segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

INTRODUÇÃO BÍBLICA(BIBLIOLOGIA)II

A Bíblia contém cerca de 3.566.480 letras, que constituem 773.692 palavras, 31.173 versículos, sendo Et 8.9 o maior, e Jó 3.2 o menor. A Bíblia contem1189 capítulos que foram divididos no século XIII (entre 1234 e 1242), pelo teólogo Stephen Langhton, então Bispo de Canterbury, na Inglaterra, e professor da Universidade de Paris, na França. A divisão do AT em versículos foi estabelecida por estudiosos judeus das Escrituras Sagradas, chamados de massoretas. Com hábitos monásticos e ascéticos, os massoretas dedicavam suas vidas à recitação e cópia das Escrituras, bem como à formulação da gramática hebraica e técnicas didáticas de ensino do texto bíblico. Foram eles que, entre os séculos IX e X primeiro dividiram o texto hebraico (AT) em versículos. Influenciado pelo trabalho dos massoretas no AT, um impressor francês chamado Robert d’Etiénne, dividiu o NT em versículos no ano de 1551. D ‘Etiénne morava então em Gênova, na Itália.  Até boa parte do século XVI, as Bíblias eram publicadas somente com os capítulos. Foi assim, por exemplo, com a Bíblia que Lutero traduziu para o Alemão, por volta de 1530. A primeira Bíblia a ser publicada incluindo integralmente a divisão de capítulos e versículos foi a Bíblia de Genebra, lançada em 1560, na Suíça. Os primeiros editores da Bíblia de Genebra optaram pelos capítulos e versículos vendo nisto grande utilidade para a memorização, localização e comparação de passagens bíblicas. A primeira edição do Novo Testamento de João Ferreira de Almeida, em português (1681) foi publicada com a divisão de capítulos e versículos.  O maior capítulo da Bíblia é o Salmo 119, com 176 versículos.  O menor capítulo da Bíblia é o Salmo 117, com 2 versículos apenas. A estrutura da Bíblia compreende a sua composição, isto é, a sua divisão em partes principais e seus livros quanto a classificação por assunto, divisões em capítulos e versículos, e certas particularidades.

LIÇÃO 2 - VERSÕES E TRADUÇÕES DA BÍBLIA

TEXTO BÁSICO: Salmos 119. 97-104

97 - Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia! 98 - Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo. 99 -Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. 100 - Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos. 101 - Desviei os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra. 102 Não me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste. 103 - Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca. 104 - Pelos teus mandamentos, alcancei entendimento; pelo que aborreço todo falso caminho.

TEXTO DEVOCIONAL: Hb 4.12

Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

I. VERSÕES E TRADUÇÕES DA BÍBLIA

Almeida traduziu primeiro o NT, o qual foi publicado em 1681, em Amsterdam, Holanda. Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, há um exemplar da 3° edição de “O Novo Testamento de Almeida, feito em 1712. Almeida traduziu o AT até o livro de Ezequiel. A essa altura Deus o chamou para o lar celestial. Em 1691, ministros do evangelho, amigos de Almeida, terminaram a tradução que foi publicada completa em 1753. A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, de Londres, começou a publicar a tradução de Almeida em 1809, apenas o NT. A Bíblia completa num só volume, a partir de 1819. o texto em apreço foi revisado em 1894 e 1925. a Bíblia de Almeida foi publicada pela primeira vez no Brasil em 1944 pela Imprensa Bíblica Brasileira, organização Batista.

