sexta-feira, 4 de abril de 2025

O ARREBATAMENTO DA IGREJA

 

DOUTRINAS BÍBLICAS

Teologia sistemática

Lição 19 O ARREBATAMENTO DA IGREJA

TEXTO BÁSICO: 1Ts 4.13-17

13 Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança.

14 Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram.

15 Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem.

16 Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.

17 Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.18 Consolem-se uns aos outros com essas palavras.

TEXTO DEVOCIONAL: 1Co 15.51 Eis que eu digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.

INTRODUÇÃO: A vinda de Jesus é um mistério que só será bem compreendido quando ocorrer. Será um evento inicial profético de uma série, que abrangerá a Igreja, Israel e as nações em geral. Se dará em duas fases bem distintas uma da outra. Na primeira fase, Jesus virá para os seus Jo 14.3 E, quando eu for e preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. É a fase que conhecemos como “Arrebatamento da Igreja” 1Ts 4.17 Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Na segunda fase, Jesus virá com os seus, Zc 14.5 Vocês fugirão pelo meu vale entre os montes, pois ele se estenderá até Azel. Fugirão como fugiram do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então o Senhor, o meu Deus, virá com todos os seus santos. Será sua revelação pessoal, ou sua “Vinda em Glória”. A primeira fase se dará nos ares, a segunda será sua manifestação pública. No arrebatamento Jesus não vem à terra, ao solo. O mundo não tomará conhecimento do fato. O mundo saberá depois, quando notar a ausência, a falta, o desaparecimento de milhões de cristãos em todo o mundo. Será um acontecimento secreto, reservado para os que são dEle. Na segunda fase, todos os olhos o verão e todas as tribos da terra se lamentarão Mt 24.30 E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus. Entre o arrebatamento e a revelação de Jesus decorrerá um período que deverá durar pelo menos sete anos. Muitos fatos surpreendentes estarão acontecendo na terra. No arrebatamento Jesus virá secretamente para a Igreja, na revelação, Ele vem publicamente para Israel e as demais nações. Considerando as distintas manifestações de Jesus na sua primeira e segunda vinda, podemos dizer que:

  • Em Belém, Jesus veio como o Messias Salvador do mundo.

  • Nos ares, Jesus virá como o Noivo para a sua Igreja.

  • No Monte das Oliveiras, Jesus virá como Juiz e Rei para julgar as nações e estabelecer o seu Reino Milenar.

A vinda de Jesus está relacionada com três grupos de povos em que Deus divide a raça humana 1Co 10.32 Não se tornem motivo de tropeço, nem para judeus, nem para gregos, nem para a igreja de Deus. Os povos da terra considerados sob o ponto de vista humano estão divididos nos mais diversos grupos étnicos. Porém, considerando-a sob o ponto de vista divino, temos três segmentos:

  • IGREJA. Jesus virá como seu noivo, a fim de levá-la para si, para a glória celestial (Jo 14.3). Isto inclui todos os santos de todos os tempos.

  • ISRAEL. Jesus virá como Messias e Libertador, após prová-los e expurgá-los mediante a Grande Tribulação (Mt 23.29; Rm 11.26)

  • GENTIOS. Isto é, as nações em geral, Jesus virá como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, e Juiz, para julgá-las, e, após isso, reinar sobre elas com vara de ferro e com justiça. (Sl 2.6-10; 96.13)

I. SINAIS QUE ANTECEDEM O ARREBATAMENTO.

Mt 24.3 Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram: "Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?"

