sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Carta aos Romanos III

ESCOLA BÍBLICA
IGREJA BATISTA NACIONAL VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ/ SAQUAREMA
CARTA AOS ROMANOS
LIÇÃO III
HOMOSSEXUALISMO, PECADO CONTRA A PESSOA DE DEUS.

Texto Básico: Romanos 1.26-32
26. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; 29 Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; 30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; 31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; 32 Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

Introdução. Na lição passada discorremos no texto até o verso 26 onde o Apóstolo Paulo adverte a igreja em Roma de uma prática pecaminosa que possivelmente estaria acontecendo dentro da comunidade cristã. Paulo discorre no texto e faz a seguinte alusão: “... Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.”. Destacamos no texto certa conjunção coordenativa no termo "suas" de maneira a entender que se tratava de mulheres que pertenciam à igreja. É possível perceber que o apóstolo trata de desvios das práticas consideradas naturais entre as mulheres. "mudaram o uso natural, no contrário à natureza".  E substituem o natural por práticas reconhecidamente imorais, e totalmente inversas aquilo que Deus planejou e instituiu como correto. A partir do verso 27, “Semelhantemente os homens,”. O Apóstolo muda o foco, ou melhor, o gênero do foco. Aqui temos o termo "Semelhantemente...” que não só modifica o gênero, mas, que define o versículo anterior. O termo "semelhantemente” aparece com o sentido de unir os dois versículos (26,27), no mesmo tema, indicando duas formas em que um mesmo pecado se apresenta. Algumas palavras vão esclarecendo a exposição do Apóstolo em relação ao assunto que deseja expor. "Semelhantemente os homens, deixando o uso natural da mulher...”.

I. O PECADO DO HOMOSSEXUALISMO MASCULINO.
A clareza do texto nos impede de ignorar o assunto e o rumo da carta. O Apóstolo passa a tratar do mesmo pecado, porém agora numa exposição direta ao sexo masculino. "E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens..."  O texto é específico que não permite qualquer margem de erro quanto a sua interpretação. Aliás, o texto por sua clareza dispensa qualquer esforço no sentido de interpretá-lo. Na observação paulina, os homens estavam "deixando" de se relacionar com mulheres, e passaram a se relacionarem entre si, em uma sensualidade completamente fora dos propósitos divinos.

1. "SE INFLAMARAM..." EXEKAUQHSAN (AORISTO PASSIVO DO VERBO EKKAIOS).
1.27 E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros...
O termo "inflamar" utilizado por Paulo, segundo os estudiosos da língua original, é um "Aoristo", isto é, um tempo verbal da língua grega antiga que expressava uma ação passada. (este tempo verbal não é mais usado). O sentido usado aqui aponta para o entendimento de que os homens citados substituíram a parceria feminina em seus relacionamentos sexuais e “atearam fogo” em si mesmo ao escolherem como parceiros pessoas do mesmo sexo. Paulo quer demonstrar o mecanismo de um sentimento libertino completamente desprovido de senso moral e diferente daquilo que desde o inicio Deus instituiu, chamado casamento. A formula divina para o casamento é imutável, Um homem e uma mulher, Qualquer coisa diferente disto é biblicamente considerado um desvio. Mesmo que muitas pessoas não concordem, o texto tem uma visão bem simples, o suficiente para não deixar qualquer tipo de dúvida quanto ao assunto. “... se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens...”.

Semelhantemente os homens... Primeiro temos o gênero do qual ele passa a descrever.
...mutuamente se inflamaram... Em seguida o texto indica que tal prática pecaminosa envolve duas ou mais pessoas reciprocamente com objetivo de praticar ações consideradas pecaminosas.
...cometendo torpezas... Aqui é apresentada nominalmente a prática do pecado. Paulo chama de Torpeza cujo significado fala de procedimentos vergonhosos e indignos. Indica literalmente ações indecentes, nojentas e infames. (Dic. Informal).
...homens com homens... Para não ficar qualquer dúvida, Paulo ao indicar a prática vergonhosa, também indica as pessoas que fazem uso da prática denominada por "torpeza". Práticas completamente diferentes daquelas que Deus idealizou para o homem.
...e recebendo em si mesmos a merecida punição de seus erros. Por fim, o Apóstolo descreve o resultado final pela escolha de tais pessoas fizeram.

2. DEUS OS ENTREGOU...
Rm 1.28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
A descrição prossegue e passa a focalizar as consequências da prática do pecado. O texto caminha para o entendimento de que pecado é fruto de uma escolha inconsequente, e que em nenhum momento esta escolha receba algum tipo de permissão ou tolerância Divina. A permissão se dá somente no fato dos homens sofrem em seus próprios corpos as consequências de seus delitos. Deus não tolera o pecado! Todavia, por amar o pecador, entregou Seu Filho para salvação de todos quantos queiram. Jo 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

O Dr Rick Fitzgibbons no texto "A política sobrepondo à ciência" falando em relação à pressão para as uniões homossexuais no Canadá, quando perguntado sobre as doenças médicas associadas com a homossexualidade, respondeu o seguinte:
⏩ A lista de doenças médicas encontradas com extraordinária frequência entre homens homossexuais praticantes como um resultado de comportamento homossexual anormal é alarmante: Câncer anal, chlamydia, trachomatis, cryptosporidium, giárdia lamblia, herpes, HIV, vírus papiloma humano, HPV ou ferida genital, isospora, belli, microsporída, gonorreia, hepatite viral tipos B e C, sífilis. A transmissão de algumas dessas desordens é tão rara na população heterossexual chegando a ser desconhecida. Outras, quando encontradas entre heterossexuais e homossexuais praticantes são claramente predominantes por aqueles envolvidos em atividade homossexual... (explanada.org.br – blog do Ivan – 255-c)

3. CHEIOS DE TODA INJUSTIÇA...
1.28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
Esta frase abre a discussão em relação ao estado emocional das pessoas que escolhem estas praticas como habituais. São praticas, e é bom que entendamos, que não se trata apenas de práticas homossexuais, embora seja este o contexto da abordagem do Apóstolo. Rm 1.29 Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. Precisamos obsevar livres de qualquer preconceito ou mesmo de ideias pré-concebidas que, seguido ao termo "iniquidade" vem termos como prostituição e malícia, que indicam as práticas sexuais tidas como depravação do corpo. Mas em sequência, Paulo abre mais seus argumentos e insere termos como: avareza, maldade, inveja, homicídio, contenda, engano etc. Pecados que não estão necessariamente ligadas à prática homossexual. São práticas pecaminosas sim, mas independem de sexo ou das escolhas sexuais consideradas erradas. Qualquer pessoa seja homem ou mulher podem ser atraídos e praticarem qualquer um destes erros. Mas, se Paulo os cita em conexão com o tema "homossexualismo", ele o faz numa abordagem mais dinâmica dos aspectos negativos da prática. É certo que Paulo, por exemplo, não quer dizer que os homossexuais são "homicidas", mas ele apenas indica que a prática do pecado pode, em razão de problemas de relacionamentos conduzirem a ações tais que culminem na prática ou até mesmo vitimando o pecador. Paulo não escreveu com o objetivo puro e simples de denunciar e excluir tais pessoas do rol de membro da Igreja, até porque isto parece bem fácil. Mas o objetivo do apóstolo foi o de auxiliar tais pessoas a continuarem a ser recebidas na fé cristã. Ele não aprovou em nenhum momento tais práticas, mas deixou claro que seu objetivo ajudar e cuidar delas. Ao longo dos textos bíblicos, estas mesmas práticas são apresentadas sem nenhuma conexão com o tema, mas podemos tentar entender um pouco de seus significados.

Iniquidade. Pv 6.12 O homem... Iníquo tem a boca pervertida. A iniquidade visa trabalhar no sentido de tornar normal o que é pecado. Ela, uma vez no coração, não permite a produção do sentimento de culpa por pecados cometidos. Ser iníquo é, no sentido da palavra, ser alguém que realiza atos reprováveis de transgressão da lei ou os bons costumes e já não sente nenhum tipo de peso em sua alma.

Prostituição. ICo 5:9 Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem. Indica a prática de usar o corpo como mercadoria, isto é, mediante certa remuneração. A prostituição é a troca consciente de favor sexual por dinheiro ou algum outro benefício. São práticas sexuais fora dos padrões, isto é, reconhecidamente entendidas como promíscuas, isto é, sem regras determinadas.

Malícia. É a tendência perniciosa de inclinação para o mal. É uma atuação ou ação maligna que faz com que o indivíduo pense ou deseje apenas o pior em relação aos seus semelhantes. Uma espécie de má vontade que desperta atitudes de sagacidade.

Percebam que todas estas colocações acima, se encaixam muito bem ao tema transcorrido até aqui. A prática sexual entre pessoas do mesmo sexo transgridem as leis dos bons costumes, são práticas promíscuas e maliciosas. Abaixo, porém, temos outros termos utilizados por Paulo no seguimento de seus comentários que podemos também buscar algumas definições para entendê-los.

