sábado, 17 de maio de 2014

PERDÃO

1Jo 1.9 Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

Perdão. Não é de hoje que tenho percebido uma certa fuga estratégica por parte de nós pregadores em abordar temas relacionados a necessidade inerente da alma humana em experimentar quase que diariamente uma ação perdoadora de Deus. As vezes me pergunto se esta fuga não acontece pelo fato de haver, por trás desta figura de homens de ferro mau representada homens normais constantemente ansiando por esta mesma ação sobrenatural do perdão de Deus em nossa vida diária? Afinal o Apostolo João não escondeu esta necessidade quando escreveu: Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.'1Jo 1:10

Vamos falar a verdade? vivemos numa constante e desleal exposição ao pecado, o dia inteiro somos bombardeados por mensagens cujo teor é sempre de opressão e malignidade e não é todo dia que estamos  em condições espirituais para resistir aos ataques. Por esta razão vivemos numa constante dependência de viver este tema. "pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.' Ef 6:12

Nosso problema é que sabemos tudo isso, mas as vezes enfeitamos tanto as mensagens que pregamos dando a elas títulos exuberantes,  buscamos as melhores e mais difíceis palavras com o objetivo de "impressionar" nossos ouvintes. No final, nem mesmo nós, os pregadores, entendemos direito o que no fundo queríamos dizer. Esquecemos de permitir que o Espírito Santo fale. Por isso, hoje resolvi não dar tema a esta mensagem, tive medo de incair no mesmo erro e no final perder minha viagem. Talvez devessemos chamá-la simplesmente "perdão". "Mas contigo está o perdão, para que sejas temido.' Sl 130:4

I. O QUE É O PERDÃO.
"... Tu, porém, és um Deus pronto para perdoar, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em beneficência, e não os abandonaste". Ne 9:17

Não posso começar em falar de perdão sem que primeiro tenha em mente uma boa definição da palavra. Uma boa definição que encontrei é aquela que diz que o perdão é a força poderosa capaz de remover todo obstáculo espiritual e tornar possível que a criatura se reconcilie e restabeleça sua amizade com Deus. Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. Rm 5:10

Portanto podemos afirmar que:
1. O PERDÃO É UMA OPORTUNIDADE DE RECOMEÇAR DE ONDE UM DIA PARAMOS.
"e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade;' Ef 2:16
Quando olhamos para o perdão divino com a perspectiva bíblica da reconciliação entendemos que a cruz foi a maneira que Deus encontrou para nos capacitar a ter comunhão com Ele, nos dando ao mesmo tempo oportunidade para restaurar a comunhão que de alguma forma um dia foi quebrada. Martin Luther King disse que O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício. O desejo ou o sentimento pelo perdão divino vem como uma resposta de Deus no sentido de nos habilitar a ter comunhão com Ele. Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. Rm 5:6

2. O PERDÃO É UM REMÉDIO QUE NOS HABILITA A VIVER INTENSAMENTE EM COMUNHÃO COM DEUS.
"e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.' 2Cr 7:14

O perdão também pode ser entendido nesta perspectiva, visto que como remédio, ele é capaz de curar as feridas causadas por nossas faltas ou erros cometidos "...perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra..." Davi, é um bom exemplo de alguém que experimentou os efeitos deste remédio. Nos Salmos encontramos belas descrições de como se procede todo o processo da sua restauração. No Salmo 51, logo no primeiro verso, Davi é um homem completamente arrebentado pelo peso da culpa do pecado. Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas tansgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Sl 51:1. No 32.3,4 há uma descrição detalhada sobre o seu estado deplorável. As consequência dos pecados cometidos podem ser vista em seu estado emocional e físico . Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. O quadro só começa a mudar apartir da atitude de recorrer ao perdão de Deus. v5 Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Os Salmos são para nós uma espécie de "bula" que vai dosando, em cada verso, quase que de forma homeopática as causas e forma do tratamento. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Sl 51:2

A sequência, é como uma dosagem adequada de um remédio sendo ministrado a um corpo enfermo:
a) Purifica-me... Lava-me... v7
b) Faz-me ouvir júbilo de alegria... v8
c) Esconde teu rosto do meu pecado... v9

E, ao final do tratamento, Davi fecha com o texto que para nós se tornou aureo: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável". Sl 51:10

II. O EFEITO DO PERDÃO.
"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.' 1Jo 2:1

Benjamim Franklin assim definiu as três coisas mais difíceis do mundo: guardar um segredo, aproveitar o tempo, e perdoar uma ofensa. Visto o poder do perdão, é óbvio concluirmos não precisar viver nossa vida ou nosso ministério de maneira mesquinha, miserável ou infrutífera espiritualmente. A força do pecado exercida contra nós, deve ser combatida a autura do força do seu ataque. Prevalecem as iniqüidades contra mim; mas as nossas transgressões, tu as perdoarás. Sl 65:3. A maneira de fazer isso é assumindo nosso papel no Reino, e nos apossando de forma definitiva do nosso lugar ministerial. Ninguém precisa sair, ninguém precisa ser deslocado, ninguém precisa ser mudado de lugar para que o nosso chamado apareça."E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres,' Ef 4:11. O seu chamado é "nosso chamado". Deus escolheu exatamente a nós! E veja, o reino é extremamente grande e o trabalho é uma realidade além das nossas expectativa. "E dizia-lhes: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.' Lc 10:2

