Texto: Fp 2.29 Recebei-o, pois, no
Senhor com todo o gozo, e tende em honra a homens tais como ele.
Int. Epafrodito foi um
crente macedônio de Filipos. Poucas coisas sabemos em relação a este servo de
Deus cujo nome significa simpático ou encantador. O Apostolo Paulo identifica
Epafrodito chamando-o de "vosso enviado", adjetivo que, contudo, não
sinaliza que ele tenha exercido qualquer ofício relevante na igreja de Felipos.
Epafrodito pelo que se entende era simplesmente um mensageiro. Faltas de bases bíblicas
nos fazem crer que ele não seja o mesmo "Epafras" citado em Cl 1.7 Segundo aprendestes
de Epafras, nosso amado conservo, que por nós é fiel ministro de Cristo.
O nome de Epafrodito vai
surgir num momento em que a Igreja de Felipos precisava entregar a Paulo alguma
coisa importante que o texto identifica como "presente". Paulo estava preso em um
cárcere Romano, e a viagem de Filipos a Roma era uma viajem bem difícil e muito
perigosa, tanto que Paulo menciona que Epafrodito tenha ficado
"esgotado" nesta viagem, gravemente enfermo, chegando mesmo a ficar,
como diz Paulo, "as portas da morte" Fp 2.30. Porque pela obra de Cristo chegou até as
portas da morte, arriscando a sua vida para suprir-me o que faltava do vosso
serviço.
Mesmo tendo pouca
informação sobre Epafrodito, fica como lição para nós, extrema dedicação deste
obreiro ao cargo que lhe fora confiado pela igreja. Honra, era tudo o que se
podia dar a este servo de Deus. Ficou o exemplo de um crente que, disposto,
trabalhou pelo Reino, sendo capaz de lutar contra suas próprias forças para que
o serviço de Deus pudesse ser realizado. Rm 2.10 glória, porém, e honra e paz a todo aquele que
pratica o bem...
Paulo ao citar Epafrodito
na sua carta a Igreja em Filipos, utiliza pelo menos três adjetivos com os
quais deixa claro sua intenção de honrar a importância e o valor daqueles que
nunca desfalecem diante dos perigos e desafios. Fp 2. 29. Recebei-o, pois, no Senhor com todo o gozo, e
tende em honra a homens tais como ele.
I. AO IRMÃO.
Fp 2. 25. Julguei,
contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão...
Paulo sabia o que e de quem
estava falando. Epafrodito, no cumprimento de seu ministério mostrou-se mais
que apenas um obreiro competente e dedicado. Paulo sabia que podiam contar com
ele, por isso Paulo o chama de "meu irmão". Costumamos chamar pessoas
como Epafrodito de "pau para toda obra". Pois era do tipo que não
escolhe "função", Ele procura fazer, e com a máxima perfeição,
qualquer serviço que lhe seja determinado. Estava sempre de prontidão para o
caso de a igreja precisar de seus serviços. Talvez, até não fosse tão
bom em algumas áreas, mas isto é natural, ninguém consegue ser perfeito em
tudo. Epafrodito Contudo procurava executar todas as tarefas que lhe eram
confiadas. O fato de ser chamado de
"meu irmão" por Paulo, não foi simples formalidade. Apesar de sempre
ter sido assim a nossa forma de tratamento uns aos outros. Rm 16.14. Saudai a Asíncrito,
a Flegonte, a Hermes, a Pátrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com eles. No caso de Epafrodito, havia um peso diferente
na expressão usada por Paulo. Isto é perceptível quando ele acrescenta o
pronome possessivo "meu" antes do substantivo "irmão".
Quando Paulo se refere à Epafrodito chamando-o de “meu irmão", Paulo
estava dizendo alguma coisa do tipo:
1. Epafrodito é alguém que faz seu trabalho com
que amor.
Fp 2.30. Porque pela obra de
Cristo chegou até as portas da morte, arriscando a sua vida para suprir-me o
que faltava do vosso serviço.
Quando os verdadeiros
irmãos se revelam? Não são exatamente naquelas horas mais difíceis? Não são nas
horas que mais precisamos de ajuda? Epafrodito foi um obreiro
assim, pela obra de Cristo, e pelo bem estar da igreja, era capaz de, se
preciso, enfrentar a própria morte. Pv 17.17 O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o
irmão.
Obreiros
"irmãos", para entendermos melhor, são aqueles que não discutem às
ordens de Deus, eles querem sempre o bem estar da igreja, e para isso trabalham
além de suas próprias forças. Amam a obra de Deus por
isso trabalham duro para realizar o trabalho que lhes foi entregue, para eles,
seu trabalho é motivo de grande satisfação. Rm 12.5-8 Assim nós, embora muitos, somos um só corpo em
Cristo, e individualmente uns dos outros...
O obreiro irmão tem alegria no que faz. Nada
faz por imposição, faz porque entende seu chamado, e isso para Ele, já é o
bastante. ... De modo que, tendo diferentes dons
segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da
fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade;
o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.
2. Epafrodito é um obreiro que queremos sempre
por perto de nós.
Fp 2.28. Por isso vo-lo envio
com mais urgência, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha
menos tristeza.
Epafrodito era o obreiro
que quando tinha que partir deixava saudades para toda a igreja. Por qualquer
lugar que ele passava era sempre bem acolhido, era querido. Epafrodito não dava
trabalho, pelo contrário, ele trabalhava, e trabalhava de maneira incansável. Creio mesmo que Epafrodito
deveria ser um obreiro muito carismático, aqueles do tipo que estão sempre
dispostos a servir. Sua simpatia não tinha objetivo de fazê-lo reconhecido ou
ganhar fama. Ela nada fazia esperando ser recompensado. Para Ele, servir já era
uma grande honra. Ele não era o tipo de obreiro que buscava
glória para si, Epafodito gostava mesmo é de trabalhar na retaguarda por isso
Paulo também o chamou também de:
II. COOPERADOR
Fp 2.25 Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu
irmão, e cooperador...
Cooperador é alguém que trabalha para o bem
comum, ele não visa interesses próprios, e procura fazer seu trabalho com
descrição e de maneira a trazer auxílio às pessoas que estão próximas a ele.
1Co 3. 9,10 Porque
nós somos cooperadores de Deus... Segundo a graça de Deus que me foi dada,
lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele... O cooperador quase nunca
aparece, ele é capaz até de sofrer alguma perda para que a obra de Deus não
sofra. Ele não faz nenhuma questão que seu nome seja lembrado ou ovacionado.
Ele não quer ser o primeiro, Ele entende que foi colocado ali para auxiliar,
não para tomar a frente. Ele era cooperador e obediência é uma virtude do
cooperador.
O Apóstolo João, ao escrever sua terceira
carta, menciona três obreiros que haviam sido postos como cooperadores em
igrejas sob sua liderança. João elogia dois deles, que se demonstraram
verdadeiros e menciona um terceiro obreiro que se comportou de maneira
completamente oposta.
1. GAIO.
3Jo1. 1. O ancião
ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade. O “amor em
verdade” descrito por João tem relação ao excelente trabalho realizado por este
homem de Deus chamado Gaio. Pelo seu testemunho e pela sua dedicação a igreja,
Gaio conquistou fácil à aprovação de todos. v.3 “... os irmãos vieram e testificaram da tua
verdade, como tu andas na verdade”.
2. DEMÉTRIO. v.12 De
Demétrio, porém, todos, e até a própria verdade, dão testemunho; e nós também
damos testemunho; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro. Demétrio também aparece
como um obreiro que cumpria seu ministério. João declara seu testemunho em seu
favor, com o reforço do testemunho da igreja e da própria verdade.
3. DIÓTREFES. v.9. Escrevi
alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia, não
nos recebe. Nesta carta também aparece o nome de Diótrefes
que diferente dos demais mencionados, se destaca como alguém indigno da
confiança de João.
