terça-feira, 15 de novembro de 2016

CARTAS AOS ROMANOS LIÇÃO IV

ESCOLA BÍBLICA VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ/ SAQUAREMA.  CARTA AOS ROMANOS
LIÇÃO IV " A Questão do Julgamento"

Texto Básico: Romanos 2:1-16 1 - PORTANTO, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. 2. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. 3 - E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? 4 - Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? 5 - Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; 6 - O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: 7 - A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; 8 - Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade; 9 - Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; 10 - Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; 11 - Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. 12 - Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. 13 - Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14 - Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15 - Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 16 - No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Introdução: Paulo inicia este novo capítulo dando a impressão de que pretende mudar o assunto discorrido no primeiro capítulo. Mas o que ele faz é trazer uma palavra de repreensão ou de alerta aos crentes que vivem uma vida de aparências. Paulo depois de tratar de assuntos de tamanha seriedade, ele agora precisa se dirigir para membros, em plena atividade, que vivia uma aparência fingida, condenando outras pessoas, mas fazendo exatamente o que tais pessoas faziam. Condenavam a prática do pecado, mas viviam na mesma prática. Paulo se vê obrigado a exorta estes "crentes" ou supostos crentes, que para piorar as coisas,  talvez até ocupassem posições de liderança, mais, no entanto, eram exatamente iguais aos citados anteriormente. Viviam de forma disfarçada suas vidas de depravação e pecados e no sentido de esconderem suas práticas pecaminosas, faziam uso de uma prática que não era autorizada por Deus que é de julgar outras pessoas. Ainda mais pelo fato de que tais "julgadores" cometiam as mesmas práticas pecaminosas das pessoas que eles julgavam.

Mas Paulo é claro na sua colocação: PORTANTO, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. Vamos observar mais de perto as circunstâncias que envolvem toda essa problemática, e com certeza servirá de luz que nos ensinará a não trilhar por caminhos parecidos. Bom estudo!

I.  A QUESTÃO DO JULGAMENTO.
v.3 E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
Paulo começa este capítulo com uma palavra pouco utilizada em nosso vocabulário: "Inescusável". A Tradução Revista e Corrigida (RC) utiliza o termo "Indesculpável" e é acompanhada pela NVI e pela NTLH, que muda apenas as colocações das palavras: "Você não tem desculpa...". O dicionário Informal traduz o termo inescusável como algo que não se pode desculpar por deixar de fazer. Segundo o mesmo dicionário a palavra é muito utilizada em direito penal. Significa dizer que o indivíduo não pode se retratar depois de cometido o ilícito. De outra sorte, trazendo para o meio social, não cabe pedir desculpas. Como exemplo o dicionário cita que em crimes de calúnias e difamação (artigos 138 e 139) é escusável a retratação, enquanto que no crime de injúria (artigo 140) é inescusável, ou seja, não há retratação. Paulo sabe exatamente o que e com quem está falando. O pecado deve ser tratado de forma muito séria e não podemos abrir precedentes para quem quer que seja. A vida cristã é uma vida de compromisso com a Palavra de Deus e disto, não podemos abrir mão.

1. UMA DOENÇA APARENTEMENTE SEM CURA.
...porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
Quando olhamos para a aparência, forma ou atitude de uma pessoa utilizando nossa capacidade de percepção em relação a ela, na verdade, podemos estar fazendo um julgamento. Achamos a pessoa boa ou ruim, agradável ou insuportável. O pior é que muitas vezes erramos em nosso conceito. No caso da Igreja em Roma a situação foi um pouco pior. Parece que além de membros comuns, havia certas lideranças que constantemente julgavam outros membros. No entanto estes que se ocupavam em julgar eram pecadores no mesmo grau das pessoas que eles julgavam. Cometiam exatamente os mesmos pecados. Não precisamos dizer que Deus a tudo vê, nada fica oculto aos seus olhos, e Ele mesmo se encarrega de fazer a separação.

E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. Lembram-se do texto do joio e do trigo? Foi o próprio Deus quem fez a separação. Mt 13.26-30 26 - E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. 27 - E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio? 28 - E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo?  29 - Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. 30 - Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro. Não cabe a nós o dever de julgar quem quer que seja. Se existem pessoas comprovadamente na prática do pecado, e a Igreja toma conhecimento, existem critérios no tratamento a tais pessoas. Elas não são expulsas nem desprezadas, mas, dependendo do pecado deverá enfrentar disciplinas que são previamente estabelecidas.

Durante o período de disciplina, tais pessoas devem ser orientadas no sentido de abandonarem tal prática e serem acompanhadas em oração. O problema de Roma era que as pessoas que deviam ser orientadores, eram praticantes dos mesmos tipos de pecados. Tornando assim impraticável a cura para os doentes, na verdade, todos estavam doentes. Deus tem o poder de trazer a cura, mas o tratamento deve ser extremamente com orientação Bíblica. Os que pregam a Palavra devem ser os primeiros a procurarem viver uma vida de retidão. O remédio para o pecado é o arrependimento genuíno das práticas pecaminosas e o abandono de tais práticas. Sem arrependimentos e o abandono de tais práticas, não haverá cura. Pv 28:13 O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.

