CRISTOLOGIA, A DOUTRINA DE CRISTO
TEXTO BÁSICO: João 1.1-14
1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 - Ele estava no princípio com Deus. 3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. 4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; 5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 6 - Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. 7 - Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. 8 - Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz. 9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo, 10 - estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. 11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 - Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome, 13 - os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. 14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
TEXTO DEVOCIONAL: João 1.17
Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
Introdução: Chama-se Cristologia a doutrina que estuda a respeito da pessoa do Senhor Jesus. O termo vem do nome “Cristo” que é o equivalente neo testamentário de “Messias”, do Antigo Testamento, e significa “Ungido”, e do grego “logia” que significa estudo ou tratado. Portanto, Cristologia é o estudo ou tratado a respeito de Cristo. Trata de sua humanidade, divindade, pré-existência, morte, ressurreição, ascensão e sua volta iminente nas nuvens dos céus para buscar a sua Igreja. No que tange a vida de Jesus muitos já tentaram fazer uma biografia a seu respeito, Flávio Josefo, que foi um estudioso dos tempos de Cristo, registrou que existia no seu tempo cerca de 13 (treze) pessoas com o nome Jesus, Este nome vem da transcrição grega “Yhesus” do hebr. “Yesua”, forma tardia de “Yehosua” ou “Yosua”, nome judaico frequente (Yavé é, ou dá salvação). As seguintes pessoas bíblicas têm esse nome: Josué (At 7:45; Hb 4:8; 1Mac 2:55 Josué, cumprindo a palavra de Deus, veio a ser juiz em Israel.); um levita do tempo de Ezequias (2Cr 31:15); um sacerdote (1Cr 24:11); vários contemporâneos de Zorobabel (Ed 2:6; 3:9) e Ne (8:7); o sumo sacerdote Josué (Zc 3:1); um dos antepassados de Jesus Cristo (Lc 3:29); ainda Jesus filho ou neto de Sirac (Eclesiático: “Sabedoria de Jesus filho de Sirac”), Jesus Barrabás (conforme muitos manuscritos), Jesus um justo colaborador de Paulo (Cl 4:11), Jesus Cristo. As palavras do anjo em Mt 1:21 aludem ao sentido do nome hebraico “Ele Jesus há de libertar o seu povo dos pecados”. O contexto da vinda de Jesus na terra teve exatamente a aprovação prévia do Senhor Todo-Poderoso.
I. A PRÉ-EXISTÊNCIA DE CRISTO.
Pré-existência refere-se ao período de existência anterior ao nascimento físico. A Bíblia é categórica ao ensinar que Cristo nasceu em Belém da Judéia, porém ela mesma afirma sua pré-existência em Jo 17.5 “e agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” sua natureza eterna, vista neste texto comprova o fato de que Cristo não teve inicio, nem terá fim, por ser eterno no sentido da palavra. O próprio Senhor Jesus confirma em Jo 8.58: “... Em verdade eu vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU.”.
1. PRÉ-ENCARNADO. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. (Jo 1.14)
O termo “encarnação” refere-se aquele período em que Deus se fez homem na Pessoa de Cristo. Pré-encarnação, portanto, tende a referir-se a Cristo antes mesmo dele nascer em forma humana. A Bíblia afirma que Ele existiu eternamente antes da Criação do mundo. Jo.1.1: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Jesus estava desde o "principio com Deus” v.2. Antes mesmo que houvesse mundo, a sua pré-existência é testificada em Jo 17.5 Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado. O Verbo "se fez carne" implica numa existência pré-encarnada, isto é, antes de seu nascimento humano. Além destas afirmações, ainda temos o fato atestado pela Bíblia de que Cristo esteve presente na própria criação do mundo, mais do que isto, Todas as coisas foram criadas por intermédio dele (Jo 1.3; Cl 1.15) O mundo foi criado "por intermédio dele” e "para ele" Cl 1.15,1617, Ele é o "primogênito de toda a criação" Tudo subsiste "nEle"
2. ENCARNAÇÃO. Fp 2.6,7 que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
Se pré-encarnação fala de sua existência anterior ao nascimento humano, encarnação vai falar exatamente de seu nascimento. Paulo enfatizou o fato de Jesus voluntariamente tornar-se homem. Jesus, sendo o eterno “Logos” (verbo), continuou sendo o Deus Eterno quando se fez carne. O Verbo eterno e infinito se fez, em Jesus de Nazaré, homem finito e suscetível a morte, sem nunca deixar de ser o verbo divino. “Sim, é tão sublime - unanimemente o proclamamos - o mistério da bondade divina: manifestado na carne, justificado no Espírito, visto pelos anjos, anunciado aos povos, acreditado no mundo, exaltado na glória!” (1Tm 3.16). Deus preparou de maneira sublime todas as coisas para o advento da encarnação de Cristo. Lemos em Gl 4.4. “Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei,” Plenitude dos tempos significa “no tempo determinado por Deus”. O mundo foi preparado de uma forma especial, sob governo romano, existia por todo mundo de então, uma influência unificadora. Utilizava-se universalmente a língua grega, comum no comércio e na vida cultural e quase não houve guerra naquele século primeiro da era cristã. Tinha sido desenvolvido pelos romanos, excelentes sistemas de correio governamental, rotas marítimas de ordem comercial e redes rodoviárias. Todos estes fatores facilitaram a rápida divulgação do Evangelho nas décadas que sucederam a encarnação de Cristo. A “mãe” de Jesus e o local de seu nascimento também foram preparados de forma especial. Num evento chamado de “anunciação”, o anjo Gabriel foi enviado para explicar a Maria que o Espírito Santo desceria sobre ela e como iria então conceber e dar a luz ao Filho de Deus. Lc 1, e através do decreto de um rei pagão, José e Maria tiveram de descer até Belém, cidade já profetizada como local de nascimento do Messias. Lc 2.1-3. Eles viajaram 110 Km da Galileia, onde moravam até Belém, a cidade de Davi, para fins de recenseamento.
I. AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO.
A encarnação de Cristo em nada limitou a sua divindade, mesmo ao deixar o esplendor da sua glória para assumir a forma humana ele nunca deixou de ser Deus. Assim podemos dizer que a pessoa de Cristo é “TEANTRÓPICA”, isto é, Ele tem duas naturezas, divina e humana em uma só pessoa, constituindo uma só substância pessoal, duas naturezas, uma pessoa. Tanto as qualidades e os atos divinos quanto humanos podem ser atribuídos a Jesus sob qualquer uma das suas naturezas, as duas naturezas não podem ser separadas.
1. NATUREZA HUMANA. 1Jo 4.2 - Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
Dos quatro Evangelhos, somente Lucas dá um resumo da infância de Jesus. “O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.” Lc 2.40, Acrescenta ainda: “E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.” Lc 2.52. Estes dois versículos mostram que Jesus era sujeito as leis normativas do desenvolvimento humano. Com exceção de sua natureza impecável, a infância de Jesus decorreu de forma normal. Ele apresentava aspéctos físicos e desenvolvimento um homem, E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça... Lc 2.52. Ele tinha um corpo físico, Mt 26:12 Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Além disso Ele recebeu nomes humanos: Jesus (Mt 1.21); Filho do Homem (Mt 8.20; 11.18); Filho de Abraão (Mt 1.1). Teve as Limitações da Natureza Humana, Sem Pecado: Ficou cansado (Jo 4.6); Sentiu fome (Mt 4.2; 21.18); Sentiu sede (Jo 19.8); foi tentado (Mt 4; Hb 2.18). Foi Muitas Vazes Chamado de Homem. (Jo 1.30; 4.9; 10.38)
2. NATUREZA DIVINA. Jo 1.1 No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Mesmo após sua encarnação, Jesus em nada limitou sua divindade, Jesus foi o Deus-Homem. Tudo isto confirmado pelo testemunho insofismável das Escrituras que prova sua divindade ao atribuir a ele atributos inerentes somente a Deus. A Bíblia atestam de Jesus: Ele é eterno (Jo 1.1; 8.58; 17.5); Ele é omnipresente (Mt 28.20; Ef 1.23); Ele é omnisciente (Jo 16.30; 21.17); Ele é omnipotente (Jo 5.19); Ele é imutável (Hb 1.12; 13.8). Além desses atributos, ele possui ofícios divinos: Ele é criador (Jo 1.3; Cl 1.16); Ele é sustentador (Cl 1.17). Possuindo também Prerrogativas Divinas, fazendo coisas que somente Deus pode fazer, tais como: Perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.47); Ressuscitar os mortos (Jo 5.25; 11.25); Executar julgamento (Jo 5.22). Ele é Identificado com Iavé do Antigo Testamento. "EU SOU" (Jo 8.58); Visto por Isaías (Jo 12.41; 8.24,50-58). Possuindo ainda nomes divinos tais como: "Alfa e Ômega" (Ap 22.13); "EU SOU" (Jo 8.58); "Emanuel" (Mt 1.22); "Filho do Homem" (Mt 9.6; 12.8); "Senhor" (Mt 7.21; Lc 1.43); "Filho de Deus" (Jo 10.36); "Deus" (Jo 1.1; 2Pe 1.1). A Bíblia ainda testifica de sua divindade demostrando possuir Jesus relações divinas, declarando ser Ele “...a imagem expressa de Deus” (Cl 1.15; Hb 1.3). Confirmando ainda ao dizer: “Ele é um com o Pai” (Jo 10.31). Finalizando, Jesus sendo Deus, Ele aceita adoração divina (Mt 14.33; 28.9; Jo 20.28,29), Reivindicando ser Deus, (Jo 8.58; 10.30; 17.5)
III. UNIÃO DAS NATUREZAS. Mt 11.29 - Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma.
Com respeito a união das naturezas de Cristo, observamos o seu caráter absolutamente santo, a sua natureza humana foi criada santa, “...O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.” Ele não cometeu pecado, (Is 53,9; 1Pe 2.22), e sempre agradou o Pai. (Jo 8.29). Por causa do seu amor genuíno que ultrapassa todo o conhecimento, Ele foi capaz de entregar a sua vida. Jo 15.13 “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos”. Ele foi sério sem ser melancólico, foi alegre sem ser frívolo, Jesus era perfeitamente equilibrado, teve uma vida intensa de oração (Mt 14.23; Lc 6.12), foi um trabalhador incansável realizando as obras do seu Pai (Jo 5.17; 9.4), foi manso e humilde, chagando ao ponto de “tomar a forma de servo” Fp 2.4-8; Mt 11.29
EPÍLOGO. 1Pe 3:18 “Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito.”
Cristo foi dado por Deus Pai como propiciação pelos pecados daqueles que viessem a ter fé no seu sangue derramado. 2Co 5:21. “Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” A principal missão de Cristo, ao tornar-se homem quando veio a terra, não foi de ensinar nem de realizar milagres, foi sim a de morrer pelos pecados do mundo, tarefa esta que nenhum profeta poderia cumprir. Rm 10:8-11 “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.”
BIBLIOGRAFIA: (não anotada)
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