Avareza. Apego doentio e exagerado ao dinheiro. Falta de generosidade, mesquinhez. Desejo ganancioso para possuir bens materiais. Ambição cobiçosa desmedida para com as riquezas.
Maldade. Representa o espírito de perversidade, crueldade e malvadeza contra o próximo.
Inveja. Paulo usa o termo “cheios” indicando assim uma completa imersão da mente humana num sentimento de cobiça a vista da felicidade ou da superioridade de outrem. 
Homicídio. Ou “assassinato” , que é o ato de tirar a vida do semelhante. Resultado de uma atitude de desprezo para com a vida humana.
Contenda. Questões pessoais que produzem discussões e que geralmente resultam em agressão física e até mesmo a morte.
Dolo.  Revela o espírito enganador. Um sentido totalmente negativo que expressa um sentimento malicioso. Pode ser entendido também por ato consciente com que se iduz, mantém ou confirma outrem num erro.
Malignidade. O termo aparece uma única vez neste versículo e trata de um sentimento pernicioso, sendo uma perversão do espírito e da alma do homem, pelo maligno. É Satanás que leva o ser humano a deleitar-se na maldade.

II. DISPOSIÇÃO MENTAL REPROVÁVEL...
Rm 1.30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.
Mais algumas expressões aparecem aqui. A lista parece interminável. Mas, o escritor bílico, declara que são sintomas de uma doença chamada pecado, e se não houver cura, a sentença é uma só: ...São dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

1. PECADOS CONTRA PESSOAS.
O termo apresentado por Paulo fala da mente que, segundo ele, não passou no teste. É certo que existiam pessoas que não praticavam os pecados relacionados pelo Apóstolo, mas entre estes, havia aqueles que mesmo sem praticar, consentiam tas práticas pecaminosas na Igreja. A Igreja não pode permitir que aqueles que se uniram a ela abraçando a fé cristã, permaneçam em práticas condenadas pela Bíblia. A fé cristã é evidenciada exatamente pelo abandono de tais práticas.

Os Murmuradores ou injuriadores. São Pessoas que reclamam constantemente e com palavras e gestos conseguem agridir ao próximo ofendendo moralmente e de maneira negativa. Expressa certa atitude mentirosa de conspiraçõa contra alguém com intenções negativas causando difamação e calúnia.

Os Insolentes. Este termo mistura crueldade com orgulho. Representa o desprezo por outras pessoas, e revela-se na crueldade sádica de contentamento diante do sofrimento alheio.

Soberbos. Pessoas que se conduzem com arrogância e orgulho, insultando e humilhando pessoas consideradas menos capazes ou indefesas.

Os Presunçosos. Atitude de vanglória, egoísmo, jactância; o termo originou da palavra “alazão” aplicado a determinada raça de cavalo em referência a seu porte garboso, altivo, orgulhoso.

Inventores de males. Este termo revela o espírito do homem que mesmo sendo intelectual utiliza de sua experteza para abater a sensibilidade moral e espiritual de alguém. São pessoas que agem com tal infidelidade quebrando pactos e alianças que são consideradas pessoas mentirosas.

Desobedientes aos pais e às mães. Muitos erros, para não dizer a maioria deles, acontecem exatamente em virtude deste mal. Paulo declara Ef 6.1-4 que os Filhos devem obediência aos pais, e é aqui que muitos erram. Preferem viver suas vidas de maneira a não precisar dar satisfação a ninguém, inclusive aos pais. Em seguida o Apóstolo procura estabelecer uma conexão quando diz: Honra a teu pai e a tua mãe... para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. Neste caso, há uma sentença de Deus para os que escolhem viver tais praticas abomináveis. A resposta é muito clara: a morte eterna! “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem”

Pérfidos. Indivíduos que se dão a enganar a boa fé do próximo, ou seja, pessoas que agem com falsidade e espírito de engano, traindo a confiança alheia.

Observem que todas estas caracteristicas indicam desrespeito ou falta de afindadade para com o semelhante. Todas estas práticas são pecaminosas e por isso todas elas são reprovadas por Deus.

2. PECADOS CONTRA DEUS E CONTRA A FÉ.
1.31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
Apenas a nivel de facilitação no estudo procuramos fazer esta divisão no texto paulino. Este tipo de divisão não consta no texto. Paulo discorre sobre todos eles seguidamente, sem interrupções ou divagações.

Aborrecidos de Deus. Este termo utilizado somente aqui neste versículo, representa a face diabólica de pessoas que odiadores de Deus. A princípio não temos como entender que pessoas possuidoras de características assim, possam fazer parte da igreja. É mais fácil entender que este tipo de mal atingiu estas pessoas que por alguma razão tenha se afastado da Igreja e da fé cristã.

Impiedade. Aqui, impiedade deve ser entendida como Fracasso religioso. Na verdade, o termo deriva da falta de fé ou mesmo falta de zelo para com as coisas de Deus. Aqui podemos perceber que as pessoas estavam se distanciando da fé em razão do não abandono da prática do pecado.

Perversão. Enquanto a impedade fala do Fracasso religioso, a perversão apresenta o fracasso moral e a injustiça. Do ponto de vista psicológico, perversão define um quadro ou síndrome patológica, na qual o indivíduo busca encontrar prazer enquanto uma outra pessoa sofre, ou seja, o sofrimento e a dor do seu semelhante lhe causa prazer, isto geralmente ligado a sexualidade.

Infiéis nos contratos. Um contrato é um documento redigido por intermédio do qual as partes convencionam prazo, preço, condições e obrigações mútuas para a consecução de determinado fim lícito. Desta forma uma pessoa rotulada como "infiel no contrato" indica alguém que assinou determinado documento e descumpriu as normas estabelecidas. Pessoas assim, segundo conceito bíblico paulino, não se encontram em conformidade com a vontade de Deus. Contratos são redigidos e assinados com o fim de serem cumpridos, exceto haja erros ou descumprimento de outra parte.

Sem afeição natural. Aqueles que não se importam com o bem-estar do semelhante. Falam da desumanidade que impera na raça humana, mas não movem um mínimo de esforço no sentido de cooperar para exterminação destes mal.  Nos dias de Paulo esse quadro era bem vivo e real, pois se via com freqüência todo tipo de atrocidades sendo cometidas contra pessoas inocentes e indefesas.

Irreconciliáveis. Pessoas com esta característica se mostram incapazes de voltar a uma amizade desfeita. Neste caso, esta incapacidade pode acontecer inclusive se a parte humana por alguma razão se afastou de Deus e se fechou a qualquer possibilidade de reconciliação.

Sem misericórdia. A palavra misericórdia significa “ter compaixão de” ; representa o sentimento que se derrama em amor para com aqueles que necessitam de ajuda. Uma pessoa “sem misericórdia” é aquela que se encontra longe do caminho de praticar tais bondades. 

Glossário.
Transcender. Passar além de; ultrapassar. Exceder, elevar-se acima de.
Imanente. Aquilo que não pode ser encontrado do lado de fora, faz parte do ser, diferente do que transcende.
Asseidade. Do latim "por si". Atributo divino essencial e fundamental, que consiste precisamente em derivar Sua existência de Si mesmo.
Imensidade. Característica de imenso. Que tem uma extensão ilimitada, infinita.
Desmitificar. Desfazer um mito, tirar o caráter de mito.

Carta aos Romanos II

ESCOLA BÍBLICA
IGREJA BATISTA NACIONAL VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ/ SAQUAREMA
CARTA AOS ROMANOS
LIÇÃO II.
Romanos, O Pecado do homem e a Salvação de Deus

Texto Básico: Romanos 1:18-32
18 - Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. 19 - Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. 20 - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; 21 - Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22 - Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. 23 - E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. 24 - Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; 25 - Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. 26 - Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 - E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 - E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; 29 - Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; 30 - Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; 31 - Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; 32 - Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

Introdução. A Epístola aos Romanos foi escrita num momento em que a igreja experimentava um afastamento gradual no que diz respeito à fé a vida cristã. Tal  afastamento traz mudanças prejudiciais no estilo de vida cristã, pois características infinitamente mundanas começam a tomar espaço nos lugares de culto. A presença de pessoas em situação de pecados não abandonados vão se tornando frequentes.  Com a urgência dos fatos, o apóstolo precisa apresentar a Igreja um Deus que, mesmo possuidor de um caráter infinitamente pronto a perdoar, não admite em nenhuma hipótese a permanência na prática pecaminosa. Um Deus que em sua maior demonstração de amor, providenciou a nós pecadores um plano pelo qual pudéssemos escapar do engano do pecado  e sermos conduzidos ao perdão e abandono dos mesmos. Para tanto, ao abordar temas relevantes como “salvação”, Paulo expõe o pecado a luz da justiça divina, procurando não só apresentar o problema, mas acima de tudo, apresentar o Deus capaz de salvar o mais vil pecador. Vários temas deverão ser abordados ao longo deste estudo, e será necessário manter os olhos bem abertos e atentos as palavras do Apóstolo, pois, conhecedor dos problemas relacionados ao AT, Paulo procurou mostrar uma mensagem capaz de confirmar, e contextualizar as profecias antigas sem incorrer no perigo de contradizê-las.

