Lc 2.22,
23 Terminados os dias da purificação,
segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor.
(conforme está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito será consagrado ao
Senhor),
Int. Consagrar alguém ou algo a Deus
foi, desde os mais primórdios tempos, um costume geral entre os povos bíblicos.
Não será difícil encontrarmos na Bíblia
textos onde o próprio Deus exigia para si, a separação de pessoas ou coisas. Exemplo. Arão e seus filhos.
Ex 28.41 E
vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também a seus filhos, e os ungirás e
consagrarás, e os santificarás.
Definição do termo: Consagrar. Separar ou dedicar para o
uso de Deus Êx 13.2 Santifica-me todo primogênito,
todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens
como de animais; porque meu é.
Lucas registra, e é o único dos evangelistas a
fazê-lo, Maria e José conduzindo Jesus
ao Templo de Jerusalém, quarenta dias
depois de seu nascimento. Eles estão cumprindo um ritual de purificação
pós-parto, que, de acordo com a lei de Moisés chamava-se "a redenção do primogênito". ...os pais trouxeram o menino Jesus, para
fazerem por ele segundo o costume da lei, v.27. Para cumprirem este ritual José e
Maria escolheram a opção mais disponível
aos pobres, aqueles que não podiam comprar um cordeiro, entregavam
"Um par de rolas ou dois pombinhos" (v.24). Lv 12.1-4 Mas, se as suas posses não
bastarem para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos: um para
o holocausto e outro para a oferta pelo pecado...
Pontos
importantes podem e devem ser observados aqui:
1. José e
Maria, pais de Jesus, não esperavam cumprir qualquer ritual indicado por uma
igreja ou denominação evangélica, como judeus eles cumpriam um ritual do
"judaísmo" que era a religião oficial daquele povo. Mesmo em tempos de domínio dos Romanos, um
povo completamente alheio aos preceitos divinos, os judeus se mantinham, na medida do possível fiéis ao Senhor e as
suas crenças. ...levaram Jesus a Jerusalém,
para apresentá-lo ao Senhor...
2. O ato
de levar Jesus ao templo para ser apresentado não vinha de nenhum ensinamento
apostólico, e nem tinha qualquer intenção de deixar algum exemplo que deveria
ser seguido pela igreja. Ainda não haviam sido instituído nem igrejas e nem apóstolos
naqueles tempos, a prática era estritamente judaica.
3. Jesus
também não pretendeu, por este ato a que foi submetido por seus país, deixar nenhum
exemplo para as igrejas que se estabeleceriam. Jesus tinha apenas 40 dias de nascido, uma
criança de 40 dias não é capaz de escolher onde ir, o que vestir, o que fazer,
muito menos dar exemplo para alguém.
I. AS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA DA APRESENTAÇÃO DE CRIANÇAS.
A apresentação de crianças, saiu dos tempos bíblicos
e acabou se tornando uma prática comum nas igrejas evangélicas. Adotamos a
prática por não batizarmos as nossas crianças. Assim, substituímos uma prática
pela outra por entender que tal prática tenha se tornado motivo de grande
alegria para muitas famílias. Para entender um pouco melhor as implicações no
ato de apresentarmos nossos filhos, talvez seja procurarmos entender um
pouquinho sobre o assunto batismo.
1. O BATISMO CATOLICO ROMANO.
Os Católicos veem o batismo como um dos sete
sacramentos (Batismo,
Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e o Matrimônio).
Consideram-no como um ritual "santo" e, fundamental a vida cristã. Pela
prática do batismo, segundo ensinam, as porta para a vida no Espírito e o acesso
aos demais sacramentos são abertas. Definem o batismo como o sacramento da
regeneração pela água e pela Palavra, acreditando que, pela prática dele, a
criança é salva tornando-se membro do Corpo de Cristo, regenerada do seu estado
de pecador, e livre do paganismo.
