TEXTO BÁSICO: 1Tessalonicenses 5.1-11
TEXTO BÁSICO: 1Ts 4.16,17 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro;depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
INTRODUÇÃO: Escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que estuda as profecias bíblicas sobre o futuro. É chamada “bíblica” por tratar dos eventos que estão para acontecer, segundo as Escrituras, podendo ser dividida em "Escatologia realizada" que refere-se aos eventos que já cumpriram, e "Escatologia futura" que refere-se aos eventos que ainda não se cumpriram. O termo “ESCATOLOGIA” vem de duas palavras gregas: “Eschatos” - últimos, e “logia” - tratado, estudo de um conjunto de idéias. Em resumo, Escatologia é o tratado das últimas coisas, fala a respeito dos planos divinos que estão revelados ao longo das páginas das Sagradas Escrituras. Muitas dúvidas podem surgir pelo fato de não sabermos distinguir os eventos bíblicos que ocorrerão no fim da presente era bíblica, resultando disso muita confusão e interpretações das mais absurdas. Algumas causas desse caos podem ser:
- Falta de afinidade com o Espírito Santo. 1Co 2.10 Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. A Bíblia foi produzida pelo Espírito Santo, e não podemos pensar na possibilidade de Entendê-la sem Ele.
- Falta de aplicação do texto bíblico (exegese). 2Tm 2.15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. A aplicação correta do texto bíblico é o “manejar bem a Palavra da Verdade”, e para manejá-la bem é preciso considerar os variados aspéctos hermenêuticos da sua aplicação. A hermenêutica, é a parte da teologia bíblica capaz de nos munir de ferramentas adequadas para a interpretação dos textos sagrados.
- Conhecimento bíblico desordenado. Mc 12.24 - E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura, não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus? É o conhecimento bíblico que se adquire pela leitura de livros, ouvindo aqui, conversando ali, mas sem organização, sem método, sem ordem, solto, sem sequência.
- Conhecimento especulativo. 2Pe 3.16 - falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Especular é querer saber apenas por saber, sem qualquer intenção de glorificar a Deus. É a diferença entre amar a sua vinda e especular sobre a sua vinda.
De forma geral, um estudo escatológico completo e detalhado procura estudar as profecias em relação a volta do Senhor Jesus Cristo em sua relação com a igreja, com Israel e com os gentios em geral. O Estado intermediário, com uma abordagem sobre o estado dos homens, tanto dos salvos quanto dos ímpios, após a morte enquanto aguardam a ressurreição. O Reino milenar, uma das áreas que mais gera discussões devido as suas diferentes escolas de interpretação. O Juízo final, um estudo sobre o julgamento de todos os homens. E finalmente o Estado eterno num aprofundamento sobre os relatos de Apocalipse 21 e outros textos bíblicos. Neste ponto são estudadas as profecias sobre a vida dos justos no novo céu e nova terra bem como a vida dos ímpios no tormento eterno no inferno.
Existem basicamente quatro correntes de interpretação escatológica:
Pré-Milenismo Histórico: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação literal de Apocalipse 20.
- Pré-Milenismo Dispensacionalista: também interpreta de forma literal o capítulo 20 de Apocalipse, e defende a segunda vinda de Cristo dividida em duas partes. São elas: a primeira pré-tribulacional para a Igreja, e pós-tribulacional para estabelecer o milênio.
- Amilenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação não literal de Apocalipse 20. No Amilenismo o milênio não é visto como um período literal de mil anos, e, sim, espiritual que já começou na primeira vinda Cristo.
- Pós-Milenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e também uma interpretação não literal de Apocalipse 20. Porém, diferentemente do Amilenismo que define o início do milênio na segunda vinda de Cristo, o Pós-Milenismo acredita no milênio como sendo um período de grande paz e prosperidade no mundo ocasionado pela pregação do Evangelho.
I. PRINCIPAIS DOUTRINAS DA ESCATOLOGIA BÍBLICA.
Sendo como vimos um assunto bastante extenso e com muitas interpretações, podemos dividir a escatologia bíblica em pelo menos oito grandes doutrinas conforme descriminadas:
1. A Doutrina dos Juízos:
Na Bíblia, o juízo é um tema que aparece em vários versículos, como no livro de Juízes, no livro de Mateus, no livro de Lucas, e no livro de João. São vários os juízos citados ao longo das Escrituras que podem se referir ao julgamento final, quando Deus julgará os mortos e os vivos, o julgamento de Deus contra os que praticam o mal, etc. Na Bíblia encontfamos os seguintes juízos.
- Dos Pecados da Humanidade – Jo 12.31 Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo. O homem é julgado como pecador. O resultado desse juízo foi a morte de Cristo, como substituto, e a justificação para o pecador que crê. Em Cristo todos os nossos pecados foram julgados 2Co 5.21 Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
- Do Crente pelo Crente – 1Co 11.31,32 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Nesse juízo o homem é julgado como filho de Deus. O resultado desse auto-julgamento do crente é a sua isenção de castigo da parte do Senhor.
- Das Obras do Crente – 2Co 5.10 Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal. Nesse juízo o homem é julgado como servo de Deus. Os pecados dos crentes foram julgados na cruz. Nesse juízo são julgadas as obras feitas para Deus. Resultado: recompensa ou perda de recompensa.
- De Israel Durante a Grande Tribulação – Dn 12.1 E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. Israel rejeitou Deus Pai (1Sm 8.7), rejeitou o Deus Filho (Lc 23.18) e rejeitou o Deus Espírito Santo (At 7.51). Israel será julgado mediante a Grande Tribulação. Resultado: O remanescente de Israel se voltará para Deus, aceitando Jesus como o seu Messias, por ocasião da sua vinda (Rm 9.27)
- Das Nações Viventes – Mt 25.31-46 – O resultado deste juízo é que algumas nações serão poupadas e outras aniquiladas. V. 31 E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória.
- Do Diabo e seus anjos – 2Pe 2.4 Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo; O resultado desse juízo é o estado eterno para eles. 1Co 6.3
- Dos ímpios falecidos – Ap 20.11 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. É também chamado de “Juízo Final” e “Juízo do Grande Trono Branco”. O resultado é a ida dos ímpios para o Lago que Arde em Fogo e enxofre, para sempre, eternamente.
2. A Doutrina da Vinda de Jesus – 1Ts 4.16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; Pela sua natureza, esta é a principal doutrina. Ela abrange o Arrebatamento da Igreja, o Juízo da Igreja, as bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação, a Vinda de Jesus em Glória, o julgamento das nações e o Milénio.
3. A Doutrina da Revolta de Satanás. Ap 20.7,8 E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. Isso ocorrerá após o milênio. É uma doutrina, pois contém muitos ensinos abonados por referências através das Escrituras.
4. A Doutrina do Eterno e Perfeito Estado. Ap 21.22 E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. Descreve as glórias desse perfeito estado esterno.
5. a Doutrina das Dispensações e Alianças da Bíblia. No ciclo da história humana, a Bíblia trata de sete dispensações e oito alianças entre Deus e os homens. O dispensacionalismo e o aliancismo são sistemas teológicos que diferem na interpretação das Escrituras, na relação entre Israel e a Igreja, e na divisão da história. O dispensacionalismo, por exemplo, representa um sistema teológico que se baseia em duas estruturas centrais: a interpretação literal das profecias bíblicas e a separação entre Israel e a igreja dentro do plano divino. Já o Aliancismo, como corrente teológica, enfatiza a continuidade das alianças divinas ao longo da história bíblica. Também conhecida como Teologia do Pacto, sua abordagem teológica enfatiza a ideia de alianças entre Deus e a humanidade. Os aliancistas argumentam que as Escrituras podem ser compreendidas melhor quando vistas como um desenvolvimento progressivo das promessas de Deus por meio de alianças. Uma característica essencial do Aliancismo é a crença de que as promessas feitas por Deus a Israel no AT foram transferidas para a Igreja no NT, levando à ideia de que a Igreja é a continuação espiritual de Israel.
Existem várias diferenças chaves entre o Aliancismo e o Dispensacionalismo:
- Interpretação das Profecias: O Aliancismo tende a interpretar as profecias, especialmente as relacionadas a Israel, de maneira espiritualizada e alegórica, enquanto o Dispensacionalismo as interpreta de forma literal.
- Relação entre Israel e a Igreja: O Aliancismo vê a Igreja como a continuação espiritual de Israel, enquanto o Dispensacionalismo acredita que Israel e a Igreja são entidades distintas com planos separados.
- Divisão da História: O Dispensacionalismo divide a história em diferentes dispensações, cada uma com seu propósito específico, enquanto o Aliancismo enfatiza o desenvolvimento progressivo das alianças de Deus com a humanidade.
- Escatologia: O Aliancismo NÃO SEPARA a segunda vinda de Cristo em duas fases, (pós tribulacionistas), enquanto o Dispensacionalismo defende o Arrebatamento pré-tribulacional seguido pelo reinado milenar de Cristo.
Continua...