sábado, 31 de outubro de 2020

AMILENISMO, PRÉ MILENISMO E PÓS MILENISMO

 

ESCOLA BÍBLICA DINÂMICA - ESCATOLOGIA BÍBLICA

TEXTO BÁSICO: Is 11.1-15

1. Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um renovo2. O Espírito do Senhor repousará sobre ele, o Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz conselho e poder, o Espírito que dá conhecimento e temor do Senhor. 3. E ele se inspirará no temor do Senhor. Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu; 4. mas com retidão julgará os necessitados, com justiça tomará decisões em favor dos pobres.Com suas palavras, como se fossem um cajado, ferirá a terra; com o sopro de sua boca matará os ímpios. 5. A retidão será a faixa de seu peito, e a fidelidade o seu cinturão. 6. O lobo viverá com o cordeiro, o leopardo se deitará com o bode, o bezerro, o leão e o novilho gordo pastarão juntos; e uma criança os guiará. 7. A vaca se alimentará com o urso, seus filhotes se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. 8. A criancinha brincará perto do esconderijo da cobra, a criança colocará a mão no ninho da víbora. 9. Ninguém fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar. 10. Naquele dia, as nações buscarão a Raiz de Jessé, que será como uma bandeira para os povos, e o seu lugar de descanso será glorioso. 11. Naquele dia, o Senhor estenderá o braço pela segunda vez para reivindicar o remanescente do seu povo que for deixado na Assíria, no Egito, em Patros, na Etiópia, em Elão, em Sinear, em Hamate e nas ilhas do mar. 12. Ele erguerá uma bandeira para as nações a fim de reunir os exilados de Israel; ajuntará o povo disperso de Judá desde os quatro cantos da terra. 13. O ciúme de Efraim desaparecerá, e a hostilidade de Judá será eliminada; Efraim não terá ciúme de Judá, nem Judá será hostil a Efraim. 14. Eles se infiltrarão pelas encostas da Filístia, a oeste; juntos saquearão o povo do leste. Porão as mãos sobre Edom e Moabe, e os amonitas lhes estarão sujeitos. 15. O Senhor fará secar o golfo do mar do Egito; com um forte vento varrerá com a mão o Eufrates e o dividirá em sete riachos, para que se possa atravessá-lo de sandálias. 16. Haverá uma estrada para o remanescente do seu povo que for deixado na Assíria, como houve para Israel quando saiu do Egito.

INTRODUÇÃO. Até aqui em nosso estudo da escatologia bíblica, procuramos fazer distinção no que a Bíblia chama o "Dia de Cristo" e o "Dia do Senhor". O Dia do Cristo é o dia da sua vinda como Senhor e Noivo para a Sua Igreja. Vimos que esse dia começará com o arrebatamento da igreja, seguido pelo julgamento do Tribunal de Cristo e pelas Bodas do Cordeiro. O "Dia do Senhor", ao contrário, será um tempo de juízos para o mundo ímpio e para Israel, por ter rejeitado o Filho de Deus 2Ts 2.9-12. O "Dia do Senhor" terá inicio após o arrebatamento, e dirá respeito a terra e aos que aqui ficarem, desembocando na Grande Tribulação, terminando após o estabelecimento do Reino de Cristo sobre a terra e com a restauração do povo judeu. Em relação à vinda do Senhor Jesus, descobrimos que a única unanimidade que há entre os estudiosos da Bíblia, é que Ele voltará. Nos demais aspectos, são várias correntes defendidas. Cada um com sua teoria e opinião. Hoje, nesta lição nos concentraremos no Milênio, que significa “mil anos”, termo que vem do latim “Millennium” e encontramos sua melhor descrição em Ap 20.2,3 onde lemos: Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos; lançou-o no Abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações, até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo. A grande pergunta que nos fazemos é: A que se refere este termo “Milênio”, apresentado em Apocalipse? Ao longo da história da igreja encontramos pelo menos três grandes escolas de interpretação sobre a época e a natureza desse termo “Milênio”. e é sobre isso que nos debruçaremos a partir de agora.

I. AMILENISMO OU AMILENIALISMO. Ap 20.1,2 Vi descer dos céus um anjo que trazia na mão a chave do Abismo e uma grande corrente. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos;

