quarta-feira, 10 de abril de 2024

AS 70 SEMANAS DE DANIEL

 AS 70 SEMANAS DE DANIEL  (primeira parte)

Texto Básico: Daniel 9.24-27 Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador.

INTRODUÇÃO: Israel e Palestina, este tem sido o foco de nossas últimas lições. Vimos que desde 1947/48 muitos conflitos e tentativas de acordos entre árabes e judeus aconteceram mais o resultado sempre foi o de mais conflitos e mais desentendimentos entre esses dois povos. Israel sempre foi, para nós cristãos, um sinal iminente da volta do Senhor Jesus, o problema é que estamos falando de um conflito que como vimos atravessa gerações, começou bem antes de 1948. Na verdade é um conflito que remonta a tempos bíblicos do Antigo Testamento, e mesmo se olharmos apenas para os conflitos mais recentes, perceberemos que ainda assim estamos falando de um tempo extenso de guerras que parece que nunca terá fim. Contudo, é certo que profecias bíblicas relacionadas aos judeus apontam para um tempo que ainda aguardam o seu cumprimento e dessa forma é correto que aguardemos confiantes no cumprimento destas profecias bíblicas em que Israel é apontado como foco principal, mas com grandes desdobramentos escatológicos relacionado a igreja. Dn 10.14 Agora, vim para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias. 

Hoje passaremos a olhar para este povo, não apenas no contexto histórico como fizemos até aqui. Nossa abordagem agora visa destacar uma visão mais bíblica na tentativa de posicionarmos diante das profecias e fatos escatológicos que aconteceram, estão acontecendo e de fatos que ainda vão acontecer. As Setenta Semanas de Daniel é uma destas grandes profecias extremamente importante que revela o futuro da nação de Israel, Incluindo em seu contexto de revelações o período final da Igreja aqui na Terra. Na verdade, se não entendermos a profecia das SETENTA SEMANAS, corremos o risco de não entendermos o Sermão profético descrito em Mateus 24, e pior, não compreendermos corretamente o livro de Apocalipse. As Setenta Semanas é uma profecia relacionada ao povo judeu, mas abrange fatos que dizem respeito a igreja. Em resumo: Daniel escreveu seu livro para os leitores judeus enquanto João, escreveu para nós, a Igreja. Ninguém além de Deus, poderia fazer tal apresentação pois somente Ele tem todo o conhecimento e controle no que diz respeito ao passado, ao presente e ao futuro das nações em geral. Muitos fatos preditivo da profecia, já se cumpriram e assim o estudo desta profecia torna-se ainda mais edificante e até mais empolgante se considerarmos que estamos agora vivendo no "TEMPO DO FIM" de que falou o profeta Daniel. Dn 12.4 E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Este será o caminho que tentaremos percorrer a partir de hoje na Escola Bíblica Dinâmica, tenhamos todos um bom estudo, e continuemos a orar perseverantemente pela nação de Israel. Bom Estudo!

I. O CENÁRIO HISTÓRICO. 

Dn.9:1,2 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos. 

 Tudo bem, temos aqui mas um inicio com contexto histórico na nossa lição. Mas não podia ser diferente, Daniel agora é o protagonista dessa história é ele quem vai nos conduzir para um entendimento escatológico.   Daniel não deixa dúvidas quanto ao tempo em que tais revelações acontecem. O quadro ainda é de cativeiro, agora sob domínio persa. Este Dário citado por Daniel era conhecido por "Dário o Médo". Foi ele quem sucedeu no governo da Babilônia, ao rei Belsazar. Dn.5:31 E Dario, o medo, se apoderou do reino, quando tinha mais ou menos sessenta e dois anos de idade. Neste tempo Dário havia escolhido Daniel para ser um dos três presidentes colocados a frente dos 120 Sátrapas, uma espécie de chefe da administração de determinada província, que estava rodeado por uma corte de caráter não real. Ele atuavam coletando impostos, controlando os representantes locais do governo, os clãs e as cidades sob tutela. Eram juiz supremo da província, diante do qual todo caso civil e criminoso podia ser levado. Foi também Dário que, depois do fascinante livramento de Daniel da cova dos leões, publicou um decreto exigindo reverência ao Deus de Daniel em todos os seus domínios. Neste tempo, Daniel entendeu que estava chegando o final dos Setenta anos de Cativeiro do povo judeu. V.2 eu, Daniel, entendi pelos livros... Daniel menciona ter lido alguns “livros” dentro os quais ele menciona "as profecias de Jeremias".

Jr.25:11-12 E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei da Babilônia, e esta nação, diz o SENHOR, castigando a sua iniquidade, e a da terra dos caldeus; farei deles um deserto perpétuo. 

Jr.29:10 Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar. 

O texto de Jeremias menciona um rei, que pelo contexto dos fatos, Daniel entende ser o rei Belsazar, rei da Babilônia que segundo o mesmo texto já fora castigado, fatos que se cumpriram neste tempo de Daniel e que o levou a conclusão que já estava no tempo para terminarem as "Assolações de Jerusalém ", sua cidade amada que ainda continuava destruída. 

