sexta-feira, 8 de agosto de 2014

EPAFRODITO, UM OBREIRO QUE MERECE SER HONRADO.


Texto: Fp 2.29 Recebei-o, pois, no Senhor com todo o gozo, e tende em honra a homens tais como ele.

Int. Epafrodito foi um crente macedônio de Filipos. Poucas coisas sabemos em relação a este servo de Deus cujo nome significa simpático ou encantador. O Apostolo Paulo identifica Epafrodito chamando-o de "vosso enviado", adjetivo que, contudo, não sinaliza que ele tenha exercido qualquer ofício relevante na igreja de Felipos. Epafrodito pelo que se entende era simplesmente um mensageiro. Faltas de bases bíblicas nos fazem crer que ele não seja o mesmo "Epafras" citado em Cl 1.7 Segundo aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que por nós é fiel ministro de Cristo.

O nome de Epafrodito vai surgir num momento em que a Igreja de Felipos precisava entregar a Paulo alguma coisa importante que o texto identifica como "presente". Paulo estava preso em um cárcere Romano, e a viagem de Filipos a Roma era uma viajem bem difícil e muito perigosa, tanto que Paulo menciona que Epafrodito tenha ficado "esgotado" nesta viagem, gravemente enfermo, chegando mesmo a ficar, como diz Paulo, "as portas da morte" Fp 2.30. Porque pela obra de Cristo chegou até as portas da morte, arriscando a sua vida para suprir-me o que faltava do vosso serviço.

Mesmo tendo pouca informação sobre Epafrodito, fica como lição para nós, extrema dedicação deste obreiro ao cargo que lhe fora confiado pela igreja. Honra, era tudo o que se podia dar a este servo de Deus. Ficou o exemplo de um crente que, disposto, trabalhou pelo Reino, sendo capaz de lutar contra suas próprias forças para que o serviço de Deus pudesse ser realizado. Rm 2.10 glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem...
Paulo ao citar Epafrodito na sua carta a Igreja em Filipos, utiliza pelo menos três adjetivos com os quais deixa claro sua intenção de honrar a importância e o valor daqueles que nunca desfalecem diante dos perigos e desafios. Fp 2. 29. Recebei-o, pois, no Senhor com todo o gozo, e tende em honra a homens tais como ele.

I. AO IRMÃO. 
Fp 2. 25. Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão...
Paulo sabia o que e de quem estava falando. Epafrodito, no cumprimento de seu ministério mostrou-se mais que apenas um obreiro competente e dedicado. Paulo sabia que podiam contar com ele, por isso Paulo o chama de "meu irmão". Costumamos chamar pessoas como Epafrodito de "pau para toda obra". Pois era do tipo que não escolhe "função", Ele procura fazer, e com a máxima perfeição, qualquer serviço que lhe seja determinado. Estava sempre de prontidão para o caso de a igreja precisar de seus serviços. Talvez, até não fosse tão bom em algumas áreas, mas isto é natural, ninguém consegue ser perfeito em tudo. Epafrodito Contudo procurava executar todas as tarefas que lhe eram confiadas. O fato de ser chamado de "meu irmão" por Paulo, não foi simples formalidade. Apesar de sempre ter sido assim a nossa forma de tratamento uns aos outros. Rm 16.14. Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermes, a Pátrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com elesNo caso de Epafrodito, havia um peso diferente na expressão usada por Paulo. Isto é perceptível quando ele acrescenta o pronome possessivo "meu" antes do substantivo "irmão". Quando Paulo se refere à Epafrodito chamando-o de “meu irmão", Paulo estava dizendo alguma coisa do tipo:

1. Epafrodito é alguém que faz seu trabalho com que amor
Fp 2.30. Porque pela obra de Cristo chegou até as portas da morte, arriscando a sua vida para suprir-me o que faltava do vosso serviço.
Quando os verdadeiros irmãos se revelam? Não são exatamente naquelas horas mais difíceis? Não são nas horas que mais precisamos de ajuda? Epafrodito foi um obreiro assim, pela obra de Cristo, e pelo bem estar da igreja, era capaz de, se preciso, enfrentar a própria morte. Pv 17.17 O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão.
Obreiros "irmãos", para entendermos melhor, são aqueles que não discutem às ordens de Deus, eles querem sempre o bem estar da igreja, e para isso trabalham além de suas próprias forças. Amam a obra de Deus por isso trabalham duro para realizar o trabalho que lhes foi entregue, para eles, seu trabalho é motivo de grande satisfação. Rm 12.5-8 Assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros...
 O obreiro irmão tem alegria no que faz. Nada faz por imposição, faz porque entende seu chamado, e isso para Ele, já é o bastante. ... De modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.

2. Epafrodito é um obreiro que queremos sempre por perto de nós. 
Fp 2.28. Por isso vo-lo envio com mais urgência, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza.
Epafrodito era o obreiro que quando tinha que partir deixava saudades para toda a igreja. Por qualquer lugar que ele passava era sempre bem acolhido, era querido. Epafrodito não dava trabalho, pelo contrário, ele trabalhava, e trabalhava de maneira incansável. Creio mesmo que Epafrodito deveria ser um obreiro muito carismático, aqueles do tipo que estão sempre dispostos a servir. Sua simpatia não tinha objetivo de fazê-lo reconhecido ou ganhar fama. Ela nada fazia esperando ser recompensado. Para Ele, servir já era uma grande honra. Ele não era o tipo de obreiro que buscava glória para si, Epafodito gostava mesmo é de trabalhar na retaguarda por isso Paulo também o chamou também de:

II. COOPERADOR 
Fp 2.25 Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador...
Cooperador é alguém que trabalha para o bem comum, ele não visa interesses próprios, e procura fazer seu trabalho com descrição e de maneira a trazer auxílio às pessoas que estão próximas a ele. 1Co 3. 9,10 Porque nós somos cooperadores de Deus... Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele... O cooperador quase nunca aparece, ele é capaz até de sofrer alguma perda para que a obra de Deus não sofra. Ele não faz nenhuma questão que seu nome seja lembrado ou ovacionado. Ele não quer ser o primeiro, Ele entende que foi colocado ali para auxiliar, não para tomar a frente. Ele era cooperador e obediência é uma virtude do cooperador. 
O Apóstolo João, ao escrever sua terceira carta, menciona três obreiros que haviam sido postos como cooperadores em igrejas sob sua liderança. João elogia dois deles, que se demonstraram verdadeiros e menciona um terceiro obreiro que se comportou de maneira completamente oposta.

1. GAIO. 3Jo1. 1. O ancião ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade. O “amor em verdade” descrito por João tem relação ao excelente trabalho realizado por este homem de Deus chamado Gaio. Pelo seu testemunho e pela sua dedicação a igreja, Gaio conquistou fácil à aprovação de todos. v.3 “... os irmãos vieram e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade”.

2. DEMÉTRIO. v.12 De Demétrio, porém, todos, e até a própria verdade, dão testemunho; e nós também damos testemunho; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro. Demétrio também aparece como um obreiro que cumpria seu ministério. João declara seu testemunho em seu favor, com o reforço do testemunho da igreja e da própria verdade.

3. DIÓTREFES. v.9. Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia, não nos recebe. Nesta carta também aparece o nome de Diótrefes que diferente dos demais mencionados, se destaca como alguém indigno da confiança de João.
Diótrefes bem pode ter sido um obreiro que no princípio mostrou-se bastante solícito, afinal recebera de João a incumbência de liderar uma igreja. O problema é que, depois de um tempo, Diótrefes deve ter achado que era suficientemente capaz de "tocar" a obra sozinho. Achou que não precisava mais ficar debaixo da tutela de João. (Como vemos isto acontecer em nossos dias...). v.10 Pelo que, se eu aí for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, ele não somente deixa de receber os irmãos, mas aos que os querem receber ele proíbe de o fazerem e ainda os exclui da igreja.

Nesta carta João demonstra sua insatisfação com tal obreiro consegue demonstrar todo o mal que pessoas assim podem trazer a obra de Deus. Toda a má atitude deste mal obreiro fica perceptível nas palavras de João. Certamente Epafrodito, Gaio e Demétrio são bons exemplo que deveriam ser seguidos, por nós obreiros, e por qualquer pessoa que almeje trabalhar para o Reino de Deus.

III. COMPANHEIRO NAS LUTAS 
v.25. Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nas lutas...
Agora é possível perceber com um pouco mais claridade a proximidade entre Epafrodito e Paulo. Primeiro Epafrodito é visto como irmão, isto fala da afinidade que havia entre ambos. Depois Paulo o chama de cooperador, demonstrando sua interação com a obra de Deus. Agora, Paulo descreve Epafrodito como seu "companheiro nas lutas". O que pode ser entendido pela descrição de Paulo é o que se pode entender pela expressão "companheiro de lutas". Aquele que combate lado a lado. Este lutador não abandona o seu companheiro, pelo contrário, ele o protege com a sua vida e por ele também é protegido. Ec 4. 9,10 Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.

Quando a batalha se torna mais dura, ali está ele sem temer as investidas do inimigo, afinal ele é companheiro de lutas e está ali para combater junto. v12 E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.

CONCLUSÃO: “... e vosso enviado para me socorrer nas minhas necessidades”.
 "Aquele que caminha junto...”.

Toda descrição que o Apóstolo Paulo fez a respeito de seu amigo Diótrefes, talvez seja exatamente às virtudes que Deus espera de nos em relação a Sua Igreja. Deus quer contar com pessoas cuja integridade seja base essencial para seus ministérios. Obreiros que estejam acima das expectativas humanas do sucesso, onde os melhores são sempre aqueles que possuem os cargos mais importantes. No Reino de Deus não é assim, pelo contrário, no Reino de Deus, os menores são aqueles que são dignos das maiores honras. Lc 7.28. Pois eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João; mas aquele que é o menor no reino de Deus é maior do que ele.

A igreja precisa como nunca de obreiros que sejam irmãos, que amem que abracem que visitem os doentes, os fracos na fé. Que estejam dispostos a gastar a sola do sapato saindo em busca das ovelhas que por alguma razão estão por aí pedidos. A igreja precisa de cooperadores. Pessoas que não fiquem esperando aparecer alguém mais qualificado, mas, porque querem ver o crescimento do Reino, se apresentam sem medo, crendo que toda capacitação vem mesmo é de Deus. A igreja precisa de obreiros que se apresentem como "Companheiros nas lutas" Embora a Bíblia afirme que às portas do inferno não prevalecerão sobre a igreja, às batalhas a serem travadas por Ela, são inumeráveis. Satanás não dorme e não desiste das suas investidas.Um irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade fortificada; é forte como os ferrolhos dum castelo. Pv 18.19

Mensagem pregada no dia 20/07/2014
Centro de Recuperação em Queimados



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