quinta-feira, 6 de março de 2025

Lição 18 ESCATOLOGIA, A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

 TEXTO BÁSICO: 1Tessalonicenses 5.1-11

1 - Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva;
2 - porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite.
3 - Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.
4 - Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão;
5 - porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
6 - Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios.
7 - Porque os que dormem dormem de noite, e os que se embebedam embebedam-se de noite.
8 - Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade e tendo por capacete a esperança da salvação.
9 - Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,
10 - que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele.
11 - Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.
 

TEXTO BÁSICO: 1Ts 4.16,17  Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro;depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

INTRODUÇÃO: Escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que estuda as profecias bíblicas sobre o futuro. É chamada “bíblica” por tratar dos eventos que estão para acontecer, segundo as Escrituras, podendo ser dividida em "Escatologia realizada"  que refere-se aos eventos que já cumpriram, e "Escatologia futura" que refere-se aos eventos que ainda não se cumpriram. O termo “ESCATOLOGIA” vem de duas palavras gregas: “Eschatos”  - últimos, e “logia” - tratado, estudo de um conjunto de idéias. Em resumo, Escatologia é o tratado das últimas coisas, fala a respeito dos planos divinos que estão revelados ao longo das páginas das Sagradas Escrituras. Muitas dúvidas podem surgir pelo fato de não sabermos distinguir os eventos bíblicos que ocorrerão no fim da presente era bíblica, resultando disso muita confusão e interpretações das mais absurdas. Algumas causas desse caos podem ser:

  • Falta de afinidade com o Espírito Santo. 1Co 2.10 Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. A Bíblia foi produzida pelo Espírito Santo, e não podemos pensar na possibilidade de Entendê-la sem Ele.
  • Falta de aplicação do texto bíblico (exegese). 2Tm 2.15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. A aplicação correta do texto bíblico é o “manejar bem a Palavra da Verdade”, e para manejá-la bem é preciso considerar os variados aspéctos hermenêuticos da sua aplicação. A hermenêutica, é a parte da teologia bíblica capaz de nos munir de ferramentas adequadas para a interpretação dos textos sagrados.
  • Conhecimento bíblico desordenado. Mc 12.24 - E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura, não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus? É o conhecimento bíblico que se adquire pela leitura de livros, ouvindo aqui, conversando ali, mas sem organização, sem método, sem ordem, solto, sem sequência.
  • Conhecimento especulativo. 2Pe 3.16 - falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Especular é querer saber apenas por saber, sem qualquer intenção de glorificar a Deus. É a diferença entre amar a sua vinda e especular sobre a sua vinda.

De forma geral, um estudo escatológico completo e detalhado procura estudar as profecias em relação a volta do Senhor Jesus Cristo em sua relação com a igreja, com Israel e com os gentios em geral. O Estado intermediário, com uma abordagem sobre o estado dos homens, tanto dos salvos quanto dos ímpios, após a morte enquanto aguardam a ressurreição. O Reino milenar, uma das áreas que mais gera discussões devido as suas diferentes escolas de interpretação. O Juízo final, um estudo sobre o julgamento de todos os homens. E finalmente o Estado eterno num aprofundamento sobre os relatos de Apocalipse 21 e outros textos bíblicos. Neste ponto são estudadas as profecias sobre a vida dos justos no novo céu e nova terra bem como a vida dos ímpios no tormento eterno no inferno.

Existem basicamente quatro correntes de interpretação escatológica:

Pré-Milenismo Histórico: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação literal de Apocalipse 20.

  • Pré-Milenismo Dispensacionalista: também interpreta de forma literal o capítulo 20 de Apocalipse, e defende a segunda vinda de Cristo dividida em duas partes. São elas: a primeira pré-tribulacional para a Igreja, e pós-tribulacional para estabelecer o milênio.
  • Amilenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação não literal de Apocalipse 20. No Amilenismo o milênio não é visto como um período literal de mil anos, e, sim, espiritual que já começou na primeira vinda Cristo.
  • Pós-Milenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e também uma interpretação não literal de Apocalipse 20. Porém, diferentemente do Amilenismo que define o início do milênio na segunda vinda de Cristo, o Pós-Milenismo acredita no milênio como sendo um período de grande paz e prosperidade no mundo ocasionado pela pregação do Evangelho.

