ESTUDO BÍBLICO
TERÇA-FEIRA
IGREJA BATISTA NACIONAL
VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ – SAQUAREMA
"O Jejum e a Oração a Luz da Bíblia"
Parte II
Texto
Bíblico: Lucas 18:9-14
9
- E disse também esta parábola a uns que confiavam em
si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 10 - Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o
outro, publicano. 11 - O fariseu, estando em pé,
orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os
demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
12 - Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de
tudo quanto possuo. 13 - O publicano, porém,
estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia
no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! 14 - Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não
aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que
a si mesmo se humilha será exaltado.
Introdução:
Até
aqui, vimos algumas definições básicas em relação ao termo jejum ao mesmo tempo
em que também nos foram presentados alguns dos mais ilustres servos do Senhor
Jesus que, através de suas vidas escreveram boa parte da história da Igreja.
Vimos na Bíblia (E não podia ser diferente), alguns homens e mulheres de Deus
que também apresentaram uma vida devocional de entregas e tiveram registrados
os seus nomes na galeria dos heróis da fé. Vimos um pouco daqueles que fizeram
uso destas importantes ferramentas chamadas jejum e oração. São ferramentas que
nos proporciona um condicionamento espiritual e nos torna sensíveis para ouvir
a voz de Deus. A Bíblia e história apenas registraram os nomes e alguns dos
feitos destes grandes teólogos, pregadores e servos que aprenderam a confiar de
forma tão intensa que fizeram do jejum e da oração um modo de vida digno de ser
imitados.
Hoje, dando sequência ao nosso
estudo, queremos ver alguns detalhes importantes em relação à prática tanto do
jejum quanto da oração. Inclusive tentaremos observar a luz da Bíblia, as diferenças
básicas na ação ou na resposta quando a oração o jejum são feitos em conjunto. Veremos
os tipos de jejum que podemos praticar e a maneira correta em que os
praticaremos. No demais estamos certos de que alguns detalhes a mais surgirão
ao longo deste estudo, detalhes que procuraremos ir buscando respostas juntos e
a luz das Escrituras.
I.
TIPOS DE JEJUM.
O jejum é a prática, ou melhor, a não
prática da alimentação, por uma razão pré-determinada e específica, e de forma
proposital. Então, quando nos abstemos de comer ou de beber por horas ou em
alguns casos especiais, por dias, dizemos que estamos praticando o que a Bíblia
chama de jejum. No entanto existem casos parecidos, mas que não se considera
jejum bíblico. O ato de abstenção do alimento por razões dietéticas ou por
razões de terapias médicas, por exemplo. O jejum é propositalmente um elemento
espiritual nada tendo a ver com terapias para emagrecimento ou curas. Na
verdade Deus nos criou com uma necessidade inerente de ingerirmos alimentos
(isto é, de comermos), e isto é muito bom! Se não tivermos uma razão específica
para jejuarmos, o melhor mesmo é acordarmos de manhã e tomar aquele cafezinho
com leite acompanhado por aquele pãozinho que só o Naldinho sabe fazer... Agora,
se desejamos saber mais sobre este contato mais íntimo com Deus, este estudo pode
ser um bom caminho. Então vamos seguir...
1.
OS TRÊS TIPOS APRESENTADOS PELA BÍBLIA.
Em relação ao jejum, será muito
fácil de encontrarmos duas vertentes completamente opostas sobre o assunto.
Teremos que nos posicionar de forma objetiva, talvez, nem por uma e nem por
outra, mas nos centralizando entre elas. Existem, por exemplo, aqueles que por
uma razão qualquer, e não me pergunte qual prefere silenciar diante do assunto.
Nada comentam a respeito desta prática, talvez por alguma decepção ou por algo visto
ou vivido na prática que não condiz com aquilo que pregam em relação à fé e
crença. Outros escolhem uma vertente
completamente oposta a esta. Utilizam a prática do jejum de forma quase que
abusiva. O praticam por diversos dias, e por muitas horas seguidas, isto sem
nenhum cuidado com a saúde física. Com um assunto desta natureza precisamos ter
o cuidado de nem nos tornarmos fanáticos e nem o de nos tornarmos formais. Uma
posição entre os dois pontos quase sempre será a escolha correta. As práticas
ou tipos de jejum podem ser assim enumerados:
a.
