quarta-feira, 3 de abril de 2024

ISRAEL X PALESTINA CONFLITOS RECENTES.

 

Texto Básico:‭‭Josué‬ ‭23:1‭-‬10‬ ‭NAA‬‬

1 Muito tempo havia se passado desde que o Senhor tinha dado a Israel repouso de todos os seus inimigos ao redor. Josué agora já era bem idoso.  2 Ele chamou todo o Israel, os seus anciãos, os seus chefes, os seus juízes e os seus oficiais e lhes disse: — Já estou bem velho,  3 e vocês já viram tudo o que o Senhor, seu Deus, fez com todas essas nações por causa de vocês, porque o Senhor, seu Deus, é o que lutou por vocês.  4 Vejam bem: por sorteio eu reparti entre as tribos de vocês estas nações que restam, juntamente com todas as nações que tenho eliminado, desde o Jordão até o mar Grande, na direção do pôr do sol.  5 O Senhor, seu Deus, as afastará e as expulsará da presença de vocês; e vocês tomarão posse das terras dessas nações, como o Senhor, seu Deus, prometeu.  6 Portanto, esforcem-se muito para guardar e cumprir tudo o que está escrito no Livro da Lei de Moisés, para que dela não se afastem, nem para a direita nem para a esquerda,  7 e para que não se misturem com essas nações que restaram entre vocês. Não façam menção dos nomes de seus deuses, nem jurem por eles. Não sirvam, nem adorem esses deuses. 8 Pelo contrário, apeguem-se ao Senhor, seu Deus, como vocês têm feito até o dia de hoje.  9 Porque o Senhor expulsou de diante de vocês grandes e fortes nações; e, até o dia de hoje, ninguém conseguiu resistir a vocês. 10 Um só de vocês perseguirá mil, pois o Senhor, seu Deus, é quem luta por vocês, como ele prometeu.


INTRODUÇÃO: Um povo e uma longa história cuja origem remonta desde Abraão, patriarca fundador, destacando-se eventos como o Êxodo do Egito e a formação dos reinos de Israel e Judá, passa por toda a  idade média  e chega finalmente aos dias atuais com uma narrativa de desafios, conquistas, diásporas e muito sofrimento do povo judeu. Este vem sendo o foco das lições ministradas em nossa Escola Bíblica Dinâmica. Um povo que ao longo dos séculos, teve de enfrentar discriminação, expulsões e perseguições em várias partes do mundo. Desde a destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. e a subsequente dispersão dos judeus, passando pela Idade Média, e chegando aos séculos XX e XXI onde foram segregados em guetos e sofreram as atrocidades do holocausto. Finalmente, na lição passada chegamos ao ano de 1948, ano em que aconteceu a criação do Estado de Israel, um marco significativo na história moderna dos judeus. Fato que proporcionou aos judeus um lar nacional, mas também gerou tensões e conflitos na região do Oriente Médio. Continuamos nesta aula com nossa narrativa, agora bem próximo dos tempos atuais em que estamos vivendo. Nós da Escola Bíblica Dinâmica esperamos que estas lições possam nos ajudar a termos uma visão mais plena das profecias bíblicas e entender nossa responsabilidade em estar orando para que o Senhor Deus possa intervir e dar um final a este confronto que parece interminável. Por isso, não nos esqueçamos de orar pela paz em Israel… Tenham todos um bom estudo!


I. SURGE O HAMAS

Estamos agora no ano de 1987, ano em que chega ao auge uma revolta espontânea promovida pela população árabe palestina contra o Estado de Israel, chamada Primeira Intifada. O povo árabe atacou com paus e pedras os tanques e armamentos de guerra judeus, a reação de Israel foi dura em extremo o que gerou um dos maiores massacres do conflito. Este fato desencadeou uma profunda revolta da comunidade internacional em virtude do peso desproporcional do uso da força nas áreas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Neste mesmo ano, 1987, surge o Hamas, um grupo radical que visava à destruição completa do Estado de Israel, ao contrário da OLP, que objetivava apenas a criação da Palestina. O Hamas surge no interior da Irmandade Muçulmana e torna-se um dos grupos de resistência mais influentes da Palestina atualmente. O objetivo principal do Hamas é recuperar as terras dominadas por Israel e, por não reconhecer o Estado de Israel do Oriente Médio, eliminá-los completamente. Por outro lado, as autoridades israelenses consideram o Hamas como um grupo terrorista e os acusam de usar a população palestina, e até crianças, como escudos humanos durante ataques.