I. PRINCIPAIS DOUTRINAS DA ESCATOLOGIA BÍBLICA.

Sendo como vimos um assunto bastante extenso e com muitas interpretações, podemos dividir a escatologia bíblica em pelo menos oito grandes doutrinas conforme descriminadas:

1. A Doutrina dos Juízos:

Na Bíblia, o juízo é um tema que aparece em vários versículos, como no livro de Juízes, no livro de Mateus, no livro de Lucas, e no livro de João. São vários os juízos citados ao longo das Escrituras que podem se referir ao julgamento final, quando Deus julgará os mortos e os vivos, o julgamento de Deus contra os que praticam o mal, etc. Na Bíblia encontfamos os seguintes juízos.

  • Dos Pecados da Humanidade – Jo 12.31 Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo. O homem é julgado como pecador. O resultado desse juízo foi a morte de Cristo, como substituto, e a justificação para o pecador que crê. Em Cristo todos os nossos pecados foram julgados 2Co 5.21 Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
  • Do Crente pelo Crente – 1Co 11.31,32 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Nesse juízo o homem é julgado como filho de Deus. O resultado desse auto-julgamento do crente é a sua isenção de castigo da parte do Senhor.
  • Das Obras do Crente – 2Co 5.10 Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal. Nesse juízo o homem é julgado como servo de Deus. Os pecados dos crentes foram julgados na cruz. Nesse juízo são julgadas as obras feitas para Deus. Resultado: recompensa ou perda de recompensa.
  • De Israel Durante a Grande Tribulação – Dn 12.1 E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. Israel rejeitou Deus Pai (1Sm 8.7), rejeitou o Deus Filho (Lc 23.18) e rejeitou o Deus Espírito Santo (At 7.51). Israel será julgado mediante a Grande Tribulação. Resultado: O remanescente de Israel se voltará para Deus, aceitando Jesus como o seu Messias, por ocasião da sua vinda (Rm 9.27)
  • Das Nações Viventes – Mt 25.31-46 – O resultado deste juízo é que algumas nações serão poupadas e outras aniquiladas. V. 31 E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória.
  • Do Diabo e seus anjos – 2Pe 2.4 Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo; O resultado desse juízo é o estado eterno para eles. 1Co 6.3
  • Dos ímpios falecidos – Ap 20.11 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. É também chamado de “Juízo Final” e “Juízo do Grande Trono Branco”. O resultado é a ida dos ímpios para o Lago que Arde em Fogo e enxofre, para sempre, eternamente.

2. A Doutrina da Vinda de Jesus – 1Ts 4.16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; Pela sua natureza, esta é a principal doutrina. Ela abrange o Arrebatamento da Igreja, o Juízo da Igreja, as bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação, a Vinda de Jesus em Glória, o julgamento das nações e o Milénio.

3. A Doutrina da Revolta de Satanás. Ap 20.7,8 E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. Isso ocorrerá após o milênio. É uma doutrina, pois contém muitos ensinos abonados por referências através das Escrituras.

4. A Doutrina do Eterno e Perfeito Estado. Ap 21.22  E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. Descreve as glórias desse perfeito estado esterno.

5. a Doutrina das Dispensações e Alianças da Bíblia. No ciclo da história humana, a Bíblia trata de sete dispensações e oito alianças entre Deus e os homens. O dispensacionalismo e o aliancismo são sistemas teológicos que diferem na interpretação das Escrituras, na relação entre Israel e a Igreja, e na divisão da história. O dispensacionalismo, por exemplo, representa um sistema teológico que se baseia em duas estruturas centrais: a interpretação literal das profecias bíblicas e a separação entre Israel e a igreja dentro do plano divino. Já o Aliancismo, como corrente teológica, enfatiza a continuidade das alianças divinas ao longo da história bíblica. Também conhecida como Teologia do Pacto, sua abordagem teológica enfatiza a ideia de alianças entre Deus e a humanidade. Os aliancistas argumentam que as Escrituras podem ser compreendidas melhor quando vistas como um desenvolvimento progressivo das promessas de Deus por meio de alianças. Uma característica essencial do Aliancismo é a crença de que as promessas feitas por Deus a Israel no AT foram transferidas para a Igreja no NT, levando à ideia de que a Igreja é a continuação espiritual de Israel. 

Existem várias diferenças chaves entre o Aliancismo e o Dispensacionalismo:

  • Interpretação das Profecias: O Aliancismo tende a interpretar as profecias, especialmente as relacionadas a Israel, de maneira espiritualizada e alegórica, enquanto o Dispensacionalismo as interpreta de forma literal.
  • Relação entre Israel e a Igreja: O Aliancismo vê a Igreja como a continuação espiritual de Israel, enquanto o Dispensacionalismo acredita que Israel e a Igreja são entidades distintas com planos separados.
  • Divisão da História: O Dispensacionalismo divide a história em diferentes dispensações, cada uma com seu propósito específico, enquanto o Aliancismo enfatiza o desenvolvimento progressivo das alianças de Deus com a humanidade.
  • Escatologia: O Aliancismo NÃO SEPARA a segunda vinda de Cristo em duas fases, (pós tribulacionistas), enquanto o Dispensacionalismo defende o Arrebatamento pré-tribulacional seguido pelo reinado milenar de Cristo.