Todo trabalho feito com vocação que é a chamada de Deus para que nos tornemos parte do corpo de Cristo, que é a Igreja e, em segundo lugar, para que O sirvamos em todas as nossas relações com o próximo. (Washington P. Emrich). Três sentimentos são necessários, além da vocação, e sem eles dificilmente nos posicionaremos favoravelmente a nossa chamada: A obra de Deus se realiza com vontade, convicção e muita coragem. "Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,' Dn 9:9

1. VONTADE. "mas não quereis vir a mim para terdes vida!' Jo 5:40
Entendemos a vontade como a capacidade de concentrar todo potêncial na realização de alguma coisa para a qual fomos designado ou nos propomos fazer. Por isso a expressão: "feito com vontade". Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! Se, pois, o faço de vontade própria, tenho recompensa; mas, se não é de vontade própria, estou apenas incumbido de uma mordomia. 1Co 9:16,17. A vontade pode ser o diferencial na realização do nosso trabalho ministerial seja ele qual for. Seja do maior e mais significante ao menor e aparentemente o menos notado. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 1Co 12:28. A vontade é a pré-disposição sem a qual o trabalho não poderá ser realizado com perfeição. Um trabalho "Feito de má vontade" dificilmente será perfeito. Deus não conta com pessoas que não querem trabalhar.

2. CONVICÇÃO.
Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia. 2Tm 1:12

Eu não consigo me lembrar de um texto da Bíblia que melhor descreva a idéia do termo "convicção" que 2Tm 1.12. A expressão paulina "...eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é..."  mostra a certeza do apóstolo não somente em razão do trabalho que ele está realizado mais também em relação ao Senhor para quem ele trabalha."Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura..." v 13. Para Paulo, um trabalhador convicto do seu chamado era alguém que sabia o que fazer e para quem fazer . "do qual fui constituído pregador, apóstolo e mestre.' 2Tm 1:11. Convicção portanto é a certeza de que aconteça o que acontecer, leve o tempo que levar, na hora certa, no momento certo, Deus moverá céu e terra para que aquilo para o qual Ele nos chamou acontecerá. Nada e ninguém poderá impedir a obra  Deus na nossa vida, exceto, nós mesmos!

3. CORAGEM
Dos três sentimentos, fecho esta mensagem falando da coragem, talvez porque seja ela o sentimento que mais nos tem feito desistir do nosso chamado. A coragem ou, melhor dizendo, a falta da coragem, por séculos tem feito com que muitos servos de Deus, bons ministros, com potencial para avançar e irem muito longe, freiem seus ministérios unicamente por medo. A coragem é algo como uma engrenagem que nos movimenta em direção ao nosso objetivo, funciona como uma blindagem, uma armadura, algo do gênero, que nos protege e não nos deixando desistir. Não é ter força, ou saber fazer com perfeição, ter coragem é simplesmente acreditar e fazer. É exatamente esta a atitude que Deus espera de nós. A coragem pode fazer toda a diferença no sucesso do nosso ministério. Rm 12.6-8 De modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.

CONCLUSÃO:
Alguém está muito interessado em que não realizemos o nosso trabalho. Não é o pastor, não são os obreiros, não é a igreja. Pelo contrário, nosso ministério, se exercido com vontade, convicção e coragem só servirá para abençoar vidas. Portanto, vidas que são abençoadas não podem em nenhuma hipótese serem vistas como inimigas. pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes. Ef 6:12. Esta pode ser uma luta desleal. Nosso inimigo é desprovido de corpo. Não temos como tocá-lo, não podemos atingí-lo com golpes certeiros de arte marcial, não existem armas humanas cuja munição seja capaz de ferí-lo e colocá-lo fora de ação. Ele é incansável... Daí o conselho de alguem que como ninguém sabia o que estava falando: nem deis lugar ao Diabo. Ef 4:27. Contra a vontade, ele tem o desânimo. Contra a convicção, ele tem a dúvida. Contra a coragem ele tem o medo. Veja se não são estes os sentimentos que sempre nos fizeram parar?

Está na hora de sentirmos a ação poderosa e resgatadora do perdão divino. "Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar. 1Co 10:13 

Vamos trabalhar? Deus quer contar com você e comigo, lembre-se o que nos cabe como parte neste ministério, só nós, mais ninguém, poderá realizar. "Pois para isto é que trabalhamos e lutamos, porque temos posto a nossa esperança no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem.' 1Tm 4:10

 MENSAGEM PREGADA EM RIBEIRA
(Cachoeiras de Macacu - RJ)
Igreja Batista Nacional Vale Das Bençãos
18/05/2014



A ÚLTIMA SEMANA DE DANIEL

  Texto Básico: Dn 9.26,27 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir...