PARTE I
HOMILÉTICA? QUE BICHO É ESTE?
Texto Básico: 2Tm 2.2
Texto Básico: 2Tm 2.2
E o que de mim ouviste de muitas testemunhas,
transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.
Exatamente este o tema ou
propósito deste nosso workshop. Queremos ser apresentados de maneira clara e
descomplicados a esta ferramenta capaz de trazer para nós algum auxilio no
preparo para um ministério tão empolgante. A homilética com certeza vai ser um
grande auxílio no preparo de algo tão prazeroso que é a pregação da Palavra de
Deus. Mas cuidado, se não fizermos de forma correta e com convicção bíblica,
isso pode causar sentimentos capazes de nos fazer até mesmo desistir deste
ministério abençoador.
I. “ISSO SERVE PARA COMER?”
Para começar bem o WORKSHOP vamos tentar
entender alguns termos que serão usados ao longo do nosso estudo. Como em todos
os estudos das doutrinas bíblicas, vamos nos confrontar, logo de cara, com
alguns termos “originais”. Aqueles complicados que às vezes chegam ser chatos
de estudar. Mas, é preciso paciência, e quem sabe se este não o primeiro
“preço” que vamos ter que pagar... É atenção para não se confundir com eles.
"Homilética”→“homilétike”
e
significa "O ensino em tom familiar". (É algo tipo aqueles cultos que
realizamos nas nossas casas... Pois é, acho que já fazemos uso da homilética a
bastante tempo e nem sabíamos).
“homilos”→ No grego
clássico, este termo significa “multidão, assembleias do povo”. Isso lembra nossos cultos de Estudo... Toda a
Igreja (em? Toda?) assentada e atenta ao as palavras do preletor.
“homileo”→ Termo da
mesma origem e quer dizer “conversar”. (Parece uma reunião menos formal de
palestra. Algo como ensinar num tom de conversa, tipo se assentar-se para
ouvir, e participar do ensino junto com o professor).
Uma BREVE CONCLUSÃO.
... HÁ É ISSO? NÃO ENTENDI BULUFAS!
Calma... Estamos
apenas começando, tem muita coisa pela frente...
Há, vamos ver se conseguimos
entender então...
HOMILÉTICA é uma ciência, e como tal possui objetivos
específicos de ensinos. O que nos importa agora é saber o que vamos aprender
estudando a homilética. Queremos aprender os princípios fundamentais para discursarmos
ou pregarmos em Público. (Até mesmo se a igreja estiver cheia). Se conseguirmos
matar está charada, pronto! Atingimos boa parte do nosso objetivo neste workshop,
e a escala de pregação da nossa igreja vai começar a ficar um pouco mais
folgada.
Mas,
tem ainda uma coisinha... Antes de utilizarmos qualquer “ferramenta”, temos que
entender o chamado de Deus. A homilética sozinha não faz milagre! Pode até
ajudar! Mas, o “chamado” vai fazer uma grande diferença.
Entendam, por favor!
A
HOMILÉTICA vai nos “auxiliar” na preparação para este chamado, mas o que vai
nos deixar na “cara do gol”, em condições de abrir a Bíblia e pregar a Palavra
com unção, vai ser a nossa dedicação e seriedade no Ministério da Palavra. Para
isso, como disse nosso irmão Paulo, temos de procurar nos apresentar diante
de Deus aprovados… 2Tm 2.1
EM TEMPO...
ESPERA UM POUQUINHO, TEM outras COISINHAS...
Espera
aí, temos ainda que aprender mais algumas coisinhas. A Homilética no sentido de
melhorar nossa habilidade para pregar (é isso que queremos), anda acompanhada com
alguns amiguinhos que nos fará bem se os conhecê-los.
II. OS AMIGOS
INSEPARAVEIS DA HOMILÉTICA.
