terça-feira, 5 de janeiro de 2021

OS BATISTAS NACIONAIS

Texto Básico: 1Co 1.10-17

 10. Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer. 11. Meus irmãos, fui informado por alguns da casa de Cloe de que há divisões entre vocês. 12. Com isso quero dizer que algum de vocês afirma: "Eu sou de Paulo"; ou "Eu sou de Apolo"; ou "Eu sou de Pedro"; ou ainda "Eu sou de Cristo". 13. Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo? 14. Dou graças a Deus por não ter batizado nenhum de vocês, exceto Crispo e Gaio; 15. de modo que ninguém pode dizer que foi batizado em meu nome. 16. (Batizei também os da casa de Estéfanas; além desses, não me lembro se batizei alguém mais.) 17. Pois Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não porém com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada.

Introdução: A Igreja Batista Nacional, como o próprio nome sugere, é uma igreja Batista em todos os sentidos. A única coisa que a pode diferenciar das demais igrejas batistas, é o simples fato de ela ser filiada a CBN (Convenção Batista Nacional). Desta forma, ser batista nacional significa ser plenamente batista, haja vista que ratificamos a necessidade e importância de práticar os princípios batistas observados pelos batistas em geral. Para maior clareza no assunto, se faz necessário que, antes de qualquer discussão doutrinária sobre o tema, iniciemos o nosso estudo fazendo uma analise introdutória do o que, do porque é do quando desta relação entre Igreja Batista e Convenção Batista Nacional. Afinal, Para entender plenamente o que somos hoje é indiscutivelmente importante sabermos conhecer a nossa trajetória para chegar onde estamos hoje.

I. COMO TUDO COMEÇOU.

V.10  Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer.

A história da CBN começa por volta do ano de 1965, quando, em razão de uma discordância referente a crença em relação aos dons espirituais, 32 igrejas da Convenção Batista Brasileira foram excluídas da mesma. Algumas controvérsias anteriores já haviam refletido a situação e os problemas que as igrejas batistas brasileiras começavam enfrentar. Dos quais podemos citar, por exemplo entre as décadas de 20/40, uma discussão em relação a forma administrativa das igrejas no Brasil. Segundo entendimento, as igrejas brasileiras eram capazes de gerenciar os negócios da denominação Batista sem a interferência dos batistas norte-americanos. Tal controvérsia, porém, não causou nenhuma ruptura com a tradição norte-americana.

Através da imprensa periódica houve ainda uma  discussão entre presbiterianos e batistas em relação questão do batismo Bíblico por imersão ou aspersão. Os batistas, entendiam ser por imersão, enquanto os presbiterianos por aspersão, posições teológicas que permanecem na íntegra em nossos dias independente da convenção.

Outro assunto doutrinário bastante discutido, interna e externamente foi em relação a forma de ministrar Ceia do Senhor. A maioria dos batistas entendiam que a ceia deveria ser ministrada apenas aos membros da denominação, o que chamam de “ceia restrita”. Esta discussão embora não tenha se tornado uma prática uniforme, ainda hoje há os que defendam tal posição.

Porém, a controvérsia Teológica que trouxe maior impacto na história batista foi, sem dúvida alguma a questão referente ao batismo com o Espírito Santo. Foi esta discussão que provocou o único racha na história da denominação Batista.

I. O MOVIMENTO PENTECOSTES.

At 2.4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.