O amilenismo, ou amilenialismo, é o nome dado à crença de que não haverá um reino literal de Cristo por Mil anos. Os defensores dessa ideia são chamadas de amilenistas. O prefixo "a" em amilenismo significa "não" ou "sem". Portanto, o amilenismo significa “sem milênio”. No entanto, não é exatamente esta a crença dos que defendem esta doutrina, eles não acreditam na verdade é em um Milênio literal, isto é, um reino literal de mil anos de Cristo na terra. O que defendem é que Cristo está agora assentado no trono de Davi e que a era atual da Igreja é o reino sobre o qual Cristo tem domínio. Os “Amilenistas” ensinam que a Bíblia não faz nenhuma distinção cronológica entre a vinda de Jesus Cristo em Glória, o arrebatamento da Igreja e a participação do crente no céu e na nova terra. Para eles, haverá apenas uma ressurreição geral dos crentes e dos incrédulos, que ocorrerá durante a segunda vinda de Jesus. O julgamento final será para todos os povos. A tribulação, segundo defendem, já é algo que experimentamos na presente era. A soltura de Satanás, após o Milênio, é equiparada ao aparecimento do anticristo antes do retorno de Jesus Cristo. Essa maneira de interpretar o Milênio não é nova, pois retrocede aos primeiros séculos da Igreja. Mas foi Agostinho de Hipona (354- 430 d.C.) quem lhe deu a sua expressão clássica. A visão de Agostinho refletia que o mundo havia se tornado “cristão” sob o império de Constantino, embora restasse ainda muita maldade, fato que seria mesmo de esperar, visto que Jesus Cristo tinha falado acerca do joio que continuaria no meio do trigo até o dia da “colheita”. E assim foram condenados outros pontos de vista sobre o Milênio, de tal maneira que Jerônimo foi capaz de escrever: “Vamos acabar com esta fábula dos mil anos”. O ponto de vista Agostiniano do Milênio continuou a predominar não somente durante a Idade Média, mas também durante o período da Reforma Protestante, com adeptos até hoje.

II. PÓS-MILENISTA OU PÓS-MILENISMO. Ap 20.3 lançou-o no Abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações, até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.

Segundo esta linha de interpretação, haverá neste mundo um glorioso reinado de Cristo; em seguida, a sua volta. Esse reinado, do qual os crentes participarão, ocorrerá à medida que mais e mais nações e povos vierem se submeter ao Senhorio de Jesus Cristo. Visto que os números na literatura apocalíptica por muitas vezes tenham um sentido simbólico, os mil anos seriam qualquer período de tempo antes da volta de Jesus Cristo, quando o Evangelho triunfar sobre o mundo inteiro. Esse ponto de vista origina-se em uma compreensão exageradamente otimista da história e tem dado grande impulso ao evangelismo e às missões. Também afirma que a inauguração dessa nova era na terra depende da fidelidade da igreja à Grande Comissão. Daniel Whitby (1683-1726) deu a essa opinião sobre o Milênio a sua mais impressionante formulação, conquanto não tivesse sido o primeiro a defendê-la. A destruição do anticristo, antes do Milênio, era interpretada por ele como uma indicação do colapso da Igreja Católica Romana. Religiões pagãs, o islamismo, o ateísmo e o secularismo cederiam lugar diante do governo de Jesus. O Reavivamento Metodista do século XVIII contribuiu consideravelmente para essa perspectiva otimista da história. Jonathan Edwards, grande pregador norte-americano daquele século, também defendeu esse ponto de vista. Mas talvez ninguém tenha propagado com maior eficiência essa posição do que Mathew Henry, o famoso comentador bíblico. Essa compreensão sobre o Milênio provavelmente estava no auge de sua popularidade na América do Norte quando da virada para o século XX, fomentada pelo grande progresso dos missionários ocidentais em terras “pagãs”. Os Pós-Milenistas, como Charles Hodge, B.B.Warfield, W.G.T.Shedd e A.H.Strong, crêem que a segunda vinda de Cristo ocorrerá após o Milênio (não literal). A era presente se misturará com o Milênio de acordo com o progresso do evangelho no mundo. Em geral, os Pós-Milenistas assumem a mesma postura com relação ao ensino da Amilenista no tocante ao ensino da ressurreição, do julgamento final, da tribulação e da posição sobre Israel e a igreja. 

III. PRÉ-MILENISTA OU PRÉ-MILENISMO. Ap 20.4 Vi tronos em que se assentaram aqueles a quem havia sido dada autoridade para julgar. Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos.

De acordo com o entendimento Pré-Milenismo, o Milênio, conforme descrito em Apocalipse 20, representará um período intermediário ou de transição entre esta era e o estado eterno, contando a partir da Vinda do Senhor Jesus em Glória. Ponto de vista que retrocede até o século II d.C. Apesar de quase desaparecer durante a Idade Média, foi revivido durante a Reforma Protestante e depois dela,com Joaquim de Floris (século XII d.C.) Foi muito difícil para Justino Mártir abandonar o ponto de vista Agostiniano, quando, no Século II, foi interrogado por Trifo, o judeu, se ele pensava que a Jerusalém Terrena seria restaurada. Sua resposta foi com um “sim”, mas então acrescentou: “Por outro lado, já dei a entender que muitos cristãos que pertencem à fé pura e piedosa, sendo cristãos autênticos, pensam de modos diferentes”. Conforme sugeriu Justino, sempre houve diferenças de opiniões sobre a natureza do Milênio, mesmo entre aqueles que defendiam o ponto de vista Pré-Milenista. Uma posição largamente defendida pelos evangélicos hoje em dia, e também defendida por esta igreja.

