terça-feira, 12 de março de 2024

 

DIÁSPORA, OS JUDEUS SE ESPALHAM PELO MUNDO

TEXTO BÁSICO: Ezequiel 22.14-22

14 - Estará firme o teu coração? Estarão fortes as tuas mãos, nos dias em que eu tratarei contigo? Eu, o SENHOR, o disse e o farei. 15 - E espalhar-te-ei entre as nações, e espalhar-te-ei pelas terras, e porei termo à tua imundícia. 16 - E tu serás profanada em ti mesma, aos olhos das nações, e saberás que eu sou o SENHOR. 17 - E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 18 - Filho do homem, a casa de Israel se tornou para mim em escória; todos eles são bronze, e estanho, e ferro, e chumbo no meio do forno; em escória de prata se tornaram. 19 - Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Pois que todos vós vos tornastes em escória, eis que eu vos ajuntarei no meio de Jerusalém. 20 - Como se ajuntam a prata, e o bronze, e o ferro, e o chumbo, e o estanho no meio do forno, para assoprar o fogo sobre eles, a fim de se fundirem, assim vos ajuntarei na minha ira e no meu furor, e ali vos deixarei, e fundirei. 21 - E congregar-vos-ei e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor; e sereis fundidos no meio dela. 22 - Como se funde a prata no meio do forno, assim sereis fundidos no meio dela; e sabereis que eu, o SENHOR, derramei o meu furor sobre vós.

INTRODUÇÃO:

O povo hebreu foi o único povo no mundo cuja determinação divina foi a de habitar uma região específica da terra: Canaã (Israel). Gn 15.7,18 - Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para a herdares… Naquele mesmo dia, fez o SENHOR um concerto com Abrão, dizendo: À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, No entanto, ao longo de 4 mil anos de história o povo judeu se consagrou como a nação mais cosmopolita do mundo se espalhando em mais de 100 países, e com exceção de Israel, sempre estando como minorias em todos esses lugares. Tantas fugas e dispersões produziram uma diversidade de grupos judaicos que foram se adequando aos costumes, idiomas e culinárias dos lugares onde viveram. Mas também contribuíram para enriquecer as culturas locais. Neste estudo, pretendemos viajar por alguns momentos nessa longa saga judaica através dos tempos e das fronteiras. Contudo, os fatos históricos são extremamente longos e muito exaustivos, e por questão de tempo e espaço vamos procurar caminhar por um contexto bastante resumido, assim não ficamos cansativos demais e não nos perdemos diante das muitas informações no que diz respeito a povos, datas etc... Portanto tenham todos um bom estudo!

I. DEFINIÇÃO DO TERMO

A wikipédia define o termo “diáspora” como o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas. Em termos gerais, diáspora pode significar dispersão de qualquer nação ou etnia pelo mundo. Assim, "Diáspora judaica" é o nome dado aos diversos momentos da história em que populações judaicas foram expulsas do território que habitavam. Geralmente os historiadores falam em duas grandes diásporas, a primeira diáspora judaica e segunda diáspora judaica." A partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 70 d.C.. Ez 22.15 - E espalhar-te-ei entre as nações, e espalhar-te-ei pelas terras… 

II. O INÍCIO DE TUDO.

2Rs 25.8,9 E, no quinto mês, no sétimo dia do mês (este era o ano décimo nono de Nabucodonosor, rei de Babilônia), veio Nebuzaradã, capitão da guarda, servo do rei de Babilônia, a Jerusalém. E queimou a Casa do SENHOR e a casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém; todas as casas dos grandes igualmente queimou.