Jejum Típico. É o tipo de jejum onde não encontramos referências
que indiquem a abstinência de líquidos. Neste caso, faz-se a abstinência apenas
de alimentos sólidos, podendo neste período haver a ingestão de água. Muitas pessoas não levam em consideração este tipo de jejum,
pois acham que pela não abstenção dos líquidos, o jejum se torna obsoleto. É um
erro muito grande pensar assim. A Bíblia menciona em Mt 4.2, que o Senhor Jesus
praticou um jejum rigoroso não pela abstenção mais pelo tempo em que se
absteve. É dito neste texto que Jesus passou quarenta dias e quarenta noites
"sem comer". Segundo os estudiosos, o fato de Mateus ter omitido a
informação de que o Mestre tenha sentido sede, além da fome, indica a
possibilidade que o Senhor Jesus tenha feito ingestão de água durante este
período. Até porque, para ter momentos de intimidade e oração com o Pai, o
Senhor Jesus se manteve no deserto por todo este período. O local era
extremamente quente durante o dia e não é devemos admirar caso ele tenha feito
uso deste liquido tão preciso. Este é o jejum dito como típico. A não ingestão
de alimentos sólidos o caracteriza. Quantos aos líquidos, estes ficam a
critério da pessoa que fez o propósito. Lembre-se sempre, o que importa mesmo é
o propósito que você faz não o tipo de jejum. Este tipo de jejum é aconselhável
a pessoas que fazem uso de medicamentos e necessita beber água para ingerir.
Mesmo que precise fazer isso várias vezes por dia, em nada interferem no seu
propósito espiritual.
b.
O Jejum Completo. Neste tipo de jejum, também conhecido como jejum
absoluto, nos abstemos de todo e qualquer tipo de alimentação. Seja sólido ou
líquido. Trata-se de uma forma bastante rigorosa de jejuar e só deve ser feito
em ocasiões extremamente necessária e com extremo cuidado. Aconselha-se a uma
pessoa que tenha problemas de saúde evite tal tipo de jejum. Também é
aconselhável que este tipo de jejum não seja praticado por um período de tempo
muito extenso. O Antigo Testamento nos apresenta a prática deste tipo jejum pela
primeira vez num ato voluntário e individual de Moisés. Na verdade são
apresentadas duas vezes em que Moisés jejuou por quarenta dias e quarenta
noites.
- Êx 34.28 E esteve ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos.
- Dt 9.9 Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o SENHOR fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi, e água não bebi;
- Dt 9:18 E me lancei perante o SENHOR, como antes, quarenta dias, e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira.
Podemos perceber que não há
alimento disponível no deserto. Ter suprimentos para quarenta dias e quarenta
noites seria realmente muito difícil. Quanto à água, ficar em abstinência dela
por este período era provavelmente parte de uma escolha voluntária, pois mesmo
no deserto é possível encontrar alguns nascentes de águas onde se poderia muito
bem saciar a sede. (hipoteticamente, talvez tenha sido o caso do Senhor Jesus).
No caso de Moisés havia um poço nascente em uma fenda que estava a trinta
metros abaixo do topo de Jabel Musa, próximo ao local onde Ele esteve e falou com
Deus. (Dicionário Wycliffe pags 1016/1017 jejuar, jejum).
Temos ainda outro caso
excepcional. O caso de Elias. 1Rs 19.8 Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela
comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
O relato que temos de Elias é
mínimo curioso. No cap. 18, Elias desafia o Rei Acabe, e seus profetas de Baal
e Aserá. Vence o desafio. Em seguida, ora a Deus e como resposta a sua oração
Deus envia chuva para Israel, depois de vários dias de extrema seca. Jezabel,
mulher de Acabe, promete matar o profeta que com medo da rainha, foge! 1Rs 19.3 O que vendo ele, se
levantou e, para escapar com vida... A narração agora, não parece estar falando da
mesma pessoa. O Elias de antes determinado, desafiador e confiante dá lugar a
um Elias cansado de fugir, desanimado e sem esperança de vida. Na verdade sem
nenhum desejo de viver. 1Rs 19.4 Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi
sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte... Elias, não estava desamparado, Deus envia o seu
anjo... E a história recomeça a tomar o rumo anterior... 1Rs 19.5,7 ...e eis que então um anjo
o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come. E o anjo do SENHOR tornou segunda vez,
e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo o caminho.