1. PRINCIPAIS VERSÕES.

Tradução é a transferência de palavras e sentidos de um texto de uma língua para outra, de forma neutra, sem alterar as ideias ou mensagens do texto original. Já a “Versão”, por outro lado, é a adaptação de um texto de uma língua para outra, podendo estar relacionada com objetividade ou mesmo certa adaptação do texto em outro idioma. Revisão é uma atualização do texto em vernáculo, para que se entenda melhor em razão da uma língua evoluir como todas as coisas vivas. Há uma comissão permanente de revisão mantida pela SBB, acompanhando o progresso da crítica textual. Podemos citar entre as versões bíblicas algumas consideradas principais:

  • ARC – ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA – Foi publicada em 1951 pela Imprensa Bíblica Brasileira.
  • ARA – ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA – Uma comissão de especialistas brasileiros trabalhando de 1946 a 1956, prepararam a edição ARA. É uma obra magnífica, com melhor linguagem e melhor tradução. O NT foi publicado em 1951. o AT em 1958. a publicação é da Sociedade Bíblica do Brasil. Foi usado o texto grego de Nestle para NT e o hebraico de Letteris para o Antigo Testamento.
  • NTLH - NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE – Lançada em 2000, mantém-se fiel aos textos originais e ao mesmo tempo adota a estrutura gramatical e a linguagem falada pelo povo brasileiro. Desenvolvida pela Comissão de Tradução da SBB. Sendo uma revisão da BLH, recebendo uma revisão tão profunda que pode ser considerada, realmente, como uma nova tradução das Escrituras Sagradas. Lançada em 2000.
  • NVI - NOVA VERSÃO INTERNACIONAL - É uma versão de 2001, traduzida pela International Bible Society, atualmente chamada “Bíblica Brasil” e publicada pela editora Vida.
  • NAA - NOVA ALMEIDA ATUALIZADA - Esta nova tradução surge com modificações para apresentar uma linguagem mais moderna e compatível com as chamadas novas versões. É uma revisão da RA e tem o propósito de apresentar o texto clássico de Almeida numa linguagem mais atual.

2. OUTRAS TRADUÇÕES.

Além das traduções de Almeida, temos ainda outras traduções na língua portuguesa. Por questão de espaço citaremos algumas.

  • FIG – Antônio Pereira de Figueiredo: Padre católico romano. Grande latinista. Editou o NT em 1778 e o AT em 1790, tradução feita em Portugal. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres.
  • TR BR – Tradução Brasileira, publicada inicialmente em 1917. feita por uma comissão de teólogos brasileiros e estrangeiros. O NT foi publicado em 1910 e o AT em 1917. é tradução mui fiel ao original. Esgotada. Sua publicação foi suspensa em 1954.
  • RHODEN – Humberto Rhoden: Ex padre brasileiro. Versão particular dele. Foi publicada em 1935. esse padre de Santa Catarina deixou a Igreja Romana. Versão mui usada na crítica textual. Esgotada.
  • SOARES – Matos Soares: Versão popular dos católicos brasileiros (Edições Paulinas). Foi padre brasileiro e traduziu a Vulgata. Foi publicado no Brasil em 1946. Já o era em Portugal desde 1933. um grava inconveniente são os itálicos que as vezes são mais extensos do que o texto em si, e conduzem a preconceitos e tendências.
  • VIBB – VERSÃO DA IMPRENSA BÍBLICA BRASILEIRA: Lançada em 1968, após longo e cuidadoso trabalho, baseada na tradução de Almeida. A edição de 1968 aparece apenas em formato de púlpito. Em 1972 foi lançada em formato popular.
  • CBPS – CENTRO BÍBLICO DE SÃO PAULO: Edição Católica popular de SP.
  • TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO – Versão da Bíblia publicada pelas TJs. Foi preparada para apoiar as crenças da seita.

3. BÍBLIA HEBRAICA.

Consiste apenas de nosso AT. Essa é a Bíblia dos judeus. Lá o arranjo dos livros é diferente, e o total é de 24 em vez de 39, porque vários grupos são contados como um livro. O texto é sempre o mesmo. Os 24 livros estão classificados em três grupos a que Jesus referiu-se em Lc 24.44. LEI, PROFETAS E ESCRITOS. Os Salmos eram o primeiro livro do último grupo, talvez por isso citados em Lc 24.44, querendo indicar o grupo.

