TÉCNICAS
E ESTRATÉGIAS EM AÇÃO
E,
quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.” (Jo
12:32)
Introdução: A
atração é o efeito que a igreja exerce sobre a comunidade. A melhor
atração é aquela que se opera através do bom testemunho e da postura cristã. A
vida é construída a base da atração, nada se faz sem ela. A criança, por
exemplo, é atraída por brinquedos, o matrimônio é o resultado da atração de um
homem por uma mulher, o candidato a um emprego, é atraído pelo salário e
beneficios que são oferecidos, em fim, não parece existir nenhuma área em que
ela não esteja presente. No evangelismo não é diferente, precisamos ter algum
atrativo para que pessoas venham com “vontade” de ouvir ou participar, e, como
consequência, seja alcançado pela mensagem de salvação.
I. TÉCNICAS DE ABORDAGEM.
O método é a forma
como desenvolveremos na prática o discipulado, portanto, terá um caráter formal
e informal. Precisamos ter consciência de como estamos ensinando.
- · O método formal é o ensino objetivo, a lição bíblica propriamente dita e os conceitos transmitidos, também advindos da Bíblia.
- Por método informal entendemos o que é chamado currículo oculto, sendo este a força educacional mais poderosa com que a Educação Cristã pode recorrer.
Lawrence O. Richards
define currículo oculto como “todos os elementos de qualquer situação de
relacionamento entre crentes que apóiam ou inibem o processo de transformação” Por isso é
muito importante como discipuladores e discípulos atentarmos para o nosso testemunho integral
diante do discípulo, pois as nossas atitudes podem falar mais alto do que
nossas palavras. Cuidado com a sua aparência pessoal! Roupa
indecente, higiene, e mau humor transmitem muitas mensagens negativas que
poderão prejudicar o Discipulado. A pessoa não está divorciada de sua mensagem.
Apresentaremos agora algumas diretrizes práticas a respeito dos encontros de
discipulado. Todavia, devemos lembrar que elas não são engessadas, pois devemos
ter sensibilidade e flexibilidade nestas diretrizes, porque nem sempre o tema
que será discutido no dia atenderá a necessidade dos discípulos naquele
momento.
1. IDENTIFICAÇÃO O FILHO NA FÉ.
Precisamos colocar em prática a
sabedoria no desenvolvimento da abordagem Abordar significa, Chegar à beira de.
Abalroar (uma embarcação) para tomá-la de assalto. Aproximar-se de (alguém).
Tratar de (assunto). Vamos lidar com personalidades diversas, por isso
precisamos, pelo menos um conhecimento básico a respeito da natureza humana
para não incorrermos no perigo de afastá-los ao invés de ganhá-los para Cristo.
De inicio, vamos trabalhar o evangelismo pessoal, onde abordaremos uma pessoa
por vez. Podemos começar, identificando os possíveis “filhos na fé”:
VISITANTES CONTÍNUOS. Devemos aproveitar as
oportunidades e “adotar” àqueles que estão visitando a nossa igreja com certa freqüência.
Provavelmente estas pessoas se identificarão com um possível discipulador,
pois, as suas repetidas visitas a igreja demonstra um certo interesse. A
evangelização não é algo que deve ser feita somente com aqueles que vem
à igreja! O mandamento do Senhor Jesus é “ir
por todo mundo” (Mt 28:19-20).
É comum em nossos cultos que vidas aceitem a Jesus,
demonstrando assim interesse na salvação de sua alma. Esses novos convertidos,
muitas vezes, são perdidos nos primeiros dias de vida cristã para outros grupos
religiosos ou simplesmente são abandonados e não são integrados à igreja.
Outros chegam até o batismo, mas não têm crescimento espiritual satisfatório
por falta de assistência de um crente treinado no discipulado. Estes devem ser
as principais pessoas a serem visualizadas por um possível “pai” na fé. Quando
discipulados, os novos crentes, não somente têm maiores chances de integração
como também seus familiares podem ser alcançados pelos estudos realizados no
seu lar, e eles tendem a se multiplicar porque também farão discipulado com
mais alguém. Como você percebe, o novo convertido é o nosso primeiro alvo no
discipulado.
INTERESSADOS NO
EVANGELHO.
Não é necessário ir muito longe para encontrar
pessoas perdidas, porém interessadas no Evangelho de Cristo. Inúmeras delas
estão em nossos cultos (muitas vezes semanalmente). Não fazem uma decisão por
falta de maiores esclarecimentos sobre o que seja ser um cristão e por terem
certas dúvidas doutrinárias. Porém, quando recebem a assistência de um
evangelista ou discipulador treinado, essas pessoas tendem a fazer sua entrega
a Jesus e a também se tornarem discipuladoras.