A partir daqui encontramos Elias
se reclinando a uma ação de reconhecimento da grandeza de Deus. Diz o texto
que Elias após comer, caminha por quarenta dias e quarenta noites até o Horebe
(v.8). Em seguida Elias está pronto para ouvir a voz de Deus. É fato que o
texto não diga que Ele tenha jejuado neste período. Mas fica o entendimento
disso quando diz: 1Reis 19:8 Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela
comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
O que podemos ver em todos estes casos é que um jejum deste tipo não é para ser
praticado por nenhum de nós. Foram casos excepcionais e sobrenaturais. Em todos
estes casos houve uma intervenção divina e tanto Moisés quanto Elias foram
sustentados por Deus. O corpo humano não consegue resistir a tanto tempo sem
alimentação e sem água.
Segundo médicos que estudam o
assunto, em períodos muito longos em jejum, a fome geralmente cede no final do
terceiro dia e não retorna até que as reservas de alimento armazenadas nos
tecidos do corpo sejam consumidas. ("E... depois teve fome" Mt 4.2). Isto pode demorar um grande
período, somente então tem inicio o processo de inanição. Mas durante este
processo já se inicia um estado de incapacidade e fraqueza física, em razão da
falta de ingestão do alimento e da água.
c.
O Jejum Parcial. O jejum parcial se diferencia dos demais tipos pela
sua caracterização. Neste tipo de jejum, não é propriamente a abstenção dos
alimentos que o caracterizam, mas a natureza e a frequência com que comemos.
Neste tipo de jejum podemos não nos abster de todos os tipos de alimentos, mas
de alguns alimentos especificamente. Um exemplo deste tipo de jejum, segundo a
interpretação de algumas autoridades bíblicas, é o chamado "Jejum de
Daniel" onde os jovens Daniel, Hananias, Misael e Azarias escolheram não
comer da comida oferecida pelo rei e obtiveram permissão para comerem somente
um tipo de legume acompanhado somente por água. Dn 1:8-15 E Daniel propôs no seu coração não se
contaminar com a porção das iguarias do rei...Então disse Daniel ao despenseiro
a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e
Azarias: Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem
legumes a comer, e água a beber. Então se examine diante de ti a nossa
aparência, e a aparência dos jovens que comem a porção das iguarias do rei; e,
conforme vires, E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores,
e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das
iguarias do rei.
Este tipo deve é aconselhável a
pessoas que não tem costume de jejuar. Também pode ser praticado por pessoas
que por problemas de saúde não podem ficar por períodos longos sem se alimentar
podendo fazer uma troca entre a alimentação típica de sempre por uma
alimentação diferenciada, e de menor teor calórico. Não adianta trocar bola da
pá por picanha, que neste caso, não parece uma troca justa.
2.
O JEJUM E RELACIONAMENTO SEXUAL ENTRE CASADOS.
No caso do relacionamento sexual,
na prática do jejum, algumas coisas importantes devem ser obervadas, e merece
um comentário a parte. A Bíblia apresenta o sexo como um presente de Deus para
as pessoas casadas. Pv 5:18-19 Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua
mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o
tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente. Em nenhum
momento e por nenhuma razão os solteiros precisam “interromper” a prática do
sexo, visto que, a luz da Bíblia, os solteiros não devem fazer uso desta
prática. Embora a prática do sexo seja extremamente prazerosa ela é biblicamente
apresentada como uma benção para o casamento e em nenhum momento, no NT, a Bíblia
aponta para a realização desta prática entre pessoas que não são casadas. Hb
13:4 Venerado
seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à
prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará. A Igreja ainda defende o ensinamento da Bíblia
em referência a este assunto. Vivemos em uma época onde se prega uma extrema
liberdade em relação à prática sexual entre solteiros, e o pior, entre pessoas do
mesmo sexo. Mesmo que pareça fora de tempo falarmos disto, não é, pois se faz
necessário sempre lembrarmos-nos dos ensinos das Escrituras, seja em que
assunto for, e deixar entendível que determinadas práticas tem o objetivo de
impedir nossa comunhão com o Senhor. A Igreja precisa se posicionar diante
deste tema, pois não podemos achar que este foi um problema do passado.