4. EDIÇÕES CATÓLICAS (OS APÓCRIFOS).

A Bíblia de edição católica contém sete livros a mais, perfazendo um total de 73 livros ao todo. Esses “livros a mais são chamados de APÓCRIFOS, palavra que no sentido religioso significa: “não genuínos” ou espúrios”. São livros que não são considerados como inspirados por Deus. Os sete apócrifos estão todos inseridos no AT. Isto feito muito depois de encerrado o cânon do AT por conveniência da Igreja Católica. A aprovação deles por essa Igreja se deu no Concílio de Trento em 1546, em meio a muita controvérsia. Os sete livros são: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, I e II Macabeus.  Além destes sete livros, a Bíblia de edição católica tem mais quatro acréscimos a livros canônicos:

ACRESCIMO AO LIVRO DE ESTER

  • O sonho de Mardoqueu (11.2-12) e sua descoberta de uma conspiração contra o rei ( 12.1-6)
  • O edito real de Hamã, proclamando uma perseguição letal contra os judeus  (13.1-7)
  • As orações de Mardoqueu (13.8-18) e Ester ( 14.1-9)
  • Ester aparece sem ser convocada perante o rei (15,4-19)
  • O edito real de Mardoqueu, contrariando o edito de Hamã (16.1-24)
  • Interpretação do sonho de Mardoqueu (10.4-13) e o colofão da versão grega (11.1)

ACRESCIMO AO LIVRO DE DANIEL

É a parte considerada pelo catolicismo como “deuterocanônica”. além da parte escrita originalmente em hebraico existem adições de origem grega: capítulos 3.24-90; 13 e 14

  • O sonho de Azarias e o Cântico dos três jovens (3.23,4)
  • História de Suzana (13)
  • Bel e o dragão (14)

 As Bíblias católicas têm livros cujos nomes diferem daqueles empregados nas edições dos evangélicos:

BÍBLIA PROTESTANTE

BÍBLIA CATÓLICA

I e II Samuel

I e II Reis

I e II Reis

III e IV Reis

I e II Crônicas

I e II Paralipômenos

Esdras/ Neemias

I e II Esdras

Lamentações de Jeremias

Trenos

Também existe variação na numeração dos salmos:

BÍBLIA PROTESTANTE

BÍBLIA CATÓLICA

Salmos 9,10

Salmos 9

11-113

10-112

114-115

113

116

114-115

117-146

116-145

147

146-147

148-150

148-150

II. TEORIAS SOBRE A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA.

Inspiração é a ação supervisionadora de Deus sobre os autores humanos da Bíblia usando suas próprias personalidades e estilos comporem e registrarem sem erro as palavras de sua revelação. A inspiração aplica-se somente aos manuscritos originais, chamados de “autógrafos”. A inspiração é a ideia de que Deus iluminou a mente dos autores da Bíblia, permitido-lhes transmitir uma mensagem fiel. Numa definição abrangente podemos dizer que inspiração é uma supervisão divina dos autores humanos. Entre algumas teorias em relação a inspiração das Escrituras vamos destacar algumas observando seus erros e pontos divergentes,

  • Inspiração Natural – Não há qualquer elemento sobrenatural envolvido. A Bíblia foi escrita por homens de grande talento, estando no mesmo patamar de outros escritos.
  • Mística ou iluminativa - Os autores bíblicos foram cheios do Espírito como qualquer crente pode ser hoje, desta forma outros escritos podem ser tão inspirados quanto a Bíblia e não se pode crer em infalibilidade.
  • Mecânica (ou teoria da ditação) - Os autores bíblicos foram apenas instrumentos passivos nas mãos de Deus como máquinas de escrever com as quais Ele teria escrito. Deve-se admitir que algumas partes da Bíblia foram ditadas (os Dez mandamentos)
  • Parcial - Somente o não conhecível foi inspirado (criação, conceitos espirituais)
  • Conceitual - Os conceitos, não as palavras, foram inspirados. Os autores bíblicos foram mais inspirados que outros autores humanos.
  • Neo-ortodoxa - Autores humanos só poderiam produzir uma registro falível.
  • Inspiração Falível - Uma teoria, que vem ganhando popularidade, de que a Bíblia é inspirada mas não isenta de erros.
  • Verbal e Plenária - Esta é a verdadeira doutrina e significa que cada palavra (verbal) e todas as palavras (plenária) foram inspiradas no sentido da definição acima.