1. A PRIMEIRA DIÁSPORA.

Estamos diante de uma longa história de dispersão do povo judeu cujo inicio pode ser datado por volta do ano 587 a.C., quando o rei da babilônia Nabucodonosor invade o antigo reino de Judá, ao sul de Israel, arrasando Jerusalém e destruindo por completo o templo. Quantos aos habitantes foram, em parte, deportados para a Babilônia, na Mesopotâmia. 2Rs 25.11,12 E o mais do povo que deixaram ficar na cidade, e os rebeldes que se renderam ao rei de Babilônia, e o mais da multidão, Nebuzaradã, o capitão da guarda, levou presos. Porém dos mais pobres da terra deixou o capitão da guarda ficar alguns para vinheiros e para lavradores. Não há dúvidas de que foi um domínio imposto pela força das armas, no entanto é observável que tal domínio trouxe uma certa contribuição, pois durante este exílio o povo judeu conseguiu manter a prática regular de sua religião, reforçando rituais e custumes que os distinguia dos demais povos. Os escribas, por sua vez, investiram grande esforço no sentido de redigir as tradições orais e compilarem todos os pergaminhos vindos do templo destruído. Até mesmo o calendário judaico foi aprimorado com a astronomia babilônica. Assim, durante 70 anos, os israelitas viveram como exilados fora da terra prometida a Abraão e seus descendentes


Após o exílio, 50 anos depois, em 538 a.C o imperador persa Ciro conquistou a Babilônia e se tornou a pessoa mais poderosa do mundo. Ele permitiu a volta dos judeus a Jerusalém e a reconstrução do templo, contudo muitos judeus preferiram ficar na Babilônia, que permaneceu como um centro da cultura judaica por 1,5 mil anos. No entanto, eles não eram mais um país independente, eram agora uma província do Império Persa. Isso continuou por 200 anos, até que Alexandre, o Grande, conquistou o Império Persa e fez dos israelitas uma província do Império Grego por mais 200 anos. Finalmente surgem os romanos e derrotaram os impérios gregos se tornando a potência mundial dominante. Os judeus tornaram-se então uma província neste Império, ficando sob seus domínios.


2. A SEGUNDA DIÁSPORA.

Dt 28.63,64 E será que, assim como o SENHOR se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra, a qual passas a possuir. E o SENHOR vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; servirás à madeira e à pedra.


Desde a época dos babilônios, os judeus não eram independentes. Uma sucessão de outros impérios os governou. Entretanto, duas rebeliões dos judeus contra o domínio romano (em 66-70 e 133-135 d.C.) tiveram resultados desastrosos. Ao debelar a primeira revolta, o general Tito, mais tarde imperador, arrasou o Templo de Jerusalém, do qual restou apenas o Muro das Lamentações. E o imperador Adriano, ao sufocar a segunda, intensificou a diáspora e proibiu os judeus de viver em Jerusalém. A partir de então, os israelitas espalharam-se pelo Império Romano; alguns grupos migraram para a Mesopotâmia e outros pontos do Oriente Médio, fora do poder de Roma. A partir de então, a Palestina passou a ser habitada por populações helenísticas romanizadas; e, em 395, quando da divisão do Império Romano, a Palestina tornou-se uma província do Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino). Com a vastidão do Império Romano, os judeus acabaram se espalhando pelo mundo inteiro.


Foi assim que o povo judeu viveu por quase 2.000 anos, disperso em terras estrangeiras e nunca totalmente aceito. Nessas diferentes nações, eles sofreram regularmente grandes perseguições. Essa perseguição aos judeus foi particularmente verdadeira na Europa, na Espanha, na Europa Ocidental, na Rússia, os judeus viviam muitas vezes em situações perigosas nesses reinos. Os judeus emigraram para a Índia e Kaifeng, na China, para escapar dessas perseguições. 


a) OS SEFARDINS. O processo migratório dos hebreus na África foi na região norte, onde existiam comunidades tribais muçulmanas chamadas de berberes e mouros. Os refugiados mantiveram aproximação cultural com os mouros, que eram mais pacíficos e estavam em expansão na Espanha. Em razão desse contato – mouros e hebreus – os hebreus passaram a ser chamados de “sefardins”. Essa segmentação de hebreus sefardins ainda desenvolveram um idioma próprio, o ladino, que mescla vocábulos do hebraico e do espanhol medieval.

2b) OS ASHKENAZI. Os hebreus que migraram para o leste da Europa, especificamente na região entre a Alemanha e a França, nas proximidades do vale do rio Reno, passaram a ser chamados de ashkenazi. Os hebreus ashkenazi eram economicamente ligados à atividade artesanal, à fabricação de vinho e ao comércio. 

EPÍLOGO.

"A principal consequência da diáspora judaica é que os judeus se tornaram um povo sem Estado durante por quase dois milênios, ou seja, sem ter um território com o próprio governo e demais instituições. Outra consequência da diáspora judaica foi a constante perseguição sofrida pelos judeus. Os judeus foram perseguidos durante toda a Idade Média, principalmente em momentos de epidemias, períodos de fome e crise econômica. Eles eram acusados de serem os responsáveis pela morte de Jesus, uma vez que teriam escolhido libertar Barrabás, permitindo que Jesus fosse crucificado. Além disso, foram realizados muitos massacres de judeus em diversos países, os chamados pogroms. Para muitos historiadores, o Holocausto foi o maior pogrom da história."

As perseguições contra os judeus atingiram o auge quando Hitler, através da Alemanha nazista, tentou exterminar todos os judeus que viviam na Europa. Seis milhões de judeus perderam a vida no que hoje conhecemos como o Holocausto . Hitler quase conseguiu, mas foi derrotado e um remanescente dos judeus sobreviveu. Mas isto poderá ser assunto na próxima lição, não percam…



bibliografia:

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hebreus3.htm#:~:text=Di%C3%A1spora%20judaica%20%C3%A9%20o%20nome,passaram%20ao%20longo%20da%20hist%C3%B3ria.&text=Ou%C3%A7a%20o%20texto%20abaixo!,passaram%20ao%20longo%20da%20hist%C3%B3ria.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1spora_judaica

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/diaspora-judaica


terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

 A INVASÃO DE JERUSALÉM.

Texto Básico: Lc 21.20-24
Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei, então, que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, que saiam; e, os que estiverem nos campos, que não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas e das que criarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira sobre este povo. E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.”

Introdução:

O cerco de Jerusalém e a consequente destruição do Templo pelos Romanos sem dúvida deve ser entendido como o principal assunto nas palavras do Senhor Jesus registradas por Lucas, texto básico da nossa lição. O contexto histórico que se segue a descrição destes fatos tempo depois desta narrativa é um cenário muito triste que podemos pelo menos imaginar lendo as linhas do historiador Flávio Josefo em seu livro Antiguidades Judaicas quinto volume, entre os capítulos 27 e 28: “Continua a horrível matança no Templo. Tumulto espantoso. Descrição de um horrível espetáculo. Os revoltosos fazem tal esforço num ataque, que repelem os romanos e retiram-se para a cidade. Quando o fogo devorava o Templo, os soldados furiosos saqueavam e matavam todos os que encontravam. Não perdoavam nem a idade, nem a condição. Os velhos e as crianças, os sacerdotes e os leigos, eram todos passados a fio de espada; todos eram envolvidos nessa matança geral e os que recorriam aos rogos não eram tratados com mais clemência do que os que tinham a coragem de se defender até o fim; o gemido dos moribundos misturava-se com o barulho do crepitar das chamas, que avançavam sempre, e o incêndio de tão grande edifício, situado num lugar elevado, fazia, aos que o contemplavam de longe, pensar que toda a cidade estava sendo devorada pelas chamas.” O Templo foi incendiado e todo o ouro dos revestimentos, vasos e utensílios se derreteu infiltrando-se por entre as pedras da construção. Para recuperá-lo os romanos desmontaram pedra por pedra, deixando no lugar apenas a laje, hoje ocupada por uma mesquita, e um muro de arrimo conhecido como “Muro das Lamentações”. Todo este desfecho trágico acontece no ano 70 dC. quando Jerusalém foi completamente arrasada. Dizem os historiadores que foram tantos os mortos que os cavalos dos soldados romanos não paravam em pé por causa do sangue que escorria nas ruas. A situação do povo que estava dentro dos muros era desesperadora. O Senhor Jesus havia advertido que todos deveriam sair às pressas da Judéia e os que estivessem no campo não teriam tempo de voltar à cidade para pegar coisa alguma, deveriam fugir rapidamente deixando absolutamente tudo para trás: os que estiverem na Judéia fujam para os montes” “Quem estiver no campo (fora das cidades) não volte para pegar seu manto”. “É então um caso miserável, uma visão que até poria lágrimas em nossos olhos ... a fome foi muito dura para todas as outras paixões... a tal ponto que os filhos arrancaram os próprios bocados que seus pais estavam comendo de suas próprias bocas, e o que mais dava pena, assim também faziam as mães quanto a seus filhos... quando viam alguma casa fechada, isto era para eles sinal de que as pessoas que estavam dentro tinham conseguido alguma comida, e então eles arrombavam as portas e corriam para dentro... os velhos, que seguravam bem sua comida eram espancados, e se as mulheres escondiam o que tinham dentro de suas mãos, seu cabelo era arrancado por fazerem isso.. .” (Flávio Josefo Guerras dos Judeus, lv 5, cap 10, seção 3). 

A advertência não parou por aí: Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno nem no sábadoNo inverno havia muita chuva e as estradas ficavam muito escorregadias, os dias também tornavam curtos e as noites extremamente longas. No sábado, os portões da cidade fechavam e isto dificultaria ainda mais uma fuga. De fato, quando Tito veio contra Jerusalém, muitos discípulos viram os exércitos se aproximando e fugiram rapidamente para uma cidade chamada “Pela”, localizada do outro lado do rio Jordão e conseguiram se salvar da destruição. Foi um dia de ira contra os judeus, como diz o evangelista Lucas 21:23-24, onde encontramos três profecias: 

  • cairão ao fio da espada” 

  • serão levados cativos para todas as nações” 

  • Jerusalém será pisada pelos gentios até que os dias deles se completem

Os judeus ficaram divididos entre os que queriam a reconciliação com os romanos e os extremistas que de toda forma defendiam a guerra. Neste contexto cada vez mais difícil, a comunidade judaico-cristã de Jerusalém decidiu abandonar a cidade e buscar refúgio na cidade de Pela, na Transjordânia. Uma postura que encontrava apoio nas palavras do Senhor Jesus, uma oposição contra a ideologia de sublevação violenta e que se situava na linha de profetas como Isaías e Jeremias que tinham advertido o povo judeu contra qualquer guerra contra potências muito mais poderosas. 
Marcos 13.14-18 - Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito, estar onde não deve estar (quem lê, que entenda), então, os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes; e o que estiver sobre o telhado, que não desça para casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa; e o que estiver no campo, que não volte atrás, para tomar a sua veste. Mas ai das grávidas e das que criarem naqueles dias! Orai, pois, para que a vossa fuga não suceda no inverno,
Roma obviamente, não tolera o levantamento judaico e o então imperador Nero, mobiliza um quarto do seu vasto exército imperial, cerca de 80.000 efetivos, para reprimir e enfrentar a resistência judaica. Os romanos recorreram ao terror em larga escala, com a destruição de povoações, a matança dos homens capazes de pegar em armas e a venda de mulheres e crianças como escravos. Perante este cenário de guerra de terror, muitas povoações de Israel entregaram-se em rendição. Com a rebelião ganhando destaque, o General Vespasiano do Império Romano é apontado para lidar com o tumulto na Judéia. Com seu filho Tito ao seu lado, ele efetivamente sufocou a revolução ao conquistar redutos fortificados que circundam a fortaleza principal de Jerusalém. Apesar de se passar dois anos após o início da revolta, Nero comete suicídio e Vespasiano com suporte das legiões sob seu comando assegura o trono e precisa retornar a Roma deixando a Judéia com seu filho Tito que tomou controle das legiões dando continuidade na luta aos Judeus. 

2. O EMBATE TEM INÍCIO.

E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” 

Estamos agora em 14 de Abril de 70 d.C O General Tito e o Império Romano marcham em direção a Jerusalém. Com a Páscoa acontecendo, muitas pessoas tinham viajado a Jerusalém e por isso existia um grande fluxo de pessoas na cidade quando os exércitos Romanos chegaram e estabeleceram um perímetro. Com tantas pessoas lá e a guerra indo de mal a pior para a Judéia, existiam inúmeras facções dentro da rebelião, resultando em muitos conflitos internos especificamente em Jerusalém o que causava perdas em recursos humanos e consumia grande parte das reservas de comida previamente armazenadas. Duas facções predominantes chamadas “Zelotes” causavam ainda maior desespero na cidade eram Simon, que com seu grupo controlava a Cidade Alta e o palácio de Herodes no Oeste, e João e seus homens que mantinham suas posições no Monte do Templo.

Tito e suas legiões chegaram em 14 de abril do ano 70 d.C. e após alguns contratempos comandou o preparo do terreno para aumentar a visibilidade e a mobilidade para os equipamentos de guerra. Os soldados romanos eram muito bem treinados para a guerra e estavam totalmente preparados para começar o sítio com seus acampamentos base estabelecidos fazendo progresso em direção à conquista da fortaleza. Inicialmente, Tito procurou vencer a resistência de Jerusalém mais pela fome do que pelas armas. Cercou a cidade com uma forte paliçada e ordenou a crucificação ou o corte das mãos dos que tentavam escapar ao cerco militar romano. Quando considerou, com fundamento, que Jerusalém estava sem provisões alimentares, Tito lançou a sua máquina de guerra implacável contra a cidade. Os romanos iam avançando mas os rebeldes fizeram emboscadas trazendo uma derrota que embora não fosse devastadora, conseguiu fraquejar bastante  moral nos acampamentos romanos.
Com esta derrota fresca na mente de ambos os exércitos, Tito ordena a construção de uma muralha de circunverão com objetivo de ocupar suas legiões para não ficarem se lamentando em perdas e ao mesmo tempo impedir que comidas fossem contrabandeadas para dentro de Jerusalém. Tito remonta o assalto na segunda muralha, e desta vez determina que quando o exército estivesse dentro,  toda a muralha deveria ser destruída exceto pelas torres. Os líderes Rebeldes acabaram ordenando um retiro para dentro da primeira muralha.
Tito ordenou a construção de rampas onde aríetes e torres de sítio foram situadas nas muralhas e depois de 17 dias, as preparações foram finalizadas. Roma estava pronta para atacar a fortaleza. Contudo, sem que os Romanos desconfiassem, os Judeus cavaram uma mina que percorria diretamente debaixo do acampamento recém-construído pelos romanos. Os judeus preencheram a mina com combustível e a incendiaram. A mina colapsou com o projeto de engenharia dos romanos, e quando o fogo surgiu e veio à tona, ele incendiou o equipamento de sítio. Não se podia subestimar a engenhosidade dos defensores. Usando todos os recursos que eles tinham, eles foram capazes de frustrar uma máquina militar bem engrenada.
A vitória na mina teve vida curta. Quando o incêndio foi extinguido, Tito ordenou um ataque à fortaleza. Enquanto a mina, embora engenhosa, continha uma falha fatal. Ela enfraqueceu as fundações da fortaleza, e depois de um dia de ataque, a muralha colapsou. Os romanos conseguiram penetrar a primeira muralha e deram um passo à frente no Monte do Templo.

3. A INVESTIDA ROMANA.

O sítio, em particular, demonstrava a determinação de ambas as forças - Os Judeus lutando por sua sobrevivência e os Romanos demonstrando a disciplina de seus treinamentos. 
  1. PRIMEIRA BATALHA.

Com a  brecha na muralha, uma pequena contingência de soldados atacaram na noite, mas eles fizeram isso sem receberem ordens diretas. Quando os judeus perceberam que não era toda a força Romana, se mobilizaram para os impedir de alcançarem uma posição mais poderosa. Os reforços Romanos eventualmente chegaram, e uma batalha em grande escala se desencadeou. Sem a mínima vantagem de se posicionarem em formação, os Judeus conseguiram uma vitória no final da primeira Batalha do Templo.
  1. SEGUNDA BATALHA.