I. A JUSTIÇA DE DEUS, INJUSTIÇA DOS HOMENS.
Rm 1.18 Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens...
O cúmulo do pecado é aplaudirmos os pecadores em vez de lastimá-los ou tentar trazê-los ao arrependimento. Confundimos arte com depravação e desvio moral. Por isso, ao iniciar a Epístola, Paulo fala de um estilo de vida que conhecemos como imoralidade. Paulo não se apresenta como um moralista pois moralista é alguém que prega com rigidez preceitos de retidão moral e de bons costumes, mas vive muito longe de cumprir o que ele mesmo ensina ou prega. Este não era o caso do Apóstolo. Charles Dikens nos dá uma boa dica do que é o moralista: O moralista é como um sinal de trânsito que indica para onde se pode ir para uma cidade, mas ele mesmo não vai.  moralistas alardeiam sua suposta pureza, enquanto os honestos não fazem nenhuma propaganda do seu estilo de vida.

Os moralistas vivem como se fossem pessoas "boas demais" e até muito melhor que todos que a cercam, mas na prática não passam do que Jesus chama de "sepulcros caiados". Mt 23.27  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.

O que Paulo procura esclarecer não é nada mais do que é ensinado só longo dos textos da Bíblia, que pessoas que optaram viver na prática do pecado são indesculpáveis e não escaparão do julgamento de Deus. Rm 1.22 Dizendo-se sábios tornaram-se loucos.

1. DEFINÇÃO DE DEUS.
Embora encontremos muitas dificuldades para encontrar termos ou palavras que possam definir a Pessoa de Deus, A Teologia assim o define: Deus é um Ser Pessoal, Auto-consciente, Auto-existente. Ele é a origem de todas as coisas, transcende toda a Sua criação, ao mesmo tempo em que está imanente em cada parte dela. Paulo, visto os problemas da Igreja em Roma, procura destacar a Pessoa de Deus através de Seus atributos, isto é, por características ou qualidades encontradas no próprio de Deus. Dentre os atributos divinos, Paulo destaca alguns que podem ser vistos como propriedades também na criação humana, e por esta razão são chamados de Atributos Comunicáveis. (ex. poder, bondade, misericórdia, retidão, etc.) Outros, contudo são qualidades inerentes unicamente a Pessoa de Deus, e a estes chamamos de Atributos Incomunicáveis. (ex. asseidade, simplicidade, imensidade, etc.) Rm 1.19 Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.  Deus é Todo-Poderoso no sentido estrito da palavra. Seu poder é revelado ao longo, não só da Epístola aos Romanos, mas em toda a Escritura. Sua manifestação é evidente aos homens desde o princípio da criação. A terra e os céus, bem como tudo que Deus criou, seus atributos visíveis e invisíveis, segundo Paulo, revelam a Sua existência e Seu grande e eterno poder. Assim a humanidade não poderá desculpar-se quando comparecer diante de Deus por ocasião do Juízo Final. (A doutrina de Deus será a nova matéria a ser estudada na Escola Bíblica domincal).

2. O DESVIO MORAL HUMANO.
Rm 1.28 “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes”.
A partir deste verso, Paulo passa a retratar bem de perto a real situação de um mundo separado de Deus, mostrando um quadro que retrata uma pecaminosidade com tendências doentias que ele descreve como "disposição mental reprovável para a prática de coisas inconvenientes".  O pior, é que ele está falando de pessoas que da Igreja que vivem em práticas pecaminosas, sem nenhum temor a Deus. O que é facilmente é perceptível é que tal descrição não fala de uma realidade somente para aquele tempo. Rm 1.18 “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”. A ira aqui citada demonstra um sentimento consciente, que neste caso parece ser inerente somente a Deus, de uma santidade absoluta incapaz de abrigar qualquer aspecto de pecado. O termo ira,  vem do original grego "orgh" e exprime a indignação relativa ao afastamento gradual do homem se direcionando a uma vida de pecado. O termo indica uma ira disciplinadora cujo objetivo primordial é o de educar o pecador no âmbito social, espiritual e psicológico, com finalidade de preservar sua pureza na sociedade e, em particular, na igreja. Rm 1.20 Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

II. UM CORAÇÃO OBSCURECIDO.
Rm 1.21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
Parece, pela sua narrativa, que o apóstolo agiu como um verdadeiro investigador, ele recolheu informações em relação aos crentes romanos, e uma vez com fatos apurados, escreve esta carta doutrinária. Paulo mesmo, ao que tudo indica, não foi pessoalmente a igreja em Roma, e mesmo de posse de tais informações, o apostolo escreve inicialmente chamando os crentes de santos, Rm 1.7  A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos... O que parece um contra-censo já que logo em seguida, mediante ao estado em que "alguns crentes" se encontram, se vê obrigado a tratar tais pessoas como uma classe de crentes insolentes e separados de Deus. Rm 1.18 ...sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.  Paulo começa a discriminar uma a uma certas atitudes que interpõem um estilo de vida diferenciado daquilo que se espera de um salvo em Cristo Jesus.  Rm 1.21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.

1. O PECADO DA IDOLATRIA.
Rm 1.25 Pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente, amém!
A primeira observação vem da prática da idolatria. O termo é uma transliteração da palavra grega "eidololatria", cujo significado aponta para a adoração a ídolos ou imagens. “... adorando e servindo a criatura em lugar do Criador".  Nas palavras de Paulo, este tipo de atitude, que já devia a muito ter sido abolida do meio do povo de Deus, tornou-se uma pratica com enormes prejuízos não só a igreja, mas principalmente aqueles que as aderiram.  Rm 1.23 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.  O que percebemos do texto, é que na igreja em Roma, os cristãos começaram a dar certa validação a cultos que a muitos já havia sido abolida do meio do povo de Deus. A adoração devida a Deus foi divida com imagens esculpidas por mão humanas. Figuras de homens, aves e animais em geral passaram preencher o altar que deveria ser unicamente um lugar de adoração a Deus. O resultado não poderia ser pior: Rm 1.24 Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si.  Desonraram a Deus em práticas idolatras que fugiam completamente da moral e dos bons costumes esperado do povo de Deus.  "Por isso também Deus os entregou às concupiscências..." Como resultado, tiveram de experimentar o peso da separação divina. Separação que começou por eles mesmos no momento em que escolheram uma adoração dividida.  A Bíblia diz que um abismo chama outro abismo e as escolhas que fizeram foram as piores possíveis. E o resultado... Pecados, pecados e mais pecados!

2. PECADO DE HOMOSSEXUALIDADE FEMININA.
Rm 1.26 Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
Para um melhor entendimento do assunto que se segue, vamos a uma ilha grega conhecida pelo nome de "Lesbos"  localizada no nordeste do mar Egeu, e que se tornou conhecida como o reduto da prática denominada de homossexualidade feminina.

Isto aconteceu graças a interpretações de uma poetisa considerada e tida como respeitável, conhecida como Safo. Ela nasceu na ilha e sua poesia tinha grande conteúdo emocional dirigido especialmente a outras mulheres. Diz-se que através de seus poemas, Safo  louvava ou relatava  os seus sentimentos afetivos por pessoas do mesmo sexo. Lesbos, em especial a cidade de Eresos, lugar de nascimento de Safo, passou a receber com frequência a turistas lésbicas. Isto ainda hoje. Daí o termo “lesbianismo” referir-se à prática da inversão sexual.

Quase sempre ao falarmos sobre homossexualismo, relacionamos o tema à prática homossexual entre homens. Mas, o tema é mais abrangente e indica também práticas consideradas como perversão sexual entre mulheres.  No caso da prática entre mulheres, pode ser chamado de Safismo ou lesbianismo. Paulo chama atenção para o tema na seguinte expressão: “Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.". A NTLH utiliza o termo "relações" em substituição ao termo "uso natural", dando um melhor entendimento da alusão à prática sexual. Paulo descreve tal prática num sentido de licenciosidade e desregramento dos bons costumes e dos comportamentos tidos como ilícitos. 1Pe 2.16 Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus.  A Bíblia desmitifica a sexualidade, mas condena a licenciosidade e a sexualidade distorcida. O termo licenciosidade se define por lascívia, volúpia, luxúria, libertinagem, etc. Todas, atitudes condenáveis pela Escritura.

John Stott em seu livro "Comentário de Romanos, ABU 2000, p. 74", afirma ser uma irrelevância ou uma impossibilidade querer mudar o substantivo "natureza" por "minha natureza". Tal mudança não se justifica, pois algo anormal não deixaria sua anormalidade simplesmente por eu dizer que: "para mim é natural". A palavra “physys" cuja tradução, segundo Stoot, deve ser entendida como: "A ordem natural criada por Deus”, descreve exatamente o caminho inverso que tal prática alienada conduz as pessoas que a escolhem. A frase “mudar o uso natural” nas relações sexuais deve ser entendido com o sentido de que pessoas violaram a ordem estabelecida por Deus na criação. De modo absoluto e incontestável, Deus criou homem e mulher para se relacionarem entre si de modo bem específico e anatomicamente natural. Mudar este aspecto é contrariar o propósito de Deus. Muitas pessoas podem não gostar que tratemos deste princípio, mas é um princípio bíblico que não pode ser mudado a bel prazer.

