quinta-feira, 15 de outubro de 2020

LUTERO, UM HOMEM PARA O SEU TEMPO.

 

ESCOLA BÍBLICA DINÂMICA

Jovens e Adultos -27 /11/2020 - Lição Especial

Aniversário da Reforma Protestante - 503 anos


Texto Básico: Rm 1.8-17

8. Antes de tudo, sou grato a meu Deus, mediante Jesus Cristo, por todos vocês, porque em todo o mundo está sendo anunciada a fé que vocês têm. 9. Deus, a quem sirvo de todo o coração pregando o evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como sempre me lembro de vocês 10. em minhas orações; e peço que agora, finalmente, pela vontade de Deus, me seja aberto o caminho para que eu possa visitá-los.11. Anseio vê-los, a fim de compartilhar com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los, 12. isto é, para que eu e vocês sejamos mutuamente encorajados pela fé.13. Quero que vocês saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visitá-los, mas fui impedido até agora. Meu propósito é colher algum fruto entre vocês, assim como tenho colhido entre os demais gentios.14. Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. 15. Por isso estou disposto a pregar o evangelho também a vocês que estão em Roma.16. Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.17. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé".

Texto Devocional: Rm 1.17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.

Introdução: Sentenciado por ordem papal a morrer queimado, João Huss, um dos mais famosos precursores da Reforma, no momento da sua execução, disse em alto e bom som: podem matar o ganso, mas daqui a cem anos surgirá um cisne que não poderão queimar. Cem anos após ditas estas palavras, isto é a 10 de novembro de 1483, em Eisleben, na Saxònia, nascia Martinho Lutero.

No próximo sábado, dia 31 de outubro de 2020, comemoramos 503 anos de Reforma Protestante. Deste dia 31/10/1517, temos a história, ou melhor, uma mudança na história que começou a ser escrito pelo jovem camponês chamado de Martinho Lutero. Um jovem estudioso da Palavra que não se conformou com uma imposição papal e a maneira desrespeitosa como o povo de sua comunidade vinha sendo enganado. Conhecer a história de Lutero é conhecer a história de um homem que apesar de sua simplicidade e fidelidade a Igreja, desafiou os poderes mais influentes de seu tempo. Uma história que começou a ser escrita ainda em seus primeiros anos passados num humilde lar camponês alemão, onde teve um preparo religioso com base na piedade simples da família da Idade Média, misturando realismo com superstições características da era medieval. O grande desejo de seu pai era vê-lo formado em direito e, para tanto, com idade de apenas 18 anos, ingressou na mais famosa Universidade alemã a de Erfurt. Levou quatro anos de estudo preliminares. Durante esse tempo, destacou-se como um moço estudioso, orador capaz, hábil polemista, amante da música e admirado pelos colegas.

I. COMO TUDO COMEÇOU.

Mt 7.18 Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.

Lutero estava se preparando para iniciar sua vida profissional como advogado, quando, de repente, para espanto dos amigos e desapontamento do pai, Lutero decide entrar para uma organização monástica tornando-se monge no convento dos Agostinianos, em Erfurt. O que Lutero mais desejava era certeza da salvação, e foi com o propósito de alcançá-la empreendeu peregrinações a locais indicados pela igreja, fazendo jejuns e sacrifícios que às vezes iam além do suportável para uma pessoa normal. No mosteiro, Lutero travou consigo mesmo uma grande guerra interior, pois não encontrou ali no convento aquilo que esperava alcançar. Após algum tempo, Lutero volta a Universidade de Erfurt, onde finalmente consegue apoio, inclusive de seus pais, diminuindo os efeitos sombrios do tempo de convento. Na universidade Lutero se manteve firme num propósito: "Orar sempre... é a melhor metade do estudo".    

Lutero com um tem um tempo vago em suas atividades, resolve dar uma limpeza na biblioteca da Universidade, e ao mesmo tempo em que aproveitava a proximidade com os livros, examinando alguns deles. Derrepente, em um canto, acorrentado a uma parede, Lutero encontra um livro. Um livro que Lutero supunha nunca ter visto antes. Ele até tinha ouvido algumas porções dos chamados "evangelhos" e das "epístolas" e supunha que estas poções fossem a Bíblia em sua totalidade. Mas agora era diferente, Lutero a tinha diante dele, e pela primeira vez podia olhar para aquele fascinante livro. Sem perder tempo, Lutero começa a folhear página por página, ele vai lendo pausadamente e com grande interesse cada palavra ali escrita. No fim sobra-lhe uma exclamação: "Oh se Deus me concedesse possuir tal livro!" Ap 1.3 Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.

