terça-feira, 13 de setembro de 2016

O Jejum e a Bíblia parte II

ESTUDO BÍBLICO TERÇA-FEIRA
IGREJA BATISTA NACIONAL
VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ – SAQUAREMA
"O Jejum e a Oração a Luz da Bíblia"
Parte II


Texto Bíblico: Lucas 18:9-14
9 - E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 10 - Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. 11 - O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. 12 - Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. 13 - O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! 14 - Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.

Introdução: Até aqui, vimos algumas definições básicas em relação ao termo jejum ao mesmo tempo em que também nos foram presentados alguns dos mais ilustres servos do Senhor Jesus que, através de suas vidas escreveram boa parte da história da Igreja. Vimos na Bíblia (E não podia ser diferente), alguns homens e mulheres de Deus que também apresentaram uma vida devocional de entregas e tiveram registrados os seus nomes na galeria dos heróis da fé. Vimos um pouco daqueles que fizeram uso destas importantes ferramentas chamadas jejum e oração. São ferramentas que nos proporciona um condicionamento espiritual e nos torna sensíveis para ouvir a voz de Deus. A Bíblia e história apenas registraram os nomes e alguns dos feitos destes grandes teólogos, pregadores e servos que aprenderam a confiar de forma tão intensa que fizeram do jejum e da oração um modo de vida digno de ser imitados.

Hoje, dando sequência ao nosso estudo, queremos ver alguns detalhes importantes em relação à prática tanto do jejum quanto da oração. Inclusive tentaremos observar a luz da Bíblia, as diferenças básicas na ação ou na resposta quando a oração o jejum são feitos em conjunto. Veremos os tipos de jejum que podemos praticar e a maneira correta em que os praticaremos. No demais estamos certos de que alguns detalhes a mais surgirão ao longo deste estudo, detalhes que procuraremos ir buscando respostas juntos e a luz das Escrituras.

I. TIPOS DE JEJUM.
O jejum é a prática, ou melhor, a não prática da alimentação, por uma razão pré-determinada e específica, e de forma proposital. Então, quando nos abstemos de comer ou de beber por horas ou em alguns casos especiais, por dias, dizemos que estamos praticando o que a Bíblia chama de jejum. No entanto existem casos parecidos, mas que não se considera jejum bíblico. O ato de abstenção do alimento por razões dietéticas ou por razões de terapias médicas, por exemplo. O jejum é propositalmente um elemento espiritual nada tendo a ver com terapias para emagrecimento ou curas. Na verdade Deus nos criou com uma necessidade inerente de ingerirmos alimentos (isto é, de comermos), e isto é muito bom! Se não tivermos uma razão específica para jejuarmos, o melhor mesmo é acordarmos de manhã e tomar aquele cafezinho com leite acompanhado por aquele pãozinho que só o Naldinho sabe fazer... Agora, se desejamos saber mais sobre este contato mais íntimo com Deus, este estudo pode ser um bom caminho. Então vamos seguir...

1. OS TRÊS TIPOS APRESENTADOS PELA BÍBLIA.
Em relação ao jejum, será muito fácil de encontrarmos duas vertentes completamente opostas sobre o assunto. Teremos que nos posicionar de forma objetiva, talvez, nem por uma e nem por outra, mas nos centralizando entre elas. Existem, por exemplo, aqueles que por uma razão qualquer, e não me pergunte qual prefere silenciar diante do assunto. Nada comentam a respeito desta prática, talvez por alguma decepção ou por algo visto ou vivido na prática que não condiz com aquilo que pregam em relação à fé e crença.  Outros escolhem uma vertente completamente oposta a esta. Utilizam a prática do jejum de forma quase que abusiva. O praticam por diversos dias, e por muitas horas seguidas, isto sem nenhum cuidado com a saúde física. Com um assunto desta natureza precisamos ter o cuidado de nem nos tornarmos fanáticos e nem o de nos tornarmos formais. Uma posição entre os dois pontos quase sempre será a escolha correta. As práticas ou tipos de jejum podem ser assim enumerados:

a. Jejum Típico. É o tipo de jejum onde não encontramos referências que indiquem a abstinência de líquidos. Neste caso, faz-se a abstinência apenas de alimentos sólidos, podendo neste período haver a ingestão de água. Muitas pessoas não levam em consideração este tipo de jejum, pois acham que pela não abstenção dos líquidos, o jejum se torna obsoleto. É um erro muito grande pensar assim. A Bíblia menciona em Mt 4.2, que o Senhor Jesus praticou um jejum rigoroso não pela abstenção mais pelo tempo em que se absteve. É dito neste texto que Jesus passou quarenta dias e quarenta noites "sem comer". Segundo os estudiosos, o fato de Mateus ter omitido a informação de que o Mestre tenha sentido sede, além da fome, indica a possibilidade que o Senhor Jesus tenha feito ingestão de água durante este período. Até porque, para ter momentos de intimidade e oração com o Pai, o Senhor Jesus se manteve no deserto por todo este período. O local era extremamente quente durante o dia e não é devemos admirar caso ele tenha feito uso deste liquido tão preciso. Este é o jejum dito como típico. A não ingestão de alimentos sólidos o caracteriza. Quantos aos líquidos, estes ficam a critério da pessoa que fez o propósito. Lembre-se sempre, o que importa mesmo é o propósito que você faz não o tipo de jejum. Este tipo de jejum é aconselhável a pessoas que fazem uso de medicamentos e necessita beber água para ingerir. Mesmo que precise fazer isso várias vezes por dia, em nada interferem no seu propósito espiritual.

b. O Jejum Completo. Neste tipo de jejum, também conhecido como jejum absoluto, nos abstemos de todo e qualquer tipo de alimentação. Seja sólido ou líquido. Trata-se de uma forma bastante rigorosa de jejuar e só deve ser feito em ocasiões extremamente necessária e com extremo cuidado. Aconselha-se a uma pessoa que tenha problemas de saúde evite tal tipo de jejum. Também é aconselhável que este tipo de jejum não seja praticado por um período de tempo muito extenso. O Antigo Testamento nos apresenta a prática deste tipo jejum pela primeira vez num ato voluntário e individual de Moisés. Na verdade são apresentadas duas vezes em que Moisés jejuou por quarenta dias e quarenta noites.
  • Êx 34.28 E esteve ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos.
  • Dt 9.9 Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o SENHOR fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi, e água não bebi;
  • Dt 9:18 E me lancei perante o SENHOR, como antes, quarenta dias, e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira.

Podemos perceber que não há alimento disponível no deserto. Ter suprimentos para quarenta dias e quarenta noites seria realmente muito difícil. Quanto à água, ficar em abstinência dela por este período era provavelmente parte de uma escolha voluntária, pois mesmo no deserto é possível encontrar alguns nascentes de águas onde se poderia muito bem saciar a sede. (hipoteticamente, talvez tenha sido o caso do Senhor Jesus). No caso de Moisés havia um poço nascente em uma fenda que estava a trinta metros abaixo do topo de Jabel Musa, próximo ao local onde Ele esteve e falou com Deus. (Dicionário Wycliffe pags 1016/1017 jejuar, jejum).

