segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Meu Filho Na Fé - Parte II

A Tarefa de fazer Discípulos


“Portanto, já que vocês aceitaram Cristo Jesus como Senhor, vivam unidos com ele. Estejam enraizados nele, construam a sua vida sobre ele e se tornem mais fortes na fé, como foi ensinado a vocês. E dêem sempre graças a Deus.” (Cl 2:6-7)

Introdução: Qual será exatamente nossa proposta? Jesus ordenou que seus apóstolos fizessem discípulos e lhes ensinassem todas as coisas que Ele tinha mandado Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28:19). Ele queria que os apóstolos fizessem discípulos à semelhança do que fizera com eles. Ele dera o exemplo; agora os discípulos deveriam imitá-Lo. Jesus andou com eles, ensinou-lhes sobre perdão, oração, amor, renúncia, Reino de Deus, vida eterna, missões e outros ensinos básicos da fé cristã. Jesus investiu neles. Discipulado é, portanto, o fruto de relacionamentos, convivência, acompanhamento, ensino e, principalmente, transformação e edificação de vidas. É dar assistência a uma pessoa, procurando torná-la semelhante a Cristo (Ef 4:12, 13). Nisso reside uma das grandes responsabilidades do discipulador, porque ele próprio precisa estar crescendo, tendo como alvo a estatura da medida completa de Cristo. Numa de suas cartas, Paulo disse que ainda sentia as “dores de parto” pelos crentes da Galácia, e que “gerou” Onésimo nas suas prisões (Gl. 4:19; Fm. 10). Muitas vezes, a formação de um discípulo torna-se para nós como um trabalho de parto. Mas depois que o discípulo “nasce” dá-nos uma alegria indescritível. “Quando uma mulher está para dar à luz, ela fica triste porque chegou a sua hora de sofrer. Mas, depois que a criança nasce, a mulher fica tão alegre, que nem lembra mais do seu sofrimento.” (Jo 16:21)

I. O PROCESSO DA INTEGRAÇÃO.
Integrar o novo crente é envolvê-lo plenamente, com todas as estratégias possíveis, em sua nova vida. Isso significa torná-lo inteiro; completo; integralizado. É um processo que deve começar antes mesmo da conversão e se prolongará até que o novo crente esteja, de fato, integrado ao serviço cristão, e possa ele próprio, conduzir outros aos pés do Senhor Jesus Cristo. Este projeto visa tornar o novo crente parte natural, e não um corpo estranho, da vida da Igreja. Faz-se necessário, por parte daqueles que participarão deste processo, plantar e regar a semente para que ela produza frutos. Isto é “integração”. “Eu plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer.” (1Co 3:6) Como já afirmamos a falta de empenho em integrar e discipular os novos crentes, resultou em muitas perdas para a igreja e para o Reino. Segundo pesquisas, de cada 100 novos decididos, apenas cinco chegam ao batismo, ou seja, as perdas são de 95%%, isto sem contar os que se desviam depois do batismo.  Fica claro que estes percentuais se contrapõem à parábola do semeador, onde pelo menos 25% da terra semeada produziram frutos. É também oposta a parábola da ovelha perdida, onde 99 permanecem no aprisco e apenas uma se perde. A razão desta deficiência está na falta de sustentação da fé do novo convertido em seus primeiros dias de vida cristã. Tal como uma nova planta em crescimento, que pode morrer se lhe faltarem os cuidados indispensáveis nesta fase, a falta de um bom trabalho de integração e discipulado pode levar o novo crente a naufragar na vida espiritual.

1. O PASSO DA À BUSCA.
“Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la.” (Lc 15:4)
Tiramos muitas lições da parábola das cem ovelhas. Geralmente destacamos com maior ênfase, o clamor pela volta dos desviados. Ainda que seja uma verdade esta aplicação, podemos destacar outro sentido também primordial que é o de revelar o profundo amor de Deus pelos perdidos de modo geral, e o seu extremo empenho em alcançá-los. A ponto de enviar Seu próprio Filho para morrer em lugar do pecador. “Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado.” (Rm 5:8). Segundo nos revela o texto, há maior alegria no céu por aqueles que se arrependem do que por aqueles que já se encontram no aprisco. A idéia é que não podemos nos dar por satisfeitos apenas com aqueles que já foram alcançados, enquanto a nossa volta existem milhares de perdidos. Se não há novos filhos, não pode haver alegria completa. Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender. (Lc 15:7)

