quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

MEU FILHO NA FÉ - IV

DIFICULDADES E BENÇÃOS NO DISCIPULADO.

1. AS DIFICULDADES.
Durante o estudo poderão ocorrer alguns imprevistos. É importante estarmos preparados para eles. Não se esquecendo de que são muito comuns a esse tipo de trabalho. Peça a direção do Espírito Santo para cada situação, observando o seguinte:

Caso o discipulando não se encontre em casa, ou não possa recebê-lo, não se ofenda e nem desista dele, volte outras vezes ou combine um melhor horário.
·         Se ele demonstrar que ainda não fez a entrega de sua vida a Jesus ou disser que no dia do apelo apenas queria oração, pergunte-lhe se mesmo assim você poderia continuar visitando-o. Nesse caso, é melhor substituir o estudo destinado ao novo convertido por um destinado a pessoas indecisas ou não crentes, conforme veremos mais adiante. Trate-o com amor. Muitos frutos só vingam depois. Se perceber que a pessoa não está interessado em continuar o estudo, procure resumi-lo, ore com ele e volte na semana seguinte. O discipulador deve sentir o "clima" na casa do discipulando e ser coerente. se perceber que ele está mais interessado na televisão do que no estudo ou sua visita, resuma o estudo e volte na semana seguinte. Caso a TV ou outro aparelho de som esteja ligado (e ele nem o perceba), pergunte se não poderia baixar um pouquinho o volume. Se em algum dia ele não puder recebê-lo, faça uma oração e volte na semana seguinte; não force; seja educado e compreensivo. Lembre-se que os estudos são apenas ferramentas. O mais importante é atenção e relacionamentos.Durante o estudo poderão ocorrer imprevistos. Enfrente-os com naturalidade; evite irritação. Nessas horas o auxiliar poderá dar importante apoio (no caso de crianças, por exemplo, ele poderá dar-lhes atenção ou sair um pouco com elas). Reafirmamos que o mais importante no discipulado não é o estudo, mas, sim, a atenção e carinho do discipulador. Nossas atitudes marcam muito mais positivamente, do que as nossas palavras. Esteja certo de que o Espírito Santo o ajudará na tarefa de discipular e de que Jesus estará com você todos os dias, porque Ele o prometeu (Mt. 10:20 e 28:18-20).

2. AS BENÇÃOS.
O que acontece e quais são os resultados do discipulado? Quem é beneficiado com esse trabalho, e qual é o seu alcance? A seguir pontificamos algumas das muitas bênçãos e da relevância do discipulado:

Proporcionará, a você mesmo, crescimento doutrinário e espiritual. O primeiro grande beneficiado é o próprio discipulador. Quando nos tornamos canal de bênção, nos constituímos o canal por onde a bênção flui. Sabemos também que quem mais aprende é aquele que ensina. Você estará sempre atualizado e aprendendo novas verdades da vida cristã.

Você terá a alegria de acompanhar o crescimento e desenvolvimento de vidas preciosas, como verdadeiras crianças, e ajudá-las nas suas dúvidas e possíveis períodos de crise. Lembre-se: Por mais bem dotado que seja um novo convertido ele é um recém-nascido e precisa de cuidados especiais.

No discipulado podem ser envolvidas pessoas da igreja que não sabem trabalhar em outras áreas, mas são grande bênção como discipuladoras. Muitas vezes, cristãos completamente apagados, tornam-se verdadeiros gigantes na arte de fazer discípulos.

O discipulado é uma atividade que poderá ser praticada por igreja ou grupo de qualquer tamanho; basta ter alguém motivado para a obra. Essa pessoa, se adequadamente treinada, poderá vir a multiplicar-se em dezenas, centenas e até em milhares de outros discípulos.


