domingo, 26 de fevereiro de 2017

Workshop de Homilética Parte III


Princípios Básicos entre a Pregação e Pregador.

Texto Devocional: Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 2Tm 2.15

Texto Básico: Rm 10.14 Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?

PRINCÍPIOS Básicos...

Introdução.
Finalmente chegou a hora de começar a falar do momento crucial. O momento em que teremos de uma vez por todas de “encarar” o que mais tememos... O púlpito! É o encontro tão esperado entre o pregador, o púlpito e os ouvintes… Se chegamos aqui, relaxe, não tem mais saída, Esse vai ser o nosso momento... Para piorar só um pouquinho, vamos lembrar estaremos frente a frente com um monte de gente com os olhos arregalados esperando ouvir o que temos a dizer. Afff que calafrio!...  Nesta hora vamos perceber a diferença entre estarmos preparados ou simplesmente deixamos tudo para a última hora. Querem saber, ainda tem “pregadores” que fazem isso! Não se preparam, deixam tudo literalmente para a última hora... Lembre-se sempre: Nunca devemos subir ao púlpito sem saber exatamente o que vamos falar. Pior ainda, é se o convite foi feito com “trocentos” anos de antecedência. Se não nos preocuparmos com este momento, fatalmente, pode anotar aí, vai dar ruim... Será muito melhor procurarmos outro ministério, definitivamente pregar não vai dar certo!

Mais uns detalhezinhos antes de começarmos...

É aconselhável algum cuidado com a mensagem, tipo não levar um discurso longo demais... Sabe aquelas mensagens intermináveis? Evite-as... Às vezes escrevemos quase um caderno inteiro e depois não conseguimos terminar. Aí só tem duas saídas, ou nos esquecemos do relógio e mandamos ver, ou simplesmente paramos de pregar onde estivermos... Posso te garantir nenhum dos dois será uma boa escolha! Mensagens longas demais tendem a se tornarem cansativa aos ouvintes. Teremos que ter muito “jogo de cintura” na condução de uma mensagem assim, senão, logo perceberemos muita gente se retirando... Isso é horrível! Mensagens monótonas por falta de recursos e preparação também costumam ser tediosas. Se for longa, pior ainda. Isto, na igreja, tem até apelido: “encher linguiça”. Se não temos mais conteúdo para a mensagem, o melhor encerrar. Fica mais bonito.  

Existe ainda outro cuidado que deve ser observado! Pregador não é comediante, então nada de ficar gastando tempo contando historinhas ou fazendo piadinhas sem graça.  Nossa preocupação não deve ser a de “distrair” o povo. Se for isso que estão buscando, é melhor convidarem alguém como Dedé Santana ou outro “trapalhão” qualquer. Nossa missão é pregar. Por isso estamos aqui, vamos buscar recursos na Palavra de Deus e na homilética, para uma proclamação eficiente da mensagem do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Se nossa intenção é a de “distrair” o público, estamos no lugar errado... … Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.

ENTÃO VAMOS COMEÇAR LOGO…
I. Quatro PRINCÍPIOS BÁSICOS...
A hermenêutica nos ensina pelo menos quatro princípios básicos para um bom entendimento entre pregação e pregador. Estes princípios não sendo desprezados podem ser importantes no desenvolvimento da mensagem. Se levarmos isto a sério com certeza veremos em breve o resultado do Ministério da Palavra em pleno desenvolvimento em nossas vidas. Então Vamos ver cada um deles separadamente e com calma.
1º OBJETIVIDADE
Porque somos pregadores? Porque queremos reconhecimento pessoal? Porque queremos uma oportunidade de expor a nossa imagem? Porque queremos que o nosso nome seja reconhecido? Será que pensamos em passar pela rua e as pessoas gritarem: olhem lá, “O PREGADOR DAS MULTIDÕES!”. Cara, isso pode ser o máximo... Não precisamos nem dizer que se estas são as razões, nosso lugar não é aqui. Este não é o objetivo correto para com a Palavra de Deus. Todo o sucesso na pregação deverá sempre redundar em glória ao Senhor Jesus. Afinal foi Ele quem nos chamou e nos deu o Espírito Santo, nos capacitando para o desenvolvimento na transmissão da Sua Palavra. O objeto da nossa pregação sempre deverá ser “Ele”, ninguém mais… Por isso a objetividade nos sermões devem envolver três aspectos imprescindíveis que se observados e cumpridos mostrará que estamos no caminho certo: O alvo, o sucesso e o resultado.
→ O alvo: O pecador. (sempre)
→ O resultado: O pecador alcançado pela Palavra. (sempre)
→ O sucesso: Saber que através da pregação da palavra, o alvo foi alcançado, o resultado foi obtido e que na eternidade ambos se encontrarão diante do Senhor Jesus pelos séculos dos séculos.