O QUE É “BUSCAR”?
Se quisermos dar o primeiro passo no nosso projeto, precisamos colocar de imediato, a evangelização como prioridade número um da Igreja. Não quer dizer que não existam outras prioridades também importantes, mas, na missão da igreja em relação ao mundo, a evangelização é sim a principal tarefa, porém só terá êxito, se os crentes estiverem bem ajustados. A evangelização é um imperativo, porque é o meio pelo qual os pecadores podem se arrepender e chegar ao conhecimento da verdade E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum daqueles que o Pai me deu se perca, mas que eu ressuscite todos no último dia.  Pois a vontade do meu Pai é que todos os que vêem o Filho e crêem nele tenham a vida eterna; e no último dia eu os ressuscitarei. (Jo 6:39-40 ). Proclamar o nome de Jesus Cristo significa oferecer a única possibilidade de salvação para o perdido. Se o pecador não tiver acesso a este nome que salva, estará irremediavelmente condenado. A salvação só pode ser conseguida por meio dele. Pois não há no mundo inteiro nenhum outro que Deus tenha dado aos seres humanos, por meio do qual possamos ser salvos. (At 4:12). Finalmente, a evangelização não se esgota no ato de falar de Cristo a alguém. Este é apenas o inicio do processo. A ordem do Senhor Jesus é clara: “Fazei discípulos”. Assim a tarefa começa com o anuncio das Boas Novas e continua até que Cristo esteja formado em cada novo convertido. A Igreja, mais do que qualquer outra organização, precisa ser o exemplo com alvos bem definidos para que sejam estabelecidas estratégias mensuráveis a fim de alcançá-los.

ONDE BUSCAR?
Quando examinamos cuidadosamente o Novo Testamento, descobrimos, para espanto nosso, as dimensões maravilhosas do alcance que se deve dar ao ministério evangelístico na Igreja. A primeira idéia que aparece é a extensão geográfica, de espaço: “E João atravessou toda a região do rio Jordão, anunciando esta mensagem...” (Lc 3:3). Vamos encontrar esta idéia de totalidade em extensão geográfica, em vários textos bíblicos:
·         “Jesus andou por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, anunciando a boa notícia do Reino e curando as enfermidades e as doenças graves do povo.” (Mt 4:23)
·         “Como o Espírito Santo não deixou que anunciassem a palavra na província da Ásia, eles atravessaram a região da Frígia-Galácia.” (At 16:6)
·         “Os discípulos então saíram de viagem e andaram por todos os povoados, anunciando o evangelho e curando doentes por toda parte.” (Lc 9:6)
·         “Quando Apolo resolveu ir para a província da Acaia, os cristãos de Éfeso o animaram e escreveram cartas para os irmãos de lá, pedindo que o recebessem bem. Chegando lá, ele ajudou muito aqueles que, pela graça de Deus, haviam crido.” (At 18:27)

Em seguida vamos descobrir que há também uma preocupação com a totalidade populacional. A ordem é “ir a todo mundo” (totalidade geográfica) e “pregar a toda criatura” (totalidade populacional). Na mesma linha de pensamento, a comissão dada aos discípulos em Mt 28.19, foi a de ensinar a “todas as nações”. “Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. É um empreendimento missionário que visa atingir a todas as pessoas, em todos os lugares. “Ele fez isso durante dois anos, até que todos os moradores da província da Ásia, tanto os judeus como os não-judeus, ouviram a mensagem do Senhor.” (At 19:10). Dentro do todo geográfico e do todo das multidões, o Espírito Santo procura atingir segmentos especiais da sociedade. Cegos, paralíticos, prostitutas, surdos, mudos, enfermos em geral. “... Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.” (Lc 14:21). Como uma das passagens mais importantes sobre a preocupação de Deus em trazer os segmentos da sociedade para o seu reino, a parábola da Grande Ceia (Lc 14.15-24), mostra de forma clara e incisiva a totalidade do evangelho, na totalidade dos segmentos sociais. Além demais, temos ainda o testemunho de Paulo sobre o assunto: “Meus irmãos, eu quero que vocês saibam que as coisas que me aconteceram ajudaram, de fato, o progresso do evangelho. Pois foi assim que toda a guarda do palácio do Governador e todas as outras pessoas daqui ficaram sabendo que estou na cadeia porque sou servo de Cristo.” (Fp 1:12-13)