Lição 4
TREINAMENTO PARA O DISCIPULADO

Introdução: Até aqui temos procurado definir o discipulado, mas concordamos que existe uma grande diversidade de opiniões quanto ao propósito e modo de realizá-lo. O tempo apropriado para realização de um curso de discipulado e qual o número de lições é ideal, seremos nós quem teremos de definir, segundo a nossa demanda. As discussões se darão geralmente em torno do conteúdo das lições e métodos de aplicação. Todavia, A preocupação principal que devemos ter quanto ao discipulado, se é que estamos sendo bíblicos ou não na nossa concepção. Precisamos partir do modelo apresentado por Jesus (embora não seja o primeiro modelo apresentado na Bíblia) que é o mestre dos mestres. Jesus teve um ministério onde ensinou multidões, mas concentrou a sua mensagem nos seus discípulos, formando a base para a continuidade do seu ministério a partir do discipulado. Sendo esta a principal ordem dada aos seus discípulos antes da sua ascensão (Mt 28.18-20; Mc 3.14). A grande descoberta que temos feito, e nisto concordamos, é que a Igreja necessita resgatar o discipulado, pois tanto um conceito, como uma prática correta de discipulado evidenciará a saúde espiritual da mesma. Este é o modelo Bíblico onde é possível desenvolver o caráter de Cristo na vida dos envolvidos. Conhecer a Deus por meio de Jesus, e glorificá-lo num relacionamento construtivo como Igreja. Nesse relacionamento construtivo o alvo é preparar discípulos para um envolvimento nos ministérios e departamentos da igreja, proporcionando um fortalecimento qualitativo, que resultará naturalmente na multiplicação de outros discípulos.

I. O OBJETIVO DO DISCIPULADO
           
Cremos que o objetivo geral do discipulado de certa forma já foi mostrado no desenvolvimento das lições que já foram ministrada, todavia, queremos ser um pouco mais específicos quanto ao objetivo. Devemos nos perguntar que mudanças Deus têm feito na vida de outras pessoas através da nossa vida?

1. INSTRUIR PARA EVANGELIZAR.
Alguns chamam de pré-evangelismo a instrução de doutrinas básicas da fé cristã. O pré-evangelismo é ao mesmo tempo didático como apologético. É didático porque se propõe a estabelecer as doutrinas fundamentais sobre o trino Deus, o que é a Bíblia, pecado, graça, perdão, expiação, céu, inferno, e tantas outras palavras chaves que preparam o evangelizado para receber a verdade integral para a sua vida. Vivemos numa sociedade pós-moderna onde não basta apenas dizer: “arrependa-se e creia em Cristo”. É possível que no decorrer dos estudos se descubra que o discípulo carrega consigo uma carga enorme de conceitos estranhos e talvez anticristãos que recebeu em sua formação. É necessário redefinir palavras com fidelidade a Escritura.

2. FORMAÇÃO DE CARÁTER.
Como vimos na definição, este aspecto do objetivo será o de implantar no discípulo um caráter que mais se aproxime da “imagem de Jesus Cristo” (Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos. Rm 8:29 ). Portanto, não é algo a ser aplicado apenas a um cristão menos experiente; ou com pouca idade, ou com pouco ou muito tempo de igreja, pouca ou muita experiência de vida. Mas sim, cristãos comprometidos e humildes o suficiente para reconhecer que ainda necessitam de transformação. A santificação é progressiva. Conseqüentemente, se relacionarão melhor (At 2.42-47). Esta divisão é imprescindível para prosseguirmos com as outras duas seguintes.