1. A INSPIRAÇÃO VERBAL E PLENÁRIA.

A verdadeira doutrina conhecida como Verbal e Plenária é válida apenas para os manuscritos originais e se estende às próprias palavras. Deus é superintendente do processo, não ditando aos escritores, mas guiando-os.  Inclui a inerrância.  

  • 2Tm 3.16. Afirma que Deus é o autor das Escrituras e que estas são o produto de Seu sopro criador. “Theopneustos”, soprado por Deus. .  
  • 2Pe 1.20,21. O “como” da inspiração - homens “movidos” pelo Espírito Santo.
  • Ordens especificas para escrever a Palavra do Senhor (Ex 17.14; Jr 30.2).
  • O uso de citações.  At 28.25.  
  • O uso que Jesus fez do A.T. Mt 5.17; Jo 10.35.
  • O NT afirma que outras partes do AT são Escrituras. 2Pe 3.16
  • Os escritores estavam conscientes de estarem escrevendo a Palavra de Deus 1Co 2.13; 1Pe 1.11,12.
  • A fidedignidade do caráter de Deus.  Rm 3.4.
  • O ensino de Cristo Mt 5.17; Jo 10.35.  
  • Os argumentos baseados em uma palavra ou na forma de uma palavra. Gl 3.16.

III. CANONICIDADE

O Cânon que significa do grego “Lista” ou “linha de medir” refere-se ao grupo de livros que entram como Sagrada Escritura. Existem há tempos divergências sobre os livros escritos no AT que devem entrar no cânon; resistências mesmo entre os pré-cristãos. Os samaritanos, por exemplo, rejeitam todos os livros do AT, com exceção do Pentateuco; em contrapartida no séc. II a.C. as pseudônimas de caráter apocalíptico reivindicam o caráter de inspirados. Entre os rabinos existe inaceitações com relação aos livros de Ezequiel, Provérbios, Cantares, Eclesiastes e Éster. As divergências patrísticas sobre os apócrifos gregos e latinos, se seriam ou não canônicos, o que perdurou até o Renascimento.

1. CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS.

A Bíblia é auto-autenticável e os concílios eclesiásticos só reconheceram (não atribuíram) a autoridade inerente nos próprios livros.  Deus guiou os concílios de modo que o cânon fosse reconhecido.

a) CÂNON DO A.T.

Alguns afirmam que todos os livros do cânon do AT foram reunidos e reconhecidos sob a liderança de Esdras (quinto século a.C.). O NT se refere a AT como escritura (Mt 23.35; a expressão de Jesus equivaleria dizer hoje “de Gênesis a Malaquias”; cf. Mt 21.42; 22.29).  O Sínodo de Jamnia (90 A.D.) Uma reunião de rabinos judeus que reconheceu os livros do A.T

b) OS PRINCÍPIOS DE CANONICIDADE DOS LIVROS DO N.T.

  • Apostolicidade. O livro foi escrito ou influenciado por algum apóstolo?
  • Conteúdo. O seu caráter espiritual é suficiente?
  • Universalidade. Foi amplamente aceito pela igreja?
  • Inspiração. O livro oferecia prova interna de inspiração?

c) A FORMAÇÃO DO CÂNON DO N.T.

  • O período dos apóstolos. Eles reivindicaram autoridade para seus escritos (1Ts 5.27; Cl 4.16).
  • O período pós-apostólico. Todos os livros forma reconhecidos exceto Hebreus, 2 Pedro e 3 João.
  • O Concílio de Cartago em 397 reconheceu como canônicos os 27 livros do N.T.

BIBLIOGRAFIA:

Maturidade Cristã – CPAD -  Out. 1989

Manual da Escola Bíblica Dominical – Antônio Gilberto - CPAD

www.vivos.com.br

 

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