Temos ainda outro caso excepcional. O caso de Elias. 1Rs 19.8 Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
O relato que temos de Elias é mínimo curioso. No cap. 18, Elias desafia o Rei Acabe, e seus profetas de Baal e Aserá. Vence o desafio. Em seguida, ora a Deus e como resposta a sua oração Deus envia chuva para Israel, depois de vários dias de extrema seca. Jezabel, mulher de Acabe, promete matar o profeta que com medo da rainha, foge! 1Rs 19.3 O que vendo ele, se levantou e, para escapar com vida...  A narração agora, não parece estar falando da mesma pessoa. O Elias de antes determinado, desafiador e confiante dá lugar a um Elias cansado de fugir, desanimado e sem esperança de vida. Na verdade sem nenhum desejo de viver. 1Rs 19.4 Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte... Elias, não estava desamparado, Deus envia o seu anjo... E a história recomeça a tomar o rumo anterior... 1Rs 19.5,7 ...e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come. E o anjo do SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo o caminho.
A partir daqui encontramos Elias se reclinando a uma ação de reconhecimento da grandeza de Deus. Diz o texto que Elias após comer, caminha por quarenta dias e quarenta noites até o Horebe (v.8). Em seguida Elias está pronto para ouvir a voz de Deus. É fato que o texto não diga que Ele tenha jejuado neste período. Mas fica o entendimento disso quando diz: 1Reis 19:8 Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. O que podemos ver em todos estes casos é que um jejum deste tipo não é para ser praticado por nenhum de nós. Foram casos excepcionais e sobrenaturais. Em todos estes casos houve uma intervenção divina e tanto Moisés quanto Elias foram sustentados por Deus. O corpo humano não consegue resistir a tanto tempo sem alimentação e sem água.

Segundo médicos que estudam o assunto, em períodos muito longos em jejum, a fome geralmente cede no final do terceiro dia e não retorna até que as reservas de alimento armazenadas nos tecidos do corpo sejam consumidas. ("E... depois teve fome"  Mt 4.2). Isto pode demorar um grande período, somente então tem inicio o processo de inanição. Mas durante este processo já se inicia um estado de incapacidade e fraqueza física, em razão da falta de ingestão do alimento e da água.

c. O Jejum Parcial. O jejum parcial se diferencia dos demais tipos pela sua caracterização. Neste tipo de jejum, não é propriamente a abstenção dos alimentos que o caracterizam, mas a natureza e a frequência com que comemos. Neste tipo de jejum podemos não nos abster de todos os tipos de alimentos, mas de alguns alimentos especificamente. Um exemplo deste tipo de jejum, segundo a interpretação de algumas autoridades bíblicas, é o chamado "Jejum de Daniel" onde os jovens Daniel, Hananias, Misael e Azarias escolheram não comer da comida oferecida pelo rei e obtiveram permissão para comerem somente um tipo de legume acompanhado somente por água. Dn 1:8-15 E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei...Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias: Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e água a beber. Então se examine diante de ti a nossa aparência, e a aparência dos jovens que comem a porção das iguarias do rei; e, conforme vires, E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das iguarias do rei.
Este tipo deve é aconselhável a pessoas que não tem costume de jejuar. Também pode ser praticado por pessoas que por problemas de saúde não podem ficar por períodos longos sem se alimentar podendo fazer uma troca entre a alimentação típica de sempre por uma alimentação diferenciada, e de menor teor calórico. Não adianta trocar bola da pá por picanha, que neste caso, não parece uma troca justa.

2. O JEJUM E RELACIONAMENTO SEXUAL ENTRE CASADOS.
No caso do relacionamento sexual, na prática do jejum, algumas coisas importantes devem ser obervadas, e merece um comentário a parte. A Bíblia apresenta o sexo como um presente de Deus para as pessoas casadas. Pv 5:18-19 Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente. Em nenhum momento e por nenhuma razão os solteiros precisam “interromper” a prática do sexo, visto que, a luz da Bíblia, os solteiros não devem fazer uso desta prática. Embora a prática do sexo seja extremamente prazerosa ela é biblicamente apresentada como uma benção para o casamento e em nenhum momento, no NT, a Bíblia aponta para a realização desta prática entre pessoas que não são casadas. Hb 13:4 Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.  A Igreja ainda defende o ensinamento da Bíblia em referência a este assunto. Vivemos em uma época onde se prega uma extrema liberdade em relação à prática sexual entre solteiros, e o pior, entre pessoas do mesmo sexo. Mesmo que pareça fora de tempo falarmos disto, não é, pois se faz necessário sempre lembrarmos-nos dos ensinos das Escrituras, seja em que assunto for, e deixar entendível que determinadas práticas tem o objetivo de impedir nossa comunhão com o Senhor. A Igreja precisa se posicionar diante deste tema, pois não podemos achar que este foi um problema do passado.