Contudo, Lutero foi um monge de vida exemplar, apesar de sentir extinguir a alma pelo sofrimento e pelos constantes tormentos diante da possibilidade de vir a sucumbir sob a espada da ira divina. Quanto mais ele tentava alcançar Deus de acordo com os ritos da Igreja Medieval, mais distante de Deus ele se sentia. Até que o Evangelho finalmente libertou Lutero de tanta angustia e terror espiritual, através de um amigo, o vigário geral da sua Ordem, chamado Staupitz, lhe o ensinou que Deus era misericordioso, e assim conseguiu anular seu pensamento de que Deus só sabia castigar, não se importando por revelar o seu amor para com o homem. . "Em vez de torturar-te por causa do pecado, lança-te nos braços do Redentor. Confia nele, na justiça de Sua morte... O Filho de Deus... se fez homem para dar-te a certeza do favor divino... Ama Aquele que primeiro te amou". Nesse tempo, Staupitz deu-lhe um trabalho a realizar: A responsabilidade de lecionar filosofia na nova Universidade de Wittenberg. Por isso podemos afirmar que Lutero foi mais que um camponês ou um Monge Agostiniano, Lutero foi mais que o professor da Faculdade, doutorado em Teologia, Lutero foi o servo de Deus que ainda que não se achasse capaz, denunciou o que ele mesmo chamou de "verdadeiro assalto aos poucos recursos do povo" Lutero foi aquele que chamamos hoje de o "Pai da Reforma Protestante"  Mt 10.34 Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;

1. LUTERO VAI A ROMA. Rm 1.29,30,31 Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;

Antes de revelar-se como reformador, Lutero teve uma vida muito agitada.

  • Entrou para o mosteiro em 1505,
  • Foi ordenado em 1507,
  • Em 1508 foi a Winttenberg,
  • Em 1509 a Erfurt,
  • Em 1511 foi convidado a lecionar na Universidade de Wintenberg, onde passou a residir.

No verão de 1511, a negócio de sua Ordem, fez finalmente uma visita a Roma. Rezou em muitas igrejas e lugares sagrados dos santos mártires. Viu muitas relíquias e ouviu muitas histórias dos poderes milagreiros. Para livrar o seu pai do Purgatório subiu de joelhos a Scala Sancta”, escadaria que se dizia trazida da casa de Pilatos; em cada degrau recitava o “Pai Nosso”. Antes de chegar ao topo surgiu-lhe uma pergunta: Quem sabe se tudo isto é verdade?”  Lutero, decepcionado  com tudo o que vê em Roma se escandaliza, mas volta ao mosteiro e ao seu ensino. Mais tarde deixa registrada as seguintes palavras:. "Ninguém pode imaginar que pecados e ações infames se cometem em Roma... Por isso costumam dizer: Se há inferno, Roma está construída sobre ele". 

Em 1512, Lutero torna-se doutor em teologia em Winttenberg. Mais tarde, ele mesmo confessou que nesse tempo ele era ignorante quanto ao Evangelho de Cristo. Foi no início de 1512, que, Enquanto lia a Epístola aos Romanos, Lutero encontrou a declaração revolucionária: O justo viverá pela fé” (Rm 1.17). Estas palavras foram como labaredas de Deus incendiando a mente de Lutero com vislumbres da verdade que ele procurava há tanto tempo. Lutero descobriu que a salvação lhe pertencia, simples e unicamente por fé na obra que Cristo consumou na cruz. E foi com o intuito de melhor compreender esta verdade, que Lutero empreendeu cuidadoso estudo das Escrituras, e das obras de grandes mestres cristãos, como Agostinho e Anselmo. Contra esta verdade descoberta e agora vivida por Lutero, militavam os ensinos e mestres da Igreja da Idade Média, que pregavam a salvação adquirida pelas obras e sacramentos ministrados pela igreja. Por mais quatro anos Lutero trabalhou em Winttenberg, decepcionado com a Igreja, mas sem romper com seus líderes. Nessa época, adquiriu projeção como um dos mais destacados líderes da sua Ordem. Suas lições e preleções na Universidade tinham o sabor de um vinho novo, em comparação ao vinho roto dos demais professores conformados com o estado da Igreja. Um pouco antes da Reforma, Lutero disse: "Deus... me impele avante... Desejo viver em repouso; mas sou arrojado ao meio de tumultos e revoluções."

II. AS INDULGÊNCIAS E A INCONFOMIDADE DE LUTERO. Jd 1.3,4 Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso; Jesus Cristo.

Numa localidade próxima a Winttenberg, onde Lutero morava, em 1517, apareceu um frade dominicano alemão de nome João Tetzel, enviado pelo arcebispo de Mongúncia com missão de vender Indulgências emitidas pelo papa. Indulgências era uma espécie de documento que, apresentado como favores divinos, concedidos aos homens, mediante os méritos do papa, perdoava os pecados. As indulgências eram adquiridas em troca de dinheiro que, conforme os que os vendiam, seria usado na construção da Basílica de São Pedro, em Roma. Diziam eles: Ao tilintar da moeda no fundo do cofre, uma alma e livre do purgatório”.  

