terça-feira, 25 de julho de 2017

Tipos de sermão.


Continuando nosso tema, hoje na Sala de Estudo, analisaremos  tipos de esboços de sermão que tradicionalmente encontramos praticamente em todas as obras de homilética, e pelo menos, três tipos básicos que podemos chamá-los de: Sermão Temático, Sermão Textual e Sermão Expositivo são os que mais utilizamos sempre que subirmos ao púlpito para pregar a Palavra, sempre ,mesmo sem conhecê-los,  utilizaremos um deles. 





SALA DE ESTUDO

1. O Sermão Temático.
O sermão temático é o tipo de sermão cujos argumentos ou as divisões resultam sempre do tema  independente do texto utilizado. Neste tipo de esboço, o pregador faz toda a argumentação baseado no tema que ele mesmo escolheu, e neste caso, o que será dividido será o tema e não o texto, o que o permite utilizar vários textos bíblicos. A Determinação do assunto orientará na procura dos textos, de ilustrações e dos pensamentos que deverão apoiar a mensagem. Um Cuidado, uma vez escolhido o texto, o pegador sempre procurará se deter dentro dele.

Vejamos então um exemplo de Sermão temático.
TÍTULO OU TEMA: A Tríade do Cristianismo.
TEXTO: Tito 2.12
INTRODUÇÃO: definição do termo “triáde” e contexto histórico sobre o Cristianismo
TÓPICO I. Renuncia. Rm 6.19
TÓPICO II. Modo de vida. 1Tm 6.11-13
TÓPICO III. Esperança. 1Pe 1.13
CONCLUSÃO OU PERORAÇÃO: 2Co 7.1

Reparem que cada tópico ou divisão, apresenta uma característica do “Cristianismo” que está proposto pelo tema, e que foi definido historicamente na introdução. Observem também que para cada ponto há um texto diferente, ou seja, a base do sermão é a “A Tríade do Cristianismo” que é abordada em diversos textos bíblicos. É necessário aplicarmos um texto bíblico em cada divisão do tema assim evitamos divagações e generalizações vazias e inexpressivas. O sermão temático exige que o pregador tenha uma boa cultura geral e teológica, além de criatividade e estilo apurado. Se analisarmos bem este tipo de sermão repararemos que ele conserva melhor a unidade proposta pelo tema.

Temos dito ao longo deste estudo que o pregador deve ser um entusiastas pela leitura da Bíblia além de um profundo observador das coisas que estão acontecendo em sua volta. Na preparação do sermão podemos trabalhar com o que vimos ou o que descobrimos em nossas observações. Mas, apesar de toda criatividade, as vezes nos perguntamos: Como vou de fato preparar o sermão? Seguem então algumas dicas.

  • Escolhemos o tema. Criamos frases, retirando dos textos bíblicos ou de outras fontes. Aqui nossa criatividade e observações podem ser de grande ajuda.
  • Analisamos o tema. Podemos fazer isto observando-o a luz das Escrituras e dos acontecimentos que estão a nossa volta. Repeti-lo várias vezes pode nos ajudar a gravá-lo e refletir sobre o mesmo.
  • Aqui vale algumas perguntas básicas: O que sei em relação a este tema? O que devo falar sobre ele? Qual será a relevância do que falarei? O que o povo está precisando ouvir? E, finalmente, O que “eu” estou precisando ouvir de Deus?
  • Extraímos a principal palavra ou frase do tema que poderá se repetir em cada um dos argumentos.
  • Separamos no mínimo três argumentos ligados ao tema.
  • Pesquisamos passagens bíblicas que se façam referencia aos argumentos que usaremos no desenvolvimento do sermão.
  • Cada uma das divisões devem ser uma explicação ou respostas em relação ao tema propriamente dito.  


2. Sermão Textual.
O sermão textual, como o nome indica é aquele em que o pregador utiliza os argumentos ou as divisões que são retiradas diretamente do texto bíblico. Toda a argumentação estará amarrada ao texto principal, e o mesmo será dividido em tópicos. As divisões do sermão textual podem ser feitas de acordo com as declarações originais do texto. Ou se o pregador preferir, pode também utilizar uma análise bem apurada que se baseará em perguntas como: Onde? Que? Quem? Por quê? Perguntas que deverão ser respondidas pelas declarações ou frases do texto. O pregador pode ainda dividir por inferência, as orações textuais reduzindo-as a expressões que encerra o conteúdo.   