No caso do jejum praticado especificamente por pessoas casadas e que tenham uma vida sexual ativa, devemos entender que nenhum destes tipos de jejum especificamente proíbe o ato durante o tempo de a abstenção alimentar. Mas, como em alguns casos existem pessoas que por razão de entendimento preferem a abstenção total, inclusive também dos prazeres do casamento, devemos acompanhar os ensinamentos do Apóstolo Paulo em 1Co 7.3-5 O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.
Neste texto Paulo deixa claro algumas regrinhas no que diz respeito à vida a dois, embora ele mesmo frise que tal entendimento não deve ser encarado como uma ordenança doutrinária bíblica. O que o apóstolo deixa claro é que, uma vez casados, marido e mulher não têm mais a palavra final quanto ao seu próprio corpo. Tanto um quanto o outro, possuem deveres e direitos que devem ser respeitados entre si. No caso da vida devocional, que é o que nos interessa por momento, Paulo assevera que marido e mulher devem entrar em entendimento mútuo. Caso contrário, o melhor é evitar o confronto. Como dizem, se um não quer dois não brigam.

Sempre houver a decisão no sentido de tirar um período em jejum. As regrinhas de Paulo devem ser observadas. Deve haver um entendimento pelo período em que acontecerá a abstinência do sexo. Este entendimento chega-se após uma conversa franca. Outra coisa, o casal deve entender que caso um deles não opte em fazer o jejum, mas abre mão do sexo durante o período, não deve haver nenhuma imposição no sentido de obrigar ou impor que seu cônjuge o faça, pois esta prática deve ser voluntária. Também, lembra o apóstolo, que esta separação não seja por um período prolongado, pois ninguém é de ferro. 1Co 7:6 Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento.

II. FALANDO MAIS UM POUQUINHO...
Rm 14:1-3 ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

1. A DURAÇÃO DO TEMPO DO JEJUM.
Se analisarmos o tempo do jejum a luz dos costumes judeus, vamos observar que a duração se estendia há apenas um dia, não mais que isso. Ia de pôr do sol a pôr do sol. Assim funcionava: A pessoa não comia nada de noite e nem se alimentaria durante o dia seguinte. Ao entardecer do segundo dia, então, tal pessoa esta liberada para a alimentação. Jz 20:26 Então todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, e vieram a Betel e choraram, e estiveram ali perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia até à tarde; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR. Esta forma de jejuar leva em consideração costume judaico de considerar o inicio do dia ao entardecer. Temos o caso de Ester onde houve uma convocação do jejum por um período de três dias e três noites. No entanto, neste caso, eles viviam um momento de crise nacional, estando a ponto de serem extintos. Et 4:16 Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.

Para a Igreja, fica o entendimento de que o jejum é uma prática a ser observada por crentes determinados a melhorar seu relacionamento de aproximação a Deus. Fica o entendimento de que para realização desta prática devemos observar os seguintes direcionamentos:
  • O Propósito. Todo jejum deve ter um propósito definido feito de antemão. O propósito pode ser em causa própria ou por pessoas ou situações definidas.
  • O Tipo. Uma vez defino o propósito, é bom definirmos também o tipo de jejum que praticaremos. Neste caso, vimos três tipos: O típico, o completo e o parcial. É bom lembrarmos que embora sejam tipos diferenciados, não existe entre eles uma questão de melhor ou pior. É miais uma questão de condicionamento.
  • O Tempo. O tempo de duração do jejum também é bom que seja estabelecido de antemão. Lembre-se que não temos que impressionar ninguém, por isso nada de querer fazer um jejum muito prolongado quando não temos o costume de ficar tanto tempo sem comer. Comece devagar e estabeleça o seu tempo segundo sua condição.
  • A Oração. Durante o tempo da prática do jejum é bom que estejamos em contato diário com a Pessoa de Deus. Se não tivermos como estar na Igreja, podemos orar durante a realização das nossas tarefas diárias. O importante é que estejamos em oração.


