terça-feira, 17 de janeiro de 2017

MEU FILHO NA FÉ - PARTE III

TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS EM AÇÃO
E, quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.” (Jo 12:32)

Introdução:  A  atração é o efeito que a igreja exerce sobre a comunidade. A melhor atração é aquela que se opera através do bom testemunho e da postura cristã. A vida é construída a base da atração, nada se faz sem ela. A criança, por exemplo, é atraída por brinquedos, o matrimônio é o resultado da atração de um homem por uma mulher, o candidato a um emprego, é atraído pelo salário e beneficios que são oferecidos, em fim, não parece existir nenhuma área em que ela não esteja presente. No evangelismo não é diferente, precisamos ter algum atrativo para que pessoas venham com “vontade” de ouvir ou participar, e, como consequência, seja alcançado pela mensagem de salvação.

I. TÉCNICAS DE ABORDAGEM.
O método é a forma como desenvolveremos na prática o discipulado, portanto, terá um caráter formal e informal. Precisamos ter consciência de como estamos ensinando.
  • ·         O método formal é o ensino objetivo, a lição bíblica propriamente dita e os conceitos transmitidos, também advindos da Bíblia. 
  •      Por método informal entendemos o que é chamado currículo oculto, sendo este a força educacional mais poderosa com que a Educação Cristã pode recorrer.

Lawrence O. Richards define currículo oculto como “todos os elementos de qualquer situação de relacionamento entre crentes que apóiam ou inibem o processo de transformação”  Por isso é  muito importante como discipuladores e discípulos  atentarmos para o nosso testemunho integral diante do discípulo, pois as nossas atitudes podem falar mais alto do que nossas palavras. Cuidado com a sua aparência pessoal! Roupa indecente, higiene, e mau humor transmitem muitas mensagens negativas que poderão prejudicar o Discipulado. A pessoa não está divorciada de sua mensagem. Apresentaremos agora algumas diretrizes práticas a respeito dos encontros de discipulado. Todavia, devemos lembrar que elas não são engessadas, pois devemos ter sensibilidade e flexibilidade nestas diretrizes, porque nem sempre o tema que será discutido no dia atenderá a necessidade dos discípulos naquele momento.

1. IDENTIFICAÇÃO O FILHO NA FÉ.
Precisamos colocar em prática a sabedoria no desenvolvimento da abordagem Abordar significa, Chegar à beira de. Abalroar (uma embarcação) para tomá-la de assalto. Aproximar-se de (alguém). Tratar de (assunto). Vamos lidar com personalidades diversas, por isso precisamos, pelo menos um conhecimento básico a respeito da natureza humana para não incorrermos no perigo de afastá-los ao invés de ganhá-los para Cristo. De inicio, vamos trabalhar o evangelismo pessoal, onde abordaremos uma pessoa por vez. Podemos começar, identificando os possíveis “filhos na fé”:

VISITANTES CONTÍNUOS. Devemos aproveitar as oportunidades e “adotar” àqueles que estão visitando a nossa igreja com certa freqüência. Provavelmente estas pessoas se identificarão com um possível discipulador, pois, as suas repetidas visitas a igreja demonstra um certo interesse. A evangelização não é algo que deve ser feita somente com aqueles que vem à igreja! O mandamento do Senhor Jesus é “ir por todo mundo” (Mt 28:19-20).

NOVOS CONVERTIDOS.
É comum em nossos cultos que vidas aceitem a Jesus, demonstrando assim interesse na salvação de sua alma. Esses novos convertidos, muitas vezes, são perdidos nos primeiros dias de vida cristã para outros grupos religiosos ou simplesmente são abandonados e não são integrados à igreja. Outros chegam até o batismo, mas não têm crescimento espiritual satisfatório por falta de assistência de um crente treinado no discipulado. Estes devem ser as principais pessoas a serem visualizadas por um possível “pai” na fé. Quando discipulados, os novos crentes, não somente têm maiores chances de integração como também seus familiares podem ser alcançados pelos estudos realizados no seu lar, e eles tendem a se multiplicar porque também farão discipulado com mais alguém. Como você percebe, o novo convertido é o nosso primeiro alvo no discipulado.

INTERESSADOS NO EVANGELHO.
Não é necessário ir muito longe para encontrar pessoas perdidas, porém interessadas no Evangelho de Cristo. Inúmeras delas estão em nossos cultos (muitas vezes semanalmente). Não fazem uma decisão por falta de maiores esclarecimentos sobre o que seja ser um cristão e por terem certas dúvidas doutrinárias. Porém, quando recebem a assistência de um evangelista ou discipulador treinado, essas pessoas tendem a fazer sua entrega a Jesus e a também se tornarem discipuladoras.  

FAMILIARES DE MEMBROS DE NOSSA IGREJA.
Se caso descobrirmos que algum parente, amigo, ou conhecido tem o interesse de estudar a Bíblia não devemos perder a oportunidade de oferecer o Discipulado. É muito grande o número de parentes de irmãos de nossas igrejas que, se assistidos no seu lar, virão a fazer sua decisão por Cristo.

CRENTES EXCLUÍDOS OU AFASTADOS.
A Bíblia tem uma promessa especial para quem ajuda um irmão afastado a voltar para o caminho (Meus irmãos, se algum de vocês se desviar da verdade, e outro o fizer voltar para o bom caminho,  lembrem disto: quem fizer um pecador voltar do seu mau caminho salvará da morte esse pecador e fará com que muitos pecados sejam perdoados. Tg 5:19-20). Temos todo esse público diante dos nossos olhos, mas na maioria das vezes nós os negligenciamos. Se procurados, existe grande chance de retornarem a decisão pela volta ao aprisco.

AMIGOS, VIZINHOS E COLEGAS DOS MEMBROS DA IGREJA.
Esse público, então, é imenso. Vamos contar aqui, mais uma vez com a a juda dos membros da igreja que irão contactar seus vizinhos e  anotarem as possibilidades de visitas em seus lares. Vemos que o campo realmente está pronto. Faltam-nos os ceifeiros. Eles estão em nossas igrejas, é só treiná-los e tornar-se-ão abençoados trabalhadores na Seara do Mestre.

2. A PRÁTICA DA VISITAÇÃO.
A abordagem na visitação deve ser feita de tal maneira que não haja prejuízo a sensibilidade da pessoa. Ela precisa ser natural, nada de ataques ou afronta a religião ou filosofia de ninguém. Motivar significa, despertar o interesse, a curiosidade, prender a atenção. Devemos cultivar habilidade de ligar uma abordagem começando naquilo que a pessoa está fazendo, falando ou vendo, para com base nisto, fazermos uma transição para a mensagem evangelistica. Significa começar onde a pessoa está.  Ao visitar um novo convertido, podemos realizar um estudo na primeira visita, ainda que seja uma visão parcial do mesmo. Isso é importante porque demonstra logo para o discipulando que o assunto é interessante e que o tempo não é longo, como fazem outros grupos religiosos. Entretanto, quando a visita for para evangelização ou integração de um crente afastado, é importante que primeiro crie o ambiente, conquiste a simpatia daqueles que estão sendo visitados para, na segunda visita, ministrar o estudo específico. Deve-se evitar expressões como: “Gostaria de marcar um estudo com você”; ou “vim fazer um estudo com você”. Quando iniciar o estudo diga: “trouxe um presente para você... quer ver como é?... abra na página tal... o que está escrito aí?” Ao concluir, pergunte: “Podemos voltar na próxima semana?” Dessa forma você inicia o estudo de modo suave e sem criar resistência nos participantes. Eles irão gostar e desejarão continuar na próxima semana. Então, defina logo, dia e horário das próximas visitas (tcuidado para não coincidir com o horário de outras atividades da igreja).

3. O ACOMPANHAMENTO DE PERTO.
O passo seguinte deve ser o de procurar trazê-lo para a classe de integração, e aos cultos da igreja. Não exagerar no interesse pela pessoa, é outro ponto importante. Não devemos agir como um vendedor que quer vender desesperadamente o seu produto. Na verdade queremos como nunca, integrá-lo, mas se ele perceber um interesse exagerado, pode se assustar  e acabar se afastando. Ao chegar a Igreja, o novo crente deve ser apresentado ao pastor e aos obreiros. Sempre que possível, o discipulador, deve se assentar ao lado do discipualndo,, ajudando-o a encontrar os textos bíblicos. Apresente-o a outros irmãos da igreja e conduza-o à organização da qual deverá fazer parte. Visite-o em outros dias da semana e planeje, se possível, recreação conjunta. Lembre-se que discipulado não é realização de estudos, mas relacionamento. Quando fizer estudos na casa dele, incentive-o a convidar parentes e vizinhos para também participarem do estudo. Você não deve mudar o estudo por causa de mais alguém presente. Tenha o novo convertido como o principal alvo. Outros convidados poderão assistir, ao mesmo estudo. Em havendo disponibilidade de tempo, e você percebendo real interesse, poderá combinar, com aqueles que não forem crentes, outro dia e horário para fazer com eles o estudo apropriado. Oriente-o a não aceitar estudos ou convites de elementos de outros grupos religiosos; e, quando estes baterem à sua porta, a dizer-lhes que já está estudando a Palavra de Deus e está satisfeito. Ainda que esta recomendação pareça estranha, ela tem respaldo bíblico, principalmente nos seguintes textos:
·         Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens.  (Mt 7:15)
·         Para não construir sobre alicerces colocados por outros, tenho me esforçado sempre para anunciar o evangelho nos lugares onde ainda não se falou de Cristo.  (Rm 15:20)  Meus irmãos, peço que tomem cuidado com as pessoas que provocam divisões, que atrapalham os outros na fé e que vão contra o ensinamento que vocês receberam. Afastem-se dessas pessoas  porque os que fazem essas coisas não estão servindo a Cristo, o nosso Senhor, mas a si mesmos. Por meio de conversa macia e com bajulação, eles enganam o coração das pessoas simples. (Rom 16:17-18)

