ESCOLA BÍBLICA DINÂMICA
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Jovens e Adultos - 15/09/2020
Lição 11
“O DIA DO SENHOR”
AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
Parte II
Aluno(a) __________________________________________
TEXTO BÁSICO: Dn 9.20-27
20. Enquanto eu estava falando e orando, confessando o meu pecado e o pecado de Israel, meu povo, e trazendo o meu pedido ao Senhor, o meu Deus, em favor do seu santo monte
21. enquanto eu ainda estava em oração, Gabriel, o homem que eu tinha visto na visão anterior, veio voando rapidamente para onde eu estava, à hora do sacrifício da tarde.
23. Assim que você começou a orar, houve uma resposta, que eu trouxe a você porque você é muito amado. Por isso, preste atenção à mensagem para entender a visão:
24. "Setenta semanas estão decretadas para o seu povo e sua santa cidade a fim de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas, trazer justiça eterna, cumprir a visão e a profecia, e ungir o santíssimo.
25. "Saiba e entenda que, a partir da promulgação do decreto que manda restaurar e reconstruir Jerusalém até que o Ungido, o príncipe, venha, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas. Ela será reconstruída com ruas e muros, mas em tempos difíceis.
26. Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. A cidade e o Lugar Santo serão destruídos pelo povo do governante que virá. O fim virá como uma inundação: guerras continuarão até o fim, e desolações foram decretadas.
27. Com muitos ele fará uma aliança que durará uma semana. No meio da semana ele dará fim ao sacrifício e à oferta. E numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível, até que chegue sobre ele o fim que lhe está decretado".
INTRODUÇÃO: Vimos na semana passada que Daniel recebeu a profecia das Setenta Semanas após ter lido o Livro do profeta Jeremias e não ter conseguido entender a parte que o profeta fazia referência ao tempo de duração do cativeiro babilônico. Na verdade, Babilônia havia perdido o domínio para os Medos e os persas, mesmo assim, o cativeiro não havia acabado. Gabriel vem a Daniel e lhe fala de 70 semanas que estavam determinadas sobre o povo de Daniel, mas vimos que tais semanas se referiam não a semanas de dias, mas a semanas de anos. Sendo assim, o total das Semanas de anos, chegariam a não menos que 490 anos. A leitura do texto nos mostram que tais Semanas de anos estavam divididas em três grupos.
l 7 semanas.
l 62 semanas.
l 1 semana.
Para um entendimento do texto, podemos fazer uma comparação de Ap.12.6 com 13.5 onde podemos ver que o ano Bíblico ou profético é composto de 360 dias. Nos textos comparados os 1.260 dias referem-se aos mesmos 42 meses de 30 dias.
l Ap 12.6 - A mulher fugiu para o deserto, para um lugar que lhe havia sido preparado por Deus, para que ali a sustentassem durante mil duzentos e sessenta dias.
l Ap 13.5 - À besta foi dada uma boca para falar palavras arrogantes e blasfemas e lhe foi dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses.
Também nos facilita uma observação de Gn.7.11 e 8.4 temos uma uma narrativa de um acontecimento, no caso o dilúvio, com duração de "Cinco Meses", e em Gn.7:24 e 8:3, vemos que esses cinco meses equivalem a 150 dias, ou seja, 5 meses de 30 dias, o que significa que um ano de 360 dias na Bíblia. (ARA)
Gn 7.11 - No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram,
Gn 8.4 - No dia dezessete do sétimo mês, a arca repousou sobre as montanhas de Ararate.
Gn 7.24 - E as águas durante cento e cinquenta dias predominaram sobre a terra.
Gn 8.3 - As águas iam-se escoando continuamente de sobre a terra e minguaram ao cabo de cento e cinquenta dias.
I. O PRIMEIRO GRUPO DE SEMANAS - 7 SEMANAS OU 49 ANOS.
Dn.9:25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
No verso 25 encontramos uma pista do período em deveria começar a contagem das Setenta Semanas. Aqui é dito sobre a expedição de um decreto de reconstrução de Jerusalém. Pois bem, se conseguirmos determinar o exato tempo em que este decreto foi expedido, temos então uma data onde a contagem começou a ser feita. Tal decreto foi baixado no ano 45 a.C. por Artaxerxes Longímano, de acordo com as maiores autoridades no assunto. No livro de Neemias encontramos a ocasião desse decreto; Neemias foi comissionado pelo rei para dar cumprimento a esse ato. Ne 2.4-6 E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus, E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. Então o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo.