Na internet encontramos diversas matérias em relação ao assunto. A grande maioria destas postagens  defendem a prática do lesbianismo. E fácil encontrarmos textos que defendem que a mulher, por sua contemporaneidade, possui inúmeras possibilidades de se envolver em relacionamentos amorosos com outras mulheres. Ao longo da história e em decorrência das mudanças que a sociedade vem experimentando, somos, de certa forma, quase que impostos a concordar com a homossexualidade seja no gênero masculino seja no Gênero feminino como práticas aceitáveis. Tal imposição começou a se mover por volta dos anos 60, onde muitos movimentos sociais passaram a lutar por seus direitos e reivindicaram a homossexualidade não como desvio, mas como uma opção ou orientação sexual.
Ef 5:3 Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos;

Porque será que defendem tão arduamente como possibilidades  práticas sexuais condenadas pela Bíblia, como o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo? Porque não defendem a vida conjugal entre um homem e uma mulher? Porque não ensinam o casamento nos moldes bíblicos e a formação de uma bela e feliz família? Porque será que preferem viver o oposto em contrapartida à vontade estabelecida por Deus?

Textos como Gn 2.22-24 são claros em relação a vontade estabelecida por Deus: E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

Da costela de Adão, Deus formou... A mulher, não outro homem! O que Deus estabeleceu desde o princípio ficou bem claro logo no princípio. Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.

A mulher foi “entregue" a Adão, não a outra mulher! O que Deus estabeleceu desde o princípio foi um homem e uma mulher. Ambos entregues a uma vida conjugal feliz. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher,

É dito que ambos, homem e mulher se "unem” ou se "apegam"! Depois também é dito que os dois, unidos se tornam... "Uma só carne". A forma perfeita. A criação absolutamente capaz de unir o que foi pensado e estabelecido pelo criador. Observem, no texto não há espaço para outra união que não seja a de um homem com uma mulher. Gn 4:1 E CONHECEU Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim..

Ef 5:25 Vós, maridos, amai vossas mulheres... O Texto de Efésios recomenda ao marido o amor à sua mulher, não fala em possibilidades de um relacionamento diferentes deste!  Não há algo como: "maridos, amais os vossos maridos" ou "mulher, amais vossas mulheres".  No verso 28 o Apóstolo conclui: Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. E ainda completa: Ef 5:33 Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido. É preciso muita vontade para distorcer um texto tão claro como este!

O assunto é extenso, mais na próxima lição continuaremos a tratar do assunto. Não queremos apresentar qualquer preconceito ou qualquer condenação a pessoas. Procuramos caminhar segundo o que a Carta aos Romanos trata do assunto. Discordância com a prática, não temos como evitar visto a clareza dos textos. Mas  as pessoas, demonstramos o sentimento do amor divino pronto a recebê-las e salvá-las.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CARTA AOS ROMANOS I

ESCOLA BÍBLICA
IGREJA BATISTA NACIONAL VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ/ SAQUAREMA
CARTA AOS ROMANOS
LIÇÃO I. COMEÇANDO A CARTA AOS ROMANOS

Texto Básico: Romanos 1:1-17
1 - PAULO, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus. 2 - O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras, 3 - Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, 4 - Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor, 5 - Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome, 6 - Entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo. 7 - A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 8 - Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé. 9 - Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós, 10 - Pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco. 11 - Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados; 12 - Isto é, para que juntamente convosco eu seja consolado pela fé mútua, assim vossa como minha. 13 - Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios. 14 - Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. 15 - E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma. 16 – Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. 17 - Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.

Introdução: A partir de hoje começaremos uma viajem a uma das Epístolas considerada a mais preciosa dos escrito Paulino. Desta vez vamos nos dirigir a Cidade de Roma e observar bem de perto o que, segundo Martinho Lutero, o Grande reformador da Igreja cristã da Idade Média, seria a principal composição do Novo Testamento e a mais pura descrição dos ensinos contidos nos Evangelhos. Lutero não foi o único a defender esta tese, ainda temos o testemunho de outros escritores e reformadores como:

Calvino. Que escreveu que “Entre as muitas notáveis virtudes, a Epístola aos Romanos possui uma particular, a qual nunca é suficientemente apreciada... Se porventura conseguirmos atingir a genuína compreensão desta epístola, teremos aberto uma amplíssima porta de acesso aos mais profundos tesouros da Escritura”.

João Crisóstomo. O maior pregador do século V. Pedia que a Epístola aos Romanos fosse lida em voz alta, pelo menos uma vez por semana na Igreja.

Agostinho e Wesley. Viveram a firmeza da fé sendo impactados pelos escritos de Paulo aos Romanos.

Todos estes reformadores viram nesta epístola a chave divina para o entendimento de toda a Escritura. O Apóstolo Paulo, nesta carta, conseguiu reunir grandes temas da Bíblia em um só lugar. Paulo vai discorrer sobre temas como: Pecado, Lei, Julgamentos, Destino final da Humanidade, Obra do Espírito Santo, Fé, Obra de Cristo, Esperança Cristã, Plano da salvação, Propósitos de Deus, Vida da Igreja, Lugar do Judeu e dos gentios nos propósitos de Deus, Filosofia da Igreja, história do mundo, a mensagem do Antigo Testamento, os deveres da Cidadania Cristã e os princípios de retidão e moralidade pessoal.

Romanos é uma Carta que abre uma perspectiva através da qual a paisagem completa da Bíblia pode ser vista e a revelação de como as partes se encaixam no todo se torna clara. Se quisermos realmente um estudo panorâmico dos grandes temas Bíblico, esta é a nossa oportunidade. Abra seu coração, sua Bíblia e aproveite cada minuto deste estudo. Passaremos algumas terças-feiras sendo abençoados por estas ministrações, então aproveite. Se tiver alguma dúvida, não tenha receio, pergunte, traga o assunto à discussão, certamente você não ficará sem respostas. No demais, irmãos meus... Bom Estudo!

I. A CIDADE E A IGREJA DE ROMA.
Se vamos estudar a Carta de Paulo a Cidade de Roma, é bom que comecemos com uma breve descrição do que era esta cidade nos tempos em que Paulo escreve a sua epístola. Roma como capital era uma cidade sem limites e de grande prestígio. Para Roma convergiam tudo o que se pode imaginar. Para Roma eram levadas todas as riquezas obtidas das conquistas de seu poderoso exército. Roma era um centro cultural, político, social e religioso. Foi em Roma que Paulo encontrou além da opulência da riqueza, uma atmosfera de moral, completamente contrária a prática do Evangelho. Em Roma, como em Corinto, existia um verdadeiro catálogo de vícios que o paganismo gerou. Entre os anos 57/58 época desta carta, vivia-se o tempo do Imperador Nero. Os historiadores calculam que viviam nesta época cerca de um milhão de pessoas entre plebeus e libertos a custa do estado e um grande número de escravos. Os judeus marcavam também sua presença em Roma em grande número em especial ao longo das estradas como comerciantes.

Quanto a Igreja de Roma, os estudiosos entendem não ter sido Pedro ou qualquer um dos apóstolos o fundador tendo em vista que a tradição indica que Paulo não enviaria nenhuma epístola com teor doutrinário a uma Igreja que estivesse com um dos apóstolos a sua frente. Rm 15.20 E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio. Segundo alguns historiadores alguns visitantes romanos estiveram em Jerusalém durante a festa da Páscoa e se converteram no Pentecostes, voltando a Roma levaram a semente do Evangelho.

Uma característica que levou Paulo a escrever aos romanos foi o fato de que eles, por serem predominantemente gentios, agiam de forma intolerante contra os judeus que obedeciam a regras alimentares e cerimônias da tradição judaica.

I. AUTORIA, DATA E LOCAL EM QUE FOI ESCRITA.
Rm 16.23 Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro, e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto, procurador da cidade, e também o irmão Quarto.
Não temos nenhuma dúvida que foi o Apóstolo Paulo o autor de Epístola aos Romanos tendo em vista que todos os historiadores, sem exceção, concordam com isto. Aos Romanos foi à primeira epístola paulina a ser escrita com característica de ser também a carta mais longa do Apóstolo Paulo. Ela foi muito bem laborada em um texto onde Paulo consegue colocar de forma ordenada o seu pensamento e a sua pregação. A Epístola aos Romanos é o sexto livro do Novo Testamento. Segundo o próprio texto da epístola, Paulo escreveu aos Romanos da cidade de Corinto, quando esteve hospedado na residência de Gaio por ocasião de sua terceira viajem missionária. Gaio era macedônico e foi companheiro de Paulo em sua viagem. Junto com Aristarco, em determinado tempo, Gaio chegou ser arrebatado por uma multidão em um tumulto na cidade de Efésios. At 19.29 E encheu-se de confusão toda a cidade e, unânimes, correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem.

Uma curiosidade é que Paulo não escreveu esta epístola de próprio punho, Tércio se apresenta como seu escritor. Rm 16.22 Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor.

Quanto à data, a maioria dos estudiosos do NT entendem ter sido entre os anos de 57/58 d.C. tendo como portadora a diaconisa Febe. Rm 16.1 RECOMENDO-VOS, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia.

II. MOTIVAÇÕES E PARTICULARIDADES DA EPÍSTOLA.
A Carta aos Romanos foi redigida no sentido de apresentar a uma comunidade que por não ter um dos apóstolos como fundador possivelmente tinha grande carência de maior esclarecimento no que diz respeito aos pormenores da fé cristã. Paulo entre outras coisas prepara os irmão em Cristo para uma visita sua a cidade, aproveitando para explicar alguns pontos importantes a serem considerados no que diz respeito ao relacionamento entre judeus e gentios dentro do plano global de redenção traçado por Deus. Na verdade Paulo não conhecia esta Igreja pessoalmente por isso ele utiliza um estilo sistemático de ensino teológico.