1. O QUE CADA UM ACUSA O OUTRO.

As razões dos conflitos são intermináveis com motivos incentivadores segundo ambos os lados. Para o Hamas e seus apoiadores, Israel expulsou seus antepassados de sua terra e os trata com violência, restringiu ao palestino o acesso a suprimentos básicos e essenciais, promovendo ataques contra áreas de civis palestinas. O Hamas os acusa ainda por terem construído um muro ao redor de seus territórios como uma espécie de apartheíde (segregação) moderno. Quanto aos Israelenses, eles também parecem terem seus motivos. Eles acusam o Hamas de ser uma gangue terrorista e criminosa que subjuga a população judia, impondo um regime tirânico. Escondem armamentos em hospitais e escolas, e instalam lança-mísseis em prédios residenciais civis. Israel os acusa ainda de usarem a população palestina como escudo,  além de desviar recursos da população para financiar seus ataques. Enviar carros e homens bombas para promover atentados. e transformar o território da Faixa de Gaza, que deveria ser um espaço para o povo, em base terrorista. Mesmo não defendendo o Hamas, a maior parte da população palestina é contra o Estado de Israel:

  • 71% da população prefere que a Palestina continue pressionando para obter todo o território de Israel.

  • 29% aceitam a solução que divide o território em dois estados.

(washington institute for Near East Policy - Jun 2014)


2. DEFESA DE ISRAEL.

para lutar contra Israel, o Hamas já disparou milhares de mísseis contra o estado judeu, que conta com um avançado sistema antimíssil chamado “Domo de Ferro” um sistema antiaéreo criado pelas empresas israelenses Rafael Advanced Defense Systems e Israel Aerospace Industries, com apoio técnico e financeiro dos Estados Unidos. O Domo de Ferro foi criado em 2011 com o objetivo de derrubar foguetes e mísseis de curto alcance disparados de Gaza. Conta com um sistema de radar capaz de prever se o foguete tem uma trajetória com risco de atingir uma área povoada ou alvos de infraestrutura. Os interceptadores são disparados de unidades móveis ou estáticas e são desenhados para explodir os foguetes no ar.


II. ACORDOS DE OSLO.

Os conflitos mais recentes no Oriente Médio são resultado de fracassos em acordos entre palestinos e israelenses. Entre as tentativas para se construir a paz, destacamos os “acordos de Oslo”, que completam 31 anos agora em 2024. Para entendermos a guerra nos tempos atuais, vamos analisar essa tentativa frustrada de se construir a paz na região. Em meados da década de 1990, a situação parecia caminhar para um fim, Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, realizam os Acordos de Oslo, mediados pelo então presidente dos EUA, na época, Bill Clinton. Com esse acordo, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, responsável por todo o território da Palestina, envolvendo partes da Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Pela primeira vez, os palestinos reconheceram o Estado de Israel e, em troca, Israel reconheceu a OLP como o legítimo representante do povo palestino. Ficou acordado que os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada seriam desfeitos e que o território seria parcialmente entregue à Autoridade Nacional da Palestina (ANP), que foi criada após a assinatura dos acordos. Por outro lado, não entraram no acordo demandas históricas dos palestinos, como o retorno dos refugiados expulsos das suas terras após a criação de Israel, a definição do status da cidade de Jerusalém e a libertação dos prisioneiros palestinos em cárceres de Israel. No entanto, em 1995, Yitzhak Rabin foi assassinado por um extremista judeu, e a extrema-direita ganhou força dentro de Israel. Dessa forma, os judeus não cederam mais para a desocupação das áreas onde ainda resistia a população palestina. Por isso, os termos de paz dos Acordos de Oslo resultaram em fracasso. 


III. MAIS ACORDOS E MAIS CONFLITOS .

No lugar de Yitzhak Rabin, quem ganhou as eleições, em 1996, foi Benjamin Netanyahu, atual primeiro-ministro de Israel. A partir daí os acordos de paz foram praticamente enterrados. 