Tt 1.11 Aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância. Ao entrar em uma cidade, o pretensioso e blasfemo Tetzel era recebido pelo povo como a se fosse o próprio Deus. Um mensageiro vinha adiante dele, anunciando: "A graça de Deus e do santo padre está as vossas portas!”. Tetzel subia ao púlpito da Igreja e exaltava as indulgências como o mais precioso dom de Deus. Ele declarava que em virtude dos "certificados de perdão", todos os pecados, inclusive os que mais tarde o comprador quisesse cometer ser-lhe-iam perdoados, e que "mesmo o arrependimento não seria necessário". Tetzel assegura aos ouvintes que as indulgências tinham poder de salvar inclusive os mortos; no exato momento que o dinheiro tinia de encontro ao fundo de sua caixa, a alma em cujo favor era pago escaparia do purgatório, ingressando no céu.  

1. A REAÇÃO DE LUTERO. 3Jo 1.11 Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus.

O conhecimento da verdade adquirida por Lutero, já o fazia capaz de julgar os méritos da venda das indulgências papais. Lutero via esse fato como verdadeiro assalto aos poucos recursos do povo e completo desrespeito ao futuro eterno do povo alemão. Ao ver tal encenação, Lutero não se contém e enche-se de horror. Muitos de sua congregação haviam comprado tais "certidões de perdão” e iam a ele para confessar seus pecados esperando receber a absolvição, não por estarem arrependidos, mas pelos fundamentos das indulgências. Como era de se esperar, Lutero se recusa, advertindo-os que sem arrependimento e mudança de vida pereceriam em seus pecados.

Até que em 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de Todos os Santos, quando grande multidão comparecia a igreja do castelo na cidade de Winttenberg, Lutero afixou na porta da catedral, as suas 95 teses, denunciando o abuso gritante da venda das indulgências papais. Esse método era o mais comum de se denunciar uma disputa nos meios universitários da época, e não havia nada de dramático no ato. Lutero cria que receberia o apoio dos papas ao revelar os males da venda das indulgências. Estas teses espalharam-se por toda a Alemanha, e em breve semanas repercutia por toda a Europa. Muitos dedicados romanistas leram as proposições com grande regozijo, reconhecendo nelas a voz de Deus.

Inicialmente o papa achou graça nas teses de Lutero, dizendo: Um alemão embriagado escreveu-as”. Mas não tardou para que ele mesmo tivesse que mudar de ideia e começasse a agir contra esse “monge rebelde”.

2. REAÇÕES DO PAPA E A EXCOMUNHÃO DE LUTEROTt 1.7,10 Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus. Não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores...

A primeira atitude do papa Leão X foi intimar Lutero a comparecer em Roma. Mas o eleitor da Saxônia, admirador da capacidade do ilustre professor de sua Universidade, temendo por sua vida, resolveu protegê-lo, não permitindo que ele fosse a Roma, ordenando que o caso fosse resolvido mesmo na Alemanha. Seguiram-se as conferências de Lutero com os enviados do papa que em nada puderam fazer Lutero mudar de opinião quanto a sua nova fé. Pelo contrário, em debate em Leipzing, Lutero declarou que o papa não possuía autoridade divina e que os concílios eclesiásticos não eram infalíveis. Foram essas declarações que marcaram o rompimento de Lutero com a Igreja Romana. Lutero agora estava no centro da batalha. Ele mesmo começava a ver a sua causa como redenção nacional. Sua doutrina de salvação e justificação pela fé estava produzindo efeitos inimagináveis. Mas só em 1520 é que Lutero revelou-se como um grande líder nacional, ao escrever o livro:

  •  A Nobreza Cristã da Nação Alemã”.

Através do qual proclama a queda da muralha romanista atrás da qual o papa havia construído seu poder. Logo após, Lutero escreveu outros dois livros:

  •  Cativeiro Babilônico da Igreja
  •  Sobre a Liberdade Cristã”.

Enquanto era publicado o livro de Lutero, publicava-se na Alemanha a bula de excomunhão de Lutero, coisa que ele já esperava. A bula obrigava Lutero e os simpatizantes da sua causa, a retratarem-se de suas “heresias” dentro de 60 dias, e ainda determinava que caso não o fizessem seriam tratados como hereges, isto é, presos e condenados à morte. Pelas autoridades da igreja foi ordenada ao povo que queimasse os livros de Lutero, ação que foi posta em prática primeiramente pelos legados do papa. A mesma coisa fez Lutero com os livros que continham os decretos do papa.