2. O BATISMO A LUZ DA BIBLIA.
O nosso pensamento em relação ao batismo, difere circunstancialmente
do pensamento católico. O ensino da Bíblia é que nenhum ritual religioso é suficientemente
eficaz para salvação. A salvação advém única e exclusivamente na convicção e na
crença na pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo. At 4:12 E em nenhum outro há
salvação; porque debaixo do céu nenhum
outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos. Pensamento confirmado
pelo texto de Jo 3:16 Porque Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mais tenha a vida
eterna. E
por Paulo em Rm10.9,10 Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em
teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é
com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação. Ainda,
é preciso lembrar do “salteador” arrependido na cruz, ao lado de Cristo, que
foi salvo sem ter tido ao menos tempo pensar em batismo. Lc 23:43 Respondeu-lhe Jesus: Em
verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
3. A APRESENTAÇÃO.
Curioso em tudo isso é que temos uma crença
diferente dos católicos, mas permitimos que sorrateiramente se introduza nas
nossas igrejas um pensamento idêntico ao deles substituindo um ritual por
outro. (Ritual aqui não é um termo pejorativo) "Ritual" conjunto de gestos, palavras e
formalidades, imbuídos de algum valor simbólico, cuja performance é,
usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou por tradições da
comunidade. A prática na apresentação de crianças não traz em
si nenhuma conotação mística, como também não há nenhuma ordenança bíblica
neste sentido. Podemos entendê-la como um melhoramento de uma prática bíblica
judaica habilitada para uma prática de uso eclesiástico sem nenhum valor salvívico, e nada tendo a ver
com perdão de pecados. No entanto este ato pode ser motivo de muita exultação e
alegria aos pais e familiares que o entenderem como deve ser entendido. É
preciso muito cuidado pois não são poucos os pais que teimam em acreditar que
se não apresentarem seus filhos, eles se tornam “pagãos”. É por causa deste
pensamento que muitos pais correm para as igrejas para apresentarem seus
filhos, e depois... simplesmente desaparecem, somem, nunca mais são vistos.
II. IMPLICAÇOES DO RITUAL.
Pois bem, este é um ato que embora simples, traz consigo algumas implicações. Jesus, não
foi sozinho ou por vontade própria ao templo... Levaram ele.... Ele não escolheu estar ali, não
escolheu a roupa que deveria vestir e nem as pessoas que deveriam estar também
ali. Para falar a verdade, não fazia a menor ideia
do que estava acontecendo ali.
COMPROMETIMENTO.
JESUS não tinha como saber nada sobre o que iria acontecer, mas seus pais
sabiam muito bem. Os pais que hoje trazem seus filhos para serem apresentados
na igreja precisam e devem saber que este ato que traz implicações e que esta
implicações dizem exatamente em respeito a eles. Mas, fiquem tranquilos, não é
nada sobrenatural, nada para se ter medo... A principal implicação e a única da qual me deterei neste
opúsculo tem a ver com a palavra "compromisso".
Nossos filhos ainda não possuem idade suficiente
que lhes deem condições de escolha, por isso eles precisam ser instruídos, e
esta missão de "mostrar" a eles o caminho em que devem andar pertence
em primeiro lugar a nós os pais. Pv 22.6 Instrui o menino no caminho em que deve andar, e
até quando envelhecer não se desviará dele. Por isso, devemos ser os maiores
interessados em manter nossas vidas comprometidas com o Senhor Jesus. Nossos
filhos precisarão aprender a ser bons cidadãos, bons filhos e, principalmente
bons servos de Deus.
a. COMO ISTO FUNCIONA.