 

Continua...

 

Bibliografia:
https://www.google.com/search?q=diferen%C3%A7a+entre+dispensacionalismo+e+aliancism

ANGELOLOGIA, DEMONOLOGIA SATANÁS E OS ANJOS CAÍDOS

 

TEXTO BÁSICO: Ezequiel 28.11-19

11 - Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
12 - Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
13 - Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados.
14 - Tu erasquerubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
15 - Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.
16 - Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas.
17 - Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
18 - Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.
19 - Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para sempre.

 TEXTO BÁSICO: Lc 10.18 “Mas Ele lhes disse: eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago”

Introdução: A demonologia é um estudo que vem despertando o interesse das pessoas neste final de século. Idéias fictícias, invencionices mistificadas, teorias religiosas e filosóficas e até alusões bíblicas desprovidas de interpretação correta têm invadido o mundo da literatura secular. Essas teorias apresentam idéias divergentes sobre a origem dos anjos caídos e utilizam textos bíblicos isolados para defenderem suas teses. O texto básico de nossa lição, Ez 28.13-15, por exemplo, nos parece ser uma profecia com sentido duplo interpretativo. Inicialmente, a profecia faz menção ao “príncipe de Tiro” para referir-se ao seu orgulho que o levou a exaltar-se qual divindade. Por isso, o seu julgamento foi inevitável. Em segundo plano, e, segundo alguns intérpretes das Escrituras, a profecia também parece fazer inferência diretamente a queda de  Lúcifer.  Muitos estudiosos da Bíblia acreditam que Isaías 14 fala sobre a queda de Satanás:  Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra você,  que derrubava as nações! Você que dizia no seu coração: “Subirei aos céus, erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei no mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo” (Is 14.12-14). Acredita-se também que Ezequiel 28 relata a causa de sua queda — o orgulho: Estas passagens parecem indicar que em eras remotas, Satanás também chamado de Lúcifer, era um arcanjo possuidor de uma sabedoria incomum que, em algum ponto no passado, exerceu grande autoridade como vice-regente da criação de Deus. Ezequiel descreve a integridade e a retidão original do grande arcanjo: “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você “ (Ez 28.15). Alguns estudiosos ainda acreditam que Apocalipse 12.4 faça a indicação de que um terço dos anjos se juntaram a ele. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra... Em resumo, os textos  de Isaías e Ezequiel, Lúcifer permitiu que a semente do orgulho brotasse e crescesse em seu coração. No final, ela produziu uma colheita de miséria e condenação para ele e para os seus seguidores e só o infinito Deus pode julgar suas proporções.

I. QUEDA DE LÚCIFER.

Deus estabeleceu a sua soberana vontade para ser obedecida e apreciada por seus anjos. Entretanto, à vontade divina não seria obedecida por força, mais livremente. É por esse princípio bíblico que podemos entender a causa da queda de Lúcifer. A escritura de Is 14, como visto acima, é tipológica. A profecia fala do rei Nabucodonosor, um outro rei ilustrado à semelhança de Thobal, rei de Tiro. O que precedeu a queda de Lúcifer foi a sua ilusão e engano acerca do seu próprio poder nas hostes angelicais. Imaginando-se superior a todos os demais anjos criados, pretendeu tomar o lugar do Criador. Cinco afirmativas descritas em Is 14.13,14 parecem revelar as supostas pretensões de Lúcifer:

· “Eu subi rei ao céu”. Uma tentativa de estar acima de toda a criação e do próprio Deus.

·  “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”. Quando se refere às estrelas de Deus, ele estava falando dos demais anjos criados.

· “No monte da congregação me assentarei”. O monte da congregação refere-se ao lugar do trono de Deus onde ele queria assentar-se.

· “Subirei acima das mais altas nuvens”.  Mais uma vez, ele revela sua intenção presunçosa de superioridade.

· “Serei semelhante ao Altíssimo”. Aqui estava a mais grave das pretensões de Lúcifer. Ele queria colocar-se em posição unilateral em relação ao Criador.