1. A ORAÇÃO DE DANIEL (DN 9.1-9) 

V.3. Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinzas. Daniel, pelo que comprova o texto, foi um homem de oração Jejum e integridade em sua fé no Deus de Israel, mesmo vivendo e trabalhando no palácio não se corrompeu. Uma coisa que chama nossa atenção na oração de Daniel é o fato dele confessar os pecados da sua nação como se fossem os seus, e com isso identificando-se com o seu povo. Em sua oração Daniel não esconde o fato de reconhecer que todo o mal pelo qual passaram e ainda lhes estava reservado não tinha outra razão se não a rebeldia do seu próprio povo Dn 9.5 pecamos, e cometemos iniquidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; 

2. A RESPOSTA A ORAÇÃO (Dn.9:20-23) 

Dn 9:21 estando eu, digo, ainda falando na oração, do varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde. Daniel não chega a concluir a sua oração, pois a resposta divina vem antes mesmo que ele a termine. Como resposta Deus mobiliza um dos anjos mais proeminentes para lhe trazer a resposta, o anjo Gabriel. Dn.9:21,22,23 Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde. Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido. No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão. Gabriel aparece pela primeira vez na Bíblia quando ele foi interpretar a visão do mesmo Daniel sobre um carneiro e um bode. Gabriel apareceu a Daniel na forma de um homem e lhe explicou que a visão era sobre os tempos do fim (Dn 8:15-17). Os animais representavam reinos e seus futuros. Agora, Gabriel aparece outra vez a Daniel, depois que ele orou a Deus pedindo perdão pelos pecados de seu povo. Gabriel disse que Daniel era muito amado e que havia uma resposta para sua oração.

II. AS SETENTA SEMANAS. 

Dn.9:24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Daniel, pela leitura do Livro do profeta Jeremias, entende que os 70 anos mencionados pelo profeta havia chegado a fim, contudo ainda não era possível ver qualquer ocorrência relacionada ao repatriamento dos judeus.

Dn.9.2 No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos

Jr 29.10 - Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.

1. A RAZÃO DO CATIVEIRO.

LV 25.3,4 Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás a sua novidade. Porém, ao sétimo ano, haverá sábado de descanso para a terra, um sábado ao SENHOR; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha. O cativeiro tratava-se da disciplina imposta sobre o povo de Israel por quebra deliberadamente os preceitos divinos. O cativeiro de Judá foi, em grande parte, fruto da desobediência dos Judeus quanto às palavras do Senhor, acima. Na passagem de Levítico Deus determinou a observância de uma ano Sabático, ou um ano de Descanso a terra. Isso devia ser observado cada 7 anos. Ora, durante os quase 500 anos que vão da monarquia de Israel ao seu cativeiro, eles não cumpriram o preceito do Senhor, e o resultado foi o próprio Deus fazendo a terra repousar, mantendo seus maus "Inquilinos" fora por 70 anos. 70 anos é o total de anos Sabáticos ocorridos no espaço de 490 anos. 2Cr.36.20,21 E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram. 

2. SEMANAS DE ANOS E SEMANAS DE DIAS

Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade... As Setenta Semanas da profecia em Dn.9:24-27 devem ser entendidas como Semanas de anos; não em semanas de dias como temos em nosso calendário. Para nós isto pode parecer estranho, mas para os judeus isto era muito comum. Segundo os estudiosos, o texto na  língua original  não diz "SEMANA", a palavra no hebraico é “Shabua” e significa "SETES ". Desta forma o texto deveria ser lido: Setenta Setes estão determinados... Quando se trata de semana de dias, é acrescentado, em hebraico, a palavra para dias: "YAMIN ". Dn 10 .2,3 - Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas. Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas. Mesmo não tendo acesso ou conhecimento das línguas originais, pela descrição do texto também é possível notar a diferença entre ambos os casos.

Lv 25. 8 Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. 

Nm 14.34 Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos e conhecereis o meu afastamento. Assim fica claro o texto profético. “Setenta Setes” ou Setenta Semanas “de anos” dando um total de 490 anos.

Seis eventos preditos, a respeito de Israel, em Dn.9:24 ainda não se cumpriram. Em Dn.9:27, por ocasião da última das Setenta Semanas, a Bíblia diz: "E ele fará firme aliança com muitos por uma Semana"  É algo impensável um pacto entre nações por uma Semana de dias, quando somente o protocolo e as celebrações muitas vezes tomam mais de uma Semana. A autenticidade desta profecia Dn.9.24-27 foi atestada por Jesus, em Mt.24.15, onde Ele mostra que a última das Setenta Semanas é ainda futura, uma vez que o fato ali citado por Jesus ainda não ocorreu depois que Ele proferiu aquelas palavras. A leitura acima mostra que as Semanas estão divididas em 3 três grupos. Sendo Semanas de anos, totalizam 490 anos. 7 semanas, 62 semanas e 1 semana. Vamos comparar dois textos de Apocalipse para identificarmos biblicamente a duração dos anos proféticos.

Ap 12.6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.

Ap 13.5 - E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses.

Comparando os textos acima, vemos que o ano Bíblico ou profético é de 360 dias, pois 1.260 dias dá 42 meses de 30 dias. O calendário religioso de Israel era lunar. A lua nova marcava o início dos meses, sendo essa uma ocasião festiva. Esse ano era de 354 dias, mas nos fatos gerais e nas profecias era arredondado para 360 dias. O calendário solar é posterior, e é relacionado comas estações do ano. 

 

 

 

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