FAMILIARES DE
MEMBROS DE NOSSA IGREJA.
Se caso descobrirmos
que algum parente, amigo, ou conhecido tem o interesse de estudar a Bíblia não devemos
perder a oportunidade de oferecer o Discipulado. É muito grande o número de parentes de irmãos de
nossas igrejas que, se assistidos no seu lar, virão a fazer sua decisão por
Cristo.
CRENTES EXCLUÍDOS OU AFASTADOS.
A Bíblia
tem uma promessa especial para quem ajuda um irmão afastado a voltar para o
caminho (Meus irmãos, se algum de
vocês se desviar da verdade, e outro o fizer voltar para o bom caminho, lembrem disto: quem fizer um pecador voltar
do seu mau caminho salvará da morte esse pecador e fará com que muitos pecados
sejam perdoados. Tg 5:19-20). Temos todo esse público diante dos nossos olhos, mas na maioria
das vezes nós os negligenciamos. Se procurados, existe grande chance de
retornarem a decisão pela volta ao aprisco.
AMIGOS, VIZINHOS E COLEGAS DOS MEMBROS DA
IGREJA.
Esse
público, então, é imenso. Vamos contar aqui, mais uma vez com a a juda dos
membros da igreja que irão contactar seus vizinhos e anotarem as possibilidades de visitas em seus
lares. Vemos que o campo realmente está pronto. Faltam-nos os ceifeiros. Eles
estão em nossas igrejas, é só treiná-los e tornar-se-ão abençoados
trabalhadores na Seara do Mestre.
2. A PRÁTICA DA VISITAÇÃO.
A abordagem na visitação deve ser
feita de tal maneira que não haja prejuízo a sensibilidade da pessoa. Ela
precisa ser natural, nada de ataques ou afronta a religião ou filosofia de
ninguém. Motivar significa, despertar o interesse, a curiosidade, prender a
atenção. Devemos cultivar habilidade de ligar uma abordagem começando naquilo
que a pessoa está fazendo, falando ou vendo, para com base nisto, fazermos uma
transição para a mensagem evangelistica. Significa começar onde a pessoa está. Ao
visitar um novo convertido, podemos realizar um estudo na primeira visita,
ainda que seja uma visão parcial do mesmo. Isso é importante porque demonstra
logo para o discipulando que o assunto é interessante e que o tempo não é
longo, como fazem outros grupos religiosos. Entretanto, quando a visita for
para evangelização ou integração de um crente afastado, é importante que
primeiro crie o ambiente, conquiste a simpatia daqueles que estão sendo
visitados para, na segunda visita, ministrar o estudo específico. Deve-se evitar
expressões como: “Gostaria de marcar um estudo com você”; ou “vim
fazer um estudo com você”. Quando iniciar o estudo diga: “trouxe um
presente para você... quer ver como é?... abra na página tal... o que está
escrito aí?” Ao concluir, pergunte: “Podemos voltar na próxima semana?”
Dessa forma você inicia o estudo de modo suave e sem criar resistência nos
participantes. Eles irão gostar e desejarão continuar na próxima semana. Então,
defina logo, dia e horário das próximas visitas (tcuidado para não coincidir
com o horário de outras atividades
da igreja).
3. O ACOMPANHAMENTO DE PERTO.
O passo seguinte deve ser o de
procurar trazê-lo para a classe de integração, e aos cultos da igreja. Não
exagerar no interesse pela pessoa, é outro ponto importante. Não devemos agir
como um vendedor que quer vender desesperadamente o seu produto. Na verdade
queremos como nunca, integrá-lo, mas se ele perceber um interesse exagerado,
pode se assustar e acabar se afastando. Ao
chegar a Igreja, o novo crente deve ser apresentado ao pastor e aos obreiros.