No caso do jejum praticado
especificamente por pessoas casadas e que tenham uma vida sexual ativa, devemos
entender que nenhum destes tipos de jejum especificamente proíbe o ato durante
o tempo de a abstenção alimentar. Mas, como em alguns casos existem pessoas que
por razão de entendimento preferem a abstenção total, inclusive também dos
prazeres do casamento, devemos acompanhar os ensinamentos do Apóstolo Paulo em
1Co 7.3-5 O
marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao
marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido;
e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas
tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por
algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos
outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.
Neste texto Paulo deixa claro
algumas regrinhas no que diz respeito à vida a dois, embora ele mesmo frise que
tal entendimento não deve ser encarado como uma ordenança doutrinária bíblica.
O que o apóstolo deixa claro é que, uma vez casados, marido e mulher não têm
mais a palavra final quanto ao seu próprio corpo. Tanto um quanto o outro,
possuem deveres e direitos que devem ser respeitados entre si. No caso da vida
devocional, que é o que nos interessa por momento, Paulo assevera que marido e
mulher devem entrar em entendimento mútuo. Caso contrário, o melhor é evitar o
confronto. Como dizem, se um não quer dois não brigam.
Sempre houver a decisão no sentido
de tirar um período em jejum. As regrinhas de Paulo devem ser observadas. Deve
haver um entendimento pelo período em que acontecerá a abstinência do sexo.
Este entendimento chega-se após uma conversa franca. Outra coisa, o casal deve entender
que caso um deles não opte em fazer o jejum, mas abre mão do sexo durante o
período, não deve haver nenhuma imposição no sentido de obrigar ou impor que seu
cônjuge o faça, pois esta prática deve ser voluntária. Também, lembra o
apóstolo, que esta separação não seja por um período prolongado, pois ninguém é
de ferro. 1Co 7:6 Digo, porém, isto como que por permissão e não
por mandamento.
II.
FALANDO MAIS UM POUQUINHO...
Rm 14:1-3 ORA, quanto ao que está
enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. Porque um crê que de
tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze
o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
1.
A DURAÇÃO DO TEMPO DO JEJUM.
Se analisarmos o tempo do jejum a
luz dos costumes judeus, vamos observar que a duração se estendia há apenas um
dia, não mais que isso. Ia de pôr do sol a pôr do sol. Assim funcionava: A
pessoa não comia nada de noite e nem se alimentaria durante o dia seguinte. Ao
entardecer do segundo dia, então, tal pessoa esta liberada para a alimentação.
Jz 20:26 Então
todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, e vieram a Betel e choraram,
e estiveram ali perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia até à tarde; e ofereceram
holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR. Esta forma de
jejuar leva em consideração costume judaico de considerar o inicio do dia ao
entardecer. Temos o caso de Ester onde houve uma convocação do jejum por um
período de três dias e três noites. No entanto, neste caso, eles viviam um
momento de crise nacional, estando a ponto de serem extintos. Et 4:16 Vai, ajunta a todos
os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por
três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim
jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se
perecer, pereci.
Para a Igreja, fica o entendimento
de que o jejum é uma prática a ser observada por crentes determinados a
melhorar seu relacionamento de aproximação a Deus. Fica o entendimento de que
para realização desta prática devemos observar os seguintes direcionamentos:
- O Propósito. Todo jejum deve ter um propósito definido feito de antemão. O propósito pode ser em causa própria ou por pessoas ou situações definidas.
- O Tipo. Uma vez defino o propósito, é bom definirmos também o tipo de jejum que praticaremos. Neste caso, vimos três tipos: O típico, o completo e o parcial. É bom lembrarmos que embora sejam tipos diferenciados, não existe entre eles uma questão de melhor ou pior. É miais uma questão de condicionamento.