2. PERIGOS A SEREM EVITADOS.
A prática do jejum, se não estabelecida de forma consciente, pode oferecer certos perigos que devem ser evitados. As maiorias destes perigos são sempre de natureza física. Mas também acontecem atitudes que distorcem o verdadeiro sentido da prática.
  •  Saúde. Vimos que pessoas que tem algum tipo de enfermidade e estão em tratamento, devem evitar alguns tipos de jejum, principalmente o chamado de jejum completo. Pessoas que tomam medicamentos, por exemplo, não devem deixar o uso dos medicamentos para praticar o jejum. Nestes casos é aconselhável a opção por um jejum típico ou parcial para não haver o caso de interferir no uso da medicação.
  • Hipocrisias. A hipocrisia é um ato de fingimento ou dissimulação dos verdadeiros sentimentos ou intenções. Infelizmente encontramos casos na Igreja em que pessoas praticam o jejum no sentido de se mostrarem mais espirituais que os demais. O sentido bíblico é que não devemos chamar a atenção para o fato de estarmos jejuando. O jejum é um condicionamento particular entre o crente e a Pessoa de Deus. Lc 18:11-12 O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
  • Legalismo. Algumas pessoas teimam em associar a prática do jejum com a ideia de estar fazendo boas obras para agradar a Deus e assim garantir sua salvação. O jejum em hipótese alguma nos beneficia ou nos coloca em condições de preferência no que diz respeito à obtenção da salvação. Somo salvos pelo sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. O jejum não muda em nada este condicionamento.
  • Espiritualidade excessiva. Existem grupos que enxergam o jejum como um meio de alcançar uma espiritualidade superior. Por isso tendem a exigir que todos os demais integrantes pratiquem o jejum com a mesma finalidade. O jejum, como visto até aqui deve ser uma prática voluntária e com propósitos específicos. Mt 6:16 E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

3. A QUEBRA DO JEJUM.
Vimos que o inicio do jejum deve ser marcado por uma observação quanto ao tipo e tempo de duração do mesmo. Se começamos, temos que ter um tempo certo para encerrar. Dependendo do tipo de jejum praticado e do tempo estabelecido, o encerramento deve ser observado com bastante cuidado. Se fizermos, por exemplo, uma total abstinência de alimentos e líquidos, será bom que observemos alguns cuidados antes de voltarmos à alimentação, principalmente se ficamos por um tempo prolongado em jejum. Neste caso, pode ser que nosso estômago necessite de algum tempo para que ele volte a funcionar de forma ideal. É aconselhável então que na quebra destes tipos de jejum, a alimentação ocorra de maneira moderada. Não vai comer um frango inteiro, assado, porque está morrendo de fome. Calma! Vai devagar!

O ideal, mas nem sempre podemos optar pelo ideal, é que encerremos nosso jejum em uma reunião da Igreja. Vale das Bênçãos, por exemplo, é um excelente lugar para fazer isto. Geralmente em reuniões de oração, no encerramento sempre é servido um café (e que café). Na verdade inúmeras Igrejas fazem uso desta prática abençoada.  Glória a Deus por isso!

É possível também que estando em jejum tenhamos um momento de distração e coloquemos algum alimento na boca. Em alguns casos, embora tais alimentos sejam levados à boca, não havendo a degustação dos mesmos, não há quebra. Caso haja a degustação do alimento, então houve a quebra do jejum, o que não quer dizer que houve quebra no propósito. Neste caso, o melhor a fazer é entregar imediatamente o jejum e tomar, mas cuidado da próxima vez!




Continua...

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