Jesus voltará, isto é um fato! O problema é saber, “Quando Ele voltará!” Na Bíblia, por mais que procuremos não encontraremos uma data específica para este evento. Ao proferir seu discurso público no pátio do grande templo de Jerusalém, O Senhor Jesus, aproveitou a ocasião para predizer sobre o futuro da cidade e de seu templo. Alguns fatos proféticos seriam presenciados e vividos por aquela geração, outros seriam ao seu tempo, indícios de fatos escatológicos inevitáveis. A destruição de Jerusalém e do templo (vv.1,2). Falsos sinais que seriam alardeados como se fossem reais e verdadeiros. Mt 24.4,5 Jesus respondeu: "Cuidado, que ninguém os engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: 'Eu sou o Cristo!' e enganarão a muitos. Em mais dois mil anos de história do cristianismo, centenas de falsos cristos (ou messias) têm aparecido e enganado a muita gente. v.6 E certamente ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis porque, é necessário que isto aconteça, mas ainda não é o fim”. Pequenas e grandes guerras têm marcado com sangue o nosso planeta. Jesus previu este tipo de problemas Mt 24.7 Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Não há evidência doutrinária para se afirmar que determinados acontecimentos da atualidade são sinais precisos da volta de Jesus. Contudo, existe certa simultaneidade dos acontecimentos que envolvem “conflitos bélicos entre nações, fomes, pestes e terremotos”. Lc 21.11. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu. As proliferações das doenças aumentam cada vez mais o índice da mortalidade. Misteriosas pestes desafiam a ciência assolando a humanidade. A fome traz para o panorama mundial um espectro de terror. Mt 24.8 Tudo isso será o início das dores. O texto refere se metaforicamente as dores de parto de uma mulher que está para dar à luz uma criança. São as primeiras dores decorrentes das contrações que anunciam a hora do parto. Na verdade, Jesus estava declarando que os sinais envolvendo fomes, pestes e terremotos seriam apenas sinais precursores da vinda era messiânica, sonhada e desejada pelos judeus 1Ts 5.3.Quando disserem: "Paz e segurança", a destruição virá sobre eles de repente, como as dores de parto à mulher grávida; e de modo nenhum escaparão.

II. FATOS DO ARREBATAMENTO DA IGREJA.

1Ts 4.17 - Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. O Arrebatamento da Igreja marca o início do chamado “dia de Cristo”. Este dia está diretamente relacionado com a Igreja e vai do arrebatamento até a sua vinda em Glória. 1Co 1.8 - o qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.

1. O QUE OCORRERÁ NOS CÉUS. 1Ts 4.13-17

Primeiro, ouvir-se-á o BRADO DE JESUS, a VOZ DO ARCANJO e o som da TROMBETA DE DEUS. Em seguida, os mortos em Cristo ressuscitarão. Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Neste momento Jesus trará consigo os fiéis que estavam com Ele, (espírito e alma) os quais se unirão a seus corpos, já ressurretos e glorificados. Em seguida os fiéis vivos na ocasião, serão transformados, glorificados e arrebatados. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Juntos, os mortos ressuscitados e os vivos transformados se encontrarão com Jesus nos ares e seguirão com Ele para o céu. Somente os fiéis, mortos e vivos, ouvirão os sonidos divinos da chamada vindos do céu e serão arrebatados pelo poder de Deus ao encontro do Senhor nos ares. 1Ts 3.13 - para vos confirmar os corações, de sorte que sejam irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos.

2. O QUE OCORRERÁ NOS ARES - Como já foi demonstrado, no arrebatamento, Jesus virá somente até as nuvens,... seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares... seus pés, desta vez, não tocarão o solo, como acontecerá na sua Vinda em Glória. Portanto, nos ares ocorrerá o encontro de Jesus com a sua Igreja. Todos aqueles que forem arrebatados junto com todos os ressuscitados, se encontrarão nas nuvens do céu, e conforme as escrituras, “... estarão para sempre com o Senhor”

3. O QUE ACONTECERÁ NA TERRA - 1Co 15.51,52 - Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. Na terra dar-se-á a ressurreição dos mortos justos, bem como a transformação e desaparecimento dos vivos (justos). Todos os mortos que morreram em Cristo ou na promessa de Cristo, desde o tempo de Adão, até aos nossos dias neste momento, ressuscitarão. A terra não conseguirá mais manter presa a ela os corpos dos salvos, que neste momento serão devolvidos aos seus legítimos donos. É o que a Bíblia chama acertadamente de “REDENÇÃO DO CORPO” Rm 8.23. 23 e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Quanto aos que estiverem vivos, seus corpos também serão transformados de corruptível em incorruptíveis