Diótrefes bem pode ter sido
um obreiro que no princípio mostrou-se bastante solícito, afinal recebera de
João a incumbência de liderar uma igreja. O problema é que, depois de um tempo,
Diótrefes deve ter achado que era suficientemente capaz de "tocar" a
obra sozinho. Achou que não precisava mais ficar debaixo da tutela de João.
(Como vemos isto acontecer em nossos dias...). v.10 Pelo que, se eu aí for, trarei à memória as obras que ele
faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, ele
não somente deixa de receber os irmãos, mas aos que os querem receber ele
proíbe de o fazerem e ainda os exclui da igreja.
Nesta carta João demonstra sua insatisfação
com tal obreiro consegue demonstrar todo o mal que pessoas assim podem trazer a
obra de Deus. Toda a má atitude deste mal obreiro fica perceptível nas palavras
de João. Certamente Epafrodito, Gaio
e Demétrio são bons exemplo que deveriam ser seguidos, por nós obreiros, e por
qualquer pessoa que almeje trabalhar para o Reino de Deus.
III. COMPANHEIRO NAS LUTAS
v.25. Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu
irmão, e cooperador, e companheiro nas lutas...
Agora é possível perceber
com um pouco mais claridade a proximidade entre Epafrodito e Paulo. Primeiro
Epafrodito é visto como irmão, isto fala da afinidade que havia entre ambos.
Depois Paulo o chama de cooperador, demonstrando sua interação com a obra de
Deus. Agora, Paulo descreve Epafrodito como seu "companheiro nas
lutas". O que pode ser entendido
pela descrição de Paulo é o que se pode entender pela expressão
"companheiro de lutas". Aquele que combate lado a lado. Este lutador não abandona o
seu companheiro, pelo contrário, ele o protege com a sua vida e por ele também
é protegido. Ec 4. 9,10 Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu
trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver
só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Quando a batalha se torna mais dura, ali está
ele sem temer as investidas do inimigo, afinal ele é companheiro de lutas e
está ali para combater junto. v12 E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe
resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
CONCLUSÃO:
“... e vosso
enviado para me socorrer nas minhas necessidades”.
"Aquele que caminha junto...”.
Toda descrição que o
Apóstolo Paulo fez a respeito de seu amigo Diótrefes, talvez seja exatamente às
virtudes que Deus espera de nos em relação a Sua Igreja. Deus quer contar com
pessoas cuja integridade seja base essencial para seus ministérios. Obreiros
que estejam acima das expectativas humanas do sucesso, onde os melhores são
sempre aqueles que possuem os cargos mais importantes. No Reino de Deus não é
assim, pelo contrário, no Reino de Deus, os menores são aqueles que são dignos
das maiores honras. Lc 7.28. Pois eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há
nenhum maior do que João; mas aquele que é o menor no reino de Deus é maior do
que ele.
A igreja precisa como nunca de obreiros que
sejam irmãos, que amem que abracem que visitem os doentes, os fracos na fé. Que
estejam dispostos a gastar a sola do sapato saindo em busca das ovelhas que por
alguma razão estão por aí pedidos. A igreja precisa de cooperadores.
Pessoas que não fiquem esperando aparecer alguém mais qualificado, mas, porque
querem ver o crescimento do Reino, se apresentam sem medo, crendo que toda capacitação
vem mesmo é de Deus. A igreja precisa de
obreiros que se apresentem como "Companheiros nas lutas" Embora a
Bíblia afirme que às portas do inferno não prevalecerão sobre a igreja, às
batalhas a serem travadas por Ela, são inumeráveis. Satanás não dorme e não
desiste das suas investidas.Um irmão ajudado pelo irmão é como uma
cidade fortificada; é forte como os ferrolhos dum castelo. Pv 18.19
Mensagem pregada no dia 20/07/2014
Centro de Recuperação em Queimados
Nenhum comentário:
Postar um comentário