Neste período, Tito ordenou que a fortaleza fosse totalmente destruída e um novo ataque foi desencadeado durante a noite. Os legionários eram altamente treinados, mas a área era bem confinada, e o caos foi demasiado para operar de uma maneira mais efetiva. A batalha durou até o amanhecer, mas nenhum dos dois lados conseguiu tomar uma posição de vantagem. Algum momento depois da conclusão desta batalha, os rebeldes atraíram os Romanos até as muralhas externas do Templo. Os Judeus retrocederam na esperança de que eles pudessem capturar os maiores números possíveis de inimigos nas muralhas antes que os defensores incendiassem as colunatas do qual eles tinham acabado de retroceder. Soldados presos em um inferno acima das muralhas chegaram a ser vistos por ambos os lados na batalha. A vitória mais uma vez fortaleceu a moral Judaica e ao mesmo tempo e de uma maneira desfavorável acabou afetando os Romanos.
  1. TERCEIRA BATALHA.

Na terceira Batalha do Templo, Tito destruiu toda a colunata norte para proporcionar uma abertura mais ampla para suas tropas. A área em aberto o fez possível empurrar para frente a formação e com isso deu aos agressores uma vantagem incrível. Com os defensores confinados ao Tempo interior, a derrota era iminente para os Judeus. Em vez dos Romanos avançarem sua ofensiva, os Judeus investiram em um contra-ataque e atacaram as linhas inimigas. No entanto, surpreso, os homens de Tito mantiveram suas linhas. Eles lutaram por várias horas,

mas nenhum dos dois lados conseguiram tomar território. No final acabou sendo um empate.

  1. QUARTA BATALHA.

Cada vez mais desesperados, os Judeus atacaram outra vez. Desta vez, contudo, os Romanos não somente mantiveram suas linhas, mas também tomaram território. Colocando os rebeldes contra o Templo, eles lutaram em espaços confinados mais uma vez. Mais uma vez, sem ordens, uns poucos legionários tomaram a iniciativa e começaram um fogo no Templo. O caos que se desencadeou favoreceu os agressores, e os Romanos ganharam o dia. No assalto ao Templo, os Romanos o saquearam por suas riquezas. Assim concluiu a Quarta Batalha pelo Templo. O restante do sítio veio com uma certa facilidade para os romanos. 

4. A DERROCADA FINAL DE JERUSALÉM.

No início do verão, os romanos construíram rampas e conseguiram abrir brechas nos muros e entrar na cidade em etapas. Atearam fogo à cidade e destruíram as muralhas.Tito ordenou que uma parte da cidade fosse queimada empurrando as forças rebeldes até a parte alta da cidade no palácio de Herodes, onde eles fariam seu último ato de resistência significantemente enfraquecidos e incapacitados para se defenderem da mesma maneira que eles tinham feito antes. Tito cercou os rebeldes colocando unidades de sítio dentro da cidade e flanqueando do lado de fora do muro. Sem o poderio de seus homens para se defender, Jerusalém foi finalmente conquistada. A fúria dos romanos se tornou incontrolável diante da habilidade tática e resistência dos judeus, a ponto de eles atearem fogo em edificações adjuntas ao Segundo Templo, em Jerusalém. Esse fogo se alastrou tanto que consumiu toda a cidade. Foi, então, que os romanos contra-atacaram rapidamente.
Em setembro de 70, Jerusalém e o seu templo eram ruínas fumegantes e a maioria dos seus habitantes judeus tinham sido mortos ou feitos prisioneiros ou escravos. É estimado pelos historiadores Tácito e Flávio Josefo que entre 600.000 e 1.100.000 pessoas foram mortas neste sítio. Homens com idade de 17 ou mais velho eram ou enviados para campos de trabalho pesados ou moldados para serem Gladiadores. Mulheres e crianças foram vendidas a escravidão. Os dois líderes, Simão Bar Gioras e João de Gischalla, foram levados de volta a Roma, desfilados pelas ruas como prisioneiros, e publicamente julgados. João foi sentenciado à prisão enquanto Simon foi julgado, espancado e depois executado.
Os efeitos duradouros que desta batalha teve ao Império Romano não podem ser quantificados, mas sem dúvida mudou o curso da nação. A vitória legitimou Vespasiano e Tito como Imperadores capazes para assim começar a Dinastia Flaviana. Com a destruição de Jerusalém, cessaram também as peregrinações dos judeus para adorar no templo e eles foram espalhados por todas as nações. No decorrer dos séculos, a cidade foi ocupada por diversos povos: romanos , cristãos do império bizantino, muçulmanos e turcos otomanos. 

