segunda-feira, 10 de junho de 2019

OBSTÁCULOS A COMUNHÃO NA IGREJA

Lição 3 - Adultos
TEXTO BASICO: 1Co 1.10-17 
Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer. Meus irmãos, fui informado por alguns da casa de Cloe de que há divisões entre vocês. Com isso quero dizer que algum de vocês afirma: "Eu sou de Paulo"; ou "Eu sou de Apolo"; ou "Eu sou de Pedro"; ou ainda "Eu sou de Cristo". Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo? Dou graças a Deus por não ter batizado nenhum de vocês, exceto Crispo e Gaio; de modo que ninguém pode dizer que foi batizado em meu nome. (Batizei também os da casa de Estéfanas; além desses, não me lembro se batizei alguém mais.) Pois Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não porém com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada.

TEXTO DEVOCIONAL: Rm 12.2 

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Introdução: Vimos na lição anterior que comunhão não é algo que encontramos pronto, ela precisa ser constituída nos relacionamentos pessoais. A própria dimensão vertical de nossa comunhão com Deus não acontece de forma automática, depende de esforço e disciplina espiritual da nossa parte. Assim, a dimensão horizontal da comunhão na igreja também não vai acontecer de uma hora para outra, ela surgirá a partir dos relacionamentos entre os nós os crentes, pessoas que formam a comunidade cristã. Pois bem, na sexta feira passada, consideramos a importância da vida de comunhão, mais ficamos ainda com algumas dúvidas a serem discutidas hoje, entre elas citamos: Porque é tão superficial o nível de vida comunitária nas igrejas hoje, e quais as causas que nos impedem e vivermos esta comunhão. É o que tentaremos objetivar em entendimento no estudo de hoje. Portanto, bom estudo!


I. IMPEDIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO DA COMUNHÃO.
1Co 1.10 Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente UNIDOS, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.
As dúvidas acima, são de natureza bem complexas, e possivelmente deve existir um número amplo de causas que possam explicar o fenômeno Psico, econômico, social e espiritual, que possivelmente é o grande causador da dificultação da vida de comunhão de forma integral na igreja e na comunidade. Teremos de observar algumas dessas possíveis causas e ao mesmo tempo descobrir a luz da Bíblia algumas estratégias que, uma vez seguidas podem nos ajudar a minar tais resistências impedidoras. Então, vamos lá!

1. FALTA DE CONVERSÃO GENUÍNA.
Jo 1.12,13 Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.

Será que todas as pessoas que se reúnem domingo após domingo para cultuar nas igrejas são de fato pessoas que receberam o Senhor Jesus Cristo como Salvador Pessoal? Será que estas pessoas compartilham e defendem verdadeiros valores da doutrina e da cultura cristã? Será que  experimentaram, o novo nascimento ou são apenas pessoas “interessadas” em alguma forma de experiência pseuda-cristã? E os chamados “filhos de crentes? Que cresceram acostumados com a ideia de obrigatoriamente frequentar os cultos, mas responsabilidade que é bom, nada! Pois bem, o que podemos dizer, é que vivemos atualmente um fenômeno conhecido como “segunda” ou “terceira” geração de crentes. E não queremos dizer com isso que eles estejam inteiramente fora dos padrões ou contextos doutrinários da Bíblia, mas também não podemos negar que este fenômeno, por si só, parece ser representado por “crentes” que não experimentaram o nascimento no contexto da fé cristã. Parecem ser pessoas que foram desenvolvendo uma idéia de igreja, porém na grande maioria nunca experimentaram em suas vidas a autenticidade daqueles que, pela fé no Senhor Jesus, receberam o direito de “filhos de Deus”. O resultado e a formação de grupos individualistas sem responsabilidades, sem conhecimento bíblico e sem relacionamentos duráveis e principalmente sem comunhão com o corpo que é a igreja. O pior é que bem poucas igrejas tem consciência desse problema para dedicar a ele tempo necessário par desenvolver estratégias específicas que ajudem no seu equacionamento. Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês. Fp 4:9

2. LIDERANÇA DESCLASSIFICADA.
Como já dissemos, agora repito: Se alguém anuncia a vocês um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado! Gl 1:9