III. AS RESSURRREIÇÕES. Dn 12.2 - E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno.

As ressurreições dos salvos e dos ímpios são claramente ensinadas na Bíblia. Ela é a prova de que os que morrem agora não deixam de existir. Se os que morrem deixassem de existir, para que eles fossem julgados, teriam de ser “recriados”, e não ressuscitados. Ressurreição só pode ser de alguém que já morreu. Se o caso fosse recriação, esta neutralizaria toda a base da recompensa, porque aqueles que saíssem da sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que praticaram as obras neste mundo, em sua suposta vida anterior. A palavra “ressurreição” implica em ressurreição do corpo que morreu e foi sepultado, ou de alguma forma ficou retido na terra. Se o corpo ressurreto não fosse o mesmo, isto não seria ressurreição, e sim uma nova criação, e o termo na Bíblia seria um absurdo. Há na Bíblia duas ressurreições: Dos justos. (Ek Ton Nekron) “Ressurreição dentre os mortos” ( Fp 3.11). Dos injustos, havendo um intervalo de mil anos entre elas (Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.5).

1. RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS. 1Co 15.23 Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem.

A primeira ressurreição, como é chamada, abrange pelo menos três grupos distintos: A primícia da Primeira Ressurreição, São Cristo e os que ressuscitaram quando Ele venceu a morte. Mt 27.53 E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. A Colheita Geral da Ressurreição, Os que ressuscitarão no momento do Arrebatamento da Igreja 1Ts 4.16 Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Todos os mortos em Cristo, desde o tempo de Adão. Os Rabiscos da Colheita. Lv 23.22 Quando fizerem a colheita da sua terra, não colham até as extremidades da sua lavoura nem ajuntem as espigas caídas da sua colheita… Os gentios salvos e martirizados durante a Grande Tribulação que ressuscitarão logo antes do Milênio. (Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.5) Todos estes ressuscitados fazem parta do que a Bíblia chama de “Primeira Ressurreição”. Ap 20.6 - Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.

No caso dos ímpios, como vimos acima, seu estado não muda, eles continuam descendo para o Hades onde aguardam o juízo final, quando finalmente receberão um corpo e serão lançados no inferno propriamente dito, o Lago que Arde em Fogo e Enxofre, que a Bíblia chama de Segunda Morte. Apocalipse 20.11-15 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

2. JULGAMENTOS E RECOMPENSAS.

Rm 14.12 - De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

O crente foi julgado como pecador em Cristo, isto teve lugar no passado, na cruz do Calvário. Foi julgado como filho durante a sua vida. Agora será julgado como servo, isto é, quanto ao serviço prestado a Deus. Este julgamento terá lugar nos céus, no lugar chamado “Tribunal de Cristo” 2Co 5.10 Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más. O julgamento da Igreja terá lugar entre o Arrebatamento e a Revelação Pessoal em Glória. Não será um julgamento dos pecados nem quanto ao destino eterno, pois somente terão parte neste julgamento os salvos. O que será julgado: O trabalho feito para Deus 1Co 3.8 O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho. A qualidade do trabalho feito para Deus 1Co 4.5 Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação. Resultado do julgamento: Todo crente receberá pelo menos um louvor da parte de Deus. Haverá galardão para aqueles que suportaram a provação, sofreram com paciência e praticaram atos bondosos despretensiosos e movidos por amor. Recompensa ou perda de recompensa. Ap 22.12 "Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez.

CONTINUA….



quinta-feira, 6 de março de 2025

Lição 18 ESCATOLOGIA, A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

 TEXTO BÁSICO: 1Tessalonicenses 5.1-11

1 - Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva;
2 - porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite.
3 - Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.
4 - Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão;
5 - porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
6 - Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios.
7 - Porque os que dormem dormem de noite, e os que se embebedam embebedam-se de noite.
8 - Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade e tendo por capacete a esperança da salvação.
9 - Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,
10 - que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele.
11 - Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.
 

TEXTO BÁSICO: 1Ts 4.16,17  Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro;depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

INTRODUÇÃO: Escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que estuda as profecias bíblicas sobre o futuro. É chamada “bíblica” por tratar dos eventos que estão para acontecer, segundo as Escrituras, podendo ser dividida em "Escatologia realizada"  que refere-se aos eventos que já cumpriram, e "Escatologia futura" que refere-se aos eventos que ainda não se cumpriram. O termo “ESCATOLOGIA” vem de duas palavras gregas: “Eschatos”  - últimos, e “logia” - tratado, estudo de um conjunto de idéias. Em resumo, Escatologia é o tratado das últimas coisas, fala a respeito dos planos divinos que estão revelados ao longo das páginas das Sagradas Escrituras. Muitas dúvidas podem surgir pelo fato de não sabermos distinguir os eventos bíblicos que ocorrerão no fim da presente era bíblica, resultando disso muita confusão e interpretações das mais absurdas. Algumas causas desse caos podem ser:

  • Falta de afinidade com o Espírito Santo. 1Co 2.10 Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. A Bíblia foi produzida pelo Espírito Santo, e não podemos pensar na possibilidade de Entendê-la sem Ele.
  • Falta de aplicação do texto bíblico (exegese). 2Tm 2.15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. A aplicação correta do texto bíblico é o “manejar bem a Palavra da Verdade”, e para manejá-la bem é preciso considerar os variados aspéctos hermenêuticos da sua aplicação. A hermenêutica, é a parte da teologia bíblica capaz de nos munir de ferramentas adequadas para a interpretação dos textos sagrados.
  • Conhecimento bíblico desordenado. Mc 12.24 - E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura, não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus? É o conhecimento bíblico que se adquire pela leitura de livros, ouvindo aqui, conversando ali, mas sem organização, sem método, sem ordem, solto, sem sequência.
  • Conhecimento especulativo. 2Pe 3.16 - falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Especular é querer saber apenas por saber, sem qualquer intenção de glorificar a Deus. É a diferença entre amar a sua vinda e especular sobre a sua vinda.

De forma geral, um estudo escatológico completo e detalhado procura estudar as profecias em relação a volta do Senhor Jesus Cristo em sua relação com a igreja, com Israel e com os gentios em geral. O Estado intermediário, com uma abordagem sobre o estado dos homens, tanto dos salvos quanto dos ímpios, após a morte enquanto aguardam a ressurreição. O Reino milenar, uma das áreas que mais gera discussões devido as suas diferentes escolas de interpretação. O Juízo final, um estudo sobre o julgamento de todos os homens. E finalmente o Estado eterno num aprofundamento sobre os relatos de Apocalipse 21 e outros textos bíblicos. Neste ponto são estudadas as profecias sobre a vida dos justos no novo céu e nova terra bem como a vida dos ímpios no tormento eterno no inferno.

Existem basicamente quatro correntes de interpretação escatológica:

Pré-Milenismo Histórico: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação literal de Apocalipse 20.

  • Pré-Milenismo Dispensacionalista: também interpreta de forma literal o capítulo 20 de Apocalipse, e defende a segunda vinda de Cristo dividida em duas partes. São elas: a primeira pré-tribulacional para a Igreja, e pós-tribulacional para estabelecer o milênio.
  • Amilenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação não literal de Apocalipse 20. No Amilenismo o milênio não é visto como um período literal de mil anos, e, sim, espiritual que já começou na primeira vinda Cristo.
  • Pós-Milenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e também uma interpretação não literal de Apocalipse 20. Porém, diferentemente do Amilenismo que define o início do milênio na segunda vinda de Cristo, o Pós-Milenismo acredita no milênio como sendo um período de grande paz e prosperidade no mundo ocasionado pela pregação do Evangelho.

I. PRINCIPAIS DOUTRINAS DA ESCATOLOGIA BÍBLICA.

Sendo como vimos um assunto bastante extenso e com muitas interpretações, podemos dividir a escatologia bíblica em pelo menos oito grandes doutrinas conforme descriminadas:

1. A Doutrina dos Juízos:

Na Bíblia, o juízo é um tema que aparece em vários versículos, como no livro de Juízes, no livro de Mateus, no livro de Lucas, e no livro de João. São vários os juízos citados ao longo das Escrituras que podem se referir ao julgamento final, quando Deus julgará os mortos e os vivos, o julgamento de Deus contra os que praticam o mal, etc. Na Bíblia encontfamos os seguintes juízos.

