quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Adoção.

ESCOLA BÌBLICA DOMINICAL VALE DAS BÊNÇÃOS EM BACAXÁ/ SAQUAREMA
SOTERIOLOGIA, A DOUTRINA DA SALVAÇÃO.
OS ATOS IMEDIATOS DA SALVAÇÃO.
"ADOÇÃO"
 Lição VII - 04/09/2016

Texto Bíblico. Romanos 8:14-30.
14 - Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. 15 - Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. 16 - O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17 - E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. 18 - Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. 19 - Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. 20 - Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou. 21 - Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22 - Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. 23 - E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. 24 - Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? 25 - Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. 26 - E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 27 - E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. 28 - E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29 - Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 - E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

Introdução: Existem muitas bênçãos relacionadas à salvação que acabam passando despercebidas por muitos crentes em Jesus Cristo. A Adoção é uma delas. Poucos perceberam a grandeza desta bênção e chega existir crentes que nem mesmo sequer ouviram falar de tal situação. Temos visto até aqui que a salvação é o processo mediante o qual nós pecadores, arrependidos dos nossos pecados, entregamos nossa vida ao Senhor Jesus Cristo, e Ele, mediante o Sacrifício na Cruz do Calvário, perdoa todas as nossas transgressões. Aprendemos que este processo segue acompanhado de atos que imediatamente a entrega muda a nossa condição de simples pecadores. A estes a Soteriologia denomina de Atos Imediatos a Salvação E são Eles: Justificação, Regeneração e Adoção. Já estudamos dois deles, a saber: a justificação e a regeneração. Hoje vamos nos deleitar ante os ensinos bíblicos teológicos deste assunto tão palpitante e tão pouco conhecido por nós. A Adoção. Uma pena que grande parte da igreja conheça tão pouco esta doutrina e não valorize esta oportunidade de conhecer de perto o que a Bíblia nos ensina a respeito de tal benção.

I. DEFINIÇÃO DO TERMO ADOÇÃO.
Se observarmos o termo adoção numa visão humana, somos levados a um processo legal onde uma criança é trazida e aceita ao ambiente de uma família até então desconhecida, e na qual não possua nenhum vínculo familiar. Este processo concede em seu final nos direitos de filiação a criança participante do processo. Esta criança passa a ser um novo membro da família com plenos direitos sobre o patrimônio da família.
Pelo lado de vista divino este processo acompanha em alguns pontos o processo humano. Porém a de se notar que no processo divino a adoção tem um alcance infinitamente maior. Nós pecadores, por natureza somos filhos da ira. Ef 2:3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Ao recebermos o Senhor Jesus, somos de forma imediata feitos filhos de Deus, passando a gozar dos direitos e privilégios inerentes a esta posição. Rm 8:16-19 O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.

Outra boa definição bíblica diz respeito à distinção que devemos fazer entre as filiações do homem com Deus e de Cristo com Deus. Devemos saber que embora desfrutemos de um relacionamento com Deus, não somos deus em nenhum sentido da Palavra. Sempre seremos filhos. No caso do Senhor Jesus, Ele é filho, mas é Deus e isso o faz diferente e superior a todos nós.

Nos tempos bíblicos este processo era muito comum, principalmente na Roma Antiga. Naqueles dias uma família podia resgatar uma criança da escravidão e integrá-la noutra família. Desde que tivesse posses para isso. Em uma cerimônia o pai adotivo comparecia diante de um juiz e de uma testemunha, mantendo o preço da criança numa das mãos e a própria criança na outra. Neste processo havia um diálogo onde o pai adotivo perguntava a criança se a mesma desejava ser seu filho. A criança respondendo afirmativamente o homem diria as testemunhas: "Declaro esta criança meu filho (filha) de acordo com a Lei Romana. Ela foi comprada com este dinheiro". Daquele momento em diante a criança se tornava membro da nova família, tomava o nome do pai da família e tornava-se herdeiro do patrimônio daquela família.