3. EVANGELIZAÇÃO PELA AMIZADE.
A evangelização eficaz acontece através da amizade. Pessoas que demonstram o amor de Cristo, que se preocupam umas com as outras, são pessoas que cuidam umas das outras. O papel do discipulado é explicar o “porquê” desse cuidado e comunhão. A transformação pessoal através de relacionamentos ocorre quando o amor de Deus é manifestado através dos seus filhos (Jo 17:20-23). Existe uma legítima diferença entre evangelismo e discipulado. John R.W. Stott comenta que “no evangelismo proclamamos a loucura do Cristo crucificado, a qual é a sabedoria de Deus. Decidimos não saber mais nada e, mediante a insensatez dessa mensagem, Deus salva aqueles que nele crêem. No discipulado cristão, entretanto, ao levar pessoas à maturidade, não deixamos a cruz para trás. Longe disso. Antes, ensinamos a completa implicação da cruz, incluindo nossa suprema glorificação”. A Bíblia afirma que os cristãos sobrevivem e crescem nos relacionamentos mútuos:
  • Amando cordialmente uns aos outros (Rm 12:10).
  • Honrando uns aos outros (Rm 12:10).
  • Tendo o mesmo sentir uns para com os outros (Rm 12:16; 15:5).
  • Amando uns aos outros (Rm 13:8).
  • Edificando uns aos outros (Rm 14:19).
  • Acolhendo uns aos outros (Rm 15:7).
  • Admoestando uns aos outros (Rm 15:14).
  • Saudando uns aos outros (Rm 16:16).
  • Esperando uns pelos outros (1 Co 11:33).
  • Importando uns com os outros (1 Co 12:25).
  • Servindo uns aos outros (Gl 5:13).
  • Levando a carga uns dos outros (Gl 6:2).
  • Suportando uns aos outros (Ef 4:2; Cl 3:13).
  • Sendo benignos uns para com os outros (Ef 4:32).
  • Sujeitando-se uns aos outros (Ef 5:32).
  • Consolando uns aos outros (1 Ts 4:18; 5:11,14).
  • Confessando pecados uns aos outros (Tg 5:16).
  • Orando uns pelos outros (Tg 5:16)
  • Sendo hospitaleiros uns com os outros (1 Pe 4:9)
  • Tendo comunhão uns com os outros (1 Jo 1:7).

4. CRESCIMENTO NUMÉRICO NATURAL.
Uma igreja local saudável naturalmente se desenvolve e cresce. Lucas narra que “a igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número” (At 9:31). Quantas pessoas se converteram através da nossa evangelização? É óbvio que quem realiza a sobrenatural obra regeneradora é o Espírito Santo, mas Deus decidiu chamar pecadores perdidos através de pecadores perdoados. O apóstolo João relata que André após conhecer pessoalmente a Jesus foi em busca de seu irmão Simão e “o levou a Jesus” (Jo 1:42). A igreja atual tem gradativamente perdido a noção de que cada cristão é um ganhador de almas. Até a mesmo a expressão ganhador de almas soa um tanto que estranho aos nossos ouvidos pós-modernos, mas era um termo muito comum até o fim do século 19. Esta expressão é uma menção à declaração do apóstolo Paulo que disse: “porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (1 Co 9:19). Somos cooperadores desta maravilhosa obra de reconciliação. A Escritura declara que “somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2 Co 5:20). Evangelizar é compartilhar Jesus, no poder do Espírito, deixando os resultados para Deus. Waylon Moore afirma que “a evangelização é o meio que proporciona convertidos, e é o campo de adestramento para o desenvolvimento dos discípulos. Quando a igreja exala discípulos, então inala convertidos.”

5. AMADURECIMENTO ESPIRITUAL.
Esta divisão se refere principalmente a formação de líderes que estarão discipulando no futuro. Mas haverá também, multiplicação dos discípulos de Cristo, pessoas que serão tratadas no seu caráter e transformadas para glória de Deus, a fim de ocuparem outros lugares na Igreja de Jesus. É comprovado por pesquisas que nos primeiros meses de conversão o potencial evangelístico do cristão é muito mais aguçado. Se os grupos de discipulado estiverem abertos a visitantes, será também um forte instrumento de evangelização, pois o novo convertido desempenhará como nenhum outro a tarefa de trazer pessoas para ouvir a mensagem de Cristo, além do resultado positivo que a comunhão pode produzir no coração do visitante.

6. PREPARO PARA OS MINISTÉRIOS NO CORPO DE CRISTO.
Os ministérios na igreja local são diversos e também diversos os dons, portanto, o Discipulado deve visar também os demais ministérios dentro da Igreja. Teremos como um resultado natural um número maior de membros envolvidos na evangelização, evitando a ociosidade e outros problemas conseqüentes. A mente desocupada é produtiva oficina do diabo!  Nenhum ministério (serviço) é superior ao outro. Um ministério depende do outro. Todos os ministérios cooperam entre si. Ef 4:11-12

Continua...



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