os Batistas Independentes.
➡ As Igrejas Bíblicas.
➡ As Igrejas Cristãs Evangélicas.
➡ A Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (em 1936 mudou de nome para Igreja Presbiteriana Ortodoxa)
➡ A Igreja Presbiteriana Bíblica (1938).
Outras denominações que existem ainda hoje.

c. O QUE FALAM OS DEFENSORES DO LIBERALISMO.
Vamos ver alguns dos ensinos perniciosos desta Teologia chamados de Pontos do Liberalismo teológico.

➡ Deus é puro amor, e não tem padrões morais. Pelo seu amor e paternidade todos têm filiação divina e nenhum homem tem separação por causa do pecado.
➡ Existe uma “centelha" divina em cada pessoa. Senso assim, o homem é bom ele só precisa de um incentivo para fazer o que é correto.
➡ Jesus não é o Cordeiro Salvador. Quando a Bíblia diz que Ele é salvador, está querendo afirmar seu exemplo de vida, sua proximidade com Deus.
➡ Todas as Religiões nos levam a Deus, o Cristianismo é apenas a melhor forma delas.
➡ A Bíblia não é veraz, confiável, inspirada e infalível. Ela é somente uma literatura para os judeus e cristãos poderem praticar.
➡ As Confissões criadas nos Concílios, não são essenciais para o Cristianismo.
➡ Negam a Divindade de Cristo. Jesus é apenas um homem divinizado.
Milagres e nascimento virginal nunca existiram, foram construções mitológicas da Igreja Primitiva.
➡ Jesus morreu apenas para dar o exemplo, nunca pelos pecados de ninguém.
➡ Não houve ressurreição literal e física, nem haverá qualquer retorno de Cristo.

Embora a Teologia Liberal tenha nascido no protestantismo, hoje ela é mais influente no Catolicismo Romano. As ideias filosóficas iniciaram os estudos, e criou um cetecismo a cerca dos Evangelhos. Não somente dos Evangelhos de todo o NT. Questionaram a veracidade do Cristianismo e da Bíblia, afirmando que a mesma só tinha confiabilidade em regra de fé e prática, ética e moral. Entretanto, o que é histórico, cosmológico e sobrenatural, ela é falível.

6. A TEOLOGIA MODERNA.
A teologia moderna deve ser distinguida da teologia evangélica e ortodoxa que se atém à infalibilidade da Bíblia nos escritos originais. Este tipo de teologia é uma questão multidimensional, podendo ser mais bem entendida e vista primeiramente através da sinalização de alguns de seus denominadores comuns, e então considerando suas variantes mais significativas. Em todo caso, ela é marcada em maior ou menor grau pela sua aceitação das teorias radicais da Alta Crítica dos dois últimos séculos.

Entre os Neo-Ortodoxos e os liberais não houve qualquer preocupação em relação ao desenvolvimento ou consequências da Teologia Moderna, visto que em seus ensinos o homem somente recebe a verdadeira Palavra de Deus quando a Bíblia falível se torna a Palavra de Deus, de forma subjetiva, então chamada de “evento da revelação”. Eles geralmente só mostram as suas atitudes sob uma aceitação tácita das teorias críticas. Ambos são fortemente opostos ao sobrenaturalismo e à crença em milagres, e ensinam que as Escrituras estão repletas de contradições, erros e paradoxos. Existem três correntes principais:

➡ Os Liberais fora de moda, cujo expoente de maior presença é Nels Ferré,
➡ Os Neo-Ortodoxos, e uma síntese americana híbrida de liberalismo e Neo-Ortodoxia. A escola liberal é uma continuação do antigo liberalismo alemão. Os Neo-Ortodoxos são os seguidores de Karl Barth, embora a maioria seja separada dele devido a certos detalhes e particularidades. Todo Neo-Ortodoxo baseia sua teologia mais ou menos no existencialismo de Kierkegaard e seu desenvolvimento em um existencialismo recente,
➡ A escola americana da síntese é centrada no Seminário Teológico da União, e teve por muitos anos como seus líderes mais importantes Reínhold Niebuhr e Paul Tillich. Este foi tão além do liberalismo ou Neo-Ortodoxismo que se tornou o fundador de uma nova escola de teologia, ou seja, a teologia ontológica. Ele apresentou um sistema baseado na síntese da visão que Hegel tinha de Deus, do mundo e do homem, e na evolvente pirâmide de Aristóteles da atualidade e potencialidade, iniciando com o ser potencial e seguindo através de dimensões diferentes - inorgânicas, orgânicas, psicológicas, espirituais - até o Novo Ser, e a atualização de todas as potencialidades essenciais, e então retomando a Deus ou ao Poder de Ser para desfrutar a “vida eterna”.

7. HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E RELIGIÃO COMPARATIVA.
A Religião Comparativa ensina que o cristianismo é resultado de uma longa evolução das religiões. Segundo dizem, surgiu a partir de um estado primitivo do politeísmo e do monoteísmo chegando até a presente forma. Os críticos alegam que no estudo comparativo de religiões existem na cristandade uma falta de distinções e valores absolutos o exclusivos. Esta visão se desenvolveu da seguinte maneira.

O desenvolvimento histórico da cristandade foi primeiramente enfatizado por Estudiosos na Alemanha, e por holandeses da "Escola Leiden de Teologia", na Holanda.

Os compêndios de religião comparativa adicionaram um rico material a respeito de todos os principais movimentos religiosos no mundo. Isto levou alguns a concluir que o cristianismo é o resultado de um longo processo de desenvolvimento do puro paganismo à sua forma atual.
Chegaram à conclusão de que a cristandade não possui qualidade real distinta que possa colocá-la acima das outras religiões.
Encontraram certas passagens que ilustram a teoria histórico religiosa da origem em relação à natureza da cristandade.

Em uma boa teologia sistemática, as referências aos ensinos das religiões pagãs têm seus lugares quando usadas para ilustrar a luta do AT contra a idolatria, ou as diferenças entre a verdade revelada e as práticas pagãs que o homem tem desenvolvido para substituir a verdadeira adoração a Deus (Rm 1.23).

8. TEOLOGIA DA PSICOLOGIA E A ABORDAGEM PSICOLÓGICA.
Quando falamos em abordagem psicológica, somos conduzidos historicamente para um tempo no passado quando o grande teólogo Pensador Emmanuel Kant (1724/1804) fez a seguinte abordagem em relação à revelação divina: Tudo que o homem pode conhecer são as aparências das coisas, ou o fenômeno. Tudo que a mente humana pode acessar está gravado nela, como uma carta no correio, através do formato exterior da mente (o espaço), e do formato interior (o tempo). Uma vez que o formato interior (tempo) está dentro da mente, até o que é concebido como dentro da mente é suspeito, visto que ela está marcada pelo tempo. Ainda assim, o homem não pode saber o nome, a coisa em si, quer seja pelo raciocínio teórico (ou seja, o raciocínio que é conhecido a partir da realidade exterior), quer seja pelo puro raciocínio (ou seja, o conhecimento concebido dentro da mente).

Kant ainda prosseguindo sua dissertação tentando trazendo mais luz a sua abordagem psicologica com a seguinte conclusão: Deus, não é limitado pelo tempo nem peio espaço, certamente não pode ser conhecido. O problema é que neste ponto, Kant desce a uma categoria conhecida como “noumenon”.  Seguindo-se então uma dúvida, Como então pode o homem ter uma fé religiosa? Kant mesmo replica dizendo que cada homem encontra dentro de si um imperativo categórico, um "Vós deveis", que acaba o levando à formulação da regra ou Imperativo categórico, “Aja como se o máximo de tua ação fosse se tornar, através da tua vontade, uma lei universal ou natural”.

Houve duas reações esperadas, mesmo por parte daqueles que aceitaram os argumentos de Kant.

➡ Primeiro: Alguns procuraram desenvolverem uma soluções para o problema filosófico epistemológico, o problema de conhecer a Deus se Ele está na categoria do “noumenon”. Kierkegaard e os neo-ortodoxos defenderam esta abordagem.