II. O ATO DA ADOÇÃO.
v23 - E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
A doutrina da adoção é puramente paulina tendo em vista que os outros autores do NT associam as bênçãos que Paulo relaciona à adoção com as doutrinas da regeneração e da justificação. A palavra grega traduzida como adoção “huiothesia”, somente ocorre cinco vezes nas Escrituras, e todas elas nos escritos de Paulo:
  • Rm 8.15,23. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai... E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
  • Rm 9.4. Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas.
  • Gl 4.5. Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
  • Ef 1.5. E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,.


Observem as aplicações que são feitas ao termo adoção em cada uma das vezes em que ele é apresentado por Paulo. Em Rm 9.4 o termo faz referência com a nação de Israel. Em Rm 8.23. A relação tem a ver com uma aplicação mais escatológica, pois a adoção aponta para a completa realização da vinda futura com Cristo. Já em três textos seguintes, Paulo declara ser a adoção um fato presente na vida do Cristão atual. Como a palavra grega “huiothesia” ele indica, o termo adoção é literalmente se coloca na posição de filho.

Scofield falando em relação a esta doutrina diz o seguinte: Adoção, “colocar na posição de filho” não é tanto uma palavra de relacionamento como de posição. A relação de filho do crente para com Deus resulta do novo nascimento (Jo 1:12,13), ao passo que adoção é o ato de Deus pelo qual aquele que já é filho, através de redenção da lei, é colocado na posição de filho adulto (Gl 4.1–5).

É a ação do Espírito Santo que passa a habitar em nós os crentes no momento da salvação que nos leva à percepção desta verdade em nossa experiência presente. Gl 4.6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Mais a frente, Paulo vai falar mais uma vez, porém relaciona o termo com o processo da "Redenção do Corpo". Neste caso devemos entender a adoção como um ato de Deus onde experimentaremos a transformação do nosso corpo mediante a manifestação de Cristo em Sua vinda. Rm 8:23 E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. João embora não use o termo adoção em sua epístola, ele reforça o argumento de Paulo ao falar do processo de redenção de Deus e da manifestação de Cristo em relação a nós. IJo 3:2 Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.

É interessante o fato de que Paulo considerava os crentes do AT como “filhos” embora “de menor idade”; mas quanto aos crentes do NT ele considerava tanto como “filhos” quanto “filhos adultos”. Esta filiação concede a nós as principais vantagens da filiação que segundo Paulo podem assim ser pontuados:
  • Libertação da Lei. Gl 4:4-5 Mas, vindo à plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
  • Filiação. Gl 4.6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.

Resumindo: na regeneração, recebemos nova vida; na justificação, uma nova reputação; na adoção, uma nova posição.

II. O TEMPO E OS RESULTADOS DA ADOÇÃO.
Existe outro aspecto importante que devemos entender em relação à adoção. A Bíblia apresenta um tríplice relacionamento no que diz respeito ao tempo em que ela acontece.
  1. Nos conselhos de Deus. A adoção foi um ato do passado eterno (Ef 1.5). Antes mesmo de começar a raça hebraica, sim antes da criação, Deus nos predestinou para assumirmos esta posição em Cristo Jesus. Ef 1:5 E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
  2. Na experiência pessoal. É na experiência da salvação que a adoção se torna verdadeira para o crente. Ela acontece no exato momento em que ele recebemos a Jesus Cristo como Senhor da nossa vida. Gl 3.26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Contudo a percepção plena da filiação acontecerá na vinda de Cristo, isto é num futuro onde seremos transformados. É nesta hora que a adoção será plenamente consumida. Rm 8.23 E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.

3.       O resultado da adoção. Talvez o primeiro resultado dentre muitos concedidos aos adotados seja a libertação da lei (Rm 8.15; Gl 4.4,5). O crente, segundo a Lei está debaixo de “guardiões e aios”. Ordenanças que o faz capacitado a se aproximar de Deus. Uma vez adotado por Deus ele se livra de todos estes aspectos da Lei e recebe de imediato o penhor da herança, que é o Espírito Santo (Gl 4.6,7; Ef 1.11,14). O Pai recebe o filho adulto e o capacita a começar com o Espírito Santo uma novidade de vida, preparando-o para o processo final da redenção. É o pagamento inicial da herança total que ele receberá quando Cristo vier.


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