sábado, 18 de abril de 2015

SEPARADO PARA DEUS

Lc 2.22, 23 Terminados os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor. (conforme está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito será consagrado ao Senhor),

Int. Consagrar alguém ou algo a Deus foi, desde os mais primórdios tempos, um costume geral entre os povos bíblicos. Não será difícil  encontrarmos na Bíblia textos onde o próprio Deus exigia para si, a separação de pessoas ou coisas. Exemplo. Arão e seus filhos. Ex 28.41 E vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também a seus filhos, e os ungirás e consagrarás, e os santificarás.

Definição do termo: Consagrar. Separar ou dedicar para o uso de Deus Êx 13.2 Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu é.
Lucas registra, e é o único dos evangelistas a fazê-lo,  Maria e José conduzindo Jesus ao Templo de Jerusalém,  quarenta dias depois de seu nascimento. Eles estão cumprindo um ritual de purificação pós-parto, que, de acordo com a lei de Moisés chamava-se "a redenção do primogênito".  ...os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei, v.27. Para cumprirem este ritual José e Maria escolheram a opção mais disponível  aos pobres, aqueles que não podiam comprar um cordeiro, entregavam "Um par de rolas ou dois pombinhos" (v.24). Lv 12.1-4 Mas, se as suas posses não bastarem para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos: um para o holocausto e outro para a oferta pelo pecado...

Pontos importantes podem e devem ser observados aqui:

1. José e Maria, pais de Jesus, não esperavam cumprir qualquer ritual indicado por uma igreja ou denominação evangélica, como judeus eles cumpriam um ritual do "judaísmo" que era a religião oficial daquele povo.  Mesmo em tempos de domínio dos Romanos, um povo completamente alheio aos preceitos divinos, os judeus se mantinham,  na medida do possível fiéis ao Senhor e as suas crenças. ...levaram Jesus a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor...

2. O ato de levar Jesus ao templo para ser apresentado não vinha de nenhum ensinamento apostólico, e nem tinha qualquer intenção de deixar algum exemplo que deveria ser seguido pela igreja. Ainda não haviam sido instituído nem igrejas e nem apóstolos naqueles tempos, a prática era estritamente judaica.

3. Jesus também não pretendeu, por este ato a que foi submetido por seus país, deixar nenhum exemplo para as igrejas que se estabeleceriam. Jesus tinha apenas 40 dias de nascido, uma criança de 40 dias não é capaz de escolher onde ir, o que vestir, o que fazer, muito menos dar exemplo para alguém.

I. AS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA DA APRESENTAÇÃO DE CRIANÇAS.
A apresentação de crianças, saiu dos tempos bíblicos e acabou se tornando uma prática comum nas igrejas evangélicas. Adotamos a prática por não batizarmos as nossas crianças. Assim, substituímos uma prática pela outra por entender que tal prática tenha se tornado motivo de grande alegria para muitas famílias. Para entender um pouco melhor as implicações no ato de apresentarmos nossos filhos, talvez seja procurarmos entender um pouquinho sobre o assunto batismo.

1. O BATISMO CATOLICO ROMANO.
Os Católicos veem o batismo como um dos sete sacramentos (Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e o Matrimônio). Consideram-no como um ritual "santo" e, fundamental a vida cristã. Pela prática do batismo, segundo ensinam, as porta para a vida no Espírito e o acesso aos demais sacramentos são abertas. Definem o batismo como o sacramento da regeneração pela água e pela Palavra, acreditando que, pela prática dele, a criança é salva tornando-se membro do Corpo de Cristo, regenerada do seu estado de pecador, e livre do paganismo.

2. O BATISMO A LUZ DA BIBLIA.
O nosso pensamento em relação ao batismo, difere circunstancialmente do pensamento católico. O ensino da Bíblia é que  nenhum ritual religioso é suficientemente eficaz para salvação. A salvação advém única e exclusivamente na convicção e na crença na pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo. At 4:12 E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos. Pensamento confirmado pelo texto de Jo 3:16  Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mais tenha a vida eterna. E por Paulo em Rm10.9,10 Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Ainda, é preciso lembrar do “salteador” arrependido na cruz, ao lado de Cristo, que foi salvo sem ter tido ao menos tempo pensar em batismo. Lc 23:43 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

3. A APRESENTAÇÃO.
Curioso em tudo isso é que temos uma crença diferente dos católicos, mas permitimos que sorrateiramente se introduza nas nossas igrejas um pensamento idêntico ao deles substituindo um ritual por outro. (Ritual aqui não é um termo pejorativo) "Ritual" conjunto de gestos, palavras e formalidades, imbuídos de algum valor simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou por tradições da comunidade. A prática na apresentação de crianças não traz em si nenhuma conotação mística, como também não há nenhuma ordenança bíblica neste sentido. Podemos entendê-la como um melhoramento de uma prática bíblica judaica habilitada para uma prática de uso eclesiástico sem  nenhum valor salvívico, e nada tendo a ver com perdão de pecados. No entanto este ato pode ser motivo de muita exultação e alegria aos pais e familiares que o entenderem como deve ser entendido. É preciso muito cuidado pois não são poucos os pais que teimam em acreditar que se não apresentarem seus filhos, eles se tornam “pagãos”. É por causa deste pensamento que muitos pais correm para as igrejas para apresentarem seus filhos, e depois... simplesmente desaparecem, somem, nunca mais são vistos.