III. OS PRINCIPAIS TEMAS ABORDADOS NA EPÌSTOLA.
Se todos nós temos muitas perguntas das quais buscamos resposta, a Epístola aos romanos surge como um escrito capaz de responder de forma completa e lógica muitas destas nossas perguntas. A epístola aos Romanos reúne grandes discussões ao longo de seus 16 capítulos nos quais discorre sobre importantes temas com argumentos longânime, infalível da Palavra de Deus. Aos escrever aos Romanos, Paulo esteve atento para o fato de que a Igreja deveria conservar seu estado de comunidade mesmo que entre judeus e gentios. Paulo deixa claro que ninguém, seja de qual nacionalidade for, pode se aproximar de Deus senão pelo caminho estabelecido por Jesus.

1. SAUDAÇÃO E APRESENTAÇÃO. 1.1
PAULO, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus...
Na antiguidade todas as cartas gregas seguiam uma metodologia padrão de construção. A primeira parte deveria identificar o remetente e sua saudação. Paulo se apresenta de forma clara a uma comunidade que até aquele momento ele não conhecia pessoalmente. Ele se apresenta como “servo de Cristo”, exprimindo total entrega à vontade do senhor Jesus. (Servo. Gr doulos. Algemar, aprisionar/ escravo). É importante observar que ele confirma seu chamado. “chamado para apóstolo”. Mas já em seguida apresenta o Senhor Jesus de quem ele afirma ter recebido a graça do apostolado. “Pelo qual recebemos a graça e o apostolado...”. Paulo também reforça a condição da salvação oferecida aos Romanos no v.6 Entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.

A partir daí, e até o verso 15 Paulo escreve de forma bastante pessoal em um tom de amizade e carinho para com os Romanos. Vai ser somente a partir do verso 16 que Paulo dará inicio a sua dissertação em relação aos temas importantes das sagradas Escrituras. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.

2. PRINCIPAIS TEMAS APRESENTADOS NA EPÍSTOLA. 1.2
O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras...
Após sua breve saudação e apresentação, Paulo passa a discorrer sobre os assuntos principais da epístola. Observem que ele inicia dando uma ênfase especial as Escrituras Sagradas e aos escritos dos profetas. Em seguida Ele vai destacando a Justiça de Deus em detrimento as obras do homem e discorre sobre os assuntos pertinentes ao tema apresentando a via de acesso adequado a Deus e a necessidade que o homem tem da salvação. Vamos observar abaixo uma curta descrição dos temas apresentados pelo Apóstolo logo no inicio da Epístola e a partir da próxima semana vamos tentar discorrer sobre cada um deles a luz das Escrituras.

SANTIDADE EM CRISTO.
Paulo apresenta logo de inicio o termo principal do relacionado à ideia da salvação em Cristo Jesus. “Santidade”. Paulo quer nos mostrar que como cristãos todos nós temos o dever de nos mantermos separados do pecado.

REVELAÇÃO DE DEUS. Ao expor a justiça de Deus, Paulo vai demonstrar que todas as pessoas cometeram pecado e como resultado, todas juntamente sofreram uma separação de Deus. Somente Cristo é capaz de, pelo seu sacrifício na cruz do Calvário, aproximar o homem novamente de Deus.

A IDOLATRIA. Paulo apresenta também a idolatria como uma atitude de conhecer a Deus e mesmo assim substituí-lo por deuses ou coisas fabricadas segundo o modelo das várias culturas. Paulo vai mostrar que temos tendência a trocarmos as coisas relacionadas a Deus por coisas que não tem nenhum valor no que diz respeito a nossa vida co Ele.

O PECADO DO HOMOXESSUALISMO. Paulo entra em um assunto que talvez imaginemos não tinha a mesma proporção dos nossos dias. Mas se observarmos bem a epístola veremos que Paulo não poupa argumentos para mostrar o quanto as relações sexuais anormais incomodam a Pessoa de Deus. O que o Apóstolo apresenta como doutrina é a que conhecemos hoje. O homem foi feito para a mulher e a mulher para o homem, para Deus não há meio termo, muito menos um terceiro sexo.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

GALARDÃO


Mateus 5:12 Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.

INTRODUÇÃO: GALARDÃO.
"Porque é grande o vosso GALARDÃO nos céus... "
Não posso negar que já faz algum tempo que mantenho dúvidas em relação ao significado do termo galardão. Na verdade minhas dúvidas se erguem mais em sentido de uma falta de interesse em buscar na definição da Palavra, qualquer relacionamento imediato com os textos bíblicos que tratam do assunto.

Na maioria das vezes, Basta uma rápida pesquisa de um  term, Neste caso, da Palavra da Palavra galardão, para descobrir no dicionário da língua portuguesa alguma indicação que possa, pelo menos me conduzir a um entendimento. A palavra "galardão"  aparece no dicionário da com a indicação de que é uma palavra que tem origem  controversa, mesmo assim o dicionário apresenta algumas definições.
➡ Recompensa de Serviços Importantes.
➡ Prêmio.
➡ Glória, honra.

Interessante é que no dicionário bíblico encontramos as mesmas significações apenas com a diferença de apresentar a palavra no seu sentido original grego, língua original do N. T. "misthós", e acrescenta o termo "salário" a significação.Podemos então dizer que a palavra galardão refere-se a um Prêmio ou distinção de reconhecimento  pela realização de algum trabalho ou apresentação especial e específica.

O galardão propriamente dito pode ser representado por uma coroa, uma condecoração,  uma homenagem ou um Prêmio que pode até ser em dinheiro, já que pode ser definido por salário. Em fim, galardão representa uma forma de pagamento ou distinção a alguem que fez algo por merecer. UM exemplo bem próximo que podemos citar, foram os jogos olimpícos e os jogos paralimpicos, onde atletas participantes e vencedores foram "galardoados" em suas modalidades. Os Prêmio foram  medalhas de bronze, prata e ouro para os respectivos vencedores.

Porém, se queremos caminhar por significações mais bíblicas. Veremos que não são poucos os textos que apresentam o termo.

I. OS FOCOS.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus...
Vamos nos direcionar ao Senhor Jesus. Ele fala que o recebimento do "galardão" acontecerá em algum lugar no céu. E é aqui que temos que nos concentrar.  Para entendermos corretamente vamos fazer uma separação entre os texto que falam da terra e os textos que apontam para o céu.  Vamos tentar perceber as possíveis diferenças e os pontos que poderemos considerar idênticos.

1° FOCO. O FATO.
1Co 3.8 Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu GALARDÃO segundo o seu trabalho.
Pelos escritos Paulinos percebemos que o galardão é exatamente como vimos até aqui. Uma Recompensa por obras praticadas aqui na terra. Percebam... o termo vai se direcionar conforme sua definição, e vai descrevendo uma espécie  de pagamento, sem se preocupar em dar qualquer explicação ou  significação do mesmo.

Embora o foco do trabalho seja a terra, o foco da entrega sai da terra e se transfere para um lugar celestial que Paulo identifica com sendo um local   específicamente preparado para este fim. O próprio Paulo identifica este local como Tribunal de Cristo. 2Co 5.10 Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.

Vamos destacar as colocações do Apóstolo:
Todos nós. Indica a presença física  daqueles que serão galardoados.
Sejamos manifestos.  Indica que os presentes serão expostos ou apresentados para a premiação.
Diante do Tribunal de Cristo. Indica local onde a premiação acontecerá.
Para que cada um receba. Indica a razão do Tribunal.
O que fez por meio do corpo. Fala da razão da premiação.
Segundo o que praticou. Indica o motivo da premiação.
O mal ou bem. Indica a forma como foi realizada a obra.

Paulo fala sobre o tribunal descrevendo-o com exatidão como o local onde as recompensas deverão ser entregues.  Segundo o que ele diz, compareceremos neste tribunal em um tempo na eternidade para que recebemos segundo o que fizemos. Tais afirmações confirmam a veracidade destas informações.

2° FOCO. O LOCAL DO FATO.
...Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.
O local onde acontecerá o Tribunal de Cristo sem dúvida será o céu num tempo imediatamente após a vinda do Senhor Jesus. Toda história da Igreja aqui na terra gira em torno da chegada de um grande acontecimento...

O ARREBATAMENTO DA IGREJA.
1 Ts 4:16-17 Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
O arrebatamento da Igreja será o evento que  finalizará o tempo estabelecido para a Igreja aqui na terra. Toda a história da Igreja que começou a ser escrita a partir de Atos dos Apóstolos tem o seu momento derradeiro no Livro do Apocalipse.

A história Começou a ser escrita no Pentecostes, com a descida do Espírito Santo. At 2:1, 2 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar... Foi mais ou menos por aí que começou um movimento que no início ficou denominado apenas pelo designativo: "Os do Caminho".  Foi o início de um projeto de Deus, onde os seguidores do Senhor Jesus começaram a se estabelecer em locais apropriados, como casas, Cenáculo ou locais de Oração.
➡ Cenáculo. At 20:7-8 No primeiro dia da semana... falava com eles, e prolongou o seu discurso até a meia-noite. Ora, havia muitas luzes no cenáculo onde estávamos reunidos.
➡ "Lugar de Oração" At16:13 No sábado saímos portas afora para a beira do rio, onde julgávamos haver um lugar de oração e, sentados, falávamos às mulheres ali reunidas.
➡ Nas casas.  Cl 4:15 Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia, e a Ninfas e a igreja que está em sua casa.