Temos também um exemplo do Sermão Textual.
TÍTULO OU TEMA: As Três Ações que Movem o Coração de Deus.
TEXTO: 2 Crônicas 7.14
INTRODUÇÃO: Breve descrição do contexto histórico referente ao texto.
TÓPICO I. Humilhação. 
TÓPICO II. Oração.
TÓPICO III. Busca
CONCLUSÃO OU PERORAÇÃO: “Então Eu ouvirei dos céus...”

Assim como no sermão temático, o sermão textual também deve seguir uma linha básica de observações em seu preparo.

  • O principal, Ler o texto em sua totalidade.   
  • Procurar identificar qual a ideia principal do texto. Observando todo o contexto, e a situação em que foi escrito. Também será de boa ajuda conhecer o escritor e seu contexto na história.
  • Identificar os principais verbos e seus complementos. Lembrando-se que verbo é sempre uma ação. Aqui um dicionário da Língua Portuguesa será um bom ajudante.
  • Procurar com cuidado os sentidos expressos e as representações simbólicas, metáforas e figuras que se fizerem presente.
  • Com base nos verbos e significados retirados do texto, o pregador pode usar sua criatividade e criar frases (divisões) que serão os complementos e que, passarão a ideia da mensagem que pregará.
  • Organizar as frases dentro da ideia principal.


Devemos Reparar que cada tópico ou divisão apresenta um termo ou uma passagem do texto, o que dá ao pregador, condições de explorar bem o texto. As divagações e generalizações vazias e inexpressivas devem ser evitadas. O sermão textual exige do pregador conhecimento do texto, contexto e cultura bíblica.  

3. Sermão Expositivo.
Este tipo de sermão pode ser considerado aquele em que o pregador deve possuir bastante profundidade em relação ao que vai pregar. O Sermão Expositivo se utiliza de argumentos que giram em torno de uma exposição exegética completa do texto. A mensagem surge de uma passagem bíblica em que geralmente se evidência com mais de dois ou três versículos, e neste caso, o pregador deverá ser alguém que seja apreciador e dedicado estudioso das Sagradas Escrituras. Neste tipo de sermão, o pregador deverá fazer uma análise de línguas, interpretação, pesquisa arqueológica, pesquisa histórica, bem como, comparação de textos. Ele deve explorar os argumentos principais da exegese e da hermenêutica fazendo uma exposição completa de um trecho doutrinário da Bíblia. Na verdade, este tipo de Sermão pode ser considerado uma aula em forma de pregação, uma análise pormenorizada e lógica do texto sagrado, e isto requer do pregador cultura teológica e poder espiritual. Teoricamente este tipo de sermão difere do sermão textual, principalmente pela extensão da passagem bíblica em que se baseia.

O Sermão Expositivo segue, como os demais, uma linha de características que merece ser observada.

  • Planejamento. Neste sermão o cuidado deve ser redobrado, pois geralmente o pregador falará de assuntos de grande relevância espiritual e difícil interpretação. Conhecimento bíblico, neste caso, é fundamental para o Planejamento da mensagem.
  • Condições de abordar textos grandes ou curtos, mas extremamente argumentativos e doutrinários. Pouco importa o tamanho do texto, o que mais importará será o domínio que o pregador exerce em matéria de conhecimento Bíblico e doutrinário..
  • Interpretação fiel. O uso da Hermenêutica aqui será fundamental para a preparação da mensagem.
  • Análise profunda do texto. Refazer a leitura quantas vezes se fizerem necessárias.
  • Tempo de estudo dos pontos difíceis.
  • Pode ser abordado em série.    


Neste tipo de sermão a unidade e as ideias devem ser agrupadas com tendo como base uma ideia principal. Não é suficiente apresentar somente tópicos ou divisões. Vamos então a um exemplo:

TÍTULO OU TEMA: A Ressurreição do Corpo.
TEXTO: 1 Coríntios 15.35-38
INTRODUÇÃO: Definição do termo Ressurreição.
TÓPICO I. Razões da Ressurreição do Corpo. Rm 8.22,23
1. Desfazer o Corpo do Pecado. 1 Co 25.26
2. Desfazer os resultados do Pecado. 1 Co 25.26
TÓPICO II. Como será o Corpo ressurreto?
1. Um Corpo Semelhante ao de Jesus. Rm 8.29
2. Um Corpo Transformado para o céu. 1 Co 15.42
3. Um Corpo não Limitado a Leis da Natureza. Lc 24.30,31
CONCLUSÃO OU PERORAÇÃO: 1 Coríntios 15.35

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