Será que já ouvimos falar de “Oratória”? Então é bom considerarmos este
negócio. Além disso, ainda tem mais… Existem outros “termos” que estão relacionados com a pregação em
público que nos farão muito bem aprendermos sobre eles,
.1. ORATÓRIA,
A
oratória é a arte de falar em público de forma elegante, precisa,
fluente e atrativa. Como pregadores devemos apresentar ao público
uma mensagem capaz de alcançá-los com a salvação ou com o ensino das
Escrituras, e isto deve ser feito de maneira que nossa mensagem seja agradável
aos ouvidos. Exatamente aí entra a Oratória. A Oratória nos vai “moldar” na
maneira de fazer isso. Vamos aprender com a oratória a desenvolvermos nossa mensagem
com pelo menos quatro importantes elementos. São eles:
a)
“ELEGÂNCIA”
Segundo
o Dicionário da Língua Portuguesa, Elegância tema ver com Graciosidade,
gentileza, esbelteza. Uma mensagem pregada de forma elegante e esbelta
dificilmente cansará os ouvintes. Não acontecerá dos ouvintes sentirem aquela
sensação de sonolência ou mesmo daquela malfazeja vontade de ficar indo ao
banheiro o tempo todo em que o pregador estiver falando. A gentileza nas
palavras bem escolhidas dará aos ouvintes o desejo de ficarem até o final da
mensagem. Certamente não vai ter gente se movimentando durante a nossa
mensagem. Sabe por quê? Eles não vão querer perder nada do que está sendo dito
ou pregado. Agora cuidado! Pregar de forma elegante não significa fazer uso
daqueles termos difíceis que mais confundem do que trazem entendimento. Alguns
pregadores querem “impressionar” o seu publico e, às vezes exageram no uso de
termos nas línguas originais ou coisa parecida. Utilizam jargões do tipo
“etimologicamente falando...” ou coisa do gênero. Isso pode cansar os ouvintes.
b) “PRECISÃO”
Nesta
palavra o sentido é o de Exatidão, Rigor sóbrio de linguagem. Numa definição
bem popular, podemos dizer que precisão na mensagem é o mesmo que
“direcionamento e certeza". Quando se trata da Palavra de Deus, aí o
assunto é muito sério. Nós pregadores precisamos saber o que falar sobre quem
falar e como falar com precisão o que estamos falando. Não é admissível que o
pregador fique mudando o rumo da sua mensagem o tempo inteiro. Isso vai fazer o
público se perder durante a mensagem. Às vezes é o próprio pregador que fica
perdido. Se tivermos como dimensionar o grau de entendimento dos ouvintes pode
ser uma grande ajuda. Certo pastor disse o seguinte: Ninguém gosta de ouvir um
pregador que pregue suas convicções com dúvidas, como também, ninguém gosta de
ouvir um pregador que pregue com dúvidas suas convicções.
C) “FLUIDEZ”
Falar com
fluidez significa falar de forma fluente, isto é, falar de forma em que a
mensagem flua ou corra como um rio. É o sentido de falar de forma natural, sem
aquele teor mecânico que mais parece à leitura de um texto longo e cansativo. A mensagem deve ser desenrolada e de fácil
entendimento para alcançar aqueles que nos ouvem. É aconselhável para isso, que
busquemos textos dos quais ele tenhamos certo domínio de entendimento sobre
eles para não corrermos o risco de ficarmos "perdidos" em nossas
próprias palavras.
d) “ATRATIVIDADE”
Por
fim a oratória vai exigir de nós pregadores Força de atração e estímulo em
nossas mensagens. A pregação da Palavra deve ser acima de tudo atrativa. Ela deve
ser o momento mais esperado do culto, e se não for pedir muito, causar nos
ouvintes a sensação de querer ouvir mais. Em uma pregação atrativa os ouvintes
não ficam olhando para o relógio, o tempo inteiro, torcendo que o pregador dê
logo o amém e acabe de uma vez com o martírio. Pelo contrário, se houver os
ingredientes de estímulo e atração, os ouvintes ficarão em silêncio para não
perderem nenhum detalhe do que está sendo pregado.