  • Dos Pecados da Humanidade – Jo 12.31 Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo. O homem é julgado como pecador. O resultado desse juízo foi a morte de Cristo, como substituto, e a justificação para o pecador que crê. Em Cristo todos os nossos pecados foram julgados 2Co 5.21 Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
  • Do Crente pelo Crente – 1Co 11.31,32 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Nesse juízo o homem é julgado como filho de Deus. O resultado desse auto-julgamento do crente é a sua isenção de castigo da parte do Senhor.
  • Das Obras do Crente – 2Co 5.10 Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal. Nesse juízo o homem é julgado como servo de Deus. Os pecados dos crentes foram julgados na cruz. Nesse juízo são julgadas as obras feitas para Deus. Resultado: recompensa ou perda de recompensa.
  • De Israel Durante a Grande Tribulação – Dn 12.1 E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. Israel rejeitou Deus Pai (1Sm 8.7), rejeitou o Deus Filho (Lc 23.18) e rejeitou o Deus Espírito Santo (At 7.51). Israel será julgado mediante a Grande Tribulação. Resultado: O remanescente de Israel se voltará para Deus, aceitando Jesus como o seu Messias, por ocasião da sua vinda (Rm 9.27)
  • Das Nações Viventes – Mt 25.31-46 – O resultado deste juízo é que algumas nações serão poupadas e outras aniquiladas. V. 31 E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória.
  • Do Diabo e seus anjos – 2Pe 2.4 Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo; O resultado desse juízo é o estado eterno para eles. 1Co 6.3
  • Dos ímpios falecidos – Ap 20.11 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. É também chamado de “Juízo Final” e “Juízo do Grande Trono Branco”. O resultado é a ida dos ímpios para o Lago que Arde em Fogo e enxofre, para sempre, eternamente.

2. A Doutrina da Vinda de Jesus – 1Ts 4.16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; Pela sua natureza, esta é a principal doutrina. Ela abrange o Arrebatamento da Igreja, o Juízo da Igreja, as bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação, a Vinda de Jesus em Glória, o julgamento das nações e o Milénio.

3. A Doutrina da Revolta de Satanás. Ap 20.7,8 E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. Isso ocorrerá após o milênio. É uma doutrina, pois contém muitos ensinos abonados por referências através das Escrituras.

4. A Doutrina do Eterno e Perfeito Estado. Ap 21.22  E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. Descreve as glórias desse perfeito estado esterno.

5. a Doutrina das Dispensações e Alianças da Bíblia. No ciclo da história humana, a Bíblia trata de sete dispensações e oito alianças entre Deus e os homens. O dispensacionalismo e o aliancismo são sistemas teológicos que diferem na interpretação das Escrituras, na relação entre Israel e a Igreja, e na divisão da história. O dispensacionalismo, por exemplo, representa um sistema teológico que se baseia em duas estruturas centrais: a interpretação literal das profecias bíblicas e a separação entre Israel e a igreja dentro do plano divino. Já o Aliancismo, como corrente teológica, enfatiza a continuidade das alianças divinas ao longo da história bíblica. Também conhecida como Teologia do Pacto, sua abordagem teológica enfatiza a ideia de alianças entre Deus e a humanidade. Os aliancistas argumentam que as Escrituras podem ser compreendidas melhor quando vistas como um desenvolvimento progressivo das promessas de Deus por meio de alianças. Uma característica essencial do Aliancismo é a crença de que as promessas feitas por Deus a Israel no AT foram transferidas para a Igreja no NT, levando à ideia de que a Igreja é a continuação espiritual de Israel. 

Existem várias diferenças chaves entre o Aliancismo e o Dispensacionalismo:

  • Interpretação das Profecias: O Aliancismo tende a interpretar as profecias, especialmente as relacionadas a Israel, de maneira espiritualizada e alegórica, enquanto o Dispensacionalismo as interpreta de forma literal.
  • Relação entre Israel e a Igreja: O Aliancismo vê a Igreja como a continuação espiritual de Israel, enquanto o Dispensacionalismo acredita que Israel e a Igreja são entidades distintas com planos separados.
  • Divisão da História: O Dispensacionalismo divide a história em diferentes dispensações, cada uma com seu propósito específico, enquanto o Aliancismo enfatiza o desenvolvimento progressivo das alianças de Deus com a humanidade.
  • Escatologia: O Aliancismo NÃO SEPARA a segunda vinda de Cristo em duas fases, (pós tribulacionistas), enquanto o Dispensacionalismo defende o Arrebatamento pré-tribulacional seguido pelo reinado milenar de Cristo.

 

Continua...

 

Bibliografia:
https://www.google.com/search?q=diferen%C3%A7a+entre+dispensacionalismo+e+aliancism

O ARREBATAMENTO DA IGREJA

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