Ao "trazermos" nossos filhos para serem
apresentados ao senhor, nós o estão consagrando ele a Deus. estamos
"entregando" nossos filhos aos cuidados de Deus. Isto é maravilhoso! Mais,
não é uma troca, é uma aliança. Deus recebe nossos filhos no sentido de
abençoa-los e guardá-los. Nós assumimos a responsabilidade de educá-los nos
preceitos bíblicos afim de que eles cresçam conhecendo o Senhor.Moisés nos
mostra direitinho funciona esta engrenagem:
Primeiro. Dt 6-9 E estas palavras, que
hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos... A implicação número um desta aliança é o amor e o
apego pela Palavra. Não faz sentido querer inculcar algum ensino em alguém sem
que esteja primeiro inculcado em nós. Precisaremos amar a Palavra de Deus na
prática para que nossos filhos aprendam, na prática, como amar Deus e Sua
Palavra. É a parte de vocês na aliança. Tg 1.22-25 E sede cumpridores da
palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Pois se alguém é
ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla no
espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo e vai-se, e logo se
esquece de como era. Entretanto aquele
que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo
ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer.
"Entretanto, se continuar
olhando com firmeza na lei de Deus que traz a liberdade e não a esquecer, mas
praticar o que ela diz, Deus abençoará grandemente essa pessoa em tudo quanto
fizer" (Bíblia Viva) Aqui se fundamenta o ensino daquilo que se vive e
ama. Não é ensinar por ensinar. Não se trata simplesmente de contar historinhas
porque as acha bonitas ou úteis. O ensino aqui deve vir de dentro, fluir da
alma, brotar de um coração que acima de tudo, ama as coisas que vem de Deus.
Segundo:
...e
delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao
levantar-te. Estamos apenas começando com nossos pequeninos, e em hipótese
alguma poderão desistir deles. A segunda implicação está no fato de nunca pensarmos que já falamos de
Deus o suficiente. O aprendizado vem pela
persistência, (por osmose). Se não formos insistentes o suficiente na
transmissão da Palavra de Deus, os meios de comunicação como a TV ou a internet
poderão ser mais convincente, e
fatalmente perderemos esta batalha. Por isso,
ainda no berço, a Bíblia precisa começar a ser inculcada, ela está
repleta de belas historias que podem muito bem ser adaptadas a linguagem e ao
entendimento deles. Mesmo que eles ainda não entendam a linguagem das palavras,
com um pouco de carinho, quem sabe, consigamos falar na
"linguagem" deles. Todas as oportunidade
para "inculcar" neles a verdade sobre o Senhor Jesus devem ser
aproveitadas ao máximo.
PARA A ESCOLA. Levar nossos filhos na
escola é uma alegria que não deve ser desperdiçada. (Não tem preço). É uma
oportunidade indescritível poder andar de mãos dadas com eles e conversar.... o tempo passa muito rápido e daqui a pouco vão restar
apenas lembranças...
EM TODOS OS
LUGARES. Portanto,
devemos procurar aproveitar todo tempo com eles para falar de Deus. Andado na
rua... indo a igreja...brincando no parquinho, ou estando simplesmente em casa.
Tudo isso é válido.
DEPOIS DE UM
DIA CANSATIVO.
Algumas noites, mesmo depois de um dia cansativo e estressante em virtude do
trabalho, eles estarão nos esperando desejoso de alguma atenção. Não devemos perder
esta oportunidade, podemos brincar nem que seja um pouquinho, assistir TV com eles, convidá-los a deitar ao nosso lado e falar
para eles da Bíblia, contar historinhas,
no final, mesmo que sejamos nós a durma primeiro, posso te garantir, valerá a pena...
Terceiro: Também as atarás por sinal
na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos... A terceira implicação está em assumir de vez nossa
responsabilidade como pais educadores. Muitos pais preferem
transferir para a igreja ou para as instituições de ensino responsabilidades
que são suas. Não é a igreja ou a escola que tem a missão de "educar"
nossos filhos, a igreja, e a escola são "ajudadores" nesta missão,
elas vão nos auxiliar nesta tarefa, mais os educadores somos nós.