COMO BUSCAR?
A pregação do Evangelho precisa ser um trabalho completo e capaz de ao final dele, e pela sua eficácia, conduzir o pecador ao sentimento da necessidade da salvação (At 8.26-40). Paulo disse: “... Assim eu me torno tudo para todos a fim de poder, de qualquer maneira possível, salvar alguns.” (1Co 9:22). A expressão “qualquer maneira possível” é muito significativa, pois naquele tempo, não se conhecia os meios de comunicação de massa que temos hoje como o rádio, a televisão, o telefone, os jornais, as revistas, a internet e outros. Nem mesmo a imprensa do tipo móvel havia. Paulo, porém, tinha, talvez, algo que nos está faltando hoje, visão de aproveitar todos os meios para tentar salvar alguns. Paulo via cada pessoa neste mundo como um universo complexo, com seu lastro cultural, com suas crenças, com seus conceitos, com suas filosofias de vida e sobre tudo, com sua personalidade própria, por isso não se dava ao luxo de perder qualquer que fosse a oportunidade para falar da salvação a alguém, mesmo que para cada pessoa tivesse de usar uma estratégia diferente. O importante é não perder as oportunidades.

II. MÉTODOS EM PRÁTICA.
Vamos empregar o termo “princípios” no sentido de fundamentos, normas, preceitos. Em matéria de evangelismo, não obstante a possibilidade de vários métodos, estratégias e técnicas, no tempo e no espaço, existem algumas normas que são invariáveis e devem orientar toda a metodologia de evangelização. O conhecimento e a habilidade em lidar com este material dará ao evangelista condições de atuar com a devida flexibilidade e versatilidade, dependendo do contexto cultural a ser trabalhado.

a)     Capacitação. Para que possamos passar adiante a mensagem do evangelho, em termos de testemunho, temos o Espírito Santo (At 1.8). Mas para chegarmos a ser “enviados”, precisa de “preparação” (Mt 28.16-20). É importante buscar aprendizado sadio para o desenvolvimento de um bom testemunho. Conhecer métodos, técnicas e estratégias, é importante no processo da evangelização, mas o conhecimento bíblico de maneira alguma deve ser desprezado. Para tanto, devemos nos aplicar ao aprendizado, ao treinamento, ao estudo. Não devemos imaginar que os discípulos de Jesus andavam atrás dele apenas para fazer turismo pela Palestina. Eles trabalhavam duro o dia todo. Nosso primeiro passo neste projeto será exatamente a de nos munir com as ferramentas necessárias no aprendizado.

b)    Localização. A ordem é pregar em todo mundo. Deus sempre tem alguém, em algum lugar que devemos alcançar. Jesus sabia que “precisava” passar em Samaria: No caminho, ele tinha de passar pela região da Samaria.” (Jo 4:4). Felipe foi ao Etíope, “Filipe se aprontou e foi. No caminho ele viu um eunuco da Etiópia, que estava voltando para o seu país...” (At 8:27). Paulo foi para Trôade. “Então atravessaram a Mísia e chegaram à cidade de Trôade.” (At 16:8). Precisamos estar afinados com a vontade de Deus e com seus planos para descobrirmos onde estão as pessoas que precisam nos ouvir. De modo geral, temos de pregar a todos, em todo o tempo, mas, na prática, descobrimos que o Espírito Santo tem certos planos, para certas pessoas em certas comunidades. Assim, a atenção a todos os possíveis discípulos será sempre imprescindível neste projeto.

c)     A Mensagem. O evangelismo é a ação de comunicar o evangelho de Cristo, e a mensagem evangelizante precisa conter elementos essenciais do evangelho para que a pessoa possa ser levada a arrepender-se e crer. Assim, toda tentativa de abordagem deve conter os seguintes elementos:
·         A idéia de que a todas as pessoas são pecadoras.
·         A idéia das conseqüências do pecado no ser humano e sua condição eterna.
·         A providência de Deus para salvar o pecador, principalmente a do envio de Seu Filho amado.

Nosso projeto visará o pecador do inicio ao fim. Vamos pescá-lo e depois cuidar dele. Pregaremos a mensagem de salvação e depois de alcançado o objetivo, trabalharemos a integração e por fim a preparação de um novo pescador. Só então poderemos encerrar nossa tarefa com o discípulo.

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