 No início do século XX através de campanhas realizadas por missionários vindos do exterior, chega ao Brasil o "Movimento Pentecostal". Entre os anos 1908/1920, Luis Francescon, missionário italiano, Presbiteriano, chega com um grupo de imigrantes italianos de Chicago, Estados Unidos e funda a primeira igreja Pentecostal no Brasil, a Congregação Cristã do Brasil. Não demora muito para surgirem outras igrejas Pentecostal, tais como a Assembléia de Deus, O Brasil para Cristo, Deus é Amor, Casa da Bênção, e outras. No meio batista, como consequência natural do novo movimento, acontece o que ficou conhecido como movimento de “Renovação Espiritual”. Movimento este que teve como proponentes iniciais a Sra. Rosalee Mills Appleby, o Pr. José Rego do Nascimento e o Pr. Enéas Tognini. O problema maior foi que no âmbito batista não apenas as igrejas foram influenciadas, o Seminário do Sul, no Rio de Janeiro sofreu um grande impacto. O Pr. José do Rego Nascimento faz um relatório de reuniões realizadas naquele seminário com o corpo discente do mesmo em uma carta dirigida ao Pr. Enéas Tognini. Nestas reuniões, segundo  o Pr José Rego, os seminaristas haviam sido norteados por experiências pentecostais. Com tudo, é digno de nota que tais reuniões aconteceram sem o conhecimento e aprovação do então Reitor da instituição, Pr. A. Bem Oliver. A posterior reprovação do seminário a essas reuniões e ao pentecostalismo seria o estúpido para início do que estava prestes a acontecer na denominação.

 

Depois de muita discussão e brigas internas na denominação, a Convenção Batista Brasileira designa uma comissão de treze dos seus mais influentes pastores para estudar e apresentar um trabalho analisando o assunto à luz das Escrituras, para que assim pudessem tomar uma decisão final sobre as igrejas que vinham aderindo a tal "Renovação Espiritual" . Esta comissão, conhecida como Comissão dos 13, deveria trabalhar com o seguinte critério:

· Três defenderiam Renovação Espiritual; José Rego do Nascimento, Aquiles Barbosa e Enéas Tognini;

· Três seriam opositores a Renovação Espiritual; Harald Schaly, Delcyr de Souza Lima e Reinaldo Purim;

· Sete julgaram a questão; João Filson Soren, David Mein, Werner Kaschel, José dos Reis Pereira, David Gomes e Thurman Bryant, presididos por Rubens Lopes.

Enéas Tognini, em seu livro “História dos batistas nacionais” alega que o critério acima estabelecido não foi seguido, no final todos os que não estavam a favor de Renovação acabaram julgando. Ademais, nem Enéas Tognini, nem José do Rego puderam levar adiante seus trabalhos devido a outras atividades. (TOGNINI, Enéas – História dos batistas nacionais. 2ª ed. 1993, Convenção Batista Nacional, Brasília – D. F. p. 21).

 Segue alguns parágrafos, na íntegra, da “Declaração Final da "Comissão dos Treze”

1. “A crença no batismo no Espírito Santo como uma segunda bênção, ou seja, como uma segunda etapa na vida cristã, ou seja, ainda, como uma nova experiência posterior à conversão, não encontra base nas Escrituras.”

2. “Plenitude do Espírito Santo” não é o mesmo que “Batismo no Espírito Santo. E, antes, um estado espiritual no qual deve e pode chegar o crente, estado este que se caracteriza por inteira dependência e obediência à vontade do Espírito Santo de Deus e pela capacitação para a realização de Sua obra.”.

6. “A ênfase dada à doutrina do batismo no Espírito Santo como sendo uma segunda bênção tem originado os seguintes abusos, que, sinceramente, deploramos:

1) A realizações de reuniões que se notam os mesmos erros próprios que de reuniões pentecostais, isto é, a confusão no ambiente, a gritaria, os descontroles físicos, o falar línguas e outros excessos de emocionalismo.

2) Uma atitude de orgulho espiritual, que não quer admitir opiniões opostas e que classifica de carnais e mundanos os que não participam das mesmas emoções e experiências.

3) Tentativas ostensivas ou veladas de proselitismo entre outras igrejas.”

 A referida comissão deu três recomendações, das quais transcrevemos a terceira.

3. “Que as igrejas e pastores que se tenham afastados das doutrinas batistas e se aproximado das doutrinas pentecostais sejam convidados com todo o amor a um reestudo de sua posição à luz do parecer ora apresentado. Caso persistam em manter pontos de vista contrários à posição doutrinária sustentada pela Convenção Batista Brasileira, sintam-se à vontade para uma retirada pacífica e honrosa, em benefício da paz da causa de Deus. Tais recomendação se limitam àqueles que fazem de suas convicções divergentes motivo de atividade ostensiva, provocando inquietação, confusão e divisão.”