A história prossegue nos textos posteriores a este. Mas são nas cartas pastorais que podemos encontrar as igrejas já estabelecidas sendo orientadas doutrinariamente.  (O tempo não nos permite aprofundar os nestes detalhes). Encerrando as Epístolas, vamos encontrar o termo "igreja" no Livro de Apocalipse. Começando em 1.4. João, às sete igrejas que estão na Ásia... Nós capítulos 2 e 3, o termo igreja vai aparecendo na descrição de cada uma destas sete igrejas, uma após a outra. Ao anjo da igreja em... escreve...

Existe um detalhe importante em 1.10  que deve nos chamar a atenção. É a forma em que se deu a apresentação da visão a João . Ap 1:10 Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, Avançando ao verso 11 finalmente aparece a ordem para escrever em um livro, detalhes que lhe seriam apresentados em relação a cada uma das sete igrejas. Ap 1:11 O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia. Do verso 1 até o final do verso 3 vão sendo ditadas Pelo Senhor Jesus cartas que são direccionadas a Igreja enquanto no seu trajeto aqui na terra. A partir do verso 4, a cena muda completamente e o termo "igreja" vai simplesmente desaparecer do texto sagrado. Ap 4:1 Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvira, voz como de trombeta, falando comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer

João já não mais se direcionar a Igreja porque a Igreja já não mais está na terra. Ela foi para céu, e no céu ela já não mais precisará desta designação. O destaque fica por conta da parte do texto que diz: Depois destas coisas... João que anteriormente, nas cartas, viu o tempo que a Igreja passou aqui na terra. A partir do verso 4, não ela não mais vai será vista com este nome, pois o que acontece daqui pra frente acontece sem qualquer indicação de tempo ou povo. 

Em 1Co 15:51-52 Paulo fala reforça o ensino sobre este tão esperado acontecimento que a Bíblia chama de arrebatamento da Igreja. Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.

Mas é a Igreja, para onde ela foi é onde ela está?
Voltemos então ao galardão...

3° FOCO. A REALIDADE DO FATO.
Ap 19:11,14 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça... Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.
EM fim, oTribunal de Cristo ACONTECERÁ, isto é  fato.  Acontecerá em um período de tempo  após o arrebatamento da Igreja e antes da Vinda de Jesus em Glória. O texto bíblico diz que seremos levados da terra a encontrar o Senhor nos ares, e finalmente ficaremos para sempre com o Senhor. "estaremos para sempre com o Senhor" Se seguido ao Arrebatamento, seremos conduzidos imediatamente ao céu, e ali ficaremos para a eternidade. Isso quer dizer que o Tribunal de Cristo, deverá acontecer antes que retornemos com o Senhor Jesus na Sua volta para julgar a terra.

Neste julgamento os salvos aparecem como algo como auxiliares. Quem estará sendo julgado serão as nações vivas neste período.

5° FOCO. O FOCO DA CONCLUSÃO.
Depois de falar tanto, e Diante do que vimos até  aqui, podemos chegar às seguintes conclusões:
⏩ O Tribunal de Cristo acontecerá em um período de tempo entre o Arrebatamento da Igreja e a Vinda de Jesus em Glória.
⏩O Tribunal de Cristo será localizado em algum lugar no céu visto ser para lá que será conduzida a Igreja Arrebatada.
⏩somente uma classe de pessoa estará presente neste Tribunal, Os salvos. Somente os salvos serão recompensados.
⏩Somente os salvos comparecerão, e somente os salvos receberão galardão no céu, que será uma reconhecimento a Igreja por obras realizadas aqui na terra.

6° FOCO. O FOCO DA RECOMPENSA.
Galardão nos fala de recompensas que serão entregues a nós os crentes. Já sabemos a quem, onde é porque estas coroas deverão ser entregues. Agora queremos saber o que são os galardãs.
A Bíblia fala sobre diversas coroas.
➡ A primeira coroa que encontramos no NT é uma coroa que não podemos considerar como galardão. Pelo contrário é uma coroa de suplício. Mt 27:29 e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça...
➡ Mas a frente encontramos Paulo fazendo distinção entre dois tipos de coroas.  Uma terrena que se desfaz ou se corrompe. E outra, espiritual, preparada pelo próprio Deus, que não se corrompe. 1Co 9:25 E todo aquele que luta, exerce domínio próprio em todas as coisas; ora, eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível.
➡ A Timóteo, Paulo descreve que no final de seu ministério terreno, ele tem, reservado "no céu" o que ele mesmo chama de "coroa da justiça".  No final do verso Paulo conclui que a nós também está coroa encontra-se reservada. 2Tm 4:8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
➡ Tiágo descreve outra coroa, A coroa da vida. Tg 1:12 Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam. No escrito de Tiágo, a coroa da vida é  uma Prêmiação para as pessoas que suportam algum tipo de provação.
➡ Pedro usa um termo bem pouco usado e muito pouco conhecido por nós. 1Pe 5:4 E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória.
A NTLH traduz a palavra IMARCESCÍVEL, por "imperecível". Segundo o Dicionário da língua portuguesa,  o termo aponta para alguma coisa que não perde o Viço ou o frescor. Indica uma coisa "impossível de se corromper" inalterável. Pedro, neste texto confirma as palavras de Paulo. Ele está dizendo exatamente o que Paulo disse. O galardão que receberemos no céu é alguma coisa representada por uma coroa "incorruptível" Ninguém pode tirá-la de nós, é algo que nunca perderá o seu valor é não existe matéria química alguma que poderá fazê-lo perder suas particularidades. Ela, com bem diz os escritores bíblicos, não se corrompe.

O galardão está reservado no céu para todos nós que aguardamos ansiosamente  retorno do nosso Senhor Jesus Cristo.  Ap 3:11 Venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

Pode ser que tenhamos que nos deparar com algumas situações que tentarão nos fazer desistirmos da nossa fé. São investidas cujo objetivo será nos fazer perder o direito de comparecer no Tribunal de Cristo, e recebermos das mãos do nosso Senhor a Recompensa que Ele mesmo fez questão de guardar no céu para nós.

Fica o Conselho de Apocalipse 2:10
Não temas... Fala da ausência do medo.
O que hás de padecer... Fala que haverá tempos difíceis...
Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão Para que sejais provados... Fala da personalidade e intenção do nosso inimigo.
E tereis uma tribulação de dez dias. Fala que todo período, por pior que possa parecer tem um tempo determinado para chegar ao final.
Sê fiel até a morte... É o tempo final. Ap 21:4 Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
➡ E dar-te-ei a coroa da vida... Fala do Galardão, a premia ção pela Vitória.



Harpa Cristã, um Hinário Atual Para os Nosso Dias



Cl 3:16
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração.

Introdução. Hinário oficial das Assembleias de Deus no Brasil, a Harpa Cristã ganhou espaço nas mais diversas denominações evangélicas do Brasil. Bem pode ser que tal fato se deu em razão dos diversos crentes assembleianos que por um motivo ou outro resolveram mudar de denominação. Porém, a verdade não pode ser negada, será extremamente difícil encontrar um crente sequer que nunca tenha se encantado pelas letras abençoadas dos hinos reunidos neste abençoado hinário cristão. Embora vez por outra, nos deparamos com aqueles que não concordem, os hinos da Harpa Cristã são fontes de inspiração divina. Claro, não com a mesma inspiração da Bíblia, mais uma inspiração particular movida por uma vida de devoção com a Pessoa do Espírito Santo. Seja asembleiano, batista ou membro de qualquer outra denominação, os hinos da Harpa Cristã continuarão fazendo parte do nosso culto a Deus, seja na Igreja, seja em nossa casa. "Nós cantamos o louvor de Deus com saltério vivo. Porque mais agradável e caro a Deus do que qualquer instrumento é a harmonia da totalidade do povo cristão. Nessa cítara é a totalidade do corpo, por cujo movimento e ação a alma canta hinos adequados a Deus, e nosso salteio de dez cordas é a veneração do Espírito Santo pelos cinco sentidos do corpo e as cinco virtudes do espírito".  Eusébio da Cesaréia.

I. PRIMEIROS HINÁRIOS.
1Co 14.26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
No início da sua história, as igrejas Assembleia de Deus não possuíam um hinário próprio de louvores organizados para o seu culto devocional. Para sanar esta necessidade os assembleianos utilizavam um hinário organizado pelo Dr Robert Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley, fundadores da Igreja Evangélica Fluminense. Salmos e Hinos. Este hinário teve sua primeira edição em Londres, no ano de 1855. Contava com 10 salmos e 17 hinos, 27 títulos, ao todo. Em razão da necessidade de um hinário na língua portuguesa, em 1861 aparece à primeira edição brasileira, composta por 50 títulos, sendo 18 salmos e 32 hinos. Foi usado pela primeira vez em 17 de novembro de 1861, seis anos depois da sua chegada ao Brasil.  Esta foi à primeira coletânea de hinos evangélicos cuja organização se deu aqui no Brasil. Tornou-se o primeiro hinário usado por diversas denominações evangélicas.  