II. ESTRATÉGIAS INICIAIS E O DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO.
Após estudar a primeira lição do material que será adotado pelo projeto, O discipulador deverá  receber um nome para ser discipulado. Esse nome é de alguém que pediu visita, ou um estudo bíblico; pode ainda ser um novo convertido ou um crente afastado. O discipualdor, deverá estar munido do estudo próprio para aquela pessoa, além de caneta, Bíblia, e se fazer acompanhar de um auxiliar. Agora se dirige à casa do futuro discípulo. Observe esses passos que, apesar de simples, são fundamentais no trabalho que vai você realizar:

1. O CONTATO. É imprescindível o contato, antecipado, combinando o horário da visita. Ao chegar, identifique-se e apresente o seu companheiro de equipe. Diga que está fazendo uma visita e gostaria de orar por ele e sua família. Se não for convidado, peça permissão para entrar por um instante; procure sentar-se de frente para o discipulando; o auxiliar deve sentar-se ao lado dele para ajudá-lo a encontrar os textos bíblicos ou compartilhar a Bíblia. Na medida do possível, e isso deve ser visto com antecedência, o auxiliar deverá sentar-se ao lado de alguém do mesmo sexo. Diga que lhe trouxe um presente e entregue-lhe o estudo bíblico; pergunte se ele tem Bíblia e se há mais alguém em casa e convide-o a participar da oração que você irá fazer. Pergunte se algum dos presentes tem pedido de oração, e ore objetivamente, sem frases rebuscadas ou impostação de voz. A oração precisa ser especificamente em favor dos pedidos apresentados.

2. O ESTUDO. Inicie o estudo de forma natural e discretamente. Evite anunciar: “agora vamos iniciar o nosso estudo”. Esquive-se, o quanto for possível, de questões polêmicas. Lembre-se que você tem um alvo e ele precisa ser atingido. Caso surjam essas questões, informe que poderão conversar sobre as mesmas no final do estudo, se houver tempo, ou em outra data que você combinará. Se não tiver condições de respondê-las busque ajuda e, no momento adequado, procure atender à curiosidade do discipulando evitando deixá-lo sem respostas, lembre-se que tudo é importante para ele. Se você o valorizar ele também valorizará você. Se o estudo for dirigido ou tiver perguntas, não se apresse em respondê-las. Incentive o discipulando a encontrá-las. Caso ele tenha deixado respostas em branco ou incorretas no estudo da semana anterior, releia a questão, releia o texto bíblico e ajude-o a encontrar a resposta.

3. O TEMPO A SER USADO. O tempo de estudo nunca, mas nunca mesmo, deve passar de uma hora. Se possível, realize-o em menos tempo. Não importa o quanto o discipulando esteja interessado e você saiba as respostas às suas indagações. Isso normalmente se converte em arma do inimigo contra o próprio discipulado e você acaba perdendo aquele novo convertido. Você não precisa exibir conhecimentos. Ministre a cada semana, no período de uma hora, o estudo e não passe disso, sob nenhum pretexto. Evite também marcar o estudo em horários em que o discipulando tenha algum programa na TV que não goste de perder, assim como novelas, jornais, etc. Discipline-se a si mesmo, e será abençoado nesse trabalho! Se ele lhe servir lanche, você precisará ter cuidado para isso não se constituir em obstáculo nos próximos encontros. Dependendo da liberdade que tiver, sugira apenas um cafezinho, etc.

Continua...


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