CONCLUSÃO.

Foi o fim trágico de uma nação que havia escrito uma bela história de conquistas pelas mãos do próprio Deus, mas que ao longo desta mesma história escolheu apagar as linhas que lhes eram favoráveis dando as costas e abandonado a direção divina.
A história dos judeus não termina, ainda haveria um longo caminho e o extermínio de 6 milhões de judeus em campos de concentração, durante a II Guerra Mundial, impulsionou a reconstituição de um Estado próprio para eles, após quase 2 mil anos, com a criação do Estado de Israel em 1948. Desde então, judeus de todas as partes do mundo estão voltando para Jerusalém. Em 1996 estimava-se que houvesse 4,5 milhões de judeus vivendo em Israel, cerca de 5,5 milhões nos Estados Unidos e 130 mil no Brasil. O plano de Deus se cumpriu perfeitamente no decorrer da história, e vai continuar se cumprindo!
Mas isto é assunto para as próximas lições…. 




 

O INÍCIO PROFÉTICO ESCATOLÓGICO 
NA HISTÓRIA

Textos Básicos:

Mateus 24:15-22.  Assim, quando vocês virem o ‘sacrilégio terrível’, do qual falou o profeta Daniel, no Lugar Santo – quem lê entenda – então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes. Quem estiver no telhado de sua casa não desça para tirar dela coisa alguma. Quem estiver no campo não volte para pegar seu manto. Como serão terríveis aqueles dias para as grávidas e as que estiverem amamentando! Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria; mas por causa dos eleitos aqueles dias serão abreviados.

Lucas 21:20-24. “Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, vocês saberão que a sua devastação está próxima. Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes, os que estiverem na cidade saiam, e os que estiverem no campo não entrem na cidade. Pois esses são os dias da vingança, em cumprimento de tudo o que foi escrito. Como serão terríveis aqueles dias para as grávidas e para as que estiverem amamentando! Haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão pela espada e serão levados como prisioneiros para todas as nações. Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos deles se cumpram.”

Introdução: Chamamos de Escatologia Bíblica a doutrina que se ocupa quase que em sua totalidade com profecias que ainda aguardam o seu cumprimento e se relacionam com a volta do Senhor Jesus. Não é uma doutrina fácil pois trata também de assuntos que estão localizados em tempos distintos da história. Outra grande dificuldade que encontramos no estudo da Escatologia está no fato de haver alguns pontos importantes com mais de uma interpretação, isto é, existem alguns fatos proféticos onde os estudiosos da bíblia  divergem em seus entendimentos.

Hoje a EBD Vale das Bençãos inicia uma série de estudos cujo objetivo é o de tentar caminhar em direção ao entendimento de fatos escatológicos descritos na história e que se desenvolvem ao longo das Escrituras Sagradas chegando aos nossos dias e avançando para dias futuros.

O entendimento básico deste assunto tão empolgante das Escrituras Sagradas não tem o objetivo de esgotar o tema até mesmo em razão  das dificuldades citadas acima. Portanto, durante algumas terças-feiras abordaremos assuntos que com certeza são dúvidas que muitos de nós ainda guardam em relação a Escatologia Bíblica e suas principais interpretações. O que podemos dizer de antemão é que será um assunto bem empolgante, por isso desejamos um bom estudo a você aluno da Escola Bíblica Dominical Vale das Benção em Bacaxá, Saquarema.