Sempre que possível, o discipulador, deve se assentar ao lado do discipualndo,,
ajudando-o a encontrar os textos bíblicos. Apresente-o a outros irmãos da
igreja e conduza-o à organização da qual deverá fazer parte. Visite-o em outros
dias da semana e planeje, se possível, recreação conjunta. Lembre-se que
discipulado não é realização de estudos, mas relacionamento. Quando fizer
estudos na casa dele, incentive-o a convidar parentes e vizinhos para também
participarem do estudo. Você não deve mudar o estudo por causa de mais alguém
presente. Tenha o novo convertido como o principal alvo. Outros convidados
poderão assistir, ao mesmo estudo. Em havendo disponibilidade de tempo, e você
percebendo real interesse, poderá combinar, com aqueles que não forem crentes,
outro dia e horário para fazer com eles o estudo apropriado. Oriente-o a não aceitar estudos ou convites
de elementos de outros grupos religiosos; e, quando estes baterem à sua porta, a dizer-lhes que já
está estudando a Palavra de Deus e está satisfeito. Ainda que esta recomendação
pareça estranha, ela tem respaldo
bíblico, principalmente nos seguintes textos:
·
Cuidado
com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são
lobos selvagens. (Mt
7:15)
·
Para
não construir sobre alicerces colocados por outros, tenho me esforçado sempre
para anunciar o evangelho nos lugares onde ainda não se falou de Cristo. (Rm 15:20) Meus irmãos, peço que tomem cuidado com as pessoas que provocam divisões, que
atrapalham os outros na fé e que vão contra o ensinamento que vocês receberam.
Afastem-se dessas pessoas porque os que
fazem essas coisas não estão servindo a Cristo, o nosso Senhor, mas a si
mesmos. Por meio de conversa macia e com bajulação, eles enganam o coração das
pessoas simples. (Rom 16:17-18)
II. ESTRATÉGIAS INICIAIS E O
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO.
Após
estudar a primeira lição do material que será adotado pelo projeto, O
discipulador deverá receber um nome para
ser discipulado. Esse nome é de alguém que pediu visita, ou um estudo bíblico;
pode ainda ser um novo convertido ou um crente afastado. O discipualdor, deverá
estar munido do estudo próprio para aquela pessoa, além de caneta, Bíblia, e se
fazer acompanhar de um auxiliar. Agora se dirige à casa do futuro discípulo.
Observe esses passos que, apesar de simples, são fundamentais no trabalho que
vai você realizar:
1. O CONTATO. É imprescindível o contato, antecipado,
combinando o horário da visita. Ao chegar, identifique-se e apresente o seu
companheiro de equipe. Diga que está fazendo uma visita e gostaria de orar por
ele e sua família. Se não for convidado, peça permissão para entrar por um
instante; procure sentar-se de frente para o discipulando; o auxiliar deve
sentar-se ao lado dele para ajudá-lo a encontrar os textos bíblicos ou compartilhar
a Bíblia. Na medida do possível, e isso deve ser visto com antecedência, o
auxiliar deverá sentar-se ao lado de alguém do mesmo sexo. Diga que lhe trouxe
um presente e entregue-lhe o estudo bíblico; pergunte se ele tem Bíblia e se há
mais alguém em casa e convide-o a participar da oração que você irá fazer. Pergunte
se algum dos presentes tem pedido de oração, e ore objetivamente, sem frases
rebuscadas ou impostação de voz. A oração precisa ser especificamente em favor
dos pedidos apresentados.
2. O ESTUDO. Inicie o estudo de forma natural e discretamente.
Evite anunciar: “agora vamos iniciar o nosso estudo”. Esquive-se, o
quanto for possível, de questões polêmicas. Lembre-se que você tem um alvo e
ele precisa ser atingido. Caso surjam essas questões, informe que
poderão conversar sobre as mesmas no final do estudo, se houver tempo, ou
em outra data que você combinará. Se não tiver condições de respondê-las busque
ajuda e, no momento adequado, procure atender à curiosidade do
discipulando evitando deixá-lo sem respostas, lembre-se que tudo é importante
para ele. Se você o valorizar ele também valorizará você. Se o estudo
for dirigido ou tiver perguntas, não se apresse em respondê-las. Incentive o
discipulando a encontrá-las. Caso ele tenha deixado respostas em branco ou
incorretas no estudo da semana anterior, releia a questão, releia o texto
bíblico e ajude-o a encontrar a resposta.
3. O TEMPO A SER USADO. O tempo de estudo nunca, mas nunca mesmo, deve
passar de uma hora. Se possível, realize-o em menos tempo. Não importa o quanto
o discipulando esteja interessado e você saiba as respostas às suas indagações.
Isso normalmente se converte em arma do inimigo contra o próprio discipulado e
você acaba perdendo aquele novo convertido. Você não precisa exibir
conhecimentos. Ministre a cada semana, no período de uma hora, o estudo e não
passe disso, sob nenhum pretexto. Evite também marcar o estudo em horários em
que o discipulando tenha algum programa na TV que não goste de perder, assim
como novelas, jornais, etc. Discipline-se a si mesmo, e será abençoado nesse
trabalho! Se ele lhe servir lanche, você precisará ter cuidado para isso não se
constituir em obstáculo nos próximos encontros. Dependendo da liberdade que
tiver, sugira apenas um cafezinho, etc.
Continua...
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