1. A SEGUNDA INTIFADA 

Em 2000, quando Netanyahu já não estava mais no poder, o primeiro-ministro Isrelense Ehud Barack, tentou negociar com o líder da OLP, Yasser Arafat, um novo acordo. A oferta passava pela solução da divisão do território em dois estados: Os palestinos deveriam receber o território da Faixa de Gaza e 94% da Cisjordânia com Jerusalém do Oeste como capital. Como resposta a OLP lançou bombas que mataram mais de 1.000 cidadãos civis de Israel. As ofensivas ficaram conhecidas como a Segunda Intifada. Israel respondeu duramente, além de demolir casas de palestinos e iniciar a construção do Muro da Cisjordânia ou Muro de Israel. Em 2002. Milhares de mortes aconteceram em ambos os lados da guerra, que se estendeu até 2004. 


2. DESOCUPAÇÕES ISRAELITAS.

Finalmente com a morte do líder do Hamas, Yasser Arafat, novos acordos de paz foram feitos, e, assim, teve início a desocupação por parte de Israel da Faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia, ações que resultaram no recebimento do Prêmio Nobel pelo primeiro-ministro israelense Ariel Sharon. Em 2005, mesmo tendo recebido diversos “não” em tentativas de negociação, Israel saiu pacificamente de Gaza e a entregou aos palestinos que, ao invés de desenvolverem a região, o Hamas tornou o local em um centro de suas operações militares. Em 2006, a vitória do Hamas sobre o Fatah nas eleições da Autoridade Nacional Palestina elevou novamente a tensão na região, o que se intensificou com o não reconhecimento do pleito por parte dos EUA, União Europeia e outros países. Autoridades palestinas lançaram contra Israel carros bombas e mísseis balísticos, e a resposta foi imediata e um novo confronto tomou conta dos países vizinhos. Além da resposta militar, Israel declarou embargos econômicos contra Gaza. 


3. NETANYAHU VOLTA AO PODER

Netanyahu voltou ao poder em 2009 e não houve mais qualquer tipo de negociação. O governo dele e seus aliados são contra qualquer negociação. Eles enfraqueceram politicamente o Fatah, partido que controla a Cisjordânia, impossibilitando qualquer tipo de acordo.


III. QUESTÃO ISRAEL PALESTINA EM NOSSOS DIAS.

O conflito entre palestinos e israelenses, como vimos até aqui, já acontece por décadas e tem como questão central dois povos buscarem governar o mesmo local, a Palestina. Entretanto, nos últimos anos, muitas críticas a Israel vêm ocorrendo pela forma como essa situação tem sido conduzida, sobretudo pela violência desproporcional utilizada contra as populações palestinas. O Estado de Israel defende-se argumentando que sua ação se dá apenas como forma de garantir a segurança de sua própria população e combater ações terroristas, como as que são atribuídas ao Hamas, a organização que comanda a Palestina desde 2006 e que, como vimos, é vista como terrorista por Israel. Entretanto, as ações desproporcionais que muitos criticam não são apenas militares, as quais, em sua maioria, resultam na morte de civis inocentes sem ligação alguma com grupos como Fatah e Hamas. Os atentados terroristas, sobretudo com carros-bombas, prosseguiram sobre Israel, que buscava várias tentativas de eliminar o Hamas, incluindo a adoção de embargos econômicos sobre Gaza, o que afetava também a população civil. Em 2008, um acordo de cessar-fogo foi realizado entre o Hamas e Israel por mediação do Egito. No entanto, seis meses depois, o acordo não foi renovado, pois os judeus recusaram-se a findar o bloqueio econômico então adotado. Em 2014, novas ofensivas aconteceram e a Palestina tem seu suprimento de gás, água potável e energia elétrica cortado, além de frequentes bombardeios que vitimam inocentes e destroem escolas e hospitais. Muitos criticam o fato de Israel, ainda hoje, não permitir o retorno dos descendentes dos refugiados que abandonaram a região depois da guerra travada em 1948. Por fim, os assentamentos israelenses na Cisjordânia e as expulsões de moradores palestinos de suas casas para a construção desses assentamentos têm sido alvo de críticas recentes. O que se percebe nesse conflito é que a sua resolução está longe de chegar, pois, mesmo com acordos momentâneos de paz, basta uma pequena faísca para reacender novamente as batalhas, elevando novamente o número de mortos. Ao mesmo tempo, vem sendo difícil a criação do Estado palestino, pois as disputas territoriais ainda são intensas, embora tal Estado seja internacionalmente reconhecido por vários países. 