I. A VOLTA DE JESUS E OS DIAS PRÉ ORDENADOS POR DEUS.

Apocalipse 20.6 [NTLH]: Felizes e abençoadas as pessoas que forem incluídas nessa primeira ressurreição, pois a segunda morte não tem poder sobre elas! Serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele durante os mil anos.

Quando a Igreja for arrebatada à presença do Senhor Jesus as nuvens dos céus, na Terra iniciará um período que a Bíblia chama de “A Grande Tribulação”. Este período terá início com o arrebatamento da Igreja e terminará com a vinda de Jesus em Glória para reinar sobre a Terra. Existem três dias citados na Bíblia predeterminados por Deus e que resumem os acontecimentos proféticos guardados em seus cumprimentos. Estes “dias” nada têm a ver com dias específicos da semana, não se trata de nenhum dia como sábado ou domingo, mas trata-se de um momento específico na história onde fatos proféticos finalmente terão o seu cumprimento. Os três dias citados são os seguintes:

O Dia de Cristo: É o tempo do Arrebatamento da Igreja. 1Co 1.8 o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Este dia marca o momento em que o Senhor Jesus Cristo virá até as nuvens do céu e arrebatará a Sua igreja. 2Co 1.14 como também já em parte reconhecestes em nós, que somos a vossa glória, como também vós sereis a nossa no Dia do Senhor Jesus. Este dia será o dia tão esperado em que os mortos no Senhor Jesus serão ressuscitados e os vivos serão transformados. Fp 1.6 Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo.

O Dia do Senhor: É o tempo que abrange a Grande Tribulação e avança até o fim do Milênio. é um dia escatológico em todos os sentidos que vem acompanhado de um grande número de profecias bíblicas que ainda aguardam o seu cumprimento. Jl 1.15 Ah! Aquele dia! Porque o dia do SENHOR está perto e virá como uma assolação do Todo-poderoso. Este será um tempo que abrangerá as nações e o povo de Israel uma vez que a igreja já terá sido tirada aqui da terra. Am 5.18 - Ai daqueles que desejam o dia do SENHOR! Para que quereis vós este dia do SENHOR? Trevas será e não luz.. Serão dias difíceis onde muitas pragas e catástrofes deverão acontecer em cumprimento as revelações do Apocalipse. 2Pe 3.10 - Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão. Este dia terá início em seguida ao arrebatamento da igreja, assim, não há como precisar o momento de seu acontecimento. 1Ts 5.2 - porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite.

O Dia de Deus: É o tempo do desfecho final de toda a história 1Co 15.28 E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. É o dia do Juízo Final, o Juízo do Trono Branco Ap 20.11 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Será um tempo de julgamento e de agonia para aqueles que estão na eternidade sem Deus. Sl 9.17 - Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus. E também o “dia” do ingresso ao Eterno e Perfeito Estados daqueles que estão na eternidade com Deus. Ap 21.1-3 E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.

II. UMA PROFECIA EM TEMPOS DIFERENTES DA HISTÓRIA.

Mt 24.2 - Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. Em Mateus 24 e Lucas 21, (estes textos devem ser lidos na íntegra) temos uma profecia com cumprimento parcial. Primeiro a fala do Senhor Jesus trata da destruição de Jerusalém pelos romanos, fato que aconteceu anos após. Em seguida, a profecia assume um cunho mais “escatológico” e passa a tratar de assuntos cujo cumprimento se dará nos dias da Grande Tribulação, com o surgimento do anticristo:

“Jerusalém rodeada de exércitos” é um sinal referente à destruição de Jerusalém e do seu templo no ano 70 dC. Já teve o seu cumprimento. (Assunto da próxima lição).

A abominação da desolação” ou “o sacrilégio terrível” no lugar santo é um sinal referente ao surgimento do anticristo e da Grande Tribulação, fatos que ocorrerão nos dias após o arrebatamento da igreja..

Podemos nos deter um pouco no contexto da história e ver o cumprimento parcial da profecia. Dentro deste contexto encontramos um ponto de partida que nos conduzirá ao entendimento de fatos que acontecem ainda hoje em nossos dias. Mas isto faremos a partir da lição 2, portanto não faltem na próxima terça-feira…


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