terça-feira, 5 de janeiro de 2021

A História dos Batistas parte III

Texto Básico: Efésios 1.3-14

3. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. 4. Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. 5. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, 6. para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado. 7. Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, 8. a qual ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento. 9. E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo, 10. isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos. 11. Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade, 12. a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória. 13. Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa, 14. que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória.

Introdução: Como vimos na lição passada, o ponto que marca a história dos batistas parece ter começado com Henrique VIII, rei da Inglaterra, rompendo com a Igreja Católica e criando a Igreja Anglicana, da qual surgiram dois grupos dissidentes, os puritanos não separatistas e os separatistas. Os não separatistas pretendiam purificar a igreja da Inglaterra de seus “males”, pois até aceitavam a doutrina oficial da Igreja Anglicana, mas não toleravam as pompas, cerimônias e o relaxamento dos costumes. Adotavam uma forma rígida de cristianismo que a alegre corte de Londres não podia suportar. Já os separatistas, que também não estavam satisfeitos com a igreja, queriam ter igrejas independentes do Estado e cultuar a Deus com liberdade. Então, por não conseguirem tais mudanças, emigraram para Amsterdã, na Holanda, liderados por John Smyth em 1607, e aí começou toda a história.

I OS BATISTAS GERAIS E PARTICULARES. .

v.4 Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença.

Smith e Helwis, como vimos, fundaram uma igreja que foi considerada a primeira Igreja Batista na língua inglesa, não que exatamente eles tenham dado este nome a igreja, mas por adotarem práticas que são caracteristicamente batistas, como, por exemplo o batismo após profissão de fé como condição para a entrada na igreja. Depois de alguns conflitos teológicos em razão do auto batismo realizado por Smith, ele e mais alguns membros da nova denominação resolvem se filiar aos Anabatistas, o que levou Helwis entre 1610 e 1612, a fazer duras criticas a Smith por sua decisão. Eles se separam e em 1611, Thomas Helwys e mais dez companheiros da congregação independente de Smyth voltam para Inglaterra e organizam a primeira Igreja Batista na Inglaterra, num lugar chamado Spitalfields, perto de Londres. Smyth morreu, pouco depois, em solo holandês e a igreja por ele dirigida diluiu-se nos menonitas.

1. OS BATISTAS GERAIS.

V.5 Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade,

Helwys sempre foi um líder bem preparado e liderava com firmeza o grupo que se manteve com ele. Adotou, em sua nova igreja a teologia arminiana de Smyth no que diz respeito à obra redentora de Jesus Cristo, que contrariando a doutrina calvinista, afirmava que Jesus morreu por todos os homens e que todos os que nele crerem serão salvos. Por essa razão, a igreja que fundou e as que dela derivaram receberam a designação de Igrejas Batistas Gerais, pois admitiam a redenção geral dos homens, caso cressem. Esse entendimento sobre a liberdade religiosa acabou se tornando uma das principais motivações da fundação dos batistas ajudando a compreender os batistas atuais como suas diversidades de interpretações e divisionismos. Helwys, porém não permaneceu muito tempo à frente da Igreja. Isto porque em 1612 escreveu um livro e em consequência foi preso, morrendo na prisão por volta de 1615. Seu livro tinha como título “Uma Breve Declaração Sobre o Mistério da Iniqüidade”. Uma obra notável, por ser a primeira publicada na Inglaterra que reivindicava liberdade de consciência para todos. Helwys declara, com toda a franqueza e ousadia, em seu livro: “...a religião do homem está entre Deus e ele: o rei não tem que responder por ela e nem pode o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois heréticos turcos ou judeus ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma”. Em 1626 essa igreja e mais quatro outras entraram em correspondência fraternal com os menonitas da Holanda. Sabemos, assim que apesar da perseguição, os batistas continuavam e progrediam.

2. OS BATISTAS PARTICULARES.

15. Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade,

Em 1633, houve uma cisão nas igrejas Batistas da Inglaterra, formando um grupo separado que recebeu o nome de Batistas Particulares, pois, diferentemente dos Batistas Gerais, estes acreditavam que a salvação era exclusivamente para os eleitos por Deus, doutrina Calvinista da eleição. Durante muito tempo os Batistas Gerais e os Particulares viveram separados, só em 1891, graças, humanamente falando, aos esforços de um pastor geral, o Dr. John Clifford, os dois grupos se uniram, formando a União Batista da Grã-Bretanha e Irlanda. Já aqui se faz presente o espírito da modernidade que não aceita a convivência de teorias divergentes sob o mesmo teto.