De acordo com a profecia, no fim dos 49 anos a cidade de Jerusalém estaria reconstruída, e isto nos leva ao ano 397 a.C. Na verdade houve dois decretos ligados à reconstrução de Jerusalém. Um em 457 a.C. que faz referência a reconstrução do templo e restauração do culto, a cargo de Esdras. Ed.7. O outro foi o da reconstrução dos muros e, portanto, da cidade, a cargo de Neemias. É deste que a profecia está tratando. Foi baixado em 445 a.C. A partir daí, começaria a contagem das Setenta Semanas Proféticas.
II. O SEGUNDO GRUPO DE SEMANAS - 62 SEMANAS OU 434 ANOS
Dn.9:25-26 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
Nesse período, segundo a profecia deveria surgir o Messias e ser morto. A cidade de Jerusalém seria destruída e haveria guerras até o fim. Os 434 anos vão de 397 a.C. até os dias da morte do Senhor Jesus. Logo depois ocorreu a destruição de Jerusalém pelos Romanos, no ano 70 d.C. Conforme o texto, após a morte de Jesus seguiu-se a destruição de Jerusalém. Assim, de acordo com a profecia lida, o Messias morreria antes da destruição da cidade, o que de fato ocorreu. O nosso calendário que está em uso entre nós, foi primeiramente organizado por Rômulo, tido como o primeiro rei de Roma. Tinha dez meses. Pompílio, outro rei de Roma, acrescentou-lhe dois meses. Júlio César o reformou posteriormente. Em 526 d.C. Dionísio elaborou novo calendário, mas enganou-se nos cálculos, resultando um erro de atraso de quase 5 anos. O ano 33 do atual calendário corresponde ao 29 do calendário correto, mas inexistente. Não vamos tratar desse assunto minuciosamente, mas o estudante que ignorar isso ver-se-á em complicações quando quiser situar a revelação divina no tempo, quando lidar com os tempos do Novo Testamento.
III. TERCEIRO GRUPO DE SEMANAS - UMA SEMANA, ISTO É 7 ANOS.
Dn.9:27 E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
Esta semana agora citada no texto acima é Futura. Para ver isso devemos comparar Dn.9:27 com as palavra de Jesus em Mt .24.15 Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda), Portanto esse assunto ainda não se cumpriu, mas seguramente se cumprirá. Esta última Semana não começará enquanto Israel estiver fora da sua terra, disperso, o que pode ser visto no verso 26 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
No começo desse século, Israel iniciou a volta à Palestina e continua o retorno. Há, no entanto, um intervalo de tempo entre 69 e a 70 Semanas indicando pela expressão "e até o fim" .Neste intervalo, que já passa mais de 2.000 anos, Israel continua sendo rejeitado. Lc.13.34,35 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Portanto nesse intervalo que Israel é rejeitado a Igreja é formada e Arrebatada para o céu. Realmente, à luz de Dn.9:2, a profecia das Setenta Semanas nada tem com a Igreja, a não ser indiretamente. A sexagésima semana terá inicio no exato momento em que o anticristo fizer um pacto com Israel, fato que acontecera após o arrebatamento da Igreja. A partir daí começa a se contar Sete anos de duração da Grande Tribulação, a qual é descrita em detalhes em Apocalipse capítulos 6 a 18. Um detalhe importante que não deve ser desprezado é que a sexagésima semana não começa imediatamente após o arrebatamento da igreja, mas no momento em que o anticristo e os judeus fizerem um suposto acordo de paz. Portanto, seis coisas preditas no texto, estão para acontecer durante estas Setenta Semanas.
l "Fazer cessar a transgressão" . O tipo de transgressão do seu povo, que Daniel acabava de confessar em Oração.
l "Dar fim aos pecados". O sentido original é de deter, restringir. O mesmo vocábulo original é traduzido " Tornar inativo" .
l "Expiar a iniquidade". A obra realizada por Cristo no Calvário operará então, também em favor de Israel.
l "Trazer a justiça eterna". Isto terá lugar em Israel pela transformação interior, conforme o que está escrito em Jr.31:33-34
l "Selar a visão e a profecia". Quando o povo andar em retidão, abandonando as suas transgressões, a visão e a profecia podem ser seladas. Jr.31:34 Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.
l "Ungir o Santo dos santos". Certamente isto tem a ver com a purificação do templo de Jerusalém que foi profanado pela "Abominação desoladora"
CONTINUA...
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