A queda de Lúcifer foi inevitável e consequente. Sua avidez irrefreada de querer ser igual a Deus, aguçou o interesse de grande número de anjos que resolveu acompanha-lo, Por esse ato pecaminoso contra o seu Criador, Lúcifer foi destituído de suas funções celestiais e condenado a execração eterna. Mas ele continua como o instigador do pecado no mundo (Rm 7.14). Contudo devemos entender estes textos também em alusão aos reis em si mencionados, onde todas as alusões observadas fazem jus as suas pretensões.

II. CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS ANTES DA QUEDA (Ez 28.12- 16).

O texto indica que Lúcifer era possuidor de elevada distinção e detentor de honrosos títulos e posições, conforme destacaremos a seguir:

“O aferidor da medida” (v.12). Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. A palavra “selo” (aferidor) é uma tradução fiel do original hebraico, porque significa que ele era a imagem perfeita da criação divina e uma imagem refletida em si mesmo que lhe conferia o privilégio de ser a mais bela e inteligente criatura de Deus, Nele se encontrava a medida perfeita da criação daquilo que Deus queria.

“Estavas no Éden, jardim de Deus” (v.13). Estavas no Éden, jardim de Deus... A menção sobre pedras preciosas existentes no Jardim do Éden tem um sentido figurado para ilustrar os privilégios dessa criatura chamada Lúcifer, personificada no texto como “o rei de Tiro”. O ornamento de pedras preciosas desse personagem indica a grandeza e a beleza de sua aparência. Era um tipo da glória tipificada e representada por Lúcifer antes da queda.

“No dia em que foste criado” (v.13).  a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado... E importante essa expressão porque declara que Lúcifer é um ser criado por Deus. Como criatura de Deus não lhe dava o direito de imaginar-se tão superior a ponto de querer ser igual a Deus.

“Querubim ungido para proteger” (v.14). Tu eras querubim ungido para proteger... Na descrição profética de Ezequiel, Lúcifer pertencia a mais alta classe de seres angélicos. Sua relação com Deus manifestava-se em sua função específica de proteger o trono de Deus. Esse ministério de proteção dos querubins tem a ver com a incumbência de preservar toda a criação divina (Gn 3.24; Êx 25.17-20; Sl 80.1).

“Perfeito eras no teus caminhos” (v.15). Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado... A frase tem na conjugação verbal do verbo ser no passado “eras”, a história antiga de Lúcifer como alguém que escondia em seu interior a iniqüidade da vaidade e do orgulho.

III. NOMES E TÍTULOS PESSOAIS DO DIABO.

Lc 10.18 E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu.

Satanás, biblicamente é o nome de um ser espiritual que liderou uma revolta celestial contra Deus e foi subsequentemente lançado na terra. Seu nome pessoal, "Satanás", significa "adversário" nome que indica sua natureza básica: inimigo de Deus, de tudo o que Deus faz e de tudo o que Deus ama. Ele também é chamado de “diabo” no Novo Testamento e que significa “falso acusador” ou “caluniador”.

LÚCIFER. Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Lúcifer é o nome que a teologia cristã atribui ao diabo. A palavra "Lúcifer" significa "estrela da manhã. Esse nome não aparece literalmente na Bíblia. Na linguagem figurada de Is 14.12, o nome Lúcifer aparece vinculado a expressão filho da alva. Os babilônicos criam que os astros celestes ou estrelas fossem seres angélicos, por isso, “um filho da alva” representava a primeira luz da manhã, e Lúcifer, em seu primeiro estado possuía esta característica.

SATANÁS.  Zc 3.1 E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do SENHOR, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Esse título lhe foi dado após a sua queda da presença de Deus, e significa “adversário” (Zc 3.1; 1Pe 5.8). Foi a partir do momento em que Lúcifer encheu-se de iniquidade e permitiu que a presunção o dominasse que aconteceu a grande tragédia universal. Ele imaginou-se poderoso o suficiente para competir ou mesmo superar o trono de Deus. Lúcifer, então, se fez adversário e oponente constante e implacável contra o Criador. Tornou-se, por isso, um arquinimigo de toda a criação viva de Deus.

DIABO. Ap 12.10 - ...porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. Esse nome é uma transcrição do vocábulo grego “diabolos” que significa “caluniador, acusador”. Essa característica ele demonstrou como uma das suas tarefas mais terríveis e maléficas. Existe uma história onde o diabo calunia e acusa um servo de Deus chamado Jó. Embora esse homem fosse íntegro, o diabo apareceu diante do Senhor para acusá-lo (Jó 1.9-11). Portanto, a Bíblia identifica o diabo como caluniador e acusador dos servos de Deus. Como pai da mentira, ele tenta acusar os servos do Senhor, como se Deus não pudesse perceber as suas mentiras (Jo 8.44).