 III. LUTERO E A DIETA IMPERIAL EM WORMS.

Em janeiro de 1521, o papa publicou a terrível sentença final, excomungando Lutero e o condenado a todas as penalidades consequentes da sua heresia. Mas, para que essa bula tivesse efeito legal, dependia das autoridades civis, levar Lutero a morte. Desse modo, o caso tinha de ir a Dieta Imperial que deveria se reunir naquele mesmo ano, em Worms. Era a primeira Dieta do governo do Imperador Carlos V, o qual estava sofrendo forte pressão do papa para condenar Lutero à morte. Citado a comparecer a Dieta, certo de que marchava para a morte, Lutero não temeu. Os amigos de Lutero insistiam para que ele recusasse ir a Worms, pois não foi João Huss entregue a Roma para ser queimado, apenas da garantia de vida dada pelo Imperador? Mas em resposta a todos que se esforçavam por dissuadi-lo de comparecer perante seus terríveis inimigos, Lutero, fiel a sua chamada de Deus, respondeu: ainda que haja em Worms tantos demônios quanto sejam as telhas nos telhados, confiando em Deus, eu aí entrarei”. Depois de dar ordens acerca da continuação do trabalho, caso ele não voltasse mais, partiu resoluto. Durante a sua viagem a Worms, o povo afluiu em massa para ver o grande homem que desafiava a autoridade do papa. Em Mora, pregou ao ar livre, porque as igrejas não mais comportavam as grandes multidões que queriam ouvir seus sermões. Ao avistar as torres dos castelos e as igrejas de Worms, levantou-se na carruagem em que viajava e cantou o seu hino preferido, o mais famoso da reforma “CASTELO FORTE” (23CC). Ao entrar na cidade foi acompanhado por uma grande multidão. No dia seguinte, levado perante Imperador Carlos V, ao lado do qual se achavam o delegado do papa, seis eleitores do Império, vinte e cinco duques, oito margraves, trinta cardeais e bispos, sete embaixadores, os deputados de dez cidades e grande número de príncipes, condes e barões.  Sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembleias de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite anterior em oração e vigília. Prostrado com o rosto em terra lutou com Deus, chorando e suplicando: Oh Deus Todo Poderoso! A carne é fraca, o diabo é forte! Ah, Deus, meu Deus! Que perto de mim estejas contra a razão e a sabedoria do mundo. Fá-lo, pois somente Tu o podes fazer. Não é a minha causa, mas sim é a Tua. Que tenho eu com os grandes da terra? É a Tua causa Senhor, a Tua justa e eterna causa. Salva-me, oh Deus fiel! Somente em Ti confio, oh Deus! Meu Deus...vem, estou pronto a dar, como um cordeiro,a minha vida. O mundo não conseguirá prender a minha consciência ainda que esteja cheio de demônios; e se o meu corpo tem de ser destruído, a minha alma te pertence, e estará contigo eternamente.

Conta-se quer no dia seguinte, na ocasião de Lutero transpor a porta para comparecer perante a Dieta, o veterano general Greudsburg, colocou a mão no ombro do Reformador e disse-lhe: Pequeno monge, vais a um encontro diferente, do qual eu, ou qualquer outro jamais experimentamos mesmo nas nossas conquistas mais Ensanguentadas. Contudo, se a causa é justa, e sabes que o é, avança em nome de Deus, e não temas nada. Deus não te abandonará”. Quando o porta-voz do papa exigiu que Lutero se retratasse perante assembleia, respondeu o Reformador:Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos concílios, sendo evidente que já muitas vezes se enganaram e se contradisseram uns aos outros – a minha consciência tem de ficar submissa a Palavra de Deus. Não posso retratar-me, nem retratarei de qualquer coisa, desde que não é justo, nem seguro, agir contra a consciência. Deus me ajude. Amém.”

CONCLUSÃO:  A sentença de morte contra Lutero teria de ser cumprido rapidamente, o que não aconteceu porque o príncipe da Saxônia, simulando um sequestro, enquanto Lutero voltava para Winttenberg, levou-o, alta noite, ao castelo de Wartburgo. No castelo, Lutero passou muitos meses, disfarçado tomou como nome “Cavaleiro Jorge”, e o mundo o consideravam morto. Contudo, no seu retiro, livre dos inimigos, foi lhe concedida a liberdade de escrever, e o mundo logo soube, pela grande quantidade de literatura, que essa obra saíra da sua pena e que, de fato, Lutero vivia. Profundo conhecedor do grego e do hebraico, traduziu o N.T. para a língua do seu povo, em apenas três meses. Poucos meses depois a obra estava impressa e nas mãos do povo. Contudo, a maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, fora a de dar ao povo alemão a Bíblia na sua própria língua.

 

 

 

 

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