- O Tempo. O tempo de duração do jejum também é bom que seja estabelecido de antemão. Lembre-se que não temos que impressionar ninguém, por isso nada de querer fazer um jejum muito prolongado quando não temos o costume de ficar tanto tempo sem comer. Comece devagar e estabeleça o seu tempo segundo sua condição.
- A Oração. Durante o tempo da prática do jejum é bom que estejamos em contato diário com a Pessoa de Deus. Se não tivermos como estar na Igreja, podemos orar durante a realização das nossas tarefas diárias. O importante é que estejamos em oração.
2.
PERIGOS A SEREM EVITADOS.
A prática do jejum, se não
estabelecida de forma consciente, pode oferecer certos perigos que devem ser
evitados. As maiorias destes perigos são sempre de natureza física. Mas também
acontecem atitudes que distorcem o verdadeiro sentido da prática.
- Saúde. Vimos que pessoas que tem algum tipo de enfermidade e estão em tratamento, devem evitar alguns tipos de jejum, principalmente o chamado de jejum completo. Pessoas que tomam medicamentos, por exemplo, não devem deixar o uso dos medicamentos para praticar o jejum. Nestes casos é aconselhável a opção por um jejum típico ou parcial para não haver o caso de interferir no uso da medicação.
- Hipocrisias. A hipocrisia é um ato de fingimento ou dissimulação dos verdadeiros sentimentos ou intenções. Infelizmente encontramos casos na Igreja em que pessoas praticam o jejum no sentido de se mostrarem mais espirituais que os demais. O sentido bíblico é que não devemos chamar a atenção para o fato de estarmos jejuando. O jejum é um condicionamento particular entre o crente e a Pessoa de Deus. Lc 18:11-12 O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
- Legalismo. Algumas pessoas teimam em associar a prática do jejum com a ideia de estar fazendo boas obras para agradar a Deus e assim garantir sua salvação. O jejum em hipótese alguma nos beneficia ou nos coloca em condições de preferência no que diz respeito à obtenção da salvação. Somo salvos pelo sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. O jejum não muda em nada este condicionamento.
- Espiritualidade excessiva. Existem grupos que enxergam o jejum como um meio de alcançar uma espiritualidade superior. Por isso tendem a exigir que todos os demais integrantes pratiquem o jejum com a mesma finalidade. O jejum, como visto até aqui deve ser uma prática voluntária e com propósitos específicos. Mt 6:16 E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3.
A QUEBRA DO JEJUM.
Vimos que o inicio do jejum deve
ser marcado por uma observação quanto ao tipo e tempo de duração do mesmo. Se
começamos, temos que ter um tempo certo para encerrar. Dependendo do tipo de
jejum praticado e do tempo estabelecido, o encerramento deve ser observado com
bastante cuidado. Se fizermos, por exemplo, uma total abstinência de alimentos
e líquidos, será bom que observemos alguns cuidados antes de voltarmos à
alimentação, principalmente se ficamos por um tempo prolongado em jejum. Neste
caso, pode ser que nosso estômago necessite de algum tempo para que ele volte a
funcionar de forma ideal. É aconselhável então que na quebra destes tipos de
jejum, a alimentação ocorra de maneira moderada. Não vai comer um frango
inteiro, assado, porque está morrendo de fome. Calma! Vai devagar!
O ideal, mas nem sempre podemos
optar pelo ideal, é que encerremos nosso jejum em uma reunião da Igreja. Vale
das Bênçãos, por exemplo, é um excelente lugar para fazer isto. Geralmente em reuniões de
oração, no encerramento sempre é servido um café (e que café). Na verdade inúmeras Igrejas fazem uso desta prática abençoada. Glória a Deus por isso!
É possível também que estando em
jejum tenhamos um momento de distração e coloquemos algum alimento na boca. Em
alguns casos, embora tais alimentos sejam levados à boca, não havendo a
degustação dos mesmos, não há quebra. Caso haja a degustação do alimento, então
houve a quebra do jejum, o que não quer dizer que houve quebra no propósito.
Neste caso, o melhor a fazer é entregar imediatamente o jejum e tomar, mas
cuidado da próxima vez!
Continua...
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