Se conseguirmos
reunir estes quatro elementos em nossa mensagem, podem acreditar, já teremos
caminhado metade do caminho em direção ao sucesso no púlpito. Os outros 50% ficam
a cargo do Espírito Santo, e com o que ainda temos para aprender com a
homilética.
CALMA! TEM MAIS COISA...
2. “ELOQUÊNCIA”
Esta
aí e a Capacidade do bem falar. A eloquência nos ajuda a manter nossa voz em
uma tonalidade que produza em nossos ouvintes conforto. Sabem aquela história
de não sermos monótonos nem narradores de futebol? Isso tem a ver com a
eloquência. Eloquência nos ensina a pregar sem gritarias ou pulos e gestos tipo
lutadores de kug-fú. Vamos entender de uma vez por todas? A mensagem da Palavra
de Deus é para ser entendida por aqueles que estão nos ouvindo e a Eloquência
entra em cena exatamente para nos ajudar neste ponto. Falar de forma Eloquente
é ter Expressividade no falar. Falar de forma que sejamos capazes de transmitir
nossa mensagem com entendimento e firmeza. Isso pode ser desenvido utilizando
recursos da teoria, que é o nosso caso aqui neste Workshop. Ou podemos desenvolver
na prática, pregando.
Como se faz isso?
Vejamos.
Podemos usar um pouco de
criatividade.
è PREGANDO pra nós mesmos...
Conheci
um pastor que preparava suas mensagens com muita calma (pelo menos ele
transmitia isso quando pregava). Depois, com a mensagem pronta, ele se posicionava
em frente ao espelho e pregava para ele mesmo, como se estivesse na igreja, e ia
corrigindo possíveis erros que ele encontrasse na mensagem ou na transmissão da
mesma.
O PR Josué Orion, conhecido por
falar sobre os perigos do Walt Disney, testemunha em algumas de suas palestras
que no início de seu ministério, para desenvolver a prática da oratória, ele pregava
para uma plantação de abóboras. O pior de tudo, é que, segundo ele mesmo sempre
diz, estas abóboras tinham todas elas, um coração endurecido, nenhuma delas se
converteram.
Meu
cunhado, dirigente de uma igreja, na Baixada Fluminense, para desenvolver sua
técnica de oratória, pregou para um grupo de crianças, seus próprios filhos.
Coitadinhos, isso devia ser um castigo daqueles... Ele reunia os meninos e
mandava ver. Assim querendo ou não estes meninos o ajudaram a desenvolver o seu
talento, a duras causas, eu acho...
Na
Eloquência o dom natural se desenvolve geralmente de forma natural, entretanto,
por ser uma arte, sua técnica pode ser desenvolvida pelo estudo e pelo
treinamento.
Retórica
é o estudo teórico das regras que ajudam a desenvolver e aperfeiçoar o talento
natural da palavra. Basear-se na observação e no raciocínio. A retórica nos
apresenta algumas regras relativas a eloquência. Se por um lado a Oratória nos ensina
o desenvolvimento de nossa capacidade de falar bem em público, por outro lado,
a retórica vem nos ensinar a desenvolvermos nosso talento natural, ou seja,
aquilo que o próprio Deus fez nascer em nós, e que podemos desenvolver pela
busca de conhecimentos específicos. Trocando em miúdos significa aprender a
usar um talento que temos mais precisa ser desenvolvido.
➡ Dom
ou talento, vem de Deus.
➡ Conhecimento
é o resultado do estudo sistemático da Palavra de Deus.
➡ Habilidade,
o desenvolvimento da experiência.
É
possível fazer boas preleções mesmo sem o DOM. Neste caso o pregador terá de
contar com o conhecimento e com a habilidade. Se souber fazer uso destas
ferramentas, pode ter bons resultados mesmo que sinta ausência do chamado para
tal Ministério.
Continua...
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