2º TRANSMISSÃO
2Tm 4:24 prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino… Toda mensagem deve ser recebida diretamente de Deus. Nossa missão será apenas a de trabalhar a mensagem recebida no sentido de deixá-la apresentável aos ouvintes de maneira que consigam entender exatamente o que Deus estará falando através de nós. Neste ministério devemos sempre olhar em pelo menos duas direções:
→ Para Deus, como o autor da revelação aos homens.
→ Para os homens, a quem teremos de entregar a mensagem de Deus.
A mensagem será recebida como resultado da leitura e do estudo e da meditação na Palavra de Deus. A Bíblia é a revelação de Deus aos homens, por isso, tem que ser nossa principal fonte de inspiração. E não me venham dizer que não temos tempo para ler e estudar a Bíblia, porque disso depende todo o nosso ministério como pregadores. Se não temos como estudar a Palavra de Deus, é melhor procurarmos mesmo outro ministério, menos o de pregador ou Mestre. O que não falta na Igreja é trabalho. Mas a transmissão da Palavra deve acontecer a partir da busca em Deus e do estudo sistemático da Sua Palavra. A inspiração e revelação somente acontecerão se assumirmos esta responsabilidade. Não somos repetidores, somos profetas e profetas transmitem o que Deus tem a falar para o povo! Outra coisa importante. É bom ficar pregando sermões de outros pregadores... Temos a fonte que a Bíblia e temos o Intérprete que é o Espírito Santo, então vamos buscar neles a nossa mensagem!

3º EXPERIÊNCIA.
Geralmente entendemos a experiência como um estado de confiança ou firmeza adquirido pelo longo tempo em que fazemos ou realizamos algo. A frequência ou o tempo são sim grandes amigos neste sentido, mais, em se tratando de homilética o sentido para “experiência” é um pouco mais abstrato e profundo. O que a homilética ensina quando fala “Experiência” é de uma relação de sentimento ou a certeza em que a mensagem que vamos pregar foi, em algum tempo, “experimentada” em nós. É o entendimento de que a eficácia na pregação depende da experimentação dela primeiro em nossas vidas. Significa termos  sidos convencidos ou tocados eficazmente por ela.  Portanto, buscar conhecer a mente de Deus, é uma arte que a homilética nos exorta a sempre desejar cada vez mais. Deixa-Me bater na tecla de novo! A arte que estamos aprendendo com a homilética no sentido de fazer um bom sermão pode até nos fazer bons pregadores, mas não será inútil sem o conhecimento de Deus e de Sua Palavra.

4º O PREPARO...
Agora vamos contradizer um monte de coisas que dissemos até aqui. Mas com calma! O que vamos dizer pode ser muito importante, e bem pode ser que precisaremos mesmo nos preocupar com isso. Pois bem, precisamos saber que uma boa mensagem é aquele que foi desenvolvida em um tempo hábil. Foi preparada de modo que este tempo nos capacitou a contextualizá-la e buscar recursos adicionais para ela. Uma mensagem bem preparada, sem dúvidas atenderá as necessidades do povo e refletirá nossa capacidade intelectual em transmitir verdades eternas do Evangelho dentro de níveis alcançáveis segundo a realidade de cada povo em cada época. O conhecimento aqui é vital ao desempenho do pregador. Por isso seremos muito úteis para Deus, se cuidarmos também de nosso preparo intelectual. Nenhum pregador que não goste de estudar poderá alcançar sucesso.