Desde seu primeiro lançamento em Londres, o hinário "Salmos e Hinos" conta com aproximadamente 161 anos de existência. Em 2016, a "Harpa Cristã" completa 94 anos com mais de 500 hinos. A primeira edição foi lançada em 1922, na AD em Recife (PE), com hinos apropriados para o culto público, a Santa Ceia, o batismo, casamento, apresentação de crianças funeral, entre outros. Ef 5:19 Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração;

II.  A HARPA CRISTÃ.
1Co 1.10 Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.
Na igreja como em qualquer outra organização, é normal que haja casos de divergências em razão de desentendimento. Não é o ideal, mas infelizmente é coisa do ser humano. Assim, as Igrejas mais conservadoras entenderam que existiam peculiaridades que distinguia a nova igreja das igrejas evangélicas das tradicionais, e por esta razão entenderam haver a necessidade de criar um hinário mais apropriado, até que em 1921, surge um novo hinário com o nome de "Cantor Pentecostal". Este novo hinário foi editado pela tipografia Guajarina e teve como orientador Almeida Sobrinho um pastor batista que se tornara pentecostal, e era o redator responsável, auxiliado por João Trigueiro da Silva. Este novo hinário continha 44 hinos e 10 corinhos. O Cantor Pentecostal foi distribuído pela Assembleias de Deus de Belém/PA, que, naquela época, achava-se localizada na Travessa 9 de Janeiro, 75. Passado um ano da publicação do Cantor Pentecostal é lançado no Recife-PE a primeira edição da Harpa Cristã. Aos cuidados do Pastor Adriano Nobre, surge o hinário oficial da Igreja Assembleia de Deus com uma tiragem de 1.000 exemplares, distribuídos para todo o Brasil pelo missionário Samuel Nyström. A segunda edição da Harpa Cristã, já como 300 hinos, foi impressa nas Oficinas Irmãos Pangeti, no Rio de Janeiro, em 1923.

Em junho de 1931 foi lançado o hinário "Psaltério Pentecostal", para suprir uma demanda da Harpa Cristã. Teve como editor responsável o Missionário Gunnar Vingren. Este hinário foi impresso pelo Estabelecimento Gráfico Fernandes & Rohe, Rio de Janeiro1931. Nove anos depois da edição do "Cantor Pentecostal". Em 1932, dez anos após sua primeira edição, a Harpa Cristã já contava com 400 hinos. Na elaboração dos hinos, muito contribuiu o missionário Samuel Nyström. Como não tivesse perfeito conhecimento da língua portuguesa, ele traduziu, literalmente, diversas letras da hinódia escandinava. Para que os poemas fossem adaptados às suas respectivas músicas, foi necessário que o Pastor Paulo Leivas Macalão empreendesse semelhante tarefa. Por isso, tornou-se o Pastor Macalão, fundador do Ministério de Madureira, no principal compositor e adaptador do hinário oficial da Igreja Assembleia de Deus...

 A primeira Harpa Cristã com letra e música começou a ser elaborada em 1937. Com o passar dos anos, foram acrescentados outros hinos até que o hinário oficial chegou a 524. Até o ano de 1981, todos os hinos já haviam sido revisados. Em 1979, o Conselho Administrativo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), cumprindo resolução da Assembleia Geral da CGADB, nomeou uma comissão para proceder a revisão geral da música e letra dos hinos da Harpa Cristã. A proposta foi apresentada pelo pastor Adilson Soares da Fonseca. As análises tiveram o apoio técnico e especializado de João Pereira, na correção e adaptação da música; e Gustavo Kessler, na revisão das letras.

Bibliografia:



segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O Jejum e a Oração Parte III

ESTUDO BÍBLICO TERÇA-FEIRA
IGREJA BATISTA NACIONAL
VALE DAS BENÇÃOS
EM BACAXÁ – SAQUAREMA
"O Jejum e a Oração a Luz da Bíblia"
Parte III

Mateus 6:5-16
5 - E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 6 - Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. 7 - E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. 8 - Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. 9 - Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 - Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 - O pão nosso de cada dia nos dá hoje; 12 - E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; 13 - E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. 14 - Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 - Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. 16 - E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

Introdução: Vamos nos focar agora especificamente no tema oração. Estudamos até aqui detalhes sobre a prática do jejum, contudo, nosso objetivo é unir os dois temas, pois queremos estar prontos e com entendimento para o propósito que será desenvolvido em nossa igreja. Ambos, jejum e oração são temas infinitamente abundantes e queremos entender alguns detalhes que os envolvem. Lembrando sempre que todos os temas aqui tratados devem ser analisados a luz das escrituras. Qualquer dúvida, não deve ser levada para casa, deve ser apresentada aqui para que juntos busquemos na Bíblia respostas. No demais, esperamos conseguir sua atenção e despertar interesse no que diz respeito à ministração da Palavra.  Então só nos resta desejar-lhe um bom estudo!

I. ORAÇÃO, DEFINIÇÕES E BASE BÍBLICA.
Jo 4:24 Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
Particularmente entendemos que não precisamos nos deter prolongadamente neste tema, (até porque este é nosso último estudo). Mas como é um tema profundo demais, e dificilmente conseguiremos nos deter diante de todas as verdades expostas no Livro de Deus.  Como crente sabemos, pelo menos, um pouquinho do que é orar. Se não sabemos, com toda certeza, do nosso jeito, já tivemos ou temos alguma experiência no que diz respeito à prática da orar.

Do grego “proseuchomai” o termo oração aponta para uma conversa com Deus que pode ser feita em particular ou em público. Os textos que tratam deste assunto na Bíblia são abundantes, e tanto o VT quanto o NT fazem referência à oração como uma atitude de suplicação e adoração ao Senhor. Como doutrina bíblica a oração deve destacar sempre o caráter de Deus e a necessidade do indivíduo em manter-se em comunhão constante com Ele. Oração, na Bíblia, não deve ser vista apenas como uma atitude natural de reação do crente, oração é muito mais do que isto, oração é uma conversa franca e necessária entre a criatura e Criador, entre o servo e seu Senhor, entre o homem e o próprio Deus. Na Bíblia, além das palavras “oração” e “orar”, encontraremos esta atividade sendo descrita por outros nomes tais como:
  • Invocar. Sl 17.6 Eu te invoquei, ó Deus, pois me queres ouvir...
  • Clamar. Sl 3.4 Com a minha voz clamei ao SENHOR...
  •  Levantar nossa alma. Sl 25.1 A TI, SENHOR, levanto a minha alma.
  •  Buscar. Is 55:6 Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar...
  • Chegar ao trono da graça. Hb 4.16 Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia...
  • Chegar perto. Hb 10.22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé...

1. A ORAÇÃO, PARA QUE SERVE?
Rm 12:12 Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
A prática da oração é um bem inigualável na vida do salvo em Cristo Jesus, e como todos cristãos já experimentamos, nem que seja uma vez, o privilégio de ver nossa oração sendo prontamente atendida por Deus. Aliás, acho que todos sabemos da prontidão de Deus em nos ouvir e prontamente nos atender. 2Cr 7.15 Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar.
A oração é um relacionamento de intimidade com Deus. Quanto mais dedicamos tempo à oração, mas aumentamos nossa condição de se relacionar com Ele. Sl 42.8 Contudo o SENHOR mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida. Então querer apontar uma finalidade a prática da oração pode parecer um tremendo paradoxo visto que nossa própria experiência cristã nos diz que devemos buscar para nossas vidas este contato mais intimo com o Senhor. Porém, como se trata de um estudo, vamos ver algumas razões em pelas quais somos ou devemos ser conduzidos à oração.
  •  SÚPLICA OU PEDIDO DE PERDÃO. I Reis 8:49-50 Ouve então nos céus, assento da tua habitação, a sua oração e a sua súplica, e faze-lhes justiça. E perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti, todas as transgressões que houverem cometido contra ti; e dá-lhes misericórdia perante aqueles que os têm cativos, para que deles tenham compaixão.
  • MEDOS OU TEMORES. Sl 64.1 OUVE, ó Deus, a minha voz na minha oração; guarda a minha vida do temor do inimigo.
  • PROBLEMAS INDIVIDUAIS OU NA IGREJA. At 12.5 Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.
  • SENTIMENTOS DE ANGUSTIA OU ANSIEDADE. Fp 4.6 Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
  • ENFERMIDADES. Tg 5.15 E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará...