As igrejas históricas vem perdendo terreno para supostos grupos que auto se denominam “igreja” e arrebanham muitos adeptos com suas doutrinas repletas de “novidades”. Muitas dessas novas “igrejas” nascem lideradas por pessoas que por uma insatisfação qualquer colocam em descrédito muito daquilo que ao longo da história foi recebido como doutrinas fundamentais da fé cristã, e para piorar ainda mais, a grande maioria das igrejas não estão preparada para lidar ou trabalhar com este problema. Gl 1.6,7 Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. O resultado é que com o surgimento destes inumeráveis grupos ou “novas igrejas” fora dos padrões da Bíblia e com ensinamentos que mais afastam do une o Corpo de Cristo, acontece um afastamento bilateral. Por um lado são as chamadas igrejas históricas que por desconsiderem tais movimentos, procuram manter um distanciamento considerado seguro. Por outro, são os líderes de tais movimentos que se consideram “mais iluminados” que os das igrejas que chamam de “ultrapassadas, não permitem a seus liderados qualquer tipo de comunhão por medo de perdê-los. 1Co 1.11-13 Meus irmãos, fui informado por alguns da casa de Cloe de que há divisões entre vocês. Com isso quero dizer que algum de vocês afirma: "Eu sou de Paulo"; ou "Eu sou de Apolo"; ou "Eu sou de Pedro"; ou ainda "Eu sou de Cristo". Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo? O pior é que medida que o tempo vai passando, mais crucial esse fenômeno tem se tornado, e as perdas vem se multiplicando. O melhor a fazer neste caso é investigar tais movimentos por suas doutrinas e ensinamentos, se no todo não contradizem as doutrinas fundamentais da fé, devemos procurar manter com eles um relacionamento de comunhão. Caso o contrario, se eles deturpam a Bíblia para embasar conceitos heréticos, o melhor mesmo a fazer mesmo, é manter certa distancia, sem deixar de amá-los. 1Jo 3.11 Esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.

3. O PECADO NÃO CONFESSADO.
Sabemos que a Lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a Lei é boa. Nesse caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.  Rm 7:14-17

Outra causa que vem trazendo muita dificuldades a comunhão na igreja é o pecado não confessado na vida de muitos crentes. Não estamos falando de coisas comuns e pequenas que as vezes parecem ser até meio que inevitáveis, mas falamos de pecados mais específicos que destroem em primeiro plano a vida do envolvido e sua comunhão com Deus e depois, acaba por destruir também a sua comunhão com a igreja. A Bíblia é muito clara em relação ao pecado. Jesus respondeu: Digo a vocês a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. Jo 8:34. O pecado por  nos tornar pessoas escravizadas, acaba nos conduzindo a uma vida de desconfiança, e por consequência tendemos achar que todas as pessoas estão nos julgando ou nos condenando por nossas práticas, embora talvez outras pessoas nem tenham conhecimento delas. Nossas conversas e relacionamentos com outros crentes se tornam meio que superficiais pois temermos que descubram nossas falhas e venhamos a cair num completo descrédito. A orientação bíblica é bem diferente disso, e o ensino continua valendo para os dias de hoje: Tg 5.16 Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.
O problema é que o pecado não confessado traz profundas frustrações e distanciamento da vida em comum da igreja. Ele vai minando aos poucos as forças e consequentemente conduzem a uma queda fatal. Tg 1.13-15 Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: "Estou sendo tentado por Deus". Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ser consumado, gera a morte.

4. INCAPACIDADE DE VIVENCIAR A GRAÇA DE DEUS.
Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Tt 2:11
A falta de comunhão entre nós os crentes pode também ser resultado de uma certa incapacidade nossa em acreditar de forma suficiente na graça salvadora do Senhor Jesus Cristo. Nos tornamos as vezes meios que incapazes de viver a graça em nossa própria experiência diária, e a explicação disso é que em alguns momentos infelizmente permitimos predominar no seio da igreja uma atitude legalista em condenar pessoas por erros cometidos (como visto no ponto anterior). Parece que não aprendemos a separar as pessoas dos seus erros e generalizamos nosso conceito sobre elas agindo como se fossemos os juízes. Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Gl 6:1-2