➡ Segundo: Houve os que voltaram como Kant havia feito, ao próprio homem e tentaram resolver o problema através de uma psicologia da experiência religiosa, O imperativo categórico de Kant é, na verdade, uma, reestruturação do vocabulário da Regra Áurea (Mt 7.12), mas falta-lhe a segunda, uma vez que ela só oferece conceitos sem conteúdo, enquanto a lei de Cristo é dada como consumação e sumário do conteúdo da segunda lista das leis de Deus (cf. Mt 5.21,27,43),

Para preencher o vazio no conhecimento de Deus causado pela visão de Kant, Schleiermacher levou adiante a teoria de que a cristandade e a religião são baseadas não somente em uma ordem "Du solst", mas também em um sentimento inerente de dependência no homem, que clama pelo evangelho. Esta é à base da consciência religiosa pela qual devemos começar.

Ritsehl tomou o desafio de Kant com o objetivo de estabelecer a religião sobre a experiência subjetiva, mas escolheu outra origem, O objetivo do homem é o reino de Deus na terra. Isto porém deveria ser baseado em julgamentos dos valores, ou seja, os valores que o homem obtém tomando suas próprias decisões a respeito de Deus. A visão de Schleiermacher naufragou pelo fato dele entender que o homem pode estabelecer uma religião da mesma forma que a cristandade o faz em seu desejo de expressar os seus sentimentos de dependência de uma força superior, Ritsehl, pensava que, se este julgamento de valores for verdadeiro, uma criança pode também ser salva por acreditar em Papai Noel tanto quanto em Jesus Cristo. As tentativas para basear a teologia no que pode ser encontrado na psicologia da experiência religiosa falharam. Todavia, a psicologia tem informações valiosas a oferecer na formulação de uma boa teologia. Os sentimentos do homem ao estranhar os seus semelhantes e a Deus, a ansiedade persistente que o assombra até a morte, e seu sentimento de culpa são todos testemunhas do pecado e da depravação do coração humano. Eles revelam a categoria existencial para a uai uma teologia sadia e biblicamente fundamentada deve dar as respostas.

Há um desafio e uma tarefa da teologia sistemática de nossos dias: expor os fundamentos filosóficos das teologias modernas, mostrar os erros em suas filosofias e então apresentar as doutrinas bíblicas sobre o mesmo assunto, apontando o caminho no qual as doutrinas reveladas das Escrituras respondem a erros filosóficos da teologia moderna, e, assim, escapar de suas consequências devastadoras.

Conclusão
Podemos fazer uma boa apresentação da teologia desde que seja ela baseada em uma completa teologia bíblica, podendo tirar algum proveito dos credos e das confissões das igrejas ortodoxas e dos consequentes desenvolvimentos doutrinários. Para que seja efetiva nossa apresentação teológica nos tempos atuais, podemos até considerar a filosofia que está por trás de todas as variantes e visões equivocadas. Assim, a filosofia se torna uma fonte negativa da teologia. A tradição, da maneira que é usada na formulação Católico Romana de seus dogmas, também deve ser classificada em uma categoria negativa, mas demanda atenção adequada a fim de que os erros sejam expostos. Os fatos provados da ciência demandam um lugar, mas os que são apenas teorias devem ser examinados mais cuidadosamente (por exemplo, a evolução). A história e os dados de religiões primitivas e pagãs se considerados e explicados biblicamente podem ser de grande ajuda. Finalmente, a psicologia apresenta ao teólogo com um dilema existencial do homem com seus sentimentos sobre aquilo que lhe parece “estranho”, seu “complexo de culpa, sua “medo da morte”, sua inerente “necessidade de religião”, e seu inato “imperativo categórico”“. Os problemas psicológicos do homem propõem questões existenciais para as quais somente uma completa teologia sistemática pode dar respostas teológicas completas. Neste caso, fica a  Bíblia a inerrante Palavra de Deus. fonte Teológica para os nossos estudos.

Bibliografia:
(Saber ao Alcance de Todos. Profmsraimundo.blogspot.com.2014/08)
presbiteros.com.br.
winkipédia.org.br
Pensamcritico.com
Icp.com.br
Dicionário bíblico wicliffe-charles-f-pfeiffer-howard-pdf
Cacp.org.br
Cpaj. Makenzie.br

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