1. A GUERRA HOJE.

Os anos de 2022 e de 2023 vem sendo anos recordistas de letalidade para os palestinos e com os com maiores números de construções de novas colônias judias. Só em 2022, mais de 12 mil casas foram construídas pelo governo israelenses no território palestino. Os principais responsáveis, do lado da população palestina, tem a ver com seus próprios representantes que não foram capazes de mudar a realidade deles. O Hamas, diferentemente do Fatah, da OLP e da Autoridade Nacional Palestina não reconhece Israel e não se dispõe a negociar com Israel. Então, dificilmente vai haver um acordo de paz se depender do Hamas. Obviamente, do lado israelense tem a influência negativa do governo de Benjamin Netanyahu que acabou minando qualquer tipo de negociação. No dia 07 de outubro de 2023, o Hamas bombardeou e invadiu Israel. Mais de 100 Israelitas foram sequestrados e levados para a Palestina. Israel respondeu aos ataques com bombardeios que mataram mais de 300 pessoas. A invasão terrorista do Hamas foi o maior avanço bélico na guerra entre Israel e Palestina. Centenas de terroristas assassinaram e dominaram casas de famílias israelenses. Um dia depois do ataque, o governo israelense emitiu uma declaração oficial de guerra contra o Hamas. Segundo o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu: “Será uma guerra longa e difícil. A primeira etapa termina agora com a destruição da grande maioria das forças inimigas que se infiltraram no nosso território”


EPÍLOGO. "Governo de Jerusalém”

Jerusalém é atualmente a cidade de Israel e sede do governo, fato não reconhecido pelas Nações Unidas e União Europeia. A cidade é disputada e reivindicada por israelenses e palestinos como sua respectiva capital, o que gera grandes tensões. Um evento marcante na história das disputas entre árabes e judeus, como vimos, foi a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Com a justificativa de que estava se antecipando a um inevitável ataque dos vizinhos árabes, Israel iniciou um conflito surpresa e derrotou Egito, Jordânia e Síria. Com essa vitória, Israel anexou vários territórios – entre eles a Faixa de Gaza, ocupada por palestinos, e as Colinas de Golã, que pertenciam à Síria. Foi nessa guerra também que os judeus assumiram o controle da cidade de Jerusalém inteira. Israel é uma democracia parlamentar e o presidente, até 2021 foi Reuven Rivlin, é o chefe de Estado, mas suas funções são em grande parte simbólicas. Um membro do Parlamento apoiado pela maioria dos parlamentares torna-se o primeiro-ministro, normalmente o presidente do maior partido. O primeiro-ministro, cargo exercido atualmente por Benjamin Netanyahu, é o chefe de governo e chefe do gabinete. Israel é governado por um parlamento composto por 120 membros, conhecido como Knesset. A composição do Knesset é baseada na representação proporcional dos partidos políticos, há parlamentares eleitos pelas minorias, incluindo árabe-israelenses. As eleições acontecem a cada 4 anos, o voto é facultativo e permitido a todos os cidadãos maiores de 18 anos. O presidente atual chama-se Isaac Herzog.



Bibliografia:

|1| |2| OMER, Mohammed. Shell-Shocked: on the ground under Israel’s Gaza assault. Chicago: Haymart Books, 2015.

(agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-10/entenda-o-que-e-sionismo-movimento-que-da-origem-ao-estado-de-israel)

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/aftermath-of-the-holocaust-abridged-article

https://juruaonline.com.br/entenda-o-conflito-entre-israel-e-palestina-um-dos-mais-longos-da-historia-da-humanidade/5/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-os-acordos-de-oslo-tentativa-de-paz-entre-israel-e-palestina



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