2. TEM HORA CERTA PARA ORAR?
Claro que as razões apresentadas acima, são apenas algumas poucas razões para orarmos. A verdade, é que não precisamos ter um motivo para orar, precisamos ter liberalidade para orar. De fato, a oração precisa fazer parte do nosso culto diário, e para isso também não precisamos marcar uma hora com Deus. Deus não tem agenda, Ele está o tempo todo, como diz o Salmos, atento para nos ouvir. 34.15 Os olhos do SENHOR estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.
  • DIA E NOITE. 1Rs 8.29 Para que os teus olhos noite e dia estejam abertos sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar.
  • PELA MANHÃ. Sl 5.3 Pela manhã ouvirás a minha voz, ó SENHOR; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei.
  • DE MADRUGADA. Sl 88.13 Eu, porém, SENHOR, tenho clamado a ti, e de madrugada te esperará a minha oração.
  •  A NOITE INTEIRA. Lc 6:12  E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.
  • A TARDE. Gn 24.63  E Isaque saíra a orar no campo, à tarde...
  • EM TODO TEMPO. Ef 6.18 Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,

Se não existe hora, também é fato que não existe lugar. Todo lugar é um local apropriado à oração. Só devemos saber que algumas atitudes devem ser evitadas em determinados lugares, tipo: Fechar os olhos para orar estando na direção de um veículo ou trabalhando em algum maquinário que requer maior atenção. Vamos encontrar na Bíblia, servos do Senhor orando nos lugares menos prováveis possíveis, por exemplo, encontramos em Atos 10.9, Pedro subindo no que a Bíblia identifica como um “terraço". E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. Em 16.13, Paulo, vai a um lugar identificado apenas como "a beira do rio". E diz que ficava fora dos muros da cidade e era um lugar onde se costumava fazer oração. E no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram.
Existem ainda alguns textos que falam sobre algumas casas que funcionavam como Igrejas e devemos entender que nestas reuniões havia momentos de louvor e muita oração. Cl 4:15 Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. Na verdade, como já dissemos, a oração pode ser feita a qualquer hora e em qualquer lugar. Podemos citar ainda como exemplos, mais dois textos.
  • NO MONTE. Mc 6.46 E, tendo-os despedido, foi ao monte a orar.
  • NO TEMPLO. Lc 18.10 Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.

O local não importa, o que importa mesmo é a intenção de buscar mais intimidade com o Senhor.

3. A ORAÇÃO QUE DEUS NÃO OUVE.
Como todos os temas, sempre existem algumas dúvidas que precisam ser esclarecidas. A primeira dúvida que temos é: Será que Deus ouve a qualquer pessoa que orar a Ele? Ou será que existe alguma característica específica que faz com que nossa oração chegue até a presença de Deus? Na verdade o que vemos na Bíblia que Senhor não ouve a qualquer tipo de oração. Existem casos na Bíblia em que Deus, através de seus profetas, deixou isto bem claro.
  • Is 1.15 Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
  • Is 29.13 Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído;

Aqui nestes dois textos temos duas situações. Na primeira, Deus deixa de ouvir a oração em razão do pecado. vossas mãos estão cheias de sangue”. Neste caso não houve arrependimento nem abandono da prática pecaminosa, e neste caso Deus é enfático: ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei”,

O caso seguinte parece ser um pouco diferente. O texto de Isaías apresenta certa indisposição no coração das pessoas citadas no sentido de lealdade na adoração e na honra a Pessoa de Deus. Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim”.

Temos tanto em um caso quanto no outro há um entendimento em comum: Deus não houve a qualquer pessoa e nem a qualquer forma de oração. No primeiro caso existe a referência direta no sentido da oração não ouvida. não as ouvirei”. No texto seguinte a referência fica por conta de um afastamento da pessoa em relação a Deus. “o seu coração se afasta para longe de mim”.  Assim, fica o entendimento que o coração afastado, e o pecado não confessado podem impedir à resposta a oração.

4. A CERTEZA DA ORAÇÃO ATENDIDA.
1Ts 5:17 Orai sem cessar.
Antes de qualquer coisa é bom sabermos que a Bíblia ensina que o crente precisa ter uma vida regular de oração. A orientação para orarmos vem através dos vários escritores sagrados.
  • Os salmistas. Sl 105.4 Buscai ao SENHOR e a sua força; buscai a sua face continuamente.
  • Os profetas. Am 5.6 Buscai ao SENHOR, e vivei...
  • Os apóstolos. Cl 4.2 Perseverai em oração...
  • O Senhor Jesus. Mt 26.41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Deus aspira esta comunhão com o crente, e é mediante a oração que conseguimos manter o nosso relacionamento com Ele. Nossa comunhão na oração se acentua na sinceridade do coração, e não por palavras vazias. Não seremos atendidos na oração simplesmente porque sabemos falar bem em público, seremos ouvidos simplesmente porque fazemos da oração o nosso ponto de contato com o nosso Senhor. Mt 6:7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.

Se, estamos certos que Deus está pronto a nos ouvir, podemos estar também certos que Ele está pronto a nos atender. Contudo existem orações que fazemos que o melhor mesmo seja que Deus não nos atenda. Existem situações que pedimos determinadas "bênçãos" que mais a frente podem se transformar em maldições. O ideal é aprendermos a orar de forma correta. E a forma correta é sempre orar pedindo a Deus que faça a Sua Vontade, não a nossa. Se tivermos dificuldades com isto, podemos recorrer ao Espírito Santo: Rm 8.26 E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
  • Jesus ao ensinar aos discípulos a maneira correta de orar. Mt 6.10 ...seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
  • Em Mt 26:42  Jesus nos ensina o princípio, dando Ele mesmo o exemplo: E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
  • Paulo em Rm 1.10 manifestou sua vontade de ir a Igreja em Roma. Contudo, ele deixa claro que a vontade de Deus é que ofereceria a ele ocasião de ir vê-los. Pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco.
  • Por fim, em Efésios 5.17, Paulo nos exorta a buscar entendimento em relação a vontade do Senhor. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.

3. QUAL A MANEIRA CORRETA DE ORAR?
Lc 11.1 E ACONTECEU que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.
Podemos orar de qualquer maneira? Ou será que existe alguma forma específica para a oração? A posição: De pé, ajoelhado, deitado, andando, de olhos fechados? Qualquer uma serve? Ou temos que saber que procurar uma maneira correta? O lugar? Na Igreja, em casa, em reuniões de grupos, andando pela rua? A Bíblia apresenta respostas a cada uma destas perguntas.

A FORMA. Quanto à forma de orar, temos algumas referências na Bíblia, porém nenhumas delas com finalidade de apresentar uma doutrina sobre o assunto.
  • Posso orar em silêncio. 1Sm 1.13 Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada.
  • Posso orar em voz alta. Ne 9.4 E Jesuá, Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias, Bani e Quenani se puseram em pé no lugar alto dos levitas, e clamaram em alta voz ao SENHOR seu Deus.
  •  Posso orar com minhas Próprias palavras. 1Sm 7.5 Disse mais Samuel: Congregai a todo o Israel em Mizpá; e orarei por vós ao SENHOR.
  • Posso orar sozinho. Mt 14:23 E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
  • Posso orar acompanhado. Lc 9:28  E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar.
  • Devo orar com confiança. Mt 21:22 E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.
  • Devo orar perseverante. Rm 12:12 Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;

Além de nos orientar em relação à maneira como devo orar, a Bíblia nos orienta também em ralação a favor de quem devemos orar. Talvez uma primeira e importante orientação em relação à oração é a de que devemos orar em favor de todas as pessoas, inclusive por aquelas pelas quais não temos nenhuma afinidade. Mt 5:44 ...orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;  Orar também por pessoas de difícil relacionamento. Lc 6:28 Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Em fim, temos que orar uns pelos outros. Tg 5:16 Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.

O TEMPO. Em relação ao tempo que temos de passar em aração, esta é uma atitude muito pessoal. Não podemos impor que todas as pessoas tenham o mesmo tipo de relacionamento que talvez tenhamos. Não podemos acreditar que a oração especificamente seja a única maneira de se relacionar com Deus. Existem pessoas, por exemplo, que não possuem a prática de tirar longos períodos orando ou se oram, o fazem sem dobrar seus joelhos demonstrando uma postura que a maioria de nós entende como uma postura irreverente.
A maneira correta de orar é orar da maneira que sabemos. Se gostarmos de tirar longos períodos de joelhos em oração, maravilha, isto é realmente uma atitude louvável. Se, no entanto preferirmos orar andando pela casa, ou de mãos dadas com membros da família ou até mesmo deitados em nossa cama, antes de dormirmos, amém. Esta é uma atitude de entendimento entre nós e Deus. É nossa comunhão com Ele, e para isso não existe regra específica.

As orientações bíblicas quanto à oração são bem específicas e podemos citar as seguintes:
  • Evitar qualquer atitude de Hipocrisia, isto é, qualquer falsa demonstração de sentimentos que na verdade não possuímos. Mt 6:5 E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
  • Orar sempre com uma atitude de gratidão a Deus. Seja qual for o motivo que nos esteja conduzindo a orar, devemos sempre lembrar que Deus tem pleno controle da situação. Então, agradeça sempre.
  • Orar sempre, insistentemente. Cl 4:2 Perseverai em oração, velando nela com ação de graças.
  • Orar em atitude de entrega pessoal a Deus. Mt 6:6 Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Este foi um estudo bastante resumido em relação ao tema ORAÇÃO. Em fim, qualquer demais dúvidas que surgirem em relação ao assunto, procuraremos respostas e juntos buscaremos em Deus maiores esclarecimentos. Se necessário, 

QUATRO AMIGOS E TRÊS PROVAS DE AMIZADE

  Mc 2.4 E, não podendo aproximar-se de Jesus, por causa da multidão, removeram o telhado no ponto correspondente ao lugar onde Jesus se en...