Em alguns momentos chegamos a ser tão legalistas que olhamos mais para os outros que para nós mesmos. Assim procedendo teremos toda dificuldade em cumprir as palavras de Paulo no texto acima. De acordo com a Bíblia, a igreja deve funcionar como um hospital afim de restaurar a saúde espiritual das pessoas em todos os sentidos e não como um centro condenatório onde as pessoas são colocadas para pagar suas penas. 1Jo 2.1,2 Meus filhinhos, escrevo a vocês estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo. O ambiente da igreja deve ser o mais saudável possível para que as pessoas se sintam a vontade para colocar para fora os seus problemas, sabendo que serão compreendidas a ajudadas. Isso é comunhão. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco, é que sou forte. 2Co 12:10

5. A ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DA IGREJA.
Em primeiro lugar, ouço que, quando vocês se reúnem como igreja, há divisões entre vocês, e até certo ponto eu o creio. 1Co 11:18
Este é um ponto é mais estratégico e de certa forma menos teológico, pois vai tratar da estrutura funcional da igreja e para isso parece não haver uma regra específica. A igreja deve ser o melhor lugar do mundo, mas se mal instituída, pode trazer dificuldades a comunhão. Uma estrutura governamental hierárquica muito centralizadora tendencialmente afastará as pessoas por exigir obediência irrestrita em função de uma causa ou ideologia. Todas as pessoas precisam ser respeitadas em suas vontades desde que tais vontades não interfiram diretamente nas doutrinas fundamentais da fé cristã.
Esforço-me para que eles sejam fortalecidos em seu coração, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Cl 2:2-3;
Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando vocês mesmos. Tg 1:22.

Por outro lado, uma liderança frouxa demais pode também ser prejudicial. Aqui os dois extremos podem ser ruins. Outro ponto é a organização ou arrumação estrutural do templo e do culto propriamente dito. Um culto formal demais tende a trazer um desconforto e levar as pessoas a mecanizarem demais o processo se distanciando da espiritualidade. Por outro lado, se o culto for espiritual ao extremo a tendência natural é que todo o processo fuja das mãos do dirigente e ele perca por completo a direção do mesmo. O resultado é um culto sem organização e sem hora para terminar. Isto pode trazer um formato muito desproporcional e ao mesmo tempo um distanciamento daqueles chamados “menos espirituais”. Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz. Como em todas as congregações dos santos... Mas tudo deve ser feito com decência e ordem.1Co 14:33,40. O grande problema neste ponto é o de conseguir equacionar o culto a gosto de todos uma vez que todos nós temos nossa própria visão do certo ou errado. Então aqui deve valer o bom senso e acima de tudo, deve haver respeito uns pelos outros. Cada igreja tem sua forma de culto e desde que não fuja aos padrões doutrinários da Bíblia o ideal é nos adequarmos aquela que melhor nos convier.  O ideal é uma avaliação mais profunda de sua estrutura e estilo de funcionamento a fim de introduzir mudanças necessárias ao atendimento das necessidades de comunhão de seus membros. Samuel, porém, respondeu: Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. 1Sm 15:22

CONCLUSÃO:
É imprescindível reconhecermos estas prováveis causas que impedem a comunhão entre os crentes, mas também imprescindível que cada uma destas causas sejam discutidas e trabalhadas no objetivo de frear o seu avanço. Discutimos algumas causas mais o assunto ainda não está esgotado pois encontraremos outros ponto para serem analisados. O que vale agora, é o entendimento da nossa posição como igreja, vivermos verdadeiramente como irmãos uns dos outros. Na igreja, como em família temos todos uma origem comum, pois nascemos de uma mesma fé. Assim como temos uma vida em comum, pois servimos ao mesmo Senhor. Temos identificação de propósitos, pois cremos em um mesmo céu. As diferenças decorrente das personalidades, deverão ser trabalhadas pois somos todos indivíduos. Nossa disposição será a de nos ajudarmos uns aos outros num ambiente favorável para compartilhar problemas e solidariedade. Todos estes fatores se destacam como comunhão familiar, e vida na igreja implica necessariamente em vida de comunhão. Esta é a minha oração: Que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. Fp 1:9-11


Bibliografia:
A Nova Vida em Cristo/Editora Horizontal/Desenvolvendo a Comunhão na Igreja

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