II. PERSEGUIÇÃO E CRESCIMENTO DA IGREJA.

2Co 4.8,9 De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.

No principio de sua história os batistas tiveram de enfrentar muita luta principalmente nos reinados de Jaime I (1603-1625) e Carlos I, seu filho, (1625-1647), que foram de intensa perseguição. Os que não puderam ou não quiseram emigrar para a América sofreram discriminações, prisão e morte na Inglaterra. Mas, com a vitória da revolução de Cromwell houve doze anos de liberdade. A restauração monárquica no entanto aconteceu em 1660, quando o rei Carlos II, filho de Carlos I assumiu o governo, trazendo de novo perseguições. Foi no tempo de Carlos II, que reinou de 1660 a 1685, que viveu João Bunyan, um dos mais ilustres heróis da História Batista e que escreveu, na prisão o livro “Pilgrim's Progress”, a Viagem do Peregrino. Nas traduções para o português é conhecido como “O Peregrino”. Em 1689 foi publicado um edito de tolerância e os batistas começaram a gozar de tranquilidade e paz. Mas, se nos tempos de perseguição haviam-se multiplicado, agora, nesse tempo de paz, começaram a marcar passo. Os Batistas Gerais decaíram à proporção que uma forte tendência centralizadora triunfava entre eles. Vitoriosa essa tendência, a autonomia das igrejas locais foi sacrificada. Por sua vez, os Particulares, com sua doutrina calvinista da eleição, perderam por completo o ímpeto evangelístico. Seus cultos e suas pregações eram só para os eleitos, e assim as igrejas perdiam a força na comunicação da mensagem do evangelho.

1. OS BATISTAS NOS EUA

v.11 Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa,

Apesar de todas as mudanças promovidas pela transição da pré-modernidade para modernidade, a Europa no início do século XVI ainda sofria com a intolerância religiosa, fato que contribuiu para os batistas chegarem no início do século XVII em solo norte-americano. Presumivelmente em março de 1639, com onze membros fundadores foi organizada a primeira Igreja Batista no atual Estado Rhode Island por Roger Willians, um britânico emigrado para América do Norte, foi o principal responsável pelo estabelecimento das Igrejas Batistas nos Estados Unidos. No final do século XVII e começo do XVIII, existia uma longa cadeia de colônias britânicas na América do Norte que foram fundadas, em parte, por motivos religiosos. Essas parecem que tentaram adotar a liberdade de consciência como alternativa viável à intolerância religiosa que tanto sangue havia custado na Europa. Através do século XVII, os batistas foram severamente perseguidos em todas as colônias na Nova Inglaterra, com exceção de Rhode Island que havia liberdade religiosa. Essas perseguições incluíram prisões, multas, açoites ou deportação. A causa da perseguição dos batistas foi devido a sua insistência na liberdade da consciência, separação completa da igreja do Estado e a rejeição do batismo infantil. Além disso, fatores como o regime escravista, as grandes plantações e a exportação dos índios ofuscaram o fervor religioso do protestantismo colonial.

2. O GRANDE AVIVAMENTO. 

Em razão do esfriamento em razão das perseguições, a partir de 1734 surgiu um movimento chamado de “Grande Avivamento”, que em sua fase inicial foi promovido pelo pastor congregacionalista Jonatham Edwards, formado com 17 anos pela Universidade de Yale em 1720. Sua pregação influenciou os estados de Massachusetts e Connecticut. Quatro anos depois George Whitefield promoveu o “avivamento” em outros estados. Edwards, Whitefield e alguns presbiterianos pregavam com um novo brio em suas próprias igrejas, mostrando a necessidade de uma experiência pessoal de conversão. Pecadores se arrependiam de seus pecados em meio a lágrimas e gritos de entusiasmos por receberem o perdão de seus pecados. Eram experiências que davam um novo sentido ao culto e à doutrina cristã.

Bibliografía. Breve Histórico dos Batistas. Edição da Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira Casa  Publicadora  Batista – Rio de Janeiro 2ª edição 1979

 

 

 

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