2. A FALSA EXPECTATIVA.
E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
Parece que a os crentes romanos vivam enganados em suas expectativas. Eles julgavam os irmãos na fé, a liderança, por certo aplicava algum tipo de punição por suas práticas, mas quando se tratava deles, eles fingiam nada estar acontecendo, parece que tinha uma falsa expectativa de que por possuírem algum cargo de trabalho, algum privilégio ou mesmo alguma liderança na igreja, não sofreriam nenhuma pena. Talvez, até o momento desta epístola, pensavam que eram "intocáveis". Mas não por Deus que a tudo vê, e é bom que não haja ilusão neste sentido, pois a Bíblia é bem clara: Gl 6.7-8 Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.

Seja qual for o caso, seja o considerado de menor escalão até o considerado, mas alto grau na Igreja, deve haver algum tipo de disciplina que seja aplicado. Não é possível que sejamos conduzidos por pessoas completamente envolvidos em pecados. A disciplina não deve ser unilateral. Independente de quem cometeu o pecado, os erros devem ser punidos exemplarmente. É muito comum em nossos dias casos de pastores ou líderes de departamentos que se envolveram em casos de pedofilia, adultério, homossexualismo ou coisas do gênero, e absolutamente nada sofreram como punição por seus erros. Quando são disciplinados, geralmente suas penas são muito brandas em virtude do pecado e da responsabilidade por eles exercida. “... cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?". Suas penas, em relação a seus cargos, deveriam ser maiores do que a pena de um membro que não exerce nenhum cargo de liderança.

II. O PECADO DO HOMEM E A IRA DE DEUS.
v. 5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
Paulo ao falar do tipo de vida que os romanos estavam levando não poupou argumentos para provar o quanto eles estavam agindo de forma errada. Primeiro ele fala do coração e cita o estado do coração dos crentes romanos. Ele os classifica como duros e impenitentes.

Coração duro. Um coração classificado como duro, neste caso, não tem a ver com sua consistência física, mas de seu estado emocional. Geralmente pessoas com o coração assim, são pessoas com dificuldades de perdoar, de amar, de buscar companhias, de ceder, de pedir perdão, etc. Estes sentimentos impedem todo tipo de relacionamento, inclusive o relacionamento com Deus. Talvez fosse uma das razões em que os crentes romanos preferiam julgar a dar uma oportunidade ao arrependimento e a cura.

Coração Impenitente. Um coração impenitente é um coração incapaz de avaliar consequências. Ele prefere continuar no erro a dar condições de acertos a outras pessoas,

Paulo tenta trazer entendimento ao coração dos crentes romanos que uma busca se faz necessária no sentido de alcançarem o perdão divino. Ao mesmo tempo os exortam a que ajudem aqueles que como eles precisam da cura. O remédio é apresentado no verso 6. Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? O remédio necessário encontra-se exatamente na postura de reconhecimento da Pessoa de Deus, e é o que Paulo faz questão de apresentar aos Romanos, o Deus paciente, longânime e benigno cujo prazer está em oferecer o perdão ao pecador arrependido.

O profeta Isaías reforça o argumento em Is 57.15 Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos. Aqui, o coração contrito é o coração arrependido e disposto a voltar-se para Deus.

Paulo aproveita o argumento é trata logo de apresentar aos romanos a condição reservada segundo as escolhas que eles fizerem.

A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção. v.7. Paulo começa descrevendo a situação infinitamente melhor para aqueles que, como ele diz, "procuram a incorrupção". Esta procura deve ser entendida como a resolução da mudança de vida, do abandono de vez do pecado e decisão consciente em servir ao Senhor com fidelidade. O resultado: A vida eterna!

Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade. v.8.  Paulo não esconde a condição final para aqueles que preferem continuar em pecado. Ele apresenta um estado de indignação da parte de Deus em relação ao homem contencioso, que vive em desobediência conduzindo sua vida em iniquidade contra a Pessoa divina. o resultado apresenta duas palavras que devem ser extremamente temidas:

TRIBULAÇÃO: O sentido desta palavra é bem patente: Aflição, agonia, tormento, adversidade, angustia, grande luta. Podemos descrever uma pessoa atribulada como alguém que em virtude de seu desespero, não consegue ver uma saída para a situação em que se encontra.

ANGUSTIA. Vimos que angustia é uma definição do termo tribulação, no entanto o termo é mais abrangente, pois define um estado de depressão física acompanhado de opressão. A angústia trás fraqueza, desânimo, mau humor, insatisfação e em muitos casos leva ao estado do suicídio. Em resumo, a angústia é um estado de extremo sofrimento.

O mais intrigante nisso tudo, é que ambos os estados descrito por Paulo relaciona-se a eternidade. Se já é difícil imaginarmos a tribulação e angustia por um tempo finto, imaginem tribulação e a angustia por um tempo que não tem fim. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão... v.9a

CONCLUSÃO:
13,16- Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados... No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
Paulo deixa claro ao final do verso 2 que o fato de ser ouvinte, não o livra o ser humano de seus pecados. A justificação somente acontece quando recebemos o Senhor Jesus Cristo e vivemos uma vida de obediência a Palavra de Deus. Esta é a base para nossa salvação


















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