Algumas das perguntas que dividem os “Pré-Milenistas” são estas:

1. Esse reino processar-se-á no céu ou na terra?

2. Haverá pessoas sobre quem os santos governarão?

3. Nesse caso, quem serão elas?

4. Os mil anos devem ser entendidos matematicamente?

5. Ou simplesmente assinalarão um certo período de duração que somente Deus conhece?

 Mas se o “Pré-Milenismo” é tão antigo quanto o século II (d.C.), uma variação especial foi introduzida por João Nelson Darby (1800-1882). Ele dividiu a “parousia” em dois estágios ou duas fases: Na primeira fase, o Senhor Jesus Cristo se encontrará com a igreja nos ares, levará os salvos para participar das Bodas do Cordeiro nas regiões celestiais e, após sete anos de tribulação na terra, sem a presença da igreja, ela regressará com Jesus Cristo para reinar neste mundo por mil anos. Esse regresso com Jesus Cristo para reinar neste mundo por mil anos equivale à segunda fase da sua “parousia”. Após a conversão dos judeus por ocasião da segunda fase da “parousia” de Cristo, eles se tornarão evangelistas eficientes, muitos reconhecerão Jesus Cristo como Rei. No fim do reinado terreno de Jesus Cristo, quando terão sido cumpridas as promessas nacionais feitas a Israel, Satanás, após ser solto, encabeçará as forças do mal em uma batalha final contra Deus. A derrota dessas forças malignas assinalará o início do estado eterno. Através de muitas de suas obras escritas e seu ministério de pregação, os pontos de vista de Darby se propagaram largamente, influenciando principalmente o célebre ganhador de almas Dwight L. Moody (1837-1899), cujo instituto bíblico, que recebeu o seu nome, permanece fiel a este ponto de vista da Escatologia. Outro grande influente deste ponto de vista escatológico foi C.I.Scofield (1843-1921). Scofield introduziu esse sistema de interpretação na sua Bíblia de Referências Scofield, que teve milhões de cópias vendidas no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos da América. Os Pré-Milenistas se dividem em dois grupos principais:

a) Os Pré-Milenistas Históricos. Como G.E.Ladd, A.Reese e M.J.Erickison,

b) Os Pré-Milenistas Dispensacionalistas. Como L.S.Chafer, J.D.Pentecost, C.C.Rirye, J.F.Walvord e C.I.Scofield.

Os Pré-Milenistas Históricos crêem que a segunda vinda de Jesus Cristo para reinar nesta terra e o arrebatamento da Igreja acontecerão simultaneamente; haverá a ressurreição dos salvos no início do Milênio (a primeira ressurreição) e a ressurreição dos incrédulos no final do Milênio (a segunda ressurreição). Eles fazem uma distinção entre a ressurreição para a Igreja por ocasião do arrebatamento, a ressurreição para aqueles que virão a crer durante a tribulação de sete anos (ressurreição esta que ocorrerá na segunda vinda de Jesus Cristo, no final da grande tribulação) e a ressurreição dos incrédulos no final do Milênio.

 Os Pré-Milenistas Dispensacionalistas fazem também uma distinção entre o julgamento dos crentes após o arrebatamento, o julgamento de judeus e gentios convertidos no final da grande tribulação de sete anos e o julgamento dos incrédulos no final do Milênio. Sem dúvida, para os membros desta escola de interpretação, os sete anos de grande tribulação serão literais, mas a Igreja Neo-Testamentária será arrebatada antes dessa tribulação de sete anos. O Milênio será estabelecido com a segunda vinda de Jesus Cristo em glória após a grande tribulação e durará, literalmente, mil anos. Essa posição distingue Israel e a Igreja no plano escatológico.

Tanto os Pré-Milenistas Históricos como os Pré-Milenistas Dispensacionalistas defendem a mesma corrente de interpretação escatológica; o único ponto em que divergem é que os primeiros são “Pós-Tribulacionistas” (o arrebatamento da igreja se dará após a grande tribulação), e no segundo grupo são “Pré-Tribulacionistas”, ou seja, defendem que a Igreja será arrebatada antes da grande tribulação. Come temos que nos posicionar  a despeito das várias interpretações escatológicas, preferimos a escola de interpretação Pré-Milenista Dispensacionalista por ser também Pré-Tribulacionista, ponto de vista que já foi discorrido neste estudo. “Perto do tempo do fim surgirá um grupo de homens que voltará sua atenção para as profecias e insistirá na sua interpretação literal, no meio de muito clamor e oposição” (SIR ISAAC NEWTON).

 

 

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