II. IMPLICAÇOES DO RITUAL.
Pois bem, este é um ato que embora simples,  traz consigo algumas implicações. Jesus, não foi sozinho ou por vontade própria ao templo... Levaram ele.... Ele não escolheu estar ali, não escolheu a roupa que deveria vestir e nem as pessoas que deveriam estar também ali. Para falar a verdade, não fazia a menor ideia do que estava acontecendo ali.

COMPROMETIMENTO.
JESUS não tinha como saber nada  sobre o que iria acontecer, mas seus pais sabiam muito bem. Os pais que hoje trazem seus filhos para serem apresentados na igreja precisam e devem saber que este ato que traz implicações e que esta implicações dizem exatamente em respeito a eles. Mas, fiquem tranquilos, não é nada sobrenatural, nada para se ter medo... A principal implicação e a única da qual me deterei neste opúsculo tem a ver com a palavra "compromisso".
Nossos filhos ainda não possuem idade suficiente que lhes deem condições de escolha, por isso eles precisam ser instruídos, e esta missão de "mostrar" a eles o caminho em que devem andar pertence em primeiro lugar a nós os pais. Pv 22.6 Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele. Por isso, devemos ser os maiores interessados em manter nossas vidas comprometidas com o Senhor Jesus. Nossos filhos precisarão aprender a ser bons cidadãos, bons filhos e, principalmente bons  servos de Deus.

a. COMO ISTO FUNCIONA.
Ao "trazermos" nossos filhos para serem apresentados ao senhor, nós o estão consagrando ele a Deus. estamos "entregando" nossos filhos aos cuidados de Deus. Isto é maravilhoso! Mais, não é uma troca, é uma aliança. Deus recebe nossos filhos no sentido de abençoa-los e guardá-los. Nós assumimos a responsabilidade de educá-los nos preceitos bíblicos afim de que eles cresçam conhecendo o Senhor.Moisés nos mostra direitinho funciona esta engrenagem:

Primeiro. Dt 6-9 E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos... A implicação número um desta aliança é o amor e o apego pela Palavra. Não faz sentido querer inculcar algum ensino em alguém sem que esteja primeiro inculcado em nós. Precisaremos amar a Palavra de Deus na prática para que nossos filhos aprendam, na prática, como amar Deus e Sua Palavra. É a parte de vocês na aliança. Tg 1.22-25 E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Pois se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla no espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo e vai-se, e logo se esquece de como era. Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer. 

"Entretanto, se continuar olhando com firmeza na lei de Deus que traz a liberdade e não a esquecer, mas praticar o que ela diz, Deus abençoará grandemente essa pessoa em tudo quanto fizer" (Bíblia Viva) Aqui se fundamenta o ensino daquilo que se vive e ama. Não é ensinar por ensinar. Não se trata simplesmente de contar historinhas porque as acha bonitas ou úteis. O ensino aqui deve vir de dentro, fluir da alma, brotar de um coração que acima de tudo, ama as coisas que vem de Deus.

Segundo: ...e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Estamos apenas começando com nossos pequeninos, e em hipótese alguma poderão desistir deles. A segunda implicação está no fato de nunca pensarmos que já falamos de Deus o suficiente.  O aprendizado vem pela persistência, (por osmose). Se não formos insistentes o suficiente na transmissão da Palavra de Deus, os meios de comunicação como a TV ou a internet poderão ser mais convincente, e  fatalmente perderemos esta batalha. Por isso,  ainda no berço, a Bíblia precisa começar a ser inculcada, ela está repleta de belas historias que podem muito bem ser adaptadas a linguagem e ao entendimento deles. Mesmo que eles ainda não entendam a linguagem das palavras, com um pouco de carinho, quem sabe, consigamos falar na "linguagem"  deles. Todas as oportunidade para "inculcar" neles a verdade sobre o Senhor Jesus devem ser aproveitadas ao máximo.

PARA A ESCOLA. Levar nossos filhos na escola é uma alegria que não deve ser desperdiçada. (Não tem preço). É uma oportunidade indescritível poder andar de mãos dadas com eles e  conversar.... o tempo passa muito rápido e daqui a pouco vão restar apenas lembranças... 