A EBD. A EBD tem sido ao longo
de muitos anos a melhor escola de ensino que a igreja dispõe. Infelizmente
muitos pais não tem a prática de frequência na EBD, mas, contudo, enviam seus
filhos todos os domingos. Isto pode ter um lado negativo, porque acaba passando
para eles a ideia de que a EBD não é um lugar tão bom, "se fosse bom, eles
iriam juntos!" Também parece não ser uma boa ideia os pais irem a EBD e
não levarem seus filhos. Estão impedindo que eles de recebam boa instrução, por
pessoas dispostas e preparadas para isso. Não tenhamos dúvidas, a EBD pode ser
um excelente "auxiliar" na educação de nossos filhos. Lá eles
aprenderão coisas muito mais importantes e edificantes que com toda certeza a
televisão ou a Internet não tem para lhes ensinar.
Como sinal
na tua mão e por frontais entre os teus olhos. A
Palavra de Deus estando a nossas mãos, nossas mãos não servirão apenas para dar
umas "palmadinhas". Pelo contrário, elas estarão sempre prontas e
estendidas nos momentos difíceis da caminhada, e não duvidem sempre chega um
tempo em que nossos filhos precisarão se sentir seguros, a Palavra de Deus é a
segurança que precisamos ter sempre a mão para os auxiliar.
A Bíblia Viva verte
este texto da seguinte forma: "Amarre estes mandamentos nos braços como constante
lembrete". Antes de tomarmos qualquer atitude no sentido de
punirmos ou corrigirmos nossos filhos, devemos ter o cuidado de ver com os
olhos de Deus. Não se trata de deixar sem correção, mas aprender com Deus. Hb 12.7, 8 É para disciplina que
sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não
corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado
participantes, sois então bastardos, e não filhos. Com a Palavra na
mão, estamos aptos para corrigir e
ajudar. Com a Palavra nos "olhos", estamos prontos para ver com os olhos
de Deus. Ef 2.17 que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando
arraigados e fundados em amor,
Quarto e
último:
...e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas... Para finalizar, não podemos nos esquecer da nossa casa. Ela o
ambiente onde vamos criar nossos filhos, por isso nossa casa precisa ser uma
extensão da casa de Deus. Tudo que imaginamos ser a casa de Deus, deve ser a
nossa casa... A Palavra, a música, a comunhão, o ambiente saudável...
Um lugar prazeroso de se estar. Nossos filhos, como nós precisam sentir
prazer em estar em casa... Casas onde o ambiente se verifica por brigas,
palavrões e panelas voando, certamente nunca será um lugar bom de se estar. Por
causa de ambientes como estes que muitas crianças e até adultos, preferem ficar
na rua. Paulo nos fala como devemos agir para que nossa casa seja um lugar
agradável.
1. Evite
ficar falando "palavrões" na frente de seus filhos, nem ache bonito
quando ouvir eles falando.Ef 4.29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas ó a que seja boa
para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.
2. Evite
ficar brigando ou discutindo na frente de seus filhos. Se tiverem que
"discutir" qualquer assunto mas acalorado, faça-o, longe deles, preferencialmente. v.31 Toda a amargura, e cólera,
e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a
malícia.
3. Evite
guardar no coração qualquer tipo de recebimento. Procure sempre agir com
bondade. Se precisar corrigir seu filho, não o faça no calor da sua ira, espere
um pouco até que esteja pronto para falar. v. 32 Antes sede bondosos uns para com os outros,
compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em
Cristo.
CONCLUSÃO: Finalmente Arthur será
apresentado a Deus, e vocês proverão um ambiente saudável para que ele cresça
no temor do Senhor. Ele, agora não está em condições de escolher vir a igreja,
mas vocês poderão fazer disto uma rotina prazerosa para ele... O que eu posso
dizer... Desde seu nascimento, Arthur, foi separado para Deus...
Mensagem
pregada no culto de apresentação do pequenino Arthur filho de meus sobrinhos
Márcio e Luana. Assembleia de Deus em
Cerâmica, Nova Iguaçu. 19/04/2015