Resumindo, Uma boa mensagem não é aquela que é necessariamente bonita, ela precisa ser tocante. Não precisa de composições que a plastifique com formas aparentemente agradáveis, mas que retire dela todo poder espiritual. Nossa finalidade não deve ser a de distrair cérebros, mas transformar vidas. Uma boa ideia é fazer uma ligação entre preparação e oração, podemos ter com a Oração um canal ilimitado de experiências com Deus.

Espera um pouquinho, pode Explicar MELHOR ESSE NEGÓCIO!
Tudo bem, vamos tentar de novo. A mensagem não é como sempre pensamos um discurso que preparamos no dia anterior. A mensagem precisa nascer na mente de Deus e ser transmitidas a nós. Por isso, o conhecimento de Deus e a busca da intimidade com Ele pela oração e pela Palavra são aspectos inegociáveis. Isto acontece sob as seguintes circunstâncias:
→ Através da comunhão. Vivendo nossa vida em harmonia com Deus.
→ Companheirismo. Sermos acompanhados e termos o cuidado DEle
→ Relacionamento. Mantendo uma relação de afetividade com Deus.
→ Intimidade. Mantendo com Deus um relacionamento de amizade profunda..

Agora vamos continuar caminhando... Sabemos que as pessoas além de nos ouvirem, também vão nos observar. Aliás, é bom sabermos que em certos momentos estas pessoas nos observarão mais do que nos ouvirão. Segundo a hermenêutica, isto pode ser muito bom, pois temos como  explorar essa curiosidade natural das pessoas usando-a a nosso favor.

Sério? temos como fazer Isso!
Temos sim! Mas vamos primeiro entender uma coisa: Essa pode ser uma ideia excelente, Mas teremos que aprender a usar alguns “truquezinhos” da comunicação com o corpo. Isso é feito através de gestos, postura ou posição enquanto pregamos. Nada de novo, tudo já foi dito por aqui. O que faremos será usar a linguagem verbal e a linguagem corporal trabalhando juntas criando impressões positivas. Vamos ver então algumas dicas que a homilética nos dá sobre isso para melhorar nossa comunicação.

Já que começamos a falar em gestos, vale observarmos algumas orientações sobre eles. Podemos começar reconhecendo os momentos certos para usá-los em nosso favor. Sobre este assunto, não existe regras específicas cada um de nós tem sua maneira singular de ser. Os gestos podem nos ajudar a atrair a atenção dos ouvintes, mas cuidado, podem também afastá-los. Servem como ajuda para vencer a tensão, mas não precisam ser exagerados ao extremo a ponto de causar estranheza naqueles que estão nos ouvindo.

ENTÃO COMO TEM QUE SER ISSO?
Tenha cuidado com os gestos grotescos, feios, obscenos, ofensivos e desagradáveis. Gestos desta natureza só causam prejuízo no processo da comunicação. Os nossos gestos precisam e devem ser coerentes com o que falamos, unindo o que esta sendo expresso através do corpo com o que se está sendo expresso através da voz.

Há, eu Quero UM EXEMPLO MAIS PRÁTICO...
Então vamos imaginar que estamos pregando, e falando em servir ao Senhor de todo o coração. Para ilustrar nossas palavras, de forma natural, juntaremos nossas mãos e a traremos a altura do peito. Depois, estenderemos e aproximaremos como se quiséssemos retirá-lo. Finalmente, vamos estender as mãos à frente num gesto de entrega do coração a Pessoa do Senhor Jesus. Viu como é fácil?