EM TODOS OS LUGARES. Portanto, devemos procurar aproveitar todo tempo com eles para falar de Deus. Andado na rua... indo a igreja...brincando no parquinho, ou estando simplesmente em casa. Tudo isso é válido.

DEPOIS DE UM DIA CANSATIVO. Algumas noites, mesmo depois de um dia cansativo e estressante em virtude do trabalho, eles estarão nos esperando desejoso de alguma atenção. Não devemos perder esta oportunidade, podemos brincar nem que seja um pouquinho, assistir TV com eles,  convidá-los a deitar ao nosso lado e falar para eles da Bíblia,  contar historinhas, no final, mesmo que sejamos nós a durma primeiro, posso te garantir,  valerá a pena...

Terceiro: Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos... A terceira implicação está em assumir de vez nossa responsabilidade como pais educadores.  Muitos pais preferem transferir para a igreja ou para as instituições de ensino responsabilidades que são suas. Não é a igreja ou a escola que tem a missão de "educar" nossos filhos, a igreja, e a escola são "ajudadores" nesta missão, elas vão nos auxiliar nesta tarefa, mais os educadores somos nós.

A EBD. A EBD tem sido ao longo de muitos anos a melhor escola de ensino que a igreja dispõe. Infelizmente muitos pais não tem a prática de frequência na EBD, mas, contudo, enviam seus filhos todos os domingos. Isto pode ter um lado negativo, porque acaba passando para eles a ideia de que a EBD não é um lugar tão bom, "se fosse bom, eles iriam juntos!" Também parece não ser uma boa ideia os pais irem a EBD e não levarem seus filhos. Estão impedindo que eles de recebam boa instrução, por pessoas dispostas e preparadas para isso. Não tenhamos dúvidas, a EBD pode ser um excelente "auxiliar" na educação de nossos filhos. Lá eles aprenderão coisas muito mais importantes e edificantes que com toda certeza a televisão ou a Internet não tem para lhes ensinar.

Como sinal na tua mão e por frontais entre os teus olhos.  A Palavra de Deus estando a nossas mãos, nossas mãos não servirão apenas para dar umas "palmadinhas". Pelo contrário, elas estarão sempre prontas e estendidas nos momentos difíceis da caminhada, e não duvidem sempre chega um tempo em que nossos filhos precisarão se sentir seguros, a Palavra de Deus é a segurança que precisamos ter sempre a mão para os auxiliar. 

A Bíblia Viva verte este texto da seguinte forma: "Amarre estes mandamentos nos braços como constante lembrete". Antes de tomarmos qualquer atitude no sentido de punirmos ou corrigirmos nossos filhos, devemos ter o cuidado de ver com os olhos de Deus. Não se trata de deixar sem correção,  mas aprender com Deus. Hb 12.7, 8 É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos. Com a Palavra na mão,  estamos aptos para corrigir e ajudar. Com a Palavra nos "olhos", estamos prontos para ver com os olhos de Deus. Ef 2.17 que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor,

Quarto e último: ...e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas...  Para finalizar,  não podemos nos esquecer da nossa casa. Ela o ambiente onde vamos criar nossos filhos, por isso nossa casa precisa ser uma extensão da casa de Deus. Tudo que imaginamos ser a casa de Deus, deve ser a nossa casa... A Palavra, a música, a comunhão, o ambiente saudável... Um lugar prazeroso de se estar. Nossos filhos, como nós precisam sentir prazer em estar em casa... Casas onde o ambiente se verifica por brigas, palavrões e panelas voando, certamente nunca será um lugar bom de se estar. Por causa de ambientes como estes que muitas crianças e até adultos, preferem ficar na rua. Paulo nos fala como devemos agir para que nossa casa seja um lugar agradável.

1. Evite ficar falando "palavrões" na frente de seus filhos, nem ache bonito quando ouvir eles falando.Ef 4.29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas ó a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.

2. Evite ficar brigando ou discutindo na frente de seus filhos. Se tiverem que "discutir" qualquer assunto mas acalorado, faça-o,  longe deles, preferencialmente. v.31 Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia.

3. Evite guardar no coração qualquer tipo de recebimento. Procure sempre agir com bondade. Se precisar corrigir seu filho, não o faça no calor da sua ira, espere um pouco até que esteja pronto para falar. v. 32 Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.

CONCLUSÃO: Finalmente Arthur será apresentado a Deus, e vocês proverão um ambiente saudável para que ele cresça no temor do Senhor. Ele, agora não está em condições de escolher vir a igreja, mas vocês poderão fazer disto uma rotina prazerosa para ele... O que eu posso dizer... Desde seu nascimento, Arthur, foi separado para Deus...

Mensagem pregada no culto de apresentação do pequenino Arthur filho de meus sobrinhos Márcio e Luana.  Assembleia de Deus em Cerâmica, Nova Iguaçu. 19/04/2015


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