BELZEBU (Mt 10.25; 12.24,27). Esse título tinha uma relação com um deus pagão de Ecrom, por nome Baal-Zebub ou Baal-Zebul. No texto grego do NT, esse nome aparece como Belzebu, cuja atribuição dada pelos judeus do tempo de Cristo era o de “príncipe dos demônios” (Mt 10.25; Mc 3.22). Como os judeus usavam esse nome com um tom de escárnio, porque o mesmo referia-se a um ídolo pagão, Jesus, sem reserva nem qualquer pudor, identificou Belzebu como Satanás (Lc 11.18,19; Mc 3.24-27).

ABADOM (Hb) OU APOLION (Gr). Ap 9.11 E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, Apoliom. Essas palavras das línguas hebraica e grega, respectivamente, têm o mesmo sentido na Bíblia e significam “destruidor”. Portanto, destruição é uma característica destacada das obras de Satanás. Ele tenta destruir tudo o que é santo e puro, tudo o que é precioso para Deus. De modo específico, ele aparece no livro de Apocalipse 9.11, como o anjo do abismo, identificado como Abadom ou Apolion.

IV. DEMONOLOGIA

Mt 25.41 - Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;

Na rebelião promovida por Lúcifer, este arrastou consigo uma grande multidão de seres angelicais (Ap 12.4). Depois, ele organizou sua própria corte com os anjos que o seguiram, distinguindo-os em “principados, potestades e dominadores das trevas e hostes espirituais da maldade” (Ef 6.12). Os anjos que trocaram a sua habitação pela oferta do rebelde Lúcifer, foram banidos da presença de Deus e seguiram a liderança de Lúcifer. E, assim, passaram a ser identificados como “anjos caídos”.

1. O SIGNIFICADO DO TERMO “DEMÔNIO”. Dt 32.17 - Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais.

No texto de Dt 32.17, o cântico de Moisés destaca que os israelitas caíram em idolatria: “sacrifícios ofereceram aos demônios (shedhim)”. Entende-se então que o termo shedhim se identifica não só com as imagens de idolatria, mas também relaciona o termo com seres espirituais por detrás dos que adoram as imagens. O termo “seirim”, etimologicamente significa “o peludo” ou “bode peludo”. O povo de Israel repudiava esses animais porque eram considerados objetos de adoração (Lv 17.1-7). No NT, a palavra “demônio” (gr. daimon ou daimonion) assumiu o sentido de malignidade, pois eles são seres espirituais, inteligentes, impuros e com poder para afligir e contaminar os homens moral e espiritualmente. Eles estão divididos em duas classes distintas: os livres e os prisioneiros. Aquelas que estão livres andam pelas regiões celestiais sob o governo de seu príncipe e líder, Satanás, que é o único que recebe menção específica na Bíblia (Mt 12.24; Mt 25.41; Ap 12.7). Esses espíritos malignos em liberdade, sob o comando de Satanás, de quem são emissários e súditos (Mt 12.26), são tão numerosos que estão em todo o lugar. Alguns teólogos separam os anjos de Satanás e os demônios, mas não há respaldo bíblico para essa teoria. É impossível separar os anjos em liberdade dos anjos que estão presos, porque, na verdade são a mesma coisa. Os anjos caídos que estão presos, são aqueles que abandonaram sua própria habitação, e tornaram-se tão depravados ou maus, que Deus os encerrou no “Tártaro” (Abismo) (Jd 6, Lc 8.3 1; Ap 9.1,2, 11). Eles possuem uma natureza intelectual, até mesmo porque na etimologia da palavra “daimon” o sentido é conhecimento, inteligência. Portanto, os demônios não são coisas impensantes, mas conhecem a Jesus e até falam dele como “o filho do Altíssimo” (Mc 5.6,7). Tiago escreveu que os demônios crêem e estremecem (Tg 2.19). Quanto à natureza moral dos demônios é inegável que eles se corromperam indo após Lúcifer, praticando toda a sorte de perversão e depravação espiritual. Por isso, eles são chamados “espíritos imundos” (Mt 10.l; Mc 1.27;3.1l; Lc 4.36;At 8.7; Ap 16.13). Eles usam as pessoas, possuindo suas mentes ou influenciando-as por outros meios a fim de que elas se tornem “instrumentos de iniquidade” (Rm 6.13). A Bíblia não autoriza o uso de nenhum nome a espírito do malignos como os apresentados pelas religiões afro-brasileiras.

BIBIOGRAFIA:
Lições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos – 1° trimestre de 1997
https://www.gotquestions.org/Portugues/nomes-de-Satanas.html

 

O ARREBATAMENTO DA IGREJA

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