Detalhe! Aqui cabe um alerta vermelho. Se tivermos o mau costume de utilizar gestos indevidos no nosso dia a dia, num momento de descuido corremos o risco de “saltarmos” eles durante a preleção. Isto às vezes de forma inconscientemente. Isto fatalmente será uma catástrofe a nossa apresentação!
Vamos procurar fazer tudo com muita naturalidade e cuidado, isto vale para tudo o que fazemos na vida, inclusive no processo de comunicação. Copiar gestos de outros pregadores considerados famoso, pode não ser bom, quebra a naturalidade, então não vamos ser bobos, a igreja conhece os pregadores e a maioria dos gestos que eles utilizam, assim, também saberá que estamos os imitando. Alguns pregadores costumam gravar suas apresentações e depois ouvir ou assistir com o intuito de corrigir os erros de postura e gestos nas futuras apresentações. Isso é legal.

NOSSA COMO ISTO FUNCIONA?
É simples. Pensemos em uma criança nos pedindo um brinquedo. Ela é tão pequenininha que ainda não sabe falar. Como ela fazer isso? Ela estende a sua mãozinha apontando para o brinquedo, Nós entendemos a “linguagem”, e atendemos o seu pedido. É assim que funciona. Os gestos nos ajudam a fortalecer os argumentos que queremos transmitir.

III. Afetações ou maus hábitos.
Chegou o pior momento do Workshop. Dificilmente escaparemos ilesos deste assunto!  Seremos confrontados por uma coisa conhecida como afetações na comunicação. Vimos até aqui as maneiras corretas, agora veremos o que não fazer... Trata-se de alguns maus costumes que, tenho certeza praticamos na maioria das vezes em que vamos pregar. Acontecem, às vezes, de maneira inconsciente e nem percebemos quando os fazemos. Outras vezes fazemos sabendo o que estamos fazendo, e teimamos em continuar fazendo. Precisamos descobrir estas efetações e corrigi-las depressa. Então vamos nessa correndo...

Afetações que devem ser evitadas:
Vamos entender aqui que estamos no exato momento da pregação, já assumimos a tribuna e vamos começar a nossa prédica... Vamos observar com cuidado as posturas a serem evitadas.

® Parecer um goleiro, com muito espaço entre as pernas.
® Parecer um soldado prestando continência ou aguardando a inspeção do comandante.
® Parecer um lutador de boxe, com as mãos fechadas e girando os braços no ar.
® Demonstrar estar muito tenso e ficar mexendo muito com alguma coisa, como a Bíblia ou a gravata, ou colocando a mão dentro do bolso.
® Ficar balançando enquanto prega.
® Parecer que vai voar.
® Ficar sempre batendo a Bíblia no púlpito.
® Ficar caindo sobre o púlpito (desengonçado).
® Atacar hostilmente com palavras acusadoras de Censura.
® Exagerar em provocar risos, tornando-se palhaço.
® Elogiar a si mesmo.
® Cansar os ouvintes com sermões longos.
® Afastar-se do texto e do tema.
® Cravar os olhos no chão ou no teto.
®  Olhar demasiadamente em algum ouvinte Particular.
® Ficar rígido ou imóvel, como uma estátua.
® Andar na plataforma como passos gigantes, ou de gatinhas.
® Colocar as mãos na cintura e nos bolsos.
® Ficar abotoando e desabotoando o paletó.
® Começar cada frase tossindo.
® Ficar o tempo todo com o dedo indicador em forma acusadora.
® Dar socos na mesa ou púlpito.
® Exagerar em tirar e colocar os óculos.
® Ficar arrumando a gravata.
®  Jogar a bíblia sobre o púlpito.
® Ficar alisando o cabelo.
® Ficar olhando o relógio todo o tempo.
® Usar gírias ou piadas.
® Se desculpar por não estar preparado.
® Dizer repetida vezes: logo vou terminar.
® Expressar-se de maneira presunçosa ou orgulhosa.


Continua...

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