 São Paulo, 10 de Outubro de 1963

a) Rubens Lopes, Presidente, Werner Kaschel, secretário, Achilles Barbosa, com restrições, David Gomes, David Mendes, Delcyr de Souza Lima, Harald Schaly, José dos Reis Pereira, Reinaldo Primeiro, João Filson Soares.

 

III. A HISTÓRIA DOS BATISTAS NACIONAIS.

At 2.17  Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos.

Uma vez desligadas da Convenção Batista Brasileira, as igrejas relutaram em reunir-se em convenção, e os dois principais líderes da chamada Renovação Espiritual; Enéas Tognini e José Rego do Nascimento não se mobilizaram para reunir as igrejas excluídas em uma convenção. Em 1966, o pastor Ilton Quadros Cordeiro, pastor da Igreja Batista do Barreiro, em Belo Horizonte, preocupado com o destino das igrejas excluídas, entra em contato com o pastor Arthur Freire, e este lhe aconselha que ao invés de uma convenção, reunir as igrejas em uma Ação Missionária seria mais conveniente. Desta coversa surge a AME: Ação Missionária Evangélica, tendo o jovem pastor Wilson Régis à frente. Contudo, essa aliança  não teve um governo de natureza democrático, e o pastor Régis acumulou os cargos de Superintendente Geral, Tesoureiro e depois diretor do seminário STEB, Seminário Teológico Evangélico do Brasil.

 A Ame também não continha apenas igrejas batistas, havia metodistas e presbiterianas que haviam aderido ao movimento de renovação espiritual. No ano de 1967 a Ame é extinguida e dá lugar à CBN, Convenção Batista NACIONAL, tendo sua primeira seção da assembléia inaugural, realizada às 14 horas do dia 16 de setembro de 1967, no templo da Igreja Batista da Lagoinha. Nesta assembleia é eleita a diretoria da Convenção Batista Nacional:

· Presidente o Pr. Elias Brito Sobrinho;

· 1º vice-presidente, Pr. Joel Ferreira;

· 2º vice-presidente, Pr. Rosivaldo de Araújo;

· 1º secretário, Pr. Nivaldo Ferreira da Silva;

· 2º secretario, Pr. Dalson Pinto Teixeira.

 Nesta assembleia também é adotada a Confissão de Fé, a mesma adotada pela Convenção Batista Brasileira, com o acréscimo do Artigo III da Convenção de Kansas City – Deus o Espírito Santo. 

DO ESPÍRITO SANTO Cremos que o Espírito Santo é o Espírito de Deus. Ele inspirou homens santos da antiguidade para escrever as Escrituras. Capacita homens através de iluminação a compreender a verdade. Exalta a Cristo. Convence do pecado, da justiça e do juízo.  Atrai homens ao Salvador e efetua regeneração. Cultiva o caráter cristão, conforta os crentes e concede os dons espirituais pelos quais eles servem a Deus através de Sua Igreja. Sela o salvo para o dia da redenção final.  A  presença dEle no cristão é a segurança de Deus para trazer o salvo à plenitude da estatura de Cristo. Ele ilumina e reveste de poder (Batismo no Espírito Santo) o crente e a Igreja para a adoração, evangelismo e serviço (Declaração de Fé das Igrejas Batistas da Convenção Batista Nacional Votada na Sua l.a  Assembleia. Pag 21 parágrafo 3).

 

BIBLIOGRAFIA.

TOGNINI, Enéas – História dos batistas nacionais. 2ª ed. 1993, Convenção Batista Nacional, Brasília – D. F.

Manual Básico dos Batistas Nacionais. 2ªed. 1986, Convenção Batista Nacional, Brasília – D. F.

AZEVEDO, Israel Belo de – A celebração do indivíduo: a formação do pensamento batista brasilerio. São Paulo: